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domingo, agosto 07, 2022

"Bolsonaro chega ao 1º turno na frente", diz Ciro Nogueira Integrante do núcleo duro bolsonarista está convencido de que o chefe do Planalto conseguirá reverter a vantagem do adversário assim que o eleitor observar os feitos do governo. Para o senador, Bolsonaro está a serviço do país; Lula, do PT AD Ana Dubeux DR DENISE ROTHEMBURG postado em 07/08/2022 06:00


Integrante do núcleo duro bolsonarista está convencido de que o chefe do Planalto conseguirá reverter a vantagem do adversário assim que o eleitor observar os feitos do governo. Para o senador, Bolsonaro está a serviço do país; Lula, do PT

Ana Dubeux
DENISE ROTHEMBURG
postado em 07/08/2022 06:00 
"Em relação às mulheres, é questão de comunicação. A mulher, você não pega um presente, joga de qualquer jeito e entrega. Você tem que entregar com carinho", diz Ciro Nogueira -

A 10 dias do início da campanha eleitoral, o ministro da Casa Civil do governo, Ciro Nogueira (PP), faz contas. Pela sua matemática, o principal opositor do presidente Bolsonaro, o candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva, só tem maioria em dois estados e vai receber muito menos votos que Fernando Haddad na última eleição. Já Bolsonaro receberá muito mais votos do que na última campanha, acredita.

Senador eleito pelo Piauí, Ciro Nogueira também já prevê a bancada no Congresso: “Lula, se ganhar, no dia seguinte, está com 40% de ruim e péssimo. Bolsonaro, idem. Qual a diferença dos dois? Base eleitoral. Vamos eleger cerca de de 350 deputados com um viés mais liberal. A esquerda vai eleger entre 130 e 150 deputados. O teto da esquerda é 150. O teto nosso é 370”.

Resumindo a equação: para Ciro Nogueira, esta é uma eleição que já começa no segundo turno, com dois candidatos com alta rejeição, porém muito populares, e que não deixam espaço para nenhum outro concorrente na disputa à Presidência. Na avaliação do ministro, Bolsonaro vai ganhar em todas as grandes cidades e já sai com vantagem no primeiro turno.

“O PT, acho que, hoje, é o sexto ou o sétimo partido no Nordeste. É por aí. O meu é o maior partido do Nordeste em número de prefeitos e vereadores. E isso, numa campanha, tem um efeito muito forte”, acredita Ciro Nogueira.

Em entrevista exclusiva ao Correio, Ciro Nogueira diz que, com o início oficial da campanha, entra em cena o jogo de narrativas que pode desbancar a liderança do PT nas pesquisas. Acredita que os jovens serão muito impactados pela associação dos petistas à corrupção, e as mulheres — campo no qual Bolsonaro precisa crescer — verão um presidente “sensível”.

“Nós temos um presidente que tem uma forma toda peculiar de se comunicar, muito espontânea e autêntica. Para uns é defeito, mas, para outros, é qualidade, né? Então, as pessoas do marketing têm que ter um trabalho a mais para lidar com essa espontaneidade dele.”

Sobre as cenas que a oposição pode explorar, como a do presidente imitando uma pessoa com falta de ar em plena pandemia, Ciro Nogueira acredita que valerá mais o exemplo do Brasil no enfrentamento à pandemia.

O ministro adianta que o 7 de Setembro será uma grande celebração do governo Bolsonaro e que o discurso do presidente, que coloca sob suspeita a segurança das urnas eletrônicas, logo será superado. “Estamos próximos de ter uma solução. Eu não gostaria de estar perdendo tempo com essa discussão. Eu confio nas urnas do nosso país. Não quer dizer que elas não possam ser fraudadas algum dia. Por isso, acho que, a cada dia que passa, tem que se aperfeiçoar os instrumentos de fiscalização.”

Nesta entrevista, Ciro Nogueira fala ainda sobre o cenário local. “Essa questão do Senado, achei que estava consolidada a questão da Flávia (Arruda). Mas, agora, Damares disse que seria candidata. Vai ter que se conviver com essa disputa. O mais importante é que (o governador) Ibaneis (Rocha) se consolidou. Praticamente, não tem adversário.”

O casamento de Bolsonaro com o Centrão resultou na posse de Ciro Nogueira na Casa Civil: aliados, no entanto, começam a falar em desembarque do governo
O casamento de Bolsonaro com o Centrão resultou na posse de Ciro Nogueira na Casa Civil: aliados, no entanto, começam a falar em desembarque do governo(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)



Como está a preparação para a campanha pela reeleição que, oficialmente, começa em 16 de agosto?


Acho que será uma campanha diferente, na qual o segundo turno já começou. Não se tem expectativa de mudar os dois atores que estarão num eventual segundo turno. Então, é uma campanha na qual os dois candidatos têm intenção de voto muito alta, mas têm uma rejeição muito grande. A gente tem que trabalhar para aumentar a intenção e diminuir a rejeição. Nós temos um presidente que tem uma forma toda peculiar de se comunicar, muito espontânea e autêntica. Para uns é defeito, mas para outros é qualidade, né? As pessoas do marketing têm que ter um trabalho a mais para lidar com essa espontaneidade dele. No início, pode ter um ruído, mas, no final, ele acaba consolidando no eleitor a impressão de que ele diz a verdade quando fala com as pessoas.

O presidente tem insistido que a urna eletrônica não é segura, mas essa é a regra do jogo. Vai ficar nesse discurso?


Estamos próximos de ter uma solução para essa discussão. Eu não gostaria de estar perdendo tempo com isso. Eu confio nas urnas do nosso país. Não quer dizer que elas não possam ser fraudadas algum dia. Por isso, acho que, a cada dia que passa, tem que se aperfeiçoar os instrumentos de fiscalização para que ela se torne cada vez mais confiável e que o eleitor tenha o seu voto computado da forma correta, com toda transparência e independência possíveis. Acho que a gente perde mais tempo nas discussões e nos discursos do que realmente no que está sendo proposto. A discussão é se o Exército deveria fazer essa proposta ou não, se o presidente deveria interferir ou não, mas ninguém vai ver o que está sendo proposto.

Ministro, isso não é estratégico (querer colocar o Exército)?

Não sei, mas acho que falta é diálogo das instituições. O Exército não foi lá se oferecer; foi chamado a participar dessa discussão. E, já que foi chamado, ninguém pode reclamar depois. Não vejo dificuldade no que o Exército propôs ser adequado ou aceito, e a gente virar essa página. Acho que vai acontecer.

Quando o senhor diz que vai virar essa página, refere-se também ao 7 de Setembro?


Acho que antes disso. No Sete de Setembro não se tratará mais de urna. Vamos tratar de uma grande festa de apoio ao presidente.

No ano passado, também se esperava uma festa de apoio e deu no que deu, com o ex-presidente Michel Temer chamado a acalmar os ânimos. Corremos o mesmo risco este ano?


Tenho convicção de que não teremos mais esse tema no Sete de Setembro. Se Deus quiser, a gente vai virar essa página.

Quais fatores podem melhorar os índices do presidente? Vem mais algum programa de governo?


Estamos muito em cima da eleição para lançar novos projetos. Acho que o governo, agora, vai começar a colher os frutos. Não existe, hoje, um índice negativo no nosso país. Desemprego é melhor índice da nossa história; crescimento é um dos melhores índices do mundo; inflação é um dos melhores do mundo. Vamos ter agora deflação. Temos o combustível, talvez, um dos mais baratos do mundo. A energia, hoje, uma pessoa, ao abrir a sua conta, vê que cai 20%. Então, vamos colher os frutos de todos os sacrifícios que fizemos. Não tenho dúvida. Uso a máxima, aquele presidente americano, Ronald Reagan, dizia: ‘Se você estiver melhorando de vida, vote em mim. Se você estiver piorando de vida, vote na oposição’. E as pessoas estão melhorando de vida no país.

