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segunda-feira, maio 14, 2007

CEGUEIRA, LENTIDÃO E IMPUNIDADE

Por SOARES 14/05/2007 às 10:02
Há muito que se discute a necessidade de uma reforma profunda tanto na Justiça como instituição, quanto na legislação penal brasileira, defasada e construída para privilegiar os ricos e poderosos. O problema é que, a exemplo do que acontece com a reforma tributária e da reforma política, que também não andam, falta determinação política para coloca-las em prática.
CEGUEIRA, LENTIDÃO E IMPUNIDADE Dizem que a Justiça é cega. Pois no Brasil, sabemos todos, alem de cega ela é lenta. Lenta em prejuízo dos pobres e lenta em benefício dos ricos e poderosos. O cidadão pobre, para fazer valer algum direito ofendido, tem que se submeter a uma maratona que costuma durar anos ou até décadas, e muitas vezes, termina como causa perdida.O cidadão rico, especialmente agentes públicos do alto escalão dos três poderes, quando apanhado em alguma ilicitude, e , por isto, indiciado, conta com a lentidão da Justiça para escapar ileso, ao final do processo. Apesar de algumas arbitrariedades cometidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal em seus trabalhos de investigação, e da suspeita de uso político partidário das investigações por parte da PF, é inegável que a ação destes dois órgãos tem tido um saldo positivo no sentido de combater, tanto as diversas máfias que agem na iniciativa privada, quanto a corrupção endêmica que assola o poder público. A estes dois órgãos tem se somado, de modo menos freqüente, a ação investigativa de alguns poucos parlamentares nas diversas CPIs do Congresso, no sentido de produzir relatórios esclarecedores a respeito do comportamento pouco ético de órgãos e de agentes públicos. O fato é que a PF investiga e prende preventivamente, o MP investiga e denuncia, as CPIs investigam e produzem relatórios. Mas quando todo este material vai para a Justiça inicia-se um processo marcado pela morosidade, pela procrastinação, pela infinidade de recursos, pelas chicanas jurídicas, que, na maioria absoluta dos casos, termina na impunidade dos agentes públicos denunciados. Em Minas, por exemplo, o Promotor Gilvan Alves Franco, ex-coordenador da Procuradoria de Combate a Crimes Praticados por Prefeitos, conhece bem esta realidade, e se declara impotente. Em seis anos e meio, buscou a punição de agentes públicos em centenas de casos no Estado. Em vão. Segundo ele, em entrevista ao jornal O Tempo (06/05/07), ?...não tem prefeito preso em MG, onde existem 853 municípios. E foram centenas de processos. Eles vão sempre recorrendo, até que caímos na impunidade?.De fato, a lentidão da Justiça leva à prescrição da maioria dos processos e o trabalho de meses feito pelo MP ou pela PF vão para o espaço.A única punição que recebem os réus é a execração pública quando os casos ganham notoriedade. Porque caso contrário, nem isto. Há muito que se discute a necessidade de uma reforma profunda tanto na Justiça como instituição, quanto na legislação penal brasileira, defasada e construída para privilegiar os ricos e poderosos. O problema é que, a exemplo do que acontece com a reforma tributária e da reforma política, que também não andam, falta determinação política para coloca-las em prática. E esta determinação inexiste, certamente porque este estado de coisas beneficia, com a impunidade eterna, grande parte daqueles que se utilizam da carreira política para propósitos escusos. De fato, o Congresso Nacional, constitucionalmente responsável pelas reformas institucionais necessárias, não tem demonstrado nos últimos anos, nem aptidão, nem autoridade moral para implementa-las, ocupado que está por criminosos que usam o mandato parlamentar como mais um instrumento de impunidade. E também por um corporativismo velado, que faz com que todos se sintam navegantes de um mesmo barco e impede que se efetuem as mudanças necessárias para que a Justiça se torne mais ágil e mais eficaz Enquanto isso, somos confrontados diariamente com relatos sobre criminosos de colarinho branco impunes, protegidos pela morosidade ,beneficiados pelos artifícios jurídicos, pela onda interminável de recursos, pela chuva de liminares e por decisões arbitrárias de juizes venais. 100507 LEIA MAIS EM : http://blogdofasoares.blogspot.com/
Email:: fasoares15@bol.com.br URL:: http://blogdofasoares.blogspot.com/

Jornalistas também têm direito à liberdade de expressão

Por Sindicato dos Jornalistas Profissionais de GO 14/05/2007 às 17:18
Nota de Protesto 12/05/2007 Jornalistas também têm direito à liberdade de expressão
A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Goiás (SJPG) vêm a público protestar contra a demissão arbitrária de 28 jornalistas do jornal Diário da Manhã, de Goiânia, ocorrida na tarde de sexta-feira, dia 11/05. Protestamos também contra o constrangimento público e o assédio moral aos quais os profissionais foram submetidos. Os jornalistas foram demitidos por terem exercido o direito de se expressarem livremente, previsto na Constituição brasileira e falsamente defendido pela maioria dos empresários da comunicação. Pacificamente, sem usar palavras, vestiram-se de preto para expressar seu descontentamente com o atraso no pagamento de seus salários. Autoritariamente, o senhor Batista Custódio, dono das empresas Unigraf e Centro-Oeste, mantenedoras do Diário da Manhã, mandou que os descontentes fossem demitidos. Tão descabido quanto as demissões arbitrárias, foi o comportamento do dono do jornal e, infelizmente, de jornalistas ocupantes de cargos superiores, que se prestaram ao triste papel de assediar moralmente os colegas. Muitos jornalistas foram procurados por seus chefes imediatos para que trocassem de roupa e fossem se desculpar junto ao patrão. Era a forma de salvarem seus empregos. Todos foram obrigados a sair da redação imediatamente após o anúncio da demissão em massa. Os jornalistas que não haviam aderido ao protesto e os que preferiram salvar seus empregos foram obrigados a usar um adesivo confeccionado pela empresa com o significado "Eu amo o DM" (a palavra amo foi substituída no adesivo por um coração). Os jornalistas que ocupam cargos de chefia foram obrigados, ainda, a assumir a responsabilidade pela demissão dos colegas, em nota publicada na primeira página do Diário da Manhã do dia 12. Causou-nos espanto a reação despropositada e desproporcional da empresa, que reconheceu de público, na referida nota, que o protesto dos jornalistas era compreensível. De fato, ao trabalhador é facultado receber pelo seu trabalho. Os jornalistas do Diário da Manhã não receberam os salários de janeiro e fevereiro. Receberam o salário de março, mas foram informados de que não havia previsão para o pagamento do salário de abril. Estranhamente, o dono da empresa não admite que seus funcionários sequer fiquem descontentes com os atrasos constantes do pagamento de salários. Age como se o errado fosse o trabalhador e não ele próprio, que deixa de cumprir suas obrigações legais e éticas. Batista Custódio tenta estabelecer uma relação de compadrio com os jornalistas, em vez de preservar a relação de trabalho. É prática constante da empresa pagar seus profissionais parceladamente, por meio de "vales", que não são adiantamentos, mas pagamentos de salários atrasados. Os "vales", concedidos pessoalmente como se fosse um favor, constrangem os jornalistas e obviamente não suprem suas necessidades materiais. Muitos são os que estão sem energia em casa ou sem telefone. Igualmente, são muitos os endividados. A FENAJ e o SJPG repudiam essa situação constrangedora a qual os jornalistas do Diário da Manhã são submetidos, ao mesmo tempo em que prestam sua total solidariedade ao grupo que corajosamente decidiu lutar por seus direitos e que, por isso, foi covardemente demitido. As medidas legais para garantir os direitos dos jornalistas foram tomadas. Por fim, reiteramos a necessidade de todos jornalistas do Brasil lutarem contra a precarização das relações de trabalho no mundo do jornalismo e pelos direitos dos trabalhadores, incluído o direito à livre expressão. Goiânia, 12 de maio de 2007 Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Goiás Federação Nacional dos Jornalistas

CEGUEIRA, LENTIDÃO E IMPUNIDADE

Por SOARES 14/05/2007 às 10:02
Há muito que se discute a necessidade de uma reforma profunda tanto na Justiça como instituição, quanto na legislação penal brasileira, defasada e construída para privilegiar os ricos e poderosos. O problema é que, a exemplo do que acontece com a reforma tributária e da reforma política, que também não andam, falta determinação política para coloca-las em prática.
CEGUEIRA, LENTIDÃO E IMPUNIDADE Dizem que a Justiça é cega. Pois no Brasil, sabemos todos, alem de cega ela é lenta. Lenta em prejuízo dos pobres e lenta em benefício dos ricos e poderosos. O cidadão pobre, para fazer valer algum direito ofendido, tem que se submeter a uma maratona que costuma durar anos ou até décadas, e muitas vezes, termina como causa perdida.O cidadão rico, especialmente agentes públicos do alto escalão dos três poderes, quando apanhado em alguma ilicitude, e , por isto, indiciado, conta com a lentidão da Justiça para escapar ileso, ao final do processo. Apesar de algumas arbitrariedades cometidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal em seus trabalhos de investigação, e da suspeita de uso político partidário das investigações por parte da PF, é inegável que a ação destes dois órgãos tem tido um saldo positivo no sentido de combater, tanto as diversas máfias que agem na iniciativa privada, quanto a corrupção endêmica que assola o poder público. A estes dois órgãos tem se somado, de modo menos freqüente, a ação investigativa de alguns poucos parlamentares nas diversas CPIs do Congresso, no sentido de produzir relatórios esclarecedores a respeito do comportamento pouco ético de órgãos e de agentes públicos. O fato é que a PF investiga e prende preventivamente, o MP investiga e denuncia, as CPIs investigam e produzem relatórios. Mas quando todo este material vai para a Justiça inicia-se um processo marcado pela morosidade, pela procrastinação, pela infinidade de recursos, pelas chicanas jurídicas, que, na maioria absoluta dos casos, termina na impunidade dos agentes públicos denunciados. Em Minas, por exemplo, o Promotor Gilvan Alves Franco, ex-coordenador da Procuradoria de Combate a Crimes Praticados por Prefeitos, conhece bem esta realidade, e se declara impotente. Em seis anos e meio, buscou a punição de agentes públicos em centenas de casos no Estado. Em vão. Segundo ele, em entrevista ao jornal O Tempo (06/05/07), ?...não tem prefeito preso em MG, onde existem 853 municípios. E foram centenas de processos. Eles vão sempre recorrendo, até que caímos na impunidade?.De fato, a lentidão da Justiça leva à prescrição da maioria dos processos e o trabalho de meses feito pelo MP ou pela PF vão para o espaço.A única punição que recebem os réus é a execração pública quando os casos ganham notoriedade. Porque caso contrário, nem isto. Há muito que se discute a necessidade de uma reforma profunda tanto na Justiça como instituição, quanto na legislação penal brasileira, defasada e construída para privilegiar os ricos e poderosos. O problema é que, a exemplo do que acontece com a reforma tributária e da reforma política, que também não andam, falta determinação política para coloca-las em prática. E esta determinação inexiste, certamente porque este estado de coisas beneficia, com a impunidade eterna, grande parte daqueles que se utilizam da carreira política para propósitos escusos. De fato, o Congresso Nacional, constitucionalmente responsável pelas reformas institucionais necessárias, não tem demonstrado nos últimos anos, nem aptidão, nem autoridade moral para implementa-las, ocupado que está por criminosos que usam o mandato parlamentar como mais um instrumento de impunidade. E também por um corporativismo velado, que faz com que todos se sintam navegantes de um mesmo barco e impede que se efetuem as mudanças necessárias para que a Justiça se torne mais ágil e mais eficaz Enquanto isso, somos confrontados diariamente com relatos sobre criminosos de colarinho branco impunes, protegidos pela morosidade ,beneficiados pelos artifícios jurídicos, pela onda interminável de recursos, pela chuva de liminares e por decisões arbitrárias de juizes venais. 100507 LEIA MAIS EM : http://blogdofasoares.blogspot.com/
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Carta a um Meretíssimo