Esse olhar é o mesmo para o Nordeste? O senhor falou, recentemente, que o presidente Lula, enfim, terá um bom desempenho no Nordeste, mas não tão bom quanto os outros anos.


Sem dúvida. Lula, que é uma pessoa historicamente mais forte que o (Fernando) Haddad, vai ter muito menos votos do que o Haddad obteve na eleição passada. E o presidente Bolsonaro vai ter muito mais votos do que obteve na eleição passada. Ele vai ganhar em todas as grandes cidades. E, hoje, a gente vai depender dessa maturação para chegar no interior, nas pequenas cidades, em que o Lula ainda é muito forte. Temos uma base política que, na eleição, faz muito efeito. O PT, acho que, hoje, é o sexto ou o sétimo partido no Nordeste. É por aí. O meu é o maior partido do Nordeste em número de prefeitos e vereadores. E isso, numa campanha, tem um efeito muito forte.

Mas, às vezes, a gente não vê essa estrutura partidária trabalhando para o candidato do partido, né?


Isso acontecia no passado porque você não tinha identificação com o candidato. Meu partido mesmo, quando apoiava o PT, não tinha identificação com as teses do PT. Agora, nós temos. Não conheço nenhum deputado do partido que não esteja apoiando o presidente. Lógico, o deputado pede muito mais voto para si.

Nem Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que foi ministro do PT?

Ele não está pedindo votos para o Lula, não.

Então, nenhum pede?


Não conheço.

Se tiver, ninguém sabe, ministro?


Não vou dizer que todos, 100%, mas 99% do partido estão fechados com o presidente, coisa que não acontecia. Quando você ia para as eleições, era metade de um lado e metade de outro. Agora não. Hoje, há muitos partidos que estão com o presidente. O MDB, mais da metade apoia Bolsonaro. PSD, 80%. PL, 100%. Republicanos, quase 100%. Progressistas também. Então, hoje nós temos uma base muito mais forte. Vamos ter aí, arrisco dizer, 80, 90% dos prefeitos do país apoiando o presidente Bolsonaro. É um apoio importante. O presidente Lula, para você ter uma ideia, os candidatos dele ao governo só estão ganhando em seis estados, e isso é muito pouco para quem está liderando as pesquisas.

Mas são estados grandes, que fazem a diferença, São Paulo, por exemplo...


O partido do presidente Lula só está ganhando em dois, São Paulo e Rio Grande do Norte. Os candidatos que o apoiam estão ganhando em Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Pará. Não tem um candidato do Lula ganhando em outro estado.

E São Paulo, como o senhor avalia?

Em São Paulo, beira o impossível o Haddad ganhar no segundo turno. A disputa é entre Rodrigo (Garcia, governador candidato à reeleição) e o Tarcísio (de Freitas, candidato do Republicanos) para ver quem vai e ganha do Haddad.

Do jeito que o senhor coloca, pode-se falar, então, em eleição fácil?


Não existe fácil. São dois grandes líderes. O grande problema do Lula é que ele não pensava em encontrar um outro grande líder com ele vivo. Que fale diretamente com a população. Quem tivemos de grande líder? Getúlio, JK, Lula e, agora, Bolsonaro. E que se enfrentaram mesmo, só Lula e Bolsonaro agora. Então, é uma disputa difícil. Mas o eleitorado, daqui a pouco, vai poder comparar. Temos hoje uma dificuldade eleitoral para o presidente entre as mulheres e os jovens. Acho que já estamos crescendo no eleitorado feminino. E vimos, numa pesquisa, que o jovem não tem tolerância com a corrupção. Você pode perguntar. O jovem tem tolerância zero com a corrupção, só que ele não viveu a corrupção do PT. O jovem que hoje tem 20 anos, quando teve o mensalão e o petrolão, tinha 13, 14 anos, ele não viveu aquilo ali. Mas, agora, ele vai conhecer na campanha. Isso aí nós colocamos na (pesquisa) qualitativa e, quando ele (o jovem) vê aquilo, a reação é muito forte contra. Se vocês quiserem, produzam uma qualitativa e botem o jovem vendo os escândalos para ver se ele vota no PT.

Mas o secretário-geral do PT, Paulo Teixeira, nos disse no CB.Poder, quando perguntado sobre mensalão e petrolão, que o Centrão, o PP, e PL, que hoje estão com Bolsonaro estavam envolvidos...

Comandados por ele, comandado por eles. Não dá para eles entrarem nessa história de corrupção. Teve ministro da Economia preso, gente. Só por aí, você tira. E tudo do PT é “ão”, mensalão, petrolão. Não dá para comparar. Qual foi o recurso desviado no governo Bolsonaro?

Há denúncias na Educação, no Orçamento secreto...

Ah, há denúncias de que o ministro recebeu o pastor, mas cadê a mala de dinheiro que foi presa?


Então, a linha para os jovens será mostrar a corrupção que houve no governo do PT. E para as mulheres?


Em relação às mulheres, é questão de comunicação. A mulher, você não pega um presente, joga de qualquer jeito e entrega. Você tem que entregar com carinho. Será a forma de comunicar. Às vezes, o presidente demonstrou durante toda a trajetória uma certa rigidez, uma forma de falar. Mas, aqui dentro, ele se emocionava. Aquele presidente emotivo, que chorou ao ver a esposa falando dos momentos difíceis, tem que ser demonstrado quem é esse presidente. Agora, ele é ele, não dá para querer enquadrá-lo. Eu cheguei para ele, há algum tempo, e disse: “presidente, se o senhor se vacinar, o senhor cresce 8% na pesquisa, segundo um grande estatístico conhecido”. Ele disse: “Ciro, não vou fazer isso para ganhar voto”. O Lula teria tomado 25 vacinas se eu chegasse com essa conversa para ele. Então, essa é a diferença. Você não vai montar o Bolsonaro para ganhar a eleição. Nós só temos que fazer com que o lado dele mais sensível, e eu vi isso acontecer diversas vezes, ele se emocionar quando estava tratando de um tema difícil, que era duro. Isso aí precisa chegar na população.

O senhor conviveu com os dois, Lula e Bolsonaro. Quais os pontos que destacaria em cada um?


Os dois têm uma identificação única com a população. As pessoas olham para o Ciro Gomes, para o João Doria, para o Tarcísio, para o Haddad, para o Rodrigo Garcia e tem admiração. O cara é competente, é sério, isso e aquilo. Mas as pessoas não se veem lá. Bolsonaro e Lula, a diferença é que as pessoas olham e dizem, “esse aí é um de nós”. Esse é o ponto em comum básico para os dois políticos. A diferença é que eu acho que Bolsonaro coloca o país em primeiro lugar. O Lula coloca o partido dele em primeiro lugar. Os interesses pelo poder. Lula só é candidato por conta do partido dele. Tenho certeza de que, por vontade própria, ele não teria sido candidato. Por isso eu digo que o Bolsonaro de 2022 é muito melhor do que o Bolsonaro de 2018. O Lula é o contrário. Lula está querendo voltar ao poder, para devolver o poder ao partido dele. Essas pessoas que foram massacradas nos aviões, nas ruas. É uma forma de recuperação de imagem dessas pessoas, para elas voltarem ao poder. Não é para desenvolvimento do país, para o país crescer, para as pessoas melhorarem de vida. Acho que é essa a diferença.

Mas o Lula tem conseguido angariar apoios, para ver se liquida a fatura no primeiro turno. O senhor disse que hoje esta eleição tem cara de segundo turno. Esta disputa tem dois turnos ou se resolve no primeiro?