1º de maio de 2007 Sr. Juiz, ainda não sei se a Câmara dos Deputados vai me processar, como anunciou em plenário o presidente Arlindo Chinaglia. Mas, caso V. Exa. surja à minha frente de capa negra e cenho severo, quero que saiba exatamente do que me acusam, pois, nas palavras dos deputados e de seu presidente, eu teria insinuado que "os deputados são todos canalhas". Portanto, peço a V. Exa. que leia a íntegra de meu comentário na CBN, do dia 24 de abril de 2007: "Amigos ouvintes, Eu costumo colecionar absurdos nacionais que ouço, vejo ou leio nos jornais para fazer meus comentários aqui na CBN. Muito bem. Há dias em que não sei por onde começar. Há tantas vagabundagens neste país que só mesmo sorteando um assunto.
Eu sorteei um que saiu no jornal O Estado de S. Paulo e acho que foi um peixe grande. O amigo ouvinte já deu a volta ao mundo? Não sei se sabe que são 44 mil quilômetros. Pois bem... Todos sabemos que nossos queridos deputados têm o direito de receber de volta o dinheiro gasto em gasolina, seja indo para seus redutos eleitorais, ou para o motel com sua amante ou seu amante. Pois bem, a Câmara, ou melhor, você e eu, meu amigo, nós pagamos esse custo, desde que eles levem notas fiscais para comprovar o gasto de gasosa. Muito bem, de novo. Vai prestando atenção. Nos primeiros dois meses da atual legislatura, os deputados, em dois meses apenas, pediram o reembolso de 11 milhões e 200 mil reais, pagos com a verba da Câmara. Os repórteres do Estadão Guilherme Scarance e Silvia Amorim fizeram as contas e concluíram que entre fevereiro e março, com dinheiro público, os deputados teriam gasto um milhão de litros de gasolina. Ou seja, essa quantidade de gasolina daria para dar a volta ao mundo 255 vezes. São 255 vezes 44.000 quilômetros, que dá a distância de 11.200.000 quilômetros. E a í é que vem a resultante espantosa: A distância da Terra à Lua é de 384 mil quilômetros, ou seja, senhores, senhoras ouvintes, daria para fazer a viagem de ida e volta à Lua 15 vezes.
Será que eu fiquei louco? Se algum matemático me ouve, verifique se estou errado. Mas acho que não. E o procurador-geral do Tribunal de Contas da União, sr. Lucas Furtado, denunciou-os dizendo que é uma "forma secreta de dar aumento de salários que eles não têm como justificar"... Será que o sr. Arlindo Chinaglia não vê isso ou só pensa no bem do PT? E me digam, amigos, quando é que vão prender esses canalhas? Quando a PF vai encanar essa gente, com humilhação? Quando? Ah... desculpe... eles têm imunidades e também foro privilegiado... É isso aí... amigos, otários como eu..." Esse foi o meu "crime", Sr.Juiz.
Irrefletidamente, escrevi "os deputados", talvez parecendo uma generalização; mas é óbvio que me referia aos autores da falsificação de notas fiscais das viagens interplanetárias e não a todos os parlamentares, principalmente porque há alguns que respeito profundamente - talvez não mais que uns 17, já que ultimamente cresceu o número dos 300 picaretas referidos uma vez por nosso "grande timoneiro". Além disso, Sr. Juiz, quero deixar claro que considero o Legislativo a maior conquista que nos legou o Império, há mais de 150 anos, fundamental instituição nestes tempos lulistas, bolivarianos e equatorianos, para impedir que parlamentares sejam caçados nas ruas como ratazanas grávidas, como acontece na Venezuela e no Equador. Sempre defendi o Legislativo, como aconteceu no episódio do petista Bruno Maranhão, milionário bolchevista que invadiu a Casa. Desafio meus denunciantes, Meritíssimo, a mostrar uma frase de meus comentários, em que expresse desejo de que o Legislativo seja enfraquecido. Em 1996, pediram minha cabeça ao saudoso Luis Eduardo Magalhães, quando falei que "deputados do Centrão estavam sendo comprados como num ´shopping center´". Quiseram capar-me, Meritíssimo.
Nove anos depois, vimos que eu não estava tão errado assim, com o advento épico do mensalão, das sanguessugas e dos "dossiês", seguidos de esfuziantes absolvições de quase todos (os três últimos foram agora reeleitos e absolvidos pelo "povo"). Mas, em todos meus uivos e ganidos, sempre ansiei pela pureza do Legislativo, contra os políticos que nele entram ou para fugir da polícia ou para viver num país paralelo, cheios de privilégios, sem pensar um minuto em nós, que eles deveriam representar. Em meus devaneios românticos, sonho com Joaquim Nabuco, Tavares Bastos, Zacharias de Góes, Ruy Barbosa e, mais modernamente, em gente como San Thiago Dantas, Milton Campos, homens que, quando assomavam à tribuna, o vulto de Montesquieu brilhava no teto e invadia as galerias. Meritíssimo Juiz, nesses anos de comentarista nunca tive o sádico prazer de emporcalhar o nome do Congresso, nem mesmo por falta de assunto. Neste caso, quando denunciei, junto com o Estadão , essa fraude intergaláctica, esperava candidamente que as notas fiscais fossem conferidas e os ladrões punidos. Não imaginava que fossem processar o denunciante, como se fazia na antiguidade, matando-se o mensageiro de más notícias. E mais, Meritíssimo, se um dia os nobres deputados apresentarem projetos de Lei para o bem dos brasileiros, condoídos com a miséria que nos rói, se um dia eu visse alegorias patrióticas, trêmulos oradores, polêmicas sagradas, gestos indignados pelo bem do Brasil, meus comentários virariam hinos de louvor, panegíricos à instituição. Assim sendo, Meritíssimo, peço a V. Exa. que me absolva, com a mesma leniência concedida recentemente a grande brasileiros como Waldemar da Costa Neto, Paulo Rocha, José Janene, e tantos outros...
Agora, se V. Exa. se decidir por minha condenação, peço-lhe um único favor, humildemente: Condene-me a serviços comunitários, como faxineiro da Câmara dos Deputados , e garanto a V. Exa. que varrerei a sujeira dos tapetes verdes, lustrarei bronzes e mármores com o mesmo zelo e empenho que tenho tido, nos últimos 15 anos, usando apenas as vassouras da ironia e as farpas do escovão. Atenciosamente, Arnaldo Jabor
Fonte: Brasil Verdade

Tributos consomem 145 dias de trabalho

Oswaldo Scaliottida Redação
Em 2006, o brasileiro teve que trabalhar 145 dias para pagar tributos que consumiram 39,7% da sua renda. Há 20 anos, apenas 82 dias de trabalho eram suficientes
14/05/2007 01:44
Em duas décadas, os brasileiros quase dobraram o número de dias trabalhados para arcar com a carga tributária incidente sobre sua renda, consumo e patrimônio. Em 1986, 82 dias ou dois meses e 22 dias de trabalho eram necessários para arcar com impostos, taxas e contribuições. Já no ano passado, cada brasileiro precisou, em média, de 145 dias de trabalho (quatro meses e 25 dias) para pagar os tributos, conforme os dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Os números do IBPT mostram ainda que o brasileiro destinou, em 2006, 39,72% da sua renda para pagar tributos, contra 36,9% do registrado em 2003. Na segmentação por renda, a carga maior é sobre a classe média - famílias classificadas pelo Instituto como aquelas com rendimentos de R$ 3 mil a R$ 10 mil. Essa faixa de renda teve que destinar 42,58% dos seus ganhos mensais para esse fim. Já as famílias de classe baixa, que recebem até R$ 3 mil, destinaram 39,72% da sua remuneração bruta para os tributos, contra 41,53% do gasto das famílias com renda superior a R$ 10 mil (classe alta). A carga tributária que esvazia o bolso do trabalhador é a mesma que contribui para as baixas taxas de crescimento econômico do Brasil, como demonstram estudos e analisam os especialistas consultados pelo O POVO. Entre 1996 e 2006, o País viu os tributos avançarem de 25,19% para 35,21% do Produto Interno Bruto (PIB), que é o total de riquezas gerado pela nação. Enquanto a carga tributária sobe e sufoca a renda, o consumo e o setor produtivo, o Brasil experimenta níveis de crescimentos econômicos pífios. No ano passado, o PIB brasileiro aumentou apenas 3,7% conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o pior crescimento da economia entre os países emergentes que formam o Brics (grupo de que reúne, além do Brasil, a Índia, a Rússia e a China). O avanço da economia nacional foi bem atrás do da China, campeã de crescimento com 10,7%, Rússia (6,7%) e Índia, que deve ter crescido cerca de 9%, no ano passado. O especialista em Política Fiscal pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, Alberto Amadei, analisa que a carga tributária, junto com as altas taxas de juros e com o câmbio desvalorizado (real muito forte), são os três principais entraves que não deixam a economia do País crescer com mais vigor. Comparado aos outros membros do Brics e demais países emergentes, que experimentam aumentos do PIB bem mais significativos, o Brasil é de longe o que possui a maior carga tributária. Na China, Índia e Rússia os tributos equivalem a 13,4%, 13,8% e 31,2% do PIB, respectivamente, conforme levantamento da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OECD). Um país vizinho como a Argentina, que possui carga tributária de 22% do PIB, cresceu 8,5% no ano passado. Aliás, na América Latina, o crescimento de 3,7% da economia brasileira foi apenas o vigésimo da região, à frente apenas do Haiti (com 2,5%). A presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Suely Chacon, diz que é muito difícil o País crescer com essa elevada carga tributária. Ela lembra que a tributação reduz a capacidade das empresas de investir e de gerar empregos e, por outro lado, dificulta o consumo. A economista explicita que, além do Imposto de Renda, outros tributos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviços (ISS), ajudam a encarecer o preço final dos produtos ao consumidor e minam a capacidade de compra do trabalhador. Conforme Suely, a carga tributária incentiva também a informalidade no País e a geração de postos de trabalho com baixos rendimentos. Um dos motivos que tem contribuído para a menor abertura de empregos formais (com carteira de trabalho assinada) é o alto custo tributário incidente sobre a folha de pagamento. Uma empresa chega a gastar mais 102% sobre o salário para pagar contribuições e custos trabalhistas. Entenda Tributação sobre a renda: é composta principalmente pelo Imposto de Renda. Além deste, há as contribuições previdenciárias (INSS e outros regimes) e as sindicais. Tributação sobre o patrimônio: compreende tributos como o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) e o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). Tributação sobre o consumo: é a aquela que pesa na composição dos preços de produtos e serviços, em virtude do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Serviços (ISS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Além de Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), entre outros. Outras taxas e contribuições: são aquelas cobradas pela emissão de documentos, iluminação pública, coleta de lixo, entre outras.
Fonte: Jornal O POVO

Hoje é Dia Delas! Libera o Bingo!

Por: José Simão

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! E hoje é dia delas. Da Mama. Da Jocasta! Dia das Mães devia ser comemorado junto com o Dia do Trabalho; é tudo uma coisa só! E se eu fosse mãe do papa, sabe o que eu falaria? 'Filho, troca esse sapato, pelo amor de Deus!' Rarará! E mãe de dono de bingo? O que elas fazem no Dia das Mães, se não tem bingo? E o que eu vou dar pra minha mãe? Nada! Porque amor é espiritual, e não material! E a melhor frase sobre mãe ainda fica com o Lula: 'Minha mãe nasceu analfabeta'. E a minha nasceu analfabeta, careca, virgem e desdentada! Rarará! Pior aquele filho ingrato que estendeu a faixa: 'Minha mãe é dez, mas, se pagar à vista, pode levar por oito'. E essa: 'Faça sua mamãe feliz: dê Viagra pro papai'. E visitar a mãe no interior? Você passa por dois pedágios, faz a volta e volta pra casa. Acabou a grana. Não se pode mais visitar a mãe no interior. Pior aquele que vendeu a mãe pra comprar o presente! E supermãe é aquela que, quando liga pro celular do filho e ele não atende, fica ligando pro celular dos amigos. E todo ano eu conto essa mesma piada porque, afinal, mãe é tudo igual. Sabe qual a diferença entre a mamma italiana e a mãe judia? É que a mãe italiana fala: 'Se você não comer tudo, eu te mato'. E a mãe judia: 'Se você não comer tudo, eu ME mato'. Rarará. Aliás, a revista 'Caras' podia fazer um número especial sobre mães judias: ÇARAS! Rarará. E um amigo me falou que queria ser filho da Madonna. Pra mamar até os 18! Rarará! É mole? É mole, mas sobe. OU como diz o outro: é mole mas, se provocar, ressuscita! Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heróica e mesopotâmica campanha 'Morte ao Tucanês'. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que no Japão tem uma marca de sucos chamada Kagome. Eu podia fazer um comercial, tipo depoimento pessoal: 'Tomo esse suco e Kagome todo'. Rarará. Mais direto, impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil! E atenção! Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Empapuçado': companheiro ateu que não agüenta mais ouvir falar do papa. Rarará. O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje, só amanhã! Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! E quem não tem colírio pode pingar Lexotan com Fanta Uva diet! simao@uol.com.br

Em cem dias, Câmara gasta R$ 449 mil em viagens

LETÍCIA SANDERda Folha de S.Paulo, em BrasíliaNos cem primeiros dias desta legislatura, a Câmara já gastou R$ 449,3 mil em diárias e passagens de deputados que viajaram para cumprir "missões oficiais" no Brasil e no exterior.Em média, a Casa gastou R$ 32 mil por semana para custear os deslocamentos. Foram feitas 64 viagens no período, 52 delas para fora do país. Os dados oficiais foram repassados à Folha pela assessoria da Câmara. Nos últimos quatro anos, a Câmara gastou R$ 7,3 milhões com diárias e passagens para que deputados participassem de "missões oficiais".Para representar o Parlamento, os deputados ganham diárias de até US$ 350, no caso de destinos internacionais. Eles têm 15 dias após o retorno para apresentar um relatório, disponibilizado no site da Câmara (www.camara.gov.br). Porém, não há punição prevista para quem não entregar.Os destinos dos parlamentares nestes três primeiros meses são diversos. Vão de Manaus a Bali, na Indonésia, onde seis deputados acompanharam a 116º Assembléia da União Interparlamentar, reunião que, neste ano, centrou as discussões em temas ambientais.Nenhum dos relatórios dos participantes dessa viagem estava disponível para consulta pública até sexta-feira. Os destinatários ouvidos pela Folha, que receberam US$ 3.500 da Câmara em diárias e ficaram 13 dias fora, não integram a Comissão de Meio Ambiente. "Deputado tinha que conhecer o mundo inteiro. Aqui é que tem esse patrulhamento ridículo", criticou João Almeida (PSDB-BA), que foi a Bali.A posse do Parlamento do Mercosul, na semana passada, em Montevidéu, gerou polêmica. Fernando Gabeira (PV-RJ) e o presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP) bateram boca porque Gabeira reclamou do número excessivo de deputados na delegação. Segundo a Câmara, 11 deputados viajaram em missão oficial para o evento, com os custos, estimados em R$ 45,9 mil, pagos pela Casa. Outros 18 também foram ao Uruguai --de "carona" no avião da Força Aérea Brasileira que levou Chinaglia ao evento.A assessoria da Câmara afirma que a Casa não gastou nada com os 18 deputados, já que eles não receberam diária.A reportagem da Folha procurou Chinaglia na sexta-feira para questioná-lo sobre critérios de seleção dos deputados, mas não houve retorno.

Hepatite C, uma endemia silenciosa

Por: Doutor Raymundo Paraná *
Descoberta há pouco mais de 15 anos, a hepatite C, responsável pela inflamação persistente do fígado, é uma doença silenciosa que atinge indistintamente pessoas de qualquer classe social, idade, sexo ou raça, podendo levar décadas para alcançar estágios mais avançados de doença hepática, tal como a cirrose e o câncer no fígado. Por ser uma doença de conhecimento recente, a Organização Mundial da Saúde a reconhece como um grave problema de saúde pública mundial. São mais de 170 milhões de infectados em todos os continentes, e desses, em média, 80% desenvolvem a forma crônica da doença. Aproximadamente 20% evoluem para a cirrose hepática. Os números no Brasil também são preocupantes. De acordo com recentes estimativas do Ministério da Saúde, confirmadas por estudos populacionais desenvolvidos em Salvador e em São Paulo, podem existir cerca de dois milhões de portadores do vírus C, ou 1,5% da população, sendo a cirrose e o carcinoma hepatocelular induzido por este agente a principal causa de transplante de fígado no País. As estatísticas também colocam a hepatite C como uma epidemia cinco vezes mais comum que a da AIDS, que atualmente acomete 600 mil pessoas no Brasil. Por se apresentar de forma assintomática, a maioria dos portadores não sabe que tem a doença ou, simplesmente, desconhece suas sérias conseqüências. Outros fatos que agravam e desafiam o combate à hepatite C é que ainda não há vacina disponível. Além disso, a diversidade do genoma viral lhe confere excepcional habilidade para desenvolver mecanismos de escape do sistema imunológico do hospedeiro. Existem vários genótipos virais, sendo que alguns, como o genótipo 1, são mais resistentes ao tratamento, o que torna os pacientes menos respondedores às medicações atualmente disponíveis. Este genótipo é responsável por 60 a 70% das infecções no Brasil. Diante de um cenário preocupante como esse, é preciso esclarecer que há cura para a hepatite C e, acima de tudo, ela pode ser prevenida. Mesmo depois de contraída, com o diagnóstico e tratamento precoce, são altos os índices de resposta ao tratamento e chances de cura, que podem variar de 50 a 90 % dos casos, dependendo do genótipo viral e de outros aspectos pertinentes ao hospedeiro e ao estadiamento da doença. Os pacientes que eliminam definitivamente o vírus após o término do tratamento, ou seja, que obtém a chamada resposta virológica sustentada (RVS) deixam de estar sob o risco de apresentar as complicações tardias da doença e não mais necessitam do uso de medicamentos. * Doutor Raymundo Paraná é Professor Livre-Docente em Hepatologia Clínica da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Fonte: A Tarde On line