Tenho certeza de que Bolsonaro chega ao primeiro turno na frente. Não tenho nem dúvida. Com 15 dias de programa eleitoral, a eleição estará empatada. Quando as pessoas assistirem o que ele fez, o que ele pode vir a fazer pelo país, e virem o que Lula fez e a confusão que estava no país anteriormente, as pessoas vão pensar. O PT aposta que as pessoas vão votar com o estômago e com o fígado. As pessoas vão votar é com a cabeça. As pessoas olham para o Lula, e eu também vi isso em qualitativa, e gostam dele. Agora, quando você coloca o entorno dele, dizem: “ah, esse pessoal não pode voltar”. Qualitativa dá isso, as pessoas não querem a volta.

Mas o Alckmin não dá uma suavizada nesse quadro?


Eles erraram com o Alckmin. Não com a escolha, mas em que eles transformaram o Alckmin — e ainda bem que aconteceu isso. O Alckmin era para ser aquele que a gente conheceu, conservador, tucano. Virou o Alckmin da esquerda, cantando a Internacional Socialista com o chapéu do MST. Aí virou uma coisa que decepcionou as pessoas, por ele ter sido capaz de se submeter àquilo. Já conversei inclusive com amigos que tenho no PT, e eles disseram que foi erro de estratégia.

Então, o senhor acredita que o antipetismo será um tema central nesta eleição?


Virá forte. Hoje, você abre um jornal, vê um telejornal, é 90% pancada no presidente. Na eleição, vai ter que dividir o tempo. Você não vai ficar batendo no presidente todos os dias. Os tempos são iguais. Então, vai voltar, as pessoas vão se lembrar dos escândalos, o que está um pouquinho adormecido. Qual a dificuldade do Lula? Por que ele demorou tanto a fazer campanha? Porque precisava aparecer com as pessoas do lado, a Gleisi, o Lindinho (Lindhberg Farias), que é quem vai governar. Aí, as pessoas pensam: será que eu quero Dilma como ministra? Gleisi? Quem vai ser o ministro da Economia? Lula não vai fazer campanha sozinho. Cada vez que Lula sair, vai perder voto.

Agora, a oposição tem dito muito que pode ter golpe no país, que Bolsonaro é autoritário e não aceitará o resultado das urnas...


É um discurso, basta ver que o presidente Bolsonaro nunca chegou a nenhum cargo na vida dele sem ser pelo voto.

Mas o presidente, apesar de eleito pelo voto, insiste no discurso contra a urna, disse aos embaixadores que pode não ter eleição, criticou o sistema...

Não existe tema proibido. Acredito na urna, mas acredito que ela possa ser fraudada um dia. Se não pudesse ser fraudada, o TSE, ao longo do tempo, não estaria tomando diversas medidas para torná-la mais segura.

Mas isso não gera mais instabilidade?


Eu preferia estar tratando de outro tema. Como se diz na minha terra, isso é tratar de defunto ruim, perder tempo. Eu preferiria estar tratando do crescimento do país, da expectativa fantástica que o Brasil vai ter de investimentos, de ser um exemplo no controle da inflação, da redução do desemprego. Isso também (o discurso sobre a urna) é utilizado pelos meios de comunicação porque querem derrotar ele. Só querem falar nisso. Ninguém quer falar do aspecto bom. Você pode imaginar que, hoje, o Brasil tem inflação menor do que Estados Unidos e Inglaterra, gente? Isso aí eu tenho certeza de que vocês nunca pensaram em presenciar. Eu preferia estar tratando disso, mas, como diz a música, é o que temos para hoje.

Ele cancelou o evento da Fiesp, que era no dia da manifestação (11 de agosto). A partir de agora, a postura do presidente será a de evitar esses encontros?


Olha o manifesto (de defesa da democracia), por exemplo. O país inteiro poderia assinar esse manifesto, mas se tornou uma coisa política, para atacar o presidente. Então, perde um pouco o sentido.

Em relação ao Congresso, como está se projetando as bancadas, nesse cenário sem coligações para as proporcionais?


Esse é um grande fator pelo qual as pessoas vão optar pelo presidente Bolsonaro. Temos dois presidentes com uma rejeição muito alta. Então, na prática, o Lula, se ganhar, no dia seguinte, está com 40% de ruim e péssimo. Bolsonaro, idem. Qual a diferença dos dois? Base eleitoral e a forma de conquistar uma base eleitoral. Vamos eleger cerca de 350 deputados com um viés mais liberal. A esquerda vai eleger entre 130 e 150 deputados. O teto da esquerda é 150. O teto nosso é 370. Como é que o Lula vai cooptar essas bancadas? Emenda? Não tem mais isso, porque está tudo com o Congresso hoje em dia.

Ele quer acabar com o Orçamento secreto...


Quando? Em 2024? Já estará votado. Pegaria um presidente do Banco Central, o homem mais preparado que conheço na minha vida, por mais dois anos com viés liberal. Todas as agências reguladoras com um viés liberal. Como é que vai cooptar? Vai entregar de novo as estatais para os partidos? Vai entregar os ministérios de porteira fechada para os partidos, para cooptar? Olha o caos que seria no país. Você acha que as pessoas, hoje, vão aceitar você entregar o Banco do Brasil para um partido político? Caixa Econômica, BNDES? Não dá mais para voltar atrás. Seria muito ruim para o país. Na hora de votar, as pessoas vão pensar nisso. O presidente Bolsonaro, por mais que tenha uma rejeição grande, estará com uma base para fazer as transformações e continuar fazendo com que o país avance.

O que atrapalhou o governo, a pandemia?


Principalmente, a pandemia. Enfrentamos Brumadinho, logo no início, pandemia, inflação por causa da guerra na Ucrânia. O que seria desse país hoje se a gente tivesse, em tese, entregue R$ 750 bilhões a mais para o Tarcísio, para ele fazer de infraestrutura no país? Se tivéssemos pegado esse dinheiro e jogado no Orçamento da Educação? Imagine o que seria do país. Imagine investimentos com esse recurso. Se não tivesse inflação causada pela guerra, estaríamos falando em eleição atualmente? Ninguém enfrentou o que o presidente enfrentou. Não dá nem para comparar com qualquer governo. Qual foi o último governo do PT? Todos os índices eram trágicos da Dilma, sem pandemia, gente! Nem no pior momento da pandemia atingimos os índices do tempo da Dilma.

Por falar em pandemia, qual o discurso que o governo fará para contrapor as imagens do presidente imitando uma pessoa com falta de ar, e o pronunciamento com ele dizendo que era uma gripezinha?


Quando a Organização Mundial de Saúde convidou o Brasil para escrever o tratado sobre pandemia como um exemplo para o mundo, aí acabou qualquer coisa. O presidente pode ter errado em alguma palavra, mas as ações dele foram exemplares. Não faltou nenhuma vacina para nenhum brasileiro. Cuidamos, como ninguém cuidou nesse país, das pessoas que precisavam manter seus empregos e se alimentar. Ajudamos estados e municípios a não irem para o caos. Então, foi um exemplo. A gente precisa é de ação, não de discurso.

Mas ele deu o mau exemplo de não se vacinar...


Foi uma decisão dele. E se ele se vacinasse e faltasse uma vacina? Não faltou uma vacina no nosso país.

Mas muita gente diz que o governo se atrasou na compra...

Não, isso aí é uma narrativa. Não é justo dizer isso. No dia seguinte em que foi aprovado pela Anvisa, nós compramos a vacina. Isso aí é uma narrativa do pessoal lá da CPI, que eu chamo da República do Galeão. Do Getúlio Vargas. Você se lembra de algum nome da República do Galeão? Não, mas do Getúlio você se lembra, né? Esse pessoal vai ser esquecido. Ali, era a República do Galeão, que criou uma narrativa para atacar.

Mas, num determinado momento, foi preciso orientar o presidente em relação ao discurso das vacinas...


Algumas palavras foram mal colocadas. Mas o fundamental é que tivemos um exemplo de condução da pandemia para o mundo. O resultado final.

A oposição já está com as imagens dele dizendo que era uma gripezinha, imitando uma pessoa com falta de ar, imagens de caixões, as cenas da tragédia de mais de 600 mil mortos...


As pessoas viveram a pandemia, todos nós vivemos. Vão querer construir uma narrativa. As pessoas viveram, foram cuidadas e vacinadas. Isso é muito mais forte do que qualquer erro de comunicação. As pessoas viveram. Cadê os desvios? Aquele espetáculo grotesco que a CPI produziu, o que resultou de importante para o país? Nada. Aquele relatório do Renan (Calheiros) deveria ser jogado no lixo, foi uma CPI de cunho político para ser usada agora.

Mas as imagens são fortes...


Em relação a ações de governo, as imagens das malas de dinheiro, dos escândalos, das caixas de dinheiro, são mais fortes. Aqui, nunca teve nada parecido. Ministro da Economia foi preso lá atrás. Não precisa se falar mais nada. O que você quer? Palocci ou Paulo Guedes? Escolha.

E Presidência da Câmara? Como ficará no ano que vem?


Temos um presidente da Câmara que o país deve muito a ele. Tudo o que ocorreu no Brasil nos últimos tempos, o país deve muito a ele, foi graças a sua liderança.

Ele conseguiu a aprovação da PEC das bondades, que gerou o Auxílio Emergencial de R$ 600. Esse valor será tornado permanente no ano que vem?


Vamos trabalhar para tornar o Auxílio Emergencial permanente e aprovar depois das eleições.

E os recursos?


Se estamos pagando agora, pagaremos depois. Vamos encontrar os recursos. Há a reforma tributária que está no Senado, já aprovada pela Câmara, que pode ser usada.

Seja quem for o presidente eleito?


Vai ser o presidente Bolsonaro. O PT está cometendo o mesmo erro que Fernando Henrique Cardoso cometeu quando se sentou na cadeira prefeitura. Quem foi o prefeito? Jânio Quadros. Você gosta de futebol? Nem começou o jogo, e o PT está na beira do campo, gritando, acaba o jogo, acaba o jogo! Gente, mas o juiz não apitou nem o início! Ele está com medo do jogo.

Acredita que o Auxílio, que começa a ser pago na semana que vem, surtirá um efeito positivo para o presidente?

Vai (surtir), faça uma pesquisa depois para ver. O nosso foco, a partir de agora, é falar das coisas positivas que o governo fez, do otimismo do país. Se as pessoas estiverem melhorando de vida, não vão mudar (de presidente).

Mas o senhor falou que já estamos no segundo turno, e os demais candidatos não interferem, como Ciro Gomes e a própria Simone Tebet?


Sou um fã, já fui eleitor do Ciro no passado, meu amigo. Mas ele, a Simone, o pessoal entrou no meio de uma eleição histórica entre os dois maiores líderes populares depois que JK morreu. Nunca imaginei encontrar uma eleição dessas. É difícil outro candidato entrar.

Como é atuar tão diretamente nesse momento tenso, mas histórico, que o país está vivendo?


Essa questão da Casa Civil, nunca quis ser ministro. Sempre preferi indicar, pelo partido, um ministro. Esse desafio agora da Casa Civil veio num momento de instabilidade que o país estava vivendo. Acredito muito no presidente Jair Bolsonaro. Eu tinha restrições ao deputado Bolsonaro, mas ao presidente, sou um defensor. Muitas vezes até, a gente se surpreende com as atitudes dele.

Qual o ponto mais positivo de Bolsonaro?


É a pessoa mais bem intencionada que conheci na minha vida. Nunca conheci ninguém tão bem intencionado. Até certo ponto, de uma pureza que surpreende, quando ele fala.

E o defeito?


Espontâneo demais (risos). Ele fala tudo o que pensa e, às vezes, é deturpada muita coisa que ele fala. Você pega o que ele fala, corta uma coisa, e aí...
O presidente vai detalhar mais um programa de governo? O que se pode vislumbrar para 2023? O equilíbrio fiscal estará mais difícil, e o PT, por exemplo, já decidiu não detalhar uma proposta econômica.
O PT está com medo de mostrar quem vai governar, para as pessoas avaliarem os ministros. Estamos superando todas as previsões, e essa é mais uma que vamos superar. O país tem tudo para colher os frutos da política responsável do ministro Paulo Guedes e nos tornarmos uma potência como China, Índia, Rússia. Sofremos muito com a pandemia e com a guerra, mas há um lado positivo. O mundo não ficará dependente só da China e vai passar produzir mais em outros países. Hoje, o mundo tem uma dependência no que diz respeito a alimentos em nível mundial. Daqui a 20 anos, o alimento vai ser muito mais importante que o petróleo. Nesse setor de energia, temos chance de produzir investimentos. O Brasil será uma potência mundial se ele não “se ucranizar”.

Como assim, “se ucranizar”?


Grande parte está se ucranizando. O Macron acabou de ganhar uma eleição e perde o Parlamento. Para que isso não aconteça, é preciso ter um governo forte. Se houver um governo de esquerda, o Brasil vai se ucranizar. A América Latina já se ucranizou toda, praticamente. Só sobraram Estados Unidos, China, Rússia, que são governos fortes. Se tivermos um governo forte, teremos economia forte, povo forte. Se tivermos um governo fraco, teremos uma economia fraca e um povo fraco.

Aqui no DF, a chapa com Celina Leão de vice de Ibaneis está definida, uma vez que Damares está se colocando como candidata ao Senado?


Essa questão do Senado, achei que estava consolidada essa questão da Flávia. Mas, agora, Damares disse que seria candidata. Vai ter que se conviver com essa disputa. O mais importante é que Ibaneis se consolidou, praticamente não tem adversário. Está fazendo um grande governo. Arruda fez um bom governo, mas teve uma série de problemas. Não convivi com Roriz, mas o melhor governador que teve nos últimos tempos foi o Ibaneis.

No DF, o presidente sempre esteve muito bem, mas, nas últimas pesquisas, o Lula subiu.


Mas o presidente subiu. Aqui no DF o presidente já está na frente. E com uma margem razoável. Nosso grande desafio da campanha, para ganhar a eleição tranquilamente, é virar Minas e virar Rio de Janeiro. São Paulo, a gente já virou. (Agora) é aumentar a diferença em São Paulo.

Por isso, a escolha do Rio para o Sete de Setembro?

Acho que ele tem que focar muito no Sudeste agora, porque, no Nordeste, ele está muito melhor do que esteve na eleição passada. O PT encolheu muito no Nordeste. Para você ter uma ideia, o PT governa o meu estado há 20 anos. O meu partido fez quatro vezes mais prefeito na última eleição do que o PT.

Como está o cenário no Piauí?


Vamos ganhar bem. O candidato é o ex-prefeito Sílvio Mendes (UB), mais de 20 pontos na frente. A vice é minha ex-mulher (deputada Iracema) e o senador é o ex-prefeito de Floriano, Joel.

Lá, o senhor tinha uma aliança histórica com o PT, que foi rompida para esta eleição.


Não, foi rompida para sempre. Não me vejo com Wellington mais, não. Meu amigo, mas um desastre para o Piauí. Vinte anos de atraso.