Regularizado tratamento para hepatite C

Por: Tássia Novaes
À primeira vista, as instalações do hospital Manoel Vitorino, referência no tratamento de hepatite C na Bahia, causam desconforto aos olhos de quem está acostumado com as salas climatizadas e bem decoradas dos consultórios da medicina particular. Unidade da rede estadual de saúde, o hospital carrega a estética da deterioração fixada em nossas mentes graças à falta de infra-estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS). Mas é no setor Farmácia de Alto Custo, uma sala estreita, onde prontuários e remédios dividem a mesma prateleira, que está guardado o antídoto para a hepatite C, doença que atinge, sem distinção de classe social ou etnia, cerca de dois milhões de pessoas no Brasil, número cinco vezes superior à quantidade de portadores do vírus HIV, segundo dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS). O acesso aos remédios é gratuito e independe de a pessoa ter ou não plano de saúde. “Tem que fazer o cadastro aqui no hospital e entrar na fila para receber a medicação”, explica Rosemeire Fernandes, coordenadora da Farmácia de Alto Custo desde a fundação em 2002. Atualmente, 128 pessoas estão em fase de tratamento no Manoel Vitorino e a procura por remédios não pára. “Só em abril, recebemos 14 casos novos”, ressalta. A partir do cadastro, a pessoa aguarda de 30 a 90 dias até ser chamada para iniciar o tratamento, informa o serviço social do hospital. Mas até pouco tempo, “entrar na fila” significava esperar por um ano, período considerado longo e angustiante para quem anseia a cura de um mal que, sem tratamento, pode levar à morte. De dezembro de 2005 até janeiro de 2007, centenas de pessoas ficaram sem remédio devido à burocracia envolvendo falta de acordo entre laboratórios fabricantes de interferon e ribavirina - drogas farmacêuticas utilizadas no tratamento da hepatite C – e o Ministério da Saúde, ocasionando uma demora no repasse da verba federal para a secretaria de saúde do estado. “A gente suspeita que isso tenha acontecido por causa da troca de governo. Contamos mais de 200 pessoas na fila de espera, muitas em estado avançado da doença, precisando do remédio para não morrer. As pessoas foram prejudicadas por uma questão política”, diz Rômulo Corrêa, presidente da ONG Vontade de Viver, pioneira no apoio aos portadores de hepatite C na Bahia, referindo-se à transição do Governo de Paulo Souto (DEM) para Jaques Wagner (PT). Questionada sobre a falta de medicamentos, a coordenadora da Farmácia de Alto Custo, Rosemeire Fernandes, explicou que os pacientes em tratamento continuaram a receber os remédios no período de dezembro de 2005 a janeiro de 2007. “Acontece que não foi possível incluir novos pacientes, pessoas que tinham se cadastrado depois do impasse. Para esses não tinha remédio, por isso tiveram que esperar tanto tempo, mas agora a situação está regularizada. Não vai faltar remédio”, garante. Pela primeira vez no Manoel Vitorino, a publicitária Daniela Schriefer, 38, optou fazer o tratamento pelo SUS depois que o plano de saúde, Bradesco Saúde, não reconheceu o interferon como medicamento. “Pedi os remédios ao plano, gostaria de fazer o tratamento em uma clínica de oncologia, mas o plano não cobre e não tenho como comprar os remédios porque são muito caros”, conta. Na ONG Vontade de Viver há registro de outros casos de pacientes que tentaram fazer o tratamento pelo plano de saúde, mas não conseguiram pelo mesmo motivo. E mesmo que o plano cobrisse o tratamento, Schriefer teria que buscar todo mês no Manoel Vitorino as caixas de ribavirina para atrelar às dosagens de interferon. “O tratamento só é eficaz com os dois remédios e a ribavirina só é distribuída aqui no hospital”, diz Fernandes. Alto custo - Uma injeção de interferon custa R$ 1,5 mil. Cerca de 70% dos portadores de hepatite C possuem o genótipo 1 da doença, situação que requer 48 aplicações do remédio durante um período de 11 meses. Considerada como droga de última geração, o uso de interferon deve ser combinado a ribavirina. Cada caixa de ribavirina custa R$ 500. Há pacientes que necessitam de duas caixas do remédio por mês. Somando os gastos por baixo – a dosagem depende de vários fatores como tipo do genótipo viral, estágio da doença e peso do paciente – o tratamento durante 11 meses não sai por menos de R$ 83 mil. O diretor do hospital, doutor Paulo Bicalho, lembra ainda que por ser uma medicação de alto custo, o protocolo federal exige que o medicamento seja dispensado e aplicado em ambiente laboratorial. Para ele, algumas pessoas temem a qualidade do tratamento só porque é público. “É uma forma de preconceito, porque, na verdade, não há outro tratamento a não ser esse e é muito eficaz”, diz. A professora Maria de Fátima Leite acompanha o tratamento do marido, portador da hepatite C, há três anos no SUS. “Sempre pego os remédios aqui no hospital [Manoel Vitorino] e nunca tive problema. Aliás, não teríamos condição alguma de comprar o remédio se o governo não distribuísse gratuitamente”, conta. Desde 2003, cerca de 400 portadores da hepatite C já foram tratados no hospital Manoel Vitório. Pacientes do interior do estado também são tratados na Farmácia de Alto Custo do Hospital. Só em Salvador, estima-se cerca de 45 mil pessoas infectadas com o vírus da hepatite C. Na Bahia, são 200 mil, segundo informações da Organização Não-Governamental Vontade de Viver.
Fonte: A TARDE Online

Trecho do discurso de Bento XVI na missa

SÃO PAULO - Veja abaixo trecho do discurso feito na missa de ontem, em Aparecida, pelo papa Bento XVI. O texto foi distribuído pelo website oficial da visita do papa ao Brasil - www.visitadopapa.org.br. Trata-se do texto original (com um pequeno trecho escrito em espanhol).
“Veneráveis irmãos no episcopado, queridos sacerdotes e vós todos, irmãs e irmãos no Senhor! Não existem palavras para exprimir a alegria de encontrar-me convosco para celebrar esta solene Eucaristia, por ocasião da abertura da Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe. A todos saúdo com muita cordialidade, de modo particular ao arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis, agradecendo as palavras que me foram dirigidas em nome de toda a assembléia, e os cardeais presidentes desta conferência geral. Saúdo com deferência as autoridades civis e militares que nos honram com a sua presença.
Deste santuário estendo o meu pensamento, com muito afeto e oração, a todos aqueles que se nos unem espiritualmente neste dia, de modo especial às comunidades de vida consagrada, aos jovens engajados em movimentos e associações, às famílias, bem como aos enfermos e aos anciãos. A todos quero dizer: “Graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo” (1Cor 1,13). Considero um dom especial da Providência que esta santa missa seja celebrada neste tempo e neste lugar. O tempo é o litúrgico do sexto Domingo de Páscoa: está próxima a festa de Pentecostes, e a Igreja é convidada a intensificar a invocação ao Espírito Santo.
O lugar é o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, coração mariano do Brasil: Maria nos acolhe neste cenáculo e, como mãe e mestra, nos ajuda a elevar a Deus uma prece unânime e confiante. Esta celebração litúrgica constitui o fundamento mais sólido da V Conferência, porque põe na sua base a oração e a eucaristia, Sacramentum caritatis.
Com efeito, só a caridade de Cristo, emanada pelo Espírito Santo, pode fazer desta reunião um autêntico acontecimento eclesial, um momento de graça para este continente e para o mundo inteiro. Esta tarde terei a possibilidade de entrar no mérito dos conteúdos sugeridos pelo tema da vossa conferência.
Demos agora espaço à palavra de Deus, que com alegria acolhemos, com o coração aberto e dócil, a exemplo de Maria, Nossa Senhora da Conceição, a fim de que, pelo poder do Espírito Santo, Cristo possa novamente “fazer-se carne” no hoje da nossa história.
A primeira leitura, tirada dos Atos dos Apóstolos, refere-se ao assim chamado “Concílio de Jerusalém”, que considerou a questão se aos pagãos convertidos ao cristianismo dever-se-ia impor a observância da lei mosaica. O texto, deixando de lado a discussão sobre “os apóstolos e os anciãos” (15,4-21), transcreve a decisão final, que vem posta por escrito numa carta e confiada a dois delegados, a fim de que seja entregue à comunidade de Antioquia (vv. 22-29).
Esta página dos Atos nos é muito apropriada, por termos vindo aqui para uma reunião eclesial. Fala-nos do sentido do discernimento comunitário em torno dos grandes problemas que a Igreja encontra ao longo do seu caminho e que vem a ser esclarecidos pelos “apóstolos” e pelos “anciãos” com a luz do Espírito Santo, o qual, como nos narra o Evangelho de hoje, lembra o ensinamento de Jesus Cristo (cf. Jo 14,26) ajudando assim a comunidade cristã a caminhar na caridade em busca da verdade plena (cf. Jo 16,13). Os chefes da Igreja discutem e se defrontam, sempre, porém, em atitude de religiosa escuta da Palavra de Cristo no Espírito Santo.
Por isso, no final podem afirmar: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós ...” (At 15,28). Este é o “método” com o qual nós agimos na Igreja, tanto nas pequenas como nas grandes assembléias. Não é uma simples questão de procedimento; é o resultado da mesma natureza da Igreja, mistério de comunhão com Cristo no Espírito Santo. No caso das Conferências Gerais do Episcopado Latino-americano e Caribenho, a primeira, realizada no Rio de Janeiro em 1955, recorreu a uma carta especial enviada pelo papa Pio XII, de venerada memória; nas outras, até a atual, foi o bispo de Roma que se dirigiu à sede da reunião continental para presidir as fases iniciais. Com devoto reconhecimento, dirigimos o nosso pensamento aos servos de Deus Paulo VI e João Paulo II que, nas Conferências de Medellín, Puebla e Santo Domingo, testemunharam a proximidade da Igreja universal nas igrejas que estão na América Latina e que constituem, em proporção, a maior parte da comunidade católica.
A Igreja não faz proselitismo. Ela cresce muito mais por “atração”: como Cristo “atrai todos a si” com a força do seu amor, que culminou no sacrifício da cruz, assim a Igreja cumpre a sua missão na medida em que, associada a Cristo, cumpre a sua obra conformando-se em espírito e concretamente com a caridade do seu Senhor. Uma Igreja inteiramente animada e mobilizada pela caridade de Cristo, Cordeiro imolado por amor, é a imagem histórica da Jerusalém celeste, antecipação da cidade santa, resplandecente da glória de Deus. Ela emana uma força missionária irresistível, que é a força da santidade. A Virgem Maria alcance para a América Latina e no Caribe ser abundantemente revestida da força do alto (cf. Lc 24,49) para irradiar no continente e em todo o mundo a santidade de Cristo. A Ele seja dada glória, com o Pai e o Espírito Santo, nos séculos dos séculos. Amém.
Por: Correio da Bahia