Mas como fazer campanha longe do PT, nesse momento em que o PT domina no Nordeste?

A minha primeira eleição foi contra eles, a segunda foi do lado. Lula é muito forte. É tipo “o candidato do Ciro (Nogueira) vai ganhar, mas o Lula”...

E a pauta de costumes, continuará forte na campanha?


Acho que continua, porque o Lula e o PT defendem essa questão de aborto, ideologia de gênero, e o presidente é radicalmente contra.

https://www.correiobraziliense.com.br/

Rogério Carvalho, o candidato: “Estamos envolvidos em uma obra revolucionária que vai tirar as pessoas da fome”

 06 de Ago de 2022, 06h55


Rogério Carvalho oficializa candidatura ao Governo de Sergipe e se define como “o único apoiado por Lula”

O senador Rogério Carvalho, PT, confirmou sua candidatura a governador do Estado de Sergipe nesta sexta-feira, 5, e se tornou, oficialmente, segundo a assessoria dele, o escolhido de Lula no Estado. O anúncio foi feito durante ato público realizado pela coligação “Sergipe da Esperança”, formada pelo PT, PSB, PV, MDB, PC do B e pelo Solidariedade.

Na solenidade, que contou com a presença de representantes de todas as siglas que compõem a chapa, Rogério Carvalho falou sobre o que significa se candidatar a um mandato tão importante.

“É muito honroso para mim, ter sido escolhido candidato a governador do meu Estado pelos partidos que compõem a nossa federação. Nós não escondemos nossos aliados. Temos lado e assumimos quem está ao nosso lado. Os outros, não”, disse Rogério.

“Porque, ao nosso lado, está verdadeiramente o único time de Lula em Sergipe. Não há outro. E não haverá dois palanques em nosso Estado. Jackson Barreto, por exemplo, é um democrata que sempre esteve ao lado de Lula. Assim como Sérgio Gama, Valadares Filho e todos os demais companheiros e companheiras que estão juntos nessa caminhada. Do outro lado, eles não querem mostrar que têm candidato ao Senado que é bolsominion de carteirinha”, fustigou.

Rogério Carvalho ainda destacou a importância do ex-governador Marcelo Déda, PT, para a política do Brasil e, também, a forte influência que exerceu em sua própria caminhada.

“Honrarei todos os ensinamentos do meu amigo, do meu companheiro Marcelo Déda. Nós temos uma história de construção de experiência de gestão pública e, juntos, fizemos uma revolução na saúde de mais de 30 anos em apenas três”, afirmou.
Em outro momento de seu discurso, o candidato a governador Rogério Carvalho comentou sobre a importância de colocar amor em toda e qualquer ação, independentemente de estar ou não dentro da política.

“A gente precisa sentir, lá no fundo do peito, onde estamos e do que fazemos parte. E nós estamos envolvidos em uma obra revolucionária que vai tirar as pessoas da fome, da sede, da invisibilidade, do analfabetismo”, pontuou.

“Lembro-me da primeira vez que estive com o presidente Lula, em 1990. Ele sempre representou a unidade e a construção da luta popular dos mais diversos segmentos da sociedade. E, quando se tornou presidente, Lula influenciou o mundo inteiro.

Precisamos dar um basta nesse tipo de gente que quer comandar a sociedade, mas que acha que as mulheres são inferiores, que menospreza as pessoas LGBTQIA+ e que são racistas e preconceituosas com os pobres. Não podemos mais aceitar isso em nosso meio”, complementou.

Rogério Carvalho também relembrou os tempos em que assumiu as Secretarias de Saúde de Aracaju e do Estado, período em que trouxe, segundo ele, uma verdadeira revolução na atenção à saúde dos sergipanos, com a criação do Serviço de Atendimento Médico de Urgência - Samu - construção de mais de 100 clínicas da Saúde da Família, além da criação de hospitais na capital e municípios do interior.

“Lembro muito bem quando fui secretário da Saúde de Déda Sergipe foi o primeiro Estado a receber o Samu. Foi em nosso Estado, que plantamos essa semente e, como foi naquela época, voltarei a cuidar da nossa terra para que nosso povo possa voltar a semear e a colher os frutos da prosperidade”, disse o candidato.

COLIGAÇÃO SERGIPE DA ESPERANÇA - A coligação Sergipe da Esperança, encabeçada por Rogério Carvalho, e composta pelo PT, PSB, PC do B, MDB, PV e Solidariedade, apresentou, além dos nomes da chapa majoritária, 53 candidatos e candidatas à Assembleia Legislativa de Sergipe e 25 à Câmara dos Deputados.
 

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Zezinho Sobral: “Imagino-me um vice 100% afinado com o projeto de governo. Não defenderei projeto paralelo”

“Entendo que Fábio Mitidieri tem um coração voltado para o povo. Vejo em Fábio um cara mais amável”
06/08/2022-19h

Aparentemente, os sergipanos e o próprio Zezinho Sobral, PDT, 56 anos, se viram diante de uma surpresa com a confirmação do nome dele para formar um par com Fábio Mitidieri, PSD, na disputa pelo Governo de Sergipe no dia 2 de outubro, cuja convenção foi sacramentada na última sexta-feira, 5 de agosto.

Surpreso ou não, a Zezinho Sobral a convocação do seu PDT e do presidente Edvaldo Nogueira não lhe causou o menor espanto, muito menos contrariedade. Bem ao contrário. Uma vez chamado ao feito, Zezinho caiu de boca e é desde já um disseminador ativo de boas expectativas e destila entusiasmo por todos os poros.

“Diante da unanimidade, Edvaldo me perguntou se eu aceitaria. A resposta foi a óbvia: estou no grupo, integro o grupo, não tenho projeto pessoal, só tenho projeto coletivo, construía a minha reeleição de deputado, estava na expectativa de lograr êxito nela, mas nada disso poderia superar o desejo coletivo, então anunciei que deixava essa perspectiva de reeleição e iria trabalhar, agora, para a construção da eleição maior do nosso partido, do nosso grupo, com Fábio Mitidieri liderando tudo”, sintetiza Zezinho.

Zezinho Sobral jura que vai reunir todos os seus conhecimentos obtidos em muitos cargos públicos, incluindo algumas Secretarias de Estado estratégicas -, como as da Saúde e da Agricultura - e o único mandato de deputado estadual bem realizado para levar projeto de Fábio Mitidieri a público e, se ganharem, depois ajudá-lo a governar e aplicar o que terão prometido em campanha até o dia 2 de outubro. 

Transigente e tarimbado no trato com o poder, Zezinho Sobral pensa para si a postura de um vice-governador nada problemático.

“Imagino-me um vice-governador que estará absolutamente, 100%, afinado com o projeto de governo. Não serei dono e nem defensor de nenhum projeto paralelo”, diz ele.

“Defenderei tudo que integre o projeto de governo e ajude e facilitar as relações. Atuarei para criar uma interlocução cada vez maior com o povo, com a sociedade civil organizada, os sindicatos, as cooperativas, associações, comunidades de um modo geral. As agremiações políticas e municípios”, promete.

Na comparação do perfil de Fábio Mitidieri com outros pretendentes ao Governo de Sergipe, sobretudo com Rogério Carvalho, PT, Zezinho pinta seu colga de chapa com cores leves e bem brandas.

“Entendo que Fábio Mitidieri tem um coração voltado para o povo. Eu vejo em Fábio Mitidieri um cara mais amável. Um cara mais próximo das pessoas”, diz.