Com comissões, deputados votam fim do nepotismo

A Assembléia Legislativa deve votar amanhã o projeto de lei que acaba com o nepotismo – a contratação de parentes no serviço público – na Bahia. Para que o texto seja aprovado, os deputados precisam instalar a Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público, onde o projeto ainda precisa ser relatado, por um membro do colegiado, mesmo que em plenário, com dispensa de formalidade. Como já há acordo para a instalação das comissões, a perspectiva é que a Assembléia vote o texto e outras propostas, inclusive de autoria dos parlamentares.
Governo e oposição já chegaram a um entendimento, também, sobre o projeto que acaba com o nepotismo. Antes, a base da maioria defendia a votação do projeto do deputado Reinaldo Braga (PSL), que restringia o fim da contratação de parentes apenas no âmbito do Legislativo e até o segundo grau de parentesco. A oposição, por sua vez, queria votar a proposta do deputado Euclides Fernantes, que acaba com a contratação de parentes nos três poderes do estado e até terceiro grau.
Os deputados deverão aprovar um projeto com a assinatura dos 63 deputados, para evitar polêmica a respeito da autoria da proposição. O relator do projeto será indicado pela base do governo.
Hoje, os deputados começam a instalar as comissões permanentes e temporárias da Casa. Serão dez permanentes e três temporárias. A base do governo terá a presidência de oito, a oposição quatro e o bloco independente formado por PP e PRP uma – a de Agricultura. Os membros titulares das comissões já foram indicados pelas bancadas na edição de hoje do Diário Oficial do Legislativo.
Com a instalação das comissões, são eleitos os presidentes e vices dos respectivos colegiados. Na oposição, nada está definido oficialmente, apesar das especulações. No governo, as negociações estão avançadas. O deputado Zé Neto (PT), por exemplo, deverá continuar na presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa, e o deputado Arthur Maia (PSDB) deverá permanecer na de Finanças, Orçamento, Fiscalização e Controle. O deputado Luiz Augusto (PP), do bloco independente, será o presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural.
O número de comissões da Assembléia foi reduzido, no mês passado, de 23 para 13. Ainda serão definidas as subcomissões.
Fonte: Correio da Bahia

Bloco de esquerda

Por: Informe da Bahia

Bloco de esquerda
O bloco de esquerda, frente nacional formada por seis partidos – sem o PT – lança um manifesto no dia 22 de maio, e já decidiu que terá candidatos próprios em quase todas as capitais do país. O manifesto do bloco, formado por PSB, PC do B, PDT, PMN, PAN e PHS, será a espinha dorsal para um programa eleitoral futuro. Nos bastidores, um mapa eleitoral preliminar começou a ser construído. De acordo com cálculos iniciais dos partidos do bloco, haverá candidaturas próprias em pelo menos 19 capitais do país. As outras sete, incluindo Salvador, são classificadas como “críticas” por não haver acordo dentro do próprio bloco. É que PSB, PCdoB e PDT estudam a possibilidade de lançar candidatos próprios na capital baiana.
Governabilidade
A conturbada relação entre o Palácio Thomé de Souza e a Câmara de Vereadores de Salvador perece estar prestes a se agravar. Com o rompimento do PSDB na última sexta-feira, após a saída dos secretários Nestor Duarte Neto (Setin) e Arnando Lessa (Smel), e do presidente da Prodasal, Márcio Duarte, o prefeito João Henrique Carneiro conseguiu potencializar a crise de governabilidade que já acometia a administração do município. Apesar de ter maioria, a falta de articulação já proporcionou dores-de-cabeça excessivas para o Executivo. Reiteradas vezes, integrantes da base governista não escondem a insatisfação com os rumos da gestão pública e votaram contrários às orientações do prefeito.
Indicação
A Universidade Estadual da Bahia (Uneb) desenvolve um importante papel de interiorização do ensino superior, propiciando cada vez mais conhecimento a diversas pessoas das mais remotas cidades da Bahia. É com este argumento que o deputado estadual Rogério Andrade (PFL) solicitou ao governo do estado que seja viabilizada a extensão de um campus da Uneb com sede na cidade de Cruz das Almas. Para conseguir seu objetivo, o parlamentar apresentou uma indicação na Assembléia.
Agenda
Os comandantes dos três poderes constituídos do estado vão se reunir hoje, oficialmente, pela primeira vez. O governador Jaques Wagner (PT), o presidente da Assembléia, deputado Marcelo Nilo (PSDB), e o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Benito Figueiredo, se encontram logo mais às 10h na sede do TJ, no Centro Administrativo da Bahia. A idéia é lançar a Agenda Bahia, que prevê reuniões freqüentes entre os representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário, para a execução de projetos e programas visando otimizar políticas públicas do estado.
Santa
Coube ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB), interceder junto ao papa Bento XVI em favor da canonização de irmã Dulce. Carioca de origem, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), sequer se mexeu. Nem para pedir a ajuda do aliado e amigo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Números
O secretário estadual de Turismo, Domingos Leonelli, encheu-se de coragem para anunciar que iria rever os números da atividade turística da Bahia, que deveria promover, e não rebaixar. Não deve ter gostado do que conferiu, pois nunca mais retomou o tema, que cheira ao antigo “quanto pior melhor”.
Privatização
O vereador de Alagoinhas Roberto José Torres de Lima criticou na última semana a privatização das estradas estaduais e federais que cortam a Bahia. De acordo com ele, a medida anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo governador Jaques Wager vai onerar e muito o bolso do consumidor.
Fonte: Correio da Bahia