“Eu vejo que ele representa uma construção política e social e entendo que, por isso, ele tem um grupo político mais eficiente na construção de gestão pública e que pode, efetivamente, contribuir mais para Sergipe. E, repito, o que é muito importante, ele é uma renovação”, diz.
Zezinho conhece de perto a anatomia da gestão pública, tendo passado por aquelas diversas Secretarias de Estado – ele vai dizer os nomes de uma por uma na Entrevista – e acha que isso poderá ser útil a ele e a Fábio.

E dirá, também, que votará em Ciro Gomes no primeiro turno, que vai tentar eleger um deputado estadual do PDT para suprir a ausência dele na Alese, que espera mandar um pedetista sergipano para a Câmara Federal, reconhecerá em Edvaldo Nogueira um excelente condutor de partido e fará enormes afagos em Laércio Oliveira, o candidato ao Senado do bloco deles.

José Macedo Sobral nasceu em Laranjeiras no dia 26 de dezembro de 1965. É filho de José Sobral, o Zé Sobral, e de Ione Sobral - ambos foram prefeitos laranjeirenses. O pai, falecido, também foi deputado estadual.

De Fábio Mitidieri, Zezinho Sobral fala com uma propriedade e domínio que parecem estar em campanha juntos há um ano
Zezinho Sobral nasceu em Laranjeiras no dia 26 de dezembro de 1965. Dali, o pai e a mãe foram prefeitos

UM VICE APANHADO DE SURPRESA
“Na segunda-feira da semana passada eu não sabia que seria candidato a vice-governador. Não tinha a mínima noção. Nosso agrupamento tinha a expectativa definida de fazer aliança com Fábio Mitidieri. Nessa eleição, Edvaldo Nogueira e o PDT estiveram aliados ao PSD desde a pré-campanha”

JLPolítica - Há um mês o senhor se via candidato a vice-governador?
Zezinho Sobral - 
Há um mês? Não. Aliás, na segunda-feira da semana passada eu não sabia que seria candidato a vice-governador. Não tinha a mínima noção.

JLPolítica - Como é que o seu agrupamento chegou ao seu nome?
ZS - 
Nosso agrupamento tinha a expectativa definida de fazer aliança com Fábio Mitidieri. Nessa eleição, Edvaldo Nogueira e o PDT estiveram aliados ao PSD desde a pré-campanha. E o que estava acordado no processo era que Fábio, sendo escolhido, o PDT indicaria o vice-governador.

Zezinho Sobral é autor do projeto que criou a lei de mais amparo às queijarias sergipanas, que são muitas

JLPolítica - Até ali, o senhor não estava em cena.
ZS -
 Não. Porque nessa escolha o primeiro nome que veio foi o de uma pessoa muito querida da sociedade sergipana, uma grande empresária, grande mulher, trabalhadora, que cuida das empresas, cuida da família, enfim, que tem inúmeros compromissos, mas que, neste momento, entendeu que devia adiar esse ingresso na política, que não iria disputar esse pleito - que é a Danusa Silva, esposa de Edvaldo. Resolvida essa questão, Edvaldo senta à mesa com o Conselho Político da pré-candidatura de Fábio e propõe: “Olha, eu tenho no PDT deputados, vereadores, figuras históricas que estão na nossa relação e um que eu confio, e vou propor aqui, para começar, é o deputado Zezinho Sobral para que ele possa ser objeto de avaliação de vocês, uma vez que eu não quero uma imposição e tem que ser um consenso”.

JLPolítica - E daí...
ZS - Daí houve o consenso. Todos os líderes partidários, os que lá estavam presentes sob a condução do presidente do Conselho Político, que é o governador Belivaldo Chagas, incluindo Fábio, aprovaram. Foi, sim, uma unanimidade obtida sob os seguintes argumentos, transpostos por Edvaldo: que eu era deputado atuante, que estava no primeiro mandato, que tinha desempenhado um papel importante na Assembleia, que era líder do Governo, que sempre esteve leal ao projeto dele, que nunca houve nenhuma dúvida de quem eu apoiava nem para onde iria, e que essa lealdade e essa construção me credenciariam.

Zezinho, de camisa branca e segurando uma criança, com o pai Zé Sobral e a mãe Ione Sobral

NÃO FOI DIFÍCIL ABRIR MÃO DA REELEIÇÃO
“Diante da unanimidade, Edvaldo me perguntou se eu aceitaria. A resposta foi a óbvia: estou no grupo, só tenho projeto coletivo, construía a minha reeleição de deputado, mas nada disso poderia superar o desejo coletivo, então anunciei que deixava a perspectiva de reeleição e iria trabalhar para a construção da eleição maior do nosso partido, com Fábio Mitidieri liderando tudo”

JLPolítica - Mas levantaram mais algum argumento?
ZS - Sim. Além disso, de que eu sou político com alguma experiência administrativa, tendo em vista que fui diretor da Pronese, secretário de Estado do Trabalho, secretário de Estado da Agricultura, da Saúde, da Inclusão e da Assistência Social. Enfim, todas essas outras questões, que nos credenciavam administrativamente a contribuir com o projeto do grupo. Diante da unanimidade e não se estendendo a discussão, Edvaldo me perguntou se eu aceitaria. A resposta foi a óbvia: estou no grupo, integro o grupo, não tenho projeto pessoal, só tenho projeto coletivo, construía a minha reeleição de deputado, estava na expectativa de lograr êxito nela, mas nada disso poderia superar o desejo coletivo, então anunciei que deixava essa perspectiva de reeleição e iria trabalhar, agora, para a construção da eleição maior do nosso partido, do nosso grupo, com Fábio Mitidieri liderando tudo.

JLPolítica - Todo o seu gráfico, então, aponta para o fato de que foi Edvaldo Nogueira o indicador do seu nome?
ZS -
 É exatamente isso: foi Edvaldo Nogueira. Veja que a vaga de vice cabia ao PDT e Edvaldo lidera o PDT.

Zezinho Sobral pede permissão para dizer que, como deputado, representa a Alese inteira na disputa da Vice-Governadoria

JLPolítica - Não foi mais pelo fato de o senhor ser um governista, ligado a todo o governo?
ZS - Tenho absoluta certeza e nenhuma dúvida de que é uma indicação do PDT e nada do PSD. Edvaldo poderia indicar qualquer um e teria, de nós, o apoio total e completo. E ele fez essa opção por mim.

JLPolítica - Como é que o senhor se sente nesse projeto de candidatura a uma Vice-Governadoria?
ZS -
Sinto-me feliz, honrado, comprometido com o projeto, e desejoso e ansioso por corresponder à expectativa que me foi confiada. Vou trabalhar na campanha. Vou me dedicar a ela. Vou colocar tudo que eu tenha de conhecimento, de experiência e de relacionamentos na política para construção desse momento político, para que o povo de Sergipe entenda a proposta que nós estamos fazendo. E olhe, Jozailto Lima, quero registrar aqui: essa é uma proposta de renovação. É uma proposta de avanço e traz dois políticos jovens - eu e Fábio -, porque me considero tão jovem quanto Fábio, e os dois no exercício de mandatos. Os dois com experiência administrativa. De modo que é a renovação política real. Nós estamos falando do passo político concreto que está sendo dado envolvendo a nós dois: nenhum participou de uma eleição majoritária até agora. Então participar da eleição majoritária, estar sob essa construção, é algo que me engrandece. É algo que me deixa feliz, e eu espero ter - vou me dedicar nessa direção - a capacidade de convencer o povo sergipano de que esse é, de fato, o projeto de renovação importante.

Em Nossa Senhora da Glória, pátria das queijarias, Zezinho inspeciona de perto a aplicação da lei que as protege

“COLOCAREI TUDO QUE TENHA DE CONHECIMENTO”
“Sinto-me feliz, honrado, comprometido com o projeto, e desejoso e ansioso por corresponder à expectativa que me foi confiada. Vou trabalhar na campanha. Vou colocar tudo que eu tenha de conhecimento, de experiência e de relacionamentos na política para construção desse momento político, para que o povo de Sergipe entenda a proposta que nós estamos fazendo”

JLPolítica - E eventualmente eleito, que tipo de vice-governador o senhor se imagina?
ZS - 
Imagino-me um vice-governador que estará absolutamente, 100%, afinado com o projeto de governo. Não serei dono e nem defensor de nenhum projeto paralelo. Defenderei tudo que integre o projeto de governo e ajude e facilitar as relações. Atuarei para criar uma interlocução cada vez maior com o povo, com a sociedade civil organizada, os sindicatos, as cooperativas, associações, comunidades de um modo geral. As agremiações políticas e municípios.

JLPolítica - O senhor pensa num Governo de interlocução concreta.
ZS - 
Sem subterfúgiosO Governo tem que ser democrático acima de tudo. Republicano acima de tudo. Tem que ter relação com todos. Quero estar em meio ao trabalho administrativo que é produzido e exigido do governador. Compromissos, assinaturas, viagens e tal. A gente pode criar um canal de diálogo aberto e participativo com a sociedade e com os movimentos organizados. Tenho certeza de que os  setores produtivos do Estado de Sergipe terão conosco um canal aberto para conversar, para a interlocução. Farei o trabalho que já faço aqui na Alese, mas agora com mais proximidade, integrando o bloco e, repito, 100% alinhado com as diretrizes do novo governo. Nem um milímetro fora disso.

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JLPolítica - O senhor está a cerca de 50 dias da eleição. Quais são as chances reais de Fábio Mitidieri se eleger governador e o senhor obviamente vice?
ZS - 
Olha, Jozailto, sobre isso  quero lhe dizer o seguinte: eu vou me esforçar ao máximo, trabalhar diuturnamente, para apresentar esse projeto que acredito que seja bom para o povo sergipano. Qualquer um pode se eleger desde que consiga ter um bom projeto e que as pessoas que estão encabeçando esse projeto gerem confiança no eleitorado. Espero um “eu confio que esse cara vai fazer o que ele está dizendo”. Porque prometer, todo mundo promete, mas capacidade de realização nem todo mundo tem. Por isso eu quero mostrar à população sergipana que Fábio Mitidieri e nós, que somos o grupo que o apoia, têm um propósito, que é o de fortalecer o projeto de crescimento, de desenvolvimento, de geração de empregos, de melhoria de educação, de melhoria de saúde. Da infraestrutura. Sergipe tem a possibilidade com petróleo e gás, agora, de avançar economicamente com a atração de investimentos. O turismo avança. Então há, vamos dizer assim, um momento alvissareiro de atração de investimentos, e a gente pode convencer o povo sergipano de que nós dois - Fábio, principalmente, que é o chefe, que é quem comanda - com conhecimento e a vontade que temos, ajudaremos a concretizar isso em favor de Sergipe.

JLPolítica - Antes de ser convocado para essa condição de candidato a vice, o senhor teve alguma participação na elaboração do plano de governo que vai ser levado à sociedade?
ZS - 
Tive participação em inúmeros momentos. Só não participei das definições finais, mas, com a experiência de coordenação política que já tive, em alguns momentos a gente participou de reuniões prévias de planejamentos, de contribuições na formação da Caravana da Esperança, feita para a coleta de informações, para a participação da relação com universidades e outros órgãos. Nós sugerimos e participamos. Claro que foi executado por uma equipe que lá está, mas a gente contribuiu com a experiência de outros momentos, de 2014, de 2018, que tínhamos acumulada.

Um deputado para além do plenário e do gabinete: fiscaliza as obras da BR-101 em Sergipe, sempre em atraso

“100% ALINHADO COM AS DIRETRIZES DO GOVERNO”
“Tenho certeza de que os setores produtivos do Estado de Sergipe terão conosco um canal aberto para conversar, para a interlocução. Farei o trabalho que já faço aqui na Alese, mas agora com mais proximidade, integrando o bloco e, repito, 100% alinhado com as diretrizes do novo governo. Nem um milímetro fora disso”

JLPolítica - O fato de o senhor e Fábio estarem a compor uma mesma chapa não lhe preocupa na questão de gênero?
ZS - 
Não me preocupa. Eu quero dizer o seguinte: me preocuparia se houvesse, da nossa parte, qualquer tipo de preconceito com as questões de gênero. Mas não há. Não se deve tratar as coisas em função de ser ou não mulher, porque se tem alguém que valoriza, que prestigia, que reconhece e que homenageia as mulheres esse é Zezinho Sobral.

JLPolítica - De que modo isso se realiza?
ZS - 
Eu quero citar alguns exemplos: quando tivemos oportunidade de deixar o comando da Secretaria de Saúde, encontrei uma mulher, que é Conceição Mendonça, para nos suceder. Recentemente aplaudimos aqui a execução e as realizações de Márcia Guimarães, no comando do Hospital de Cirurgia. Minha mãe foi prefeita e gestora do município de Laranjeiras e teve de mim a colaboração, a participação e, mais do que isso, a defesa. Eu dizia: “Tem que ser uma mulher lá em Laranjeiras”. Veja que em inúmeras vezes já demonstramos a capacidade de fortalecer o público feminino  e quero registrar que na diversidade também. Todos precisam estar representados. Precisamos ter todas as comunidades. Aqui na Alese as comunidades dos terreiros, dos povos de matriz africana, tiveram sempre a minha recepção, a nossa participação. Quando fomos secretários, por exemplo, assinei o primeiro decreto consolidando e criando o Conselho LGBTQI+, que depois foi transformado em lei e eu, inclusive, fui chamado agora para ser homenageado na abertura da Parada Gay que, na verdade, não é só uma Parada Gay. É também um seminário de proposituras, de reivindicações, de consolidação da comunidade como um todo. Então não me passa nem de longe algo como “Ah, você está excluindo mulheres”. Muto pelo contrário. Acho que é uma junção de oportunidades. O que não pode é haver o inverso. O preconceito ao contrário: “Ah, não pode ser porque não é mulher”. Enfim, eu nasci assim e então preciso trabalhar para tornar o mundo melhor.

Chapa completa dos governistas: Laércio Oliveira, Fábio Mitidieri e Zezinho Sobral, com Edvaldo Noguera em maratona de convenção

JLPolítica - Em quanto a parceria com Laércio Oliveira pode contribuir com o projeto de vocês?
ZS - 
Eu entendo que devemos construir política em grupo. Eu conheço bem Laércio Oliveira, sei do trabalho que ele faz, conheço a conduta dele na construção da política e da execução dos serviços públicos. Na condução recentemente da Fecomércio, Laércio concluiu tudo que estava parado em termos de obras naquela importante instituição. Ele foi operacional, realizou, e a gente tem que entender e ver isso. A sociedade sergipana reconhece esse trabalho de Laércio. Ele é solidário. É um cara que diz: “Olhe, estou no grupo e nele fico”. E permanece. Não é um cara que mude e que pule de lado. Não é verdade? E, como deputado federal, trabalhou na construção de propostas interessantes. A Lei do Gás, para Sergipe, é importantíssima, e ele chamou para si essa responsabilidade, participou e trouxe. Então, veja: opções e divergências políticas momentâneas são naturais na política? Claro que são. E a composição da nossa chapa engloba todos os setores. Não é uma chapa de exclusão. É de inclusão. Estamos incluindo todo mundo no processo, tanto que o PDT faz parte - senão seria só o PSD. E faz o PP, também, assim como fazem parte diversos partidos que não estão na composição majoritária, mas compõem a composição proporcional, como União Brasil. Não vejo nenhuma dificuldade. Pelo contrário, me sinto muito à vontade.