domingo, maio 13, 2007

[Floripa] Prisão de vereadores e Secretários

Por André 03/05/2007 às 10:43
Vários vereadores e secretários de Florianópolis foram presos hoje de manhã sob a acusação de formar uma quadrilha de vendas de licenças abientais.
Vários vereadores e secretários de Florianópolis foram presos hoje de manhã sob a acusação de formar uma quadrilha de vendas de licenças ambientais. É importante destacar alguns dos presos: Juarez Silveira = vereador líder do governo na Câmara Marcílio Guilherme Ávila = ex-presidente da câmara de vereadores e atual presidente da Santur Aurélio de Castro Remor = secretário de Obras de Florianópolis Renato Juceli de Souza = secretário do SUSP da prefeitura de Florianópolis. Paulo Cezar Maciel da Silva = shopping Iguatemi CLICRBS PF deflagra operação contra políticos e empresários de Florianópolis A Polícia Federal está cumprindo desde o início da manhã desta quinta-feira mandados de prisão contra políticos, empresários e funcionários públicos de Florianópolis acusados de negociar licenças ambientais. A operação foi batizada de Moeda Verde. Leia a seguir a nota divulgada pela PF: Por determinação da Justiça Federal, policiais federais começaram a cumprir hoje mandados de prisão temporária contra várias pessoas e de busca e apreensão em órgãos públicos, empresas e residências, expedidos em inquérito que investiga a existência de um esquema de venda de leis e atos administrativos de conteúdo ambiental e urbanístico, em favor de grandes empreendimentos na Ilha de Santa Catarina. Os mandados foram expedidos por ordem do juiz Zenildo Bodnar, da Vara Federal Ambiental de Florianópolis, que determinou as medidas de prisão e busca e apreensão por considerá-las necessárias à eficácia das investigações e sobretudo para preservar as eventuais provas a serem obtidas. A operação da Polícia Federal, denominada Moeda Verde, investiga a ocorrência de crimes contra a ordem tributária, falsificação de documento, uso de documento falso, formação de quadrilha, corrupção e tráfico de influência. As prisões temporárias (22 mandados), que começaram a ser efetuadas durante a madrugada, foram decretadas contra vereadores de Florianópolis, servidores públicos e empresários, entre outros. As buscas e apreensões devem ser feitas na Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos de Florianópolis (Susp), no Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, na Fundação do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram), na Fundação do Meio Ambiente (Fatma), em escritórios de empresas e residências. Na decisão, o juiz Zenildo Bodnar deixa claro que as prisões não implicam juízo de valor sobre a culpa ou inocência dos envolvidos, a serem devidamente apuradas no curso regular do processo, com respeito ao direito à ampla defesa. CONFIRA OS NOMES Juarez Silveira (vereador) André Luiz Dadam (servidor da Fatma) Hélio Scheffel Chevarria (grupo Habitasul) Fernando Tadeu Soledade Habckost (grupo Habitasul) Renato Juceli de Souza (Susp) Marcelo Vieira Nascimento (Floram) Rubens Bazzo (Susp) Francisco Rzatki (Floram) Péricles de Freitas Druk (grupo Habitasul) Fernando Marcondes de Mattos (Costão do Santinho) Amílcar Lebarbechon da Silveira (restaurante do Amílcar) Paulo Cezar Maciel da Silva (shopping Iguatemi) Gilson Junckes (hospital Vita) Rodrigo Bleyer Bazzo (filho de Rubens Bazzo) Marcílio Guilherme Ávila (vereador eleito e atualmente presidente da Santur) Percy Haensch (Colégio Energia) Margarida Emília Milani de Quadros Aurélio de Castro Remor (secretário de Obras de Florianópolis) Paulo Toniolo Júnior Itanoir Cláudio (chefe de gabinete de Juarez Silveira) Sérgio Lima de Almeida Aurélio Paladini
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Comentários
Tava na hora!
Cristiano dos Passos 03/05/2007 15:16 cristiano-passos@superig.com.br
Essa notícia ainda não ganhou o destaque merecido nas páginas do Mídia Independente, talvez por ser um sítio de abrangência nacional, mas para nós, que moramos em Florianópolis e não engolimos esse papagaiada dos empresários e políticos que dominam a cidade faz tempo, foi ótimo ver figurões algemados e tentando esconder seus rostos das câmeras, como bandidos que sempre foram. Quem acompanha os desmandos mais de perto sabe que tem mais coisa aí, que muita sujeira está debaixo do tapete, e que se a polícia quiser, desmonta uma tremenda quadrilha que vem agindo há muuuuuito tempo aqui, mas muito tempo mesmo. Em Florianópolis, terra de valores ainda provincianos, sempre pareceu fácil de enganar a todos com os argumentos de geração de empregos, de crescimento da cidade, entre outros, e muita gente se deixou levar, sim, por esses apelos, como se precisássemos mesmo disso para sermos uma grande cidade. Contudo, aos poucos, o olhar do florianopolitano, aliado aos olhares bem-intencionados de alguns "estrangeiros", vem mudando, e muita gente hoje já não se ilude com essas falsas promessas, porque sabe que o futuro da capital de SC depende de ações inteligentes a fim de CONTER o crescimento desenfreado, seja ele realizado nas periferias (o que já é um outro problema, mas que guarda íntima relação com este), ou nas praias, nos chamados "grandes empreendimentos". Bem, o primeiro passo foi dado; resta agora à polícia federal continuar com a mesma firmeza no combate a essas quadrilhas que agem aqui e em várias outras cidades do país.
EX TUNC
Fernando Severino 05/05/2007 02:16 fs.adv.sc@gmail.com
Efeitos "EX TUNC" é tudo que pedimos em Florianópolis, nossa Desterro. O povo sempre comentou das absurdas arbitrariedades que essas camadas podres fazem aqui nesta ilha maravilhosa. Todos estão envolvidos por interesses em comum, os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Mas não tenham dúvidas. Documentos e procedimentos ilícitos são atos ilícitos. E se há ato haverá fatos ilícitos. Se no final disso tudo a sentença final fosse condenada com efeitos "EX TUNC" eu adoraria, e tenho certeza que a maioria adoraria também, ver por exemplo o SHOPPING IGUATEMI bem como o SHOPPING FLORIPA serem demolidos, aliás, todos ditos empreendimentos serem demolidos. Além de serem sentenciados a corrigir todo o mal feito em nossa cidade. Mas é obvio que não conseguiriam restaurar completamente todo o meio-ambiente destruído. Então seria ótimo ver essas pessoas podres serem condenadas, além de penalmente, a ações civis compensatórias proporcionais aos danos não recuperados. Ainda sim, todos os terceiros que teriam contratos com essas pessoas podres provocariam a justiça com processos de perdas e danos. Daí nós viríamos um pouco de "JUSTIÇA" que tanto nos fomentaria. Isso seria um exemplo perfeito para que nenhum mais faça o que esses podres fizeram com a nossa ilha. Os efeitos "EX TUNC" tornam todos os efeitos nulos, ou seja, todo processo administrativo, jurídico, resultados, não teriam mais efeitos legais, devendo voltar tudo como era antes. Muitos podem dizer: "MAS OS EMPREGOS GERADOS?". Com certeza seria superado esses danos já que o coletivo maior seria beneficiado, o meio-ambiente conservado para todos.
a parte da policia esta feita
Alexandre 06/05/2007 13:59
Parabens a policia federal, o povo espera agora que o poder judiciario também cumpra a sua parte fazendo os culpados pagarem caro pelos crimes que cometeram. pois me parece comum, a policia prender e o judiciário libertar e deixar impune os grandes responsáveis. A natureza já foi agredida e agora???? Será que alguem vai recuperar os danos causados??? com fé na justiça espero que sim. Torço para que o processo não se arraste pela morosidade juridica por 10 ou 20 anos até o poder judiciário dar uma sentença e fazer com que ela seja cumprida.
Os corruptos de MS - Anaurilândia e Bataguassu se preparem
comentário de minha exclusiva autoria 10/05/2007 14:04 portuguesanticorrupto@gmail.com http://blogs.ya.com/oscorruptos/
Sou o tal ex-marido da Juiza Margarida Elizabeth Weiler, preventivamente preso 343 dias pela cúmplice impunidade dos corruptos de Anaurilândia e Bataguassu, que denunciei - objecto do processo 009/06 e da Excepção da Verdade que eu interpus - que não anda, não mexe, nada se faz, nem o laudo pericial ainda existe... enfim. Mato Grosso do Sul! O meu HC 65151, é claro quanto à falta de fundamento para decretarem a minha prisão, só possível pelo corporativismo doentio e perigoso, em vários segmentos importantes da magistratura estadual. Há menos de 48 horas, a Juiza Mergarida Elisabeth Weiler, que promoveu, financiou um processo contra mim e contra a minha família, ACABOU POR NÃO COMPARECER - nem ela nem seus algozes - terminando tudo pela sua simbólica condenação a 1000 reais mais custas. (ver em http://pecadoresesantinhos.spaces.live.com/ ) E quando se fala de corrupção é assim... Todos se protegem com a mentira, covardia, com a difamação, e com a influência - predicatos especiais da imoralidade que neste país está institucionalizada. Só que não podemos é desistir. Os HONESTOS, as gentes que de facto trabalham para construir um Brasil melhor, não podem deixar cair os braços, mesmo sabendo que por mau princípio, nada resulte. Até porque a falta de VERGONHA, essa, fica para todo sempre vinculada a esta gentalha corrupta. Chamo-me Carlos Carvalho e sou o tal "ex-marido" da Juiza Margarida Elisabeth Weiler de Anaurilândia, que já perdeu a primeira batalha judicial.

JORNALISMO E DESINFORMAÇÃO

Por Fábio de Oliveira Ribeiro 13/05/2007 às 19:32
Resenha do livro do jornalista Leão Serva.
Leão Serva escreveu um livro que, num país civilizado, seria leitura obrigatória no segundo grau. Além de bem escrita, a obra cumpre a insuperável finalidade de ensinar a ler, a interpretar e a preencher as lacunas dos textos que diariamente circulam com a finalidade de possibilitar ao cidadão exercer sua cidadania. No primeiro capítulo Serva trata do ?pecado original? do procedimento jornalístico. Após descrever de maneira detalhada como os conflitos nos Balcãs se renovam e são sempre apresentados como novidades, demonstrando como o jornalismo expulsa a história do cotidiano do leitor, o autor assevera que as ?...as notícias não deixam ver a história. Ao contrário, o sistema das notícias encobre a lógica profunda que está por trás da cortina de novidade.? Sendo assim, ao ler seu jornal e revista diária lembre-se que toda notícia é como um recorte de uma realidade continua, que a mesma não pode ser corretamente lida sem ser inserida no seu contexto espacial e temporal. No capítulo 2, o jornalista trata das limitações impostas ao jornalismo. ?O jornalismo tem como matéria-prima o fato novo, desconhecido, que pode causar surpresa. E que por isso é confuso, incompreensível, caótico.? Desta definição podemos inferir que, em razão de sua própria finalidade e característica, o jornalismo está fadado a mutilar a realidade e a história. Leão Serva deixa bem claro que ao invés de procurar proporcionar ao leitor uma compreensão profunda dos fatos que enuncia, o jornalismo se preocupa apenas com a novidade. ?A novidade é a alma do negócio da imprensa. Nessa busca pela novidade, mesmo velhos fatos devem aparecer vestidos de novos, maquiados para voltar a surpreender.? Durante o curto período da minha existência, acompanhei os seguintes conflitos militares em que os americanos participaram direta ou indiretamente : Vietnan, Granada, Nicaragua, Panamá, El Salvador, Somália, Iraque, Afeganistão e Iraque novamente. A cobertura das guerras americanas sempre foi feita como se cada conflito fosse uma novidade, não parte da lenta e laboriosa construção de um império global. O imperialismo sempre foi retratado pela imprensa como sendo coisa dos comunistas. Durante a Guerra Fria, não havia espaço para reflexão na grande imprensa. O conflito leste\oeste era retratado como EUA\capitalismo\bem x URSS\comunismo\mal. Mas a Guerra Fria acabou e agora até os capitalistas são comunistas e aliados dos EUA, mesmo assim uma parte da imprensa se recusa a tratar os novos conflitos dos EUA como fruto de seu imperialismo. A lógica do conflito capitalismo x comunismo, foi trocada por outra mais explosiva cristãos x islâmicos. E é evidente que neste contexto os EUA novamente se identificam com o bem, muito embora até as autoridades americanas já admitam que comandam um império. Em seu livro CRONICAS DA ERA BUSH, Eliot Weinberger, relata que um consultor sênior de Bush II disse ao jornalista Ron Suskind que ?...somos um império agora e, quango agimos, criamos nossa própria realidade. E, enquanto você estiver estudando esta realidade, agiremos mais uma vez, criando outras novas realidades, que você poderá analisar também.? Mas é evidente que o imperialismo americano não é novidade (os conflitos do Vietnan, Granada, Nicaragua, Panamá, El Salvador, Somália, Iraque, Afeganistão e Iraque novamente, que o digam). A novidade é que os próprios americanos já admitem o imperialismo americano que a imprensa nega. Não pedirei desculpas pela longo desvio. Na verdade esta digressão é fruto de uma reflexão amadurecida a partir da leitura de JORNALISMO E DESIMFORMAÇÃO. No capitulo seguinte, Leão Serva afirma que através da imprensa ?...o caos se harmoniza, se ?civiliza? nas páginas de jornal ou no noticiário do rádio, da TV, da Internet ou de qualquer meio que se preste à informação.? O jornalista tem razão e não tem. Quando a atenção da cobertura jornalística se divide igualmente em face dos diversos fatos em curso, sua tese pode ser considerada verdadeira. Mas quando o noticiário se concentra freneticamente sobre um único evento a própria imprensa produz um caos artificial em que fatos relevantes continuam a ocorrer sem o conhecimento dos cidadãos (ou em razão deste mesmo desconhecimento). Foi o que ocorreu em relação a visita de Bento XVI o Brasil. A imprensa fez uma cobertura frenética, intensa e incessante dos passos do Papa. Em contrapartida, demonstrou uma imensa falta de interesse pelos outros fatos que também afetam as vidas dos cidadãos. No final de 2006 a imprensa ajudou barrar o aumento abusivo dos salários dos Deputados e Senadores ao fazer a cobertura daquele fato. Pouco depois, em razão de dar muito espaço ao Papa a própria mídia deu aos Deputados e Senadores uma oportunidade de ouro que eles souberam usar para aumentar seus vencimentos e nossas despesas. Como o aumento se tornou fato consumado, a imprensa não se interessará mais pelo assunto porque o mesmo não é novidade. Mesmo que tenham para o contribuinte um impacto financeiro desproporcional à cobertura (aumento dos salários dos Deputados e Senadores x visita de Bento XVI), as notícias são narradas segundo uma lógica. Uma lógica desconhecida do leitor. Por isto Leão Serva esclarece que a ?...a classificação da notícia corresponde a um paradigma, uma associação com outras notícias e uma localização no plano de edição. Essa localização conota já algo sobre aquela notícia, pois o paradigma em que se inclui um texto determina todo o processamento e a compreensão posterior dessa informação pelo leitor - mais ou menos como dizer da reportagem ou do fato em si: ?Dize-me com quem andas e te direi quem és?.? Mas é evidente que nem mesmo o artifício da edição é capaz ampliar os limites do procedimento jornalístico. ?Ao processar as notícias em função de sua capacidade de surpreender, os jornais deixam de buscar em primeiro lugar uma compreensão genuína dos acontecimentos - que poderia tirar a surpresa do leitor diante do fato.? Novidade e surpresa são essenciais à atividade jornalística. É por isto que o jornalismo sozinho não pode nos ajudar a compreender a realidade. A compreensão desta demanda uma profundidade de análise e verificação de antecedentes que são incompatíveis com o dia-a-dia de uma redação. A conclusão a que o autor chega é primorosa. ?A necessidade de surpreender e os procedimentos usados pelo meio para esse fim explicam em parte a existência de tantos leitores que, embora metralhados diariamente por um sem-número de informações, nem por isso compreendem realmente a natureza dos fatos que consomem.? É preciso dar a devida atenção ao vocábulo ?consomem?. Ao usar o mesmo o autor deixa claro que antes de ser um bem cultural a informação jornalística é um produto, uma mercadoria. Em termos marxistas, a notícia seria considerada uma mercadoria muito especial, porque não só produz alienação no seu produtor mas também seu consumidor. No capítulo 4 Leão Serva procura esclarecer de maneira detalhada os procedimentos através dos quais a imprensa produz desinformação. São eles: omissão, sonegação e submissão da informação. ?Pode-se chamar omissão a ausência de informação, de qualquer natureza, causada por falta de condições do órgão de imprensa de obtê-la.? A omissão é, portanto, uma limitação material ou econômica. ?Por sonegação entende-se aquela informação que, sendo de conhecimento do órgão de imprensa, não foi colocada na edição por alguma razão.? A sonegação não é fruto de uma limitação, mas de uma escolha consciente. ?Por submissão entende-se o fato que, embora noticiado, tem uma edição que não permite ao receptor compreender e deter a sua real importância ou mesmo seu significado.? A submissão pode ser fruto de uma limitação material desprezada em benefício da divulgação da informação parcialmente desconhecida. Mas também pode ser fruto de uma escolha consciente de dar menos ênfase a um assunto considerado sensível aos interesses do veículo. Além dos casos de omissão, sonegação e submissão, a informação pode sofrer deformação. Leão Serva classifica corretamente a deformação como um caso extremo de submissão. ?Quando a desinformação gerada por alguns casos de submissão é tão grande que chega a provocar a compreensão errada da informação, isso poderia ser chamado de deformação da informação.? Já a desinformação funcional ?...corresponde a um fenômeno definido pelo fato de que as pessoas consomem informação através de um ou mais meios de comunicação, mas não conseguem compor com tais informações uma compreensão do mundo ou dos fatos narrados nas notícias que consumiram.? Curiosamente, a deformação funcional pode ser produzida pela própria imprensa na media em que a ?...necessidade de surpreender e os procedimentos usados pelo meio para esse fim explicam em parte a existência de tantos leitores que, embora metralhados diariamente por um sem-número de informações, nem por isso compreendem realmente a natureza dos fatos que consomem.? Nos capítulos 5, 6, 7 e 8 o autor trata de diversos outros fenômenos jornalísticos que ajudam ao leitor compreender como a imprensa pode paradoxalmente realizar um propósito diferente do qual a se destina. A saturação e neutralização, redução do fato e de sua compreensão, o volume de cobertura e a forma utilizada pela imprensa também podem desinformar. Apesar de ter assunto para muitas outras linhas, encerro esta resenha e remeto o leitor à obra cuja leitura é fundamental. Fábio de Oliveira Ribeiro
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Contra fatos não há argumentos!!! (Câmara de Vereadores de Jeremoabo/Bahia)

Por J. Montalvão 13/05/2007 às 20:38
Na sua entrevista o Senhor também insinua o que o Ministério Público deverá fazer ou agir concernente a denúncias, será que o senhor não está indo longe demais, querendo adentrar nas atribuições do Judiciário?
Meus amigos, eu hoje escutei uma entrevista do Dr. Carlos Olimpio no site JV, cujo brenner se encontra na parte superior do? ?Jeremoabohoje?, não acredito que o Sr, Carlos, cidadão de nível superior não saiba interpretar uma sentença da Justiça, clara e sucinta?. Fizemos questão de colocar neste site todas as sentenças do Exmo. Dr. Juiz de Direito da Comarca de Jeremoabo/Bahia, concernente a novela da Câmara de Vereadores de Jeremoabo, desde a concessão de uma liminar, até a sentença final do Mandado de Segurança. Baseado numa pseudomodificação da Lei Orgânica do Município de Jeremoabo, o Sr. Carlos Olimpio se lançou candidato à reeleição, onde foi reeleito, todavia, com a anulação da tal modificação no artigo da Lei Orgânica, a sua reeleição não encontrou amparo legal, se tornando nula, fato esse reconhecido pelo Sr. Carlos Olimpio na entrevista, só que, o mesmo querendo subestimar a inteligência da população de Jeremoabo, declarou que a eleição foi nula, porém, o Juiz não foi claro em dizer que ele deixara de ser o Presidente. O que é isso Sr. Carlos, seu mandato terminou na legislatura passada, nem de fato nem tão pouco de direito o senhor é Presidente e sim um vereador, portanto, não se auto intitule de presidente, pois isso é CRIME DE DESOBEDIÊNCIA E USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA. Na sua entrevista o Senhor também insinua o que o Ministério Público deverá fazer ou agir concernente a denúncias, será que o senhor não está indo longe demais, querendo adentrar nas atribuições do Judiciário? Acredito que devido a essa interferência, o senhor esteja esquecendo a sua atribuição. .Quanto à construção do prédio da Câmara foi uma grande obra para Jeremoabo, no entanto, há alguns anos, o Brasil inteiro assistiu o roubo de verbas públicas na construção do prédio do TRT de São Paulo, onde o juiz Nicolau, mais conhecido como Lalau, embolsou mais de R$ 300 milhões de reais, com isso não quero dizer que seja também o caso de Jeremoabo, embora exista no Ministério Publico de Jeremoabo/Bahia, denúncias graves a respeito do processo de licitação, onde segundo o Sr. José Messias do Nascimento, houve até proprietário de casa de material de produtos veterinários fazendo parte dessa concorrência, e quem estava capacitado para efetuar tal denúncia, nada mais nada menos do que ele, seu tesoureiro de confiança. Quanto ao enorme número de denúncias citado pelo senhor, é um direito do cidadão exercer o seu direito de cidadania fiscalizando o erário público, se as denúncias forem infundadas, que os responsáveis arquem com as penalidades da lei. Acrescento ainda que tolos os seus atos foram nulos inclusive autorização de pagamentos; se o senhor não era, como não é mais presidente, não poderia usurpar de função pública. Quanto à atitude do Presidente Josadilson do Nascimento, atual presidente de direito, acredito que ele está certo, ?pois quem não luta por seus direitos, não merece tê-los?! O que esperamos é que essa irresponsabilidade e palhaçada terminem, e Jeremoabo volte a sua normalidade, pois o cidadão-eleitor-contribuinte, não merece tamanha humilhação e desrespeito!
Email:: jdmontalvao@gmail.com URL:: http://www.jeremoabohoje.com.br