JLPolítica - O fato de Laércio ser um bolsonarista não atrapalha?
ZS - 
Não. Permita-me aqui uma sinceridade: não vejo Laércio tão bolsonarista assim. Porque para sê-lo, ele teria que se declarar dessa forma. Até o partido que ele está é outro, não é o mesmo partido do presidente, que é 22. Laércio é do PP. Está no 11. Veja: eu acho que às vezes rotular a pessoa é complicado. E nacionalizar a campanha é mais complicado ainda. Nós temos que olhar é para o futuro de Sergipe. Nós não estamos discutindo quem é que você vota para presidente e sim quem é que você vota para governador, para representar o seu Estado, para conduzir a política com seriedade, com honestidade e fortalecer o Estado de Sergipe. É nisso que eu estou pensando.

Zezinho Sobral tirando um lero na Festa do Lambe-Sujo, auto da resistência negra de Laranjeiras, que ninguém é de ferro

SEM PRETENSÃO DE DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO
“Me preocuparia se houvesse, da nossa parte, qualquer tipo de preconceito com as questões de gênero. Mas não há. Não se deve tratar as coisas em função de ser ou não mulher, porque se tem alguém que valoriza, que prestigia, que reconhece e que homenageia as mulheres esse é Zezinho Sobral”

JLPolítica - Qual é o seu conceito da autoexclusão de Jackson Barreto deste grupo de vocês?
ZS - 
Jackson Barreto é um homem que tem uma história política. Que contribuiu. Que deu os melhores anos da sua vida para consolidar o regime democrático, e o regime democrático pressupõe multiplicidade de opiniões. Ele pode, em um determinado momento, acreditar em um projeto, e em outro, acreditar num diferente. Jackson é um cara que esteve junto do nosso projeto o tempo inteiro. Em algum momento ele resolveu optar, segundo disse, por uma opção nacional. Ele entende que deve verticalizar essa eleição. É um entendimento dele que respeito, que levo em consideração. Mas é um entendimento lá dele.

JLPolítica - O que faz de Fábio Mitidieri diferente ou melhor do que Rogério Carvalho para governar Sergipe?
ZS - 
Entendo que Fábio Mitidieri tem um coração voltado para o povo. Eu vejo em Fábio Mitidieri um cara mais amável. Um cara mais próximo das pessoas. Eu vejo que ele representa uma construção política e social e entendo que, por isso, ele tem um grupo político mais eficiente na construção de gestão pública e que pode, efetivamente, contribuir mais para Sergipe. E, repito, o que é muito importante, ele é uma renovação.

Olha lá no que deu hoje o bochechudinho Zezinho Sobral, com o pai e a mãe, há 55 anos

JLPolítica - O senhor vai de Ciro ou de Lula no primeiro turno?
ZS -
 De Ciro. Veja: nós não podemos mudar o nosso compromisso. Nós somos PDT e o nosso partido tem um candidato a presidente, que é Ciro. Seguiremos a agremiação e a sua direção. Um segundo turno é outra história, mas enfim temos que chegar lá primeiro. Uma coisa de cada vez.

JLPolítica - O que o senhor fará da base aliada da sua pré-candidatura a deputado estadual? Ficará órfã?
ZS - 
A minha base jamais ficará órfã. Primeiro, essa base terá, se assim Deus permitir, um vice-governador e um deputado estadual do PDT que ela possa escolher.

No corpo a corpo com o povo de Laranjeiras, seja em eleição ou no do dia a dia

“NÃO VEJO LAÉRCIO TÃO BOLSONARISTA ASSIM”
“Permita-me aqui uma sinceridade: não vejo Laércio tão bolsonarista assim. Porque para sê-lo, ele teria que se declarar dessa forma. Até o partido que ele está é outro, não é o mesmo partido do presidente, que é 22. Laércio é do PP. Está no 11. Veja: acho que às vezes rotular a pessoa é complicado. E nacionalizar a campanha é mais complicado ainda”

JLPolítica - O senhor vai apontar um pedetista para apoiar para deputado estadual?
ZS -
 Meu compromisso é com o partido de um modo geral. Eu respeito integralmente aqueles que estão conosco. Não tenho base comandada. Não tenho curral eleitoral. Tenho amigos que constroem política juntamente comigo. Eu respeito a opinião de cada um, e isso precisa ficar bem claro. Além de não ter curral eleitoral, não tenho base opressiva. Os amigos dialogam comigo e constroem política juntamente comigo. São pessoas de que conheço os irmãos, a família, o filho, o pai - a história de quem eu estou do lado - e a minha sugestão para eles é a de fortalecer o PDT.

JLPolítica - O PDT fará um deputado federal?
ZS - 
Torceremos e lutaremos bravamente com esse objetivo. Temos uma chapa importante, capaz de concretizar esse sonho. Acredito plenamente nisso.

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JLPolítica - Edvaldo tem sido um bom condutor do partido ou é omisso?
ZS -
 Tem sido um bom condutor. Edvaldo, já quando nos convidou, disse com clareza: “Estou formando um grupo e convidando pessoas que possam ajudar a fortalecer esse grupo”. Ponto. E tem sido presente. Ele me liga quase que diariamente sempre com um “vamos trabalhar, vamos…”.

JLPolítica - Em síntese, qual é o conceito do seu primeiro mandato como deputado estadual?
ZS - 
Eu faço uma avaliação primeiro numérica. Participei de 98% das sessões e de 100% das votações. Eu presido na Alese o Conselho de Ética, a Comissão de Redação Final, a Comissão de Orçamento e Finanças e a Comissão de Constituição e Justiça. Eu presido quatro e participo de mais quatro. São oito, no total. Apresentei muitos projetos dos quais tenho muita alegria. O das queijarias, das casas de farinha ou o do caranguejo elevado a patrimônio imaterial de Sergipe, que é tão comentado e festejado por conta da cultura. Mas também reforma das leis ambientais. Defendi projetos interessantes na construção de carreiras de funcionário público, penal e etc - então acho que é um mandato ativo, propositivo e exposto à população sergipana.

Zezinho: “Edvaldo tem sido um bom condutor. Já quando nos convidou, disse: “Estou formando um grupo e convidando pessoas que possam ajudar a fortalecer esse grupo”

NÃO ABANDONA BASE E TRABALHARÁ POR PEDETISTAS
“A minha base jamais ficará órfã. Primeiro, terá, se assim Deus permitir, um vice-governador e um deputado estadual do PDT que ela possa escolher. Meu compromisso é com o partido de um modo geral. Respeito integralmente aqueles que estão conosco. Não tenho base comandada. Não tenho curral eleitoral”

JLPolítica - O senhor acha que esse mandato contribui com a sua candidatura a vice?

ZS - Eu acho que duas coisas contribuem. Primeiro, não é só Zezinho Sobral que é candidato a vice. Tem um deputado estadual candidato a vice, e há nisso um prestígio da Assembleia Legislativa de Sergipe inteira. Poderia ser qualquer deputado aqui da Casa. Então sinto, e peço permissão aos pares para me dizer, na condição de deputado estadual, um representante da Assembleia Legislativa em uma chapa majoritária. Aqui é a Casa do povo e nela você tem mais da metade do eleitorado representado. Então ser vice é significativo e um orgulho para todos nós. Isso é importante. Segundo, cada um trabalha no seu estilo. O meu é um estilo mais aberto. Mais comunicativo e plural. A gente trabalhou em saúde, em educação, agricultura, cultura, turismo, pesca, em leis ambientais, etc, enfim, a gente contribuiu com diversos setores. E eu quero contribuição extensiva à Vice-Governadoria. 

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