DEUS CIENTÍFICO - GGrube

Por Gerhard Grube 13/05/2007 às 19:40
Inconcebíveis, tantos textos publicados, quase todos atacando o catolicismo e o Papa Bento XVI. Afinal o Brasil é 80% católico ou não?
O cristianismo e o catolicismo são criticados severamente, de mil e uma maneiras. Pelos ateus, pelos estudiosos, pelos cientistas, por políticos, governantes e por aqueles que pertencem a outras religiões. Particularmente os judeus, com seus livros estudos reportagens e documentários, que sempre colocam em dúvida a veracidade de Jesus Cristo (mas nunca contestam o primeiro testamento, que é muito mais fantástico, discutível e irreal). É consenso que o Estado deva ser laico, que Estado e religião sejam incompatíveis. É o que a História nos ensinou ao longo do tempo. Mas, se o Brasil é predominantemente religioso e católico, por que o Estado deveria ser laico? Só para contrariar a maior parte de sua população? A premissa do laicismo é permitir a liberdade religiosa para todos. E para tanto o Estado deve ser laico necessariamente, para possibilitar que qualquer religião possa ser exercida livremente. Esse é o argumento. Entretanto um Estado laico, não sendo favorável a nenhuma religião, torna-se contrário a todas elas. Tende a eliminar a religiosidade do seu povo. Tolhe a liberdade religiosa, justamente o contrário do que diz promover. O Brasil, sendo laico, quer impor ao brasileiro uma conduta contrária ao catolicismo. Como o aborto, por exemplo. Além disso, um Estado laico permite que pessoas com um pensamento religioso egoísta tirem proveito de outras pessoas com pensamento mais altruísta. As pessoas podem ser exploradas, sem que as leis possam intervir efetivamente, por causa da liberdade religiosa, que deve ser preservada. O Estado, assim como é concebido atualmente, ignora a existência de quaisquer diferenças geográficas, de clima, de vegetação, de recursos, diferenças etnográficas, nos costumes, na linguagem, diferenças culturais e religiosas. Coloca todos os contrastes sob uma mesma bandeira e se diz defensor deles. Contrastes muitas vezes conflitantes, como é o caso das religiões. Onde então os ignora, dizendo-se laico. O motivo para que os Estados sejam laicos, na verdade é bem outro. É que os diferentes Estados, sem as suas particularidades religiosas, podem pensar uniformemente em uníssono e aglutinar-se ideologicamente. Entendem-se entre si os governos laicos, mesmo quando seus povos sejam religiosos e pertençam a religiões diferentes. O pensamento pode assim ser universal e único, tornando possível o poder globalizado. Poder único, racional e científico, portanto infalível e sem erros (o que estranhamente, os Estados religiosos também afirmam ser). O cientificismo é nada mais que também uma religião, com o dinheiro sendo o seu mais forte candidato a deus supremo, religião universal, na qual todos devem acreditar piedosamente. Ou morrer na fogueira das bombas incendiárias e atômicas, morrer pelas pragas da guerra fome miséria prisões e doenças. Os enunciados científicos são proferidos pelos profetas denominados filósofos, economistas, sociólogos, naturalistas, físicos etc., e às pessoas nada mais resta do que acreditar. Com fé cega, assim como nas religiões, ou serão castigadas. A racionalidade sendo a mais intolerante das religiões. A ciência e a racionalidade exigem que sejamos novamente, apenas os bichos que sempre fomos. Que deixemos de ser seres especiais privilegiados, com deveres também especiais, assim como afirmam as religiões. Somos bichos sem dúvida. A ciência tem razão, somos em tudo parecido com eles. Mas somos bichos diferentes. Temos as ferramentas, as armas e conhecimentos, que os demais bichos não têm. E isto nos torna significativamente diferentes, quase deuses em nossa onipotência e por isso, sem dúvida somos especiais. Não podemos atuar como bichos simplesmente, pois somos por demais poderosos. Temos que nos comportar como seres especiais, com obrigações especiais. Exatamente como afirmam as religiões que devamos ser. Dominamos a matéria e o mundo e isso traz consigo obrigações e responsabilidades. Não podemos destruir tudo que é inferior, só porque somos superiores. O freio para travar a nossa destrutiva onipotência tem sido as crenças, a moral, a ética, os costumes e as religiões. Que nos diz que somos especiais, com obrigações também especiais. Não é racional contestar a racionalidade e a ciência. O que significa, estar errado o pensamento religioso sempre, que deve ser combatido. E sem dúvida constatou-se isso continuadamente. Através dos tempos a racionalidade e a ciência desmantelaram muitas, se não a maioria das afirmações religiosas. E continuam fazendo isso. As religiões promoveram guerras, torturas, morticínio e a exploração do homem e da natureza. Crueldades sem fim. Todas as visões e previsões religiosas não se concretizaram. Erra e sempre errou a religião. Acertaram sempre o raciocínio e a ciência. Por isso o mundo tem que ser laico. O verdadeiro é a matéria, não o espírito. As religiões são combatidas, como se fossem o diabo em pessoa. Particularmente o cristianismo. Mas será que a trilha que estamos seguindo, da racionalidade e da ciência, é o caminho certo? O que a racionalidade e a ciência nos tem proporcionado além de guerras, torturas, morticínio, exploração do homem, da natureza e crueldades sem fim? Faz o que as religiões fizeram, ou pior, e por isso elas foram e são combatidas. E qual é a previsão do futuro, em decorrência de um comportamento exclusivamente científico e racional? A extinção da vida na Terra! Estamos destruindo o planeta, a troco de automóveis, computadores, medicamentos, duma pecuária e agricultura intensivas, tudo científico e racional, cujo objetivo é o enriquecimento de alguns. Não a salvação de seres humanos e nem pensar a harmonia e sobrevivência do planeta. Quanta gente existe, que não tem automóvel nem computador e morrem de doenças e de fome, por não poderem comprar medicamentos nem alimentos que necessitam? Para estes, que são a maioria, de que serve esse deus científico?
Fonte: CMI BRASIL

O significado da visita do Papa

Por José Dirceu 13/05/2007 às 02:16
Antes de mais nada é preciso ter claro que o Papa não veio ao Brasil apenas para canonizar Frei Galvão ou participar da 5.a Conferência Episcopal Latino-Americana (Celam), que se realiza em Aparecida (SP).
O significado da visita do Papa A visita do Papa Bento XVI ao Brasil, a maior nação católica do mundo, tem grande importância e significado para a Igreja e merece o respeito e a atenção de todos os brasileiros, inclusive dos que não são católicos. Mas não podemos deixar de analisá-la corretamente, tentando entender todos os seus significados políticos e religiosos. Antes de mais nada é preciso ter claro que o Papa não veio ao Brasil apenas para canonizar Frei Galvão ou participar da 5.a Conferência Episcopal Latino-Americana (Celam), que se realiza em Aparecida (SP). Além desses objetivos explícitos, a presença de Bento XVI em nosso país tem outra intenção muito nítida: enquadrar os setores progressistas da igreja brasileira, golpear ainda mais profundamente a Teologia da Libertação e, de quebra, ditar normas morais ao povo e ao governo brasileiros. E aí a coisa se complica. Como líder religioso, Bento XVI tem todo o direito de falar aos bispos, padres e fiéis, pedindo que eles sigam as suas concepções dogmáticas e conservadoras, que envolvem a defesa intransigente do celibato e da castidade, a condenação ao aborto, ao uso de preservativos e ao divórcio. Cabe a cada um dos milhões de católicos brasileiros, de acordo com seu livre arbítrio, seguir ou não essas orientações. Mas, na condição de líder religioso, uma vez que o Papa não veio ao Brasil em visita de Estado, mas sim em missão pastoral, Bento XVI não tem o direito de tentar ditar essas mesmas normas ao Estado brasileiro. E isso o presidente Lula lhe disse clara e respeitosamente: o Estado brasileiro é laico e sua constituição prevê a liberdade religiosa. Embora predominantemente católico, temos brasileiros que professam outras doutrinas religiosas, e nos orgulhamos do respeito e da convivência pacífica e harmoniosa entre todas elas. Nesse sentido, as pressões para que o governo brasileiro assine a concordata com o Vaticano que prevê, entre outras coisas, a obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas públicas ? que fere a Constituição, que define o Brasil como um país laico ? e o compromisso do governo com a proibição do aborto, das pesquisas com células-troncos provenientes de embriões, da descriminalização das drogas leves, da união civil homossexual, dos métodos contraceptivos, do segundo casamento e da eutanásia, são exageradas. A presença de Bento XVI entre nós é motivo de alegria e satisfação para o povo brasileiro, que o recebeu com o respeito, o carinho e a afetividade que nos caracterizam, mas o presidente Lula soube, muito bem, respeitar a soberania do país. Assim como, certamente, os católicos, aí incluindo os líderes da Igreja católica no Brasil, saberão respeitar e preservar as peculiaridades da fé de nosso povo. Em resumo: o Papa é a Igreja, e nós o respeitamos, mas o Brasil é um país laico, e queremos que nossa autonomia para decidir o que é melhor para nosso povo, também seja respeitada. COMENTÁRIOS enviado por: Renata Maria Falou muito bem, Ze. Renata Maria enviado por: Thamar Querido e respeitável,José Dirceu: Penso que o Papa Bento XVI se posiciona a partir da lógica conservadora, nega alguns princípios da modernidade e da contemporaneidade inclusive os filósofos da dialética como Hegel e Marx , e como tal conduz seu pontificado.José Dirceu, a respeito do seu texto, a meu ver, é uma análise brilhante e importantíssima, utiliza a razão e de uma forma complexa permite novos olhares sobre a visita do Papa,como mulher,brasileira concordo com você . Sou católica por acreditar: na possibilidade um mundo mais fraterno, justo e igualitário , nas belezas da palavra do Deus Vivo que pode transformar, na celebração da vida, na humanização e sensibilidade, conforme a citação que se encontra na introdução de Ecologia Mundialização Espiritualidade de Leonardo Boff ?Bem-aventurados os que esperam entre lágrimas a grande aurora da libertação, fruto da graça divina e da luta humana,porque seus olhos verão o sol da justiça raiar.Bem-aventurados os que guardam a boa vontade,alimentam o fogo interior e sabem acreditar no sonho de um novo mundo...Felizes os que fizeram todo o possível e ainda ousaram realizar um pouco do impossível.Eles verão, em seus dias, realizadas as esperanças imprescindíveis para a vida.Em verdade , em verdade vos digo:sereis verdadeiramente felizes porque assim vos mostrais filhos e filhas da alegria e já estais no caminho do Reino que ajudais a construir, pois assim ele será meu e vosso sempre .?... ?Depois de dizer essas palavras de admoestação de consolo e de promessa, o Cristo voltou a ser novamente pedra...?. Abraços. enviado por: Duilio Cotrim Sabíamos o Brasil,o maior País católico do mundo. Pensavamos ser um país laico. Tinhamo-nos em conta sermos um País acolhedor das autoridades ora em visita. Não importa se política ou pastoral, a visita do Santo Padre muito nos envaidece. Se menosprezarmos esta ilustre visita, por suas posições consrvadoras, iríamos queixar-nos a quem? Ao PT... enviado por: Angela Maria Zé . Parabéns pelo texto.Muito boa leitura,gostei muito,principalmente,quando vc disse sobre respeito,concordo,ambas as partes tem que se respeitarem e agir democraticamente. enviado por: Hélio Moura filho Parabéns pelo lúcido texto. Como sempre, acompanhando todos os momentos importantes da vida nacional. O Brasil é Soberano! E está acima de tudo! Atenciosamente, Helio Moura Filho Representante da ADESG em Petrópolis-RJ enviado por: Vladimir Zé,companheiro velho de guerra.quanto a posição do Estado brasileiro em relação a igreja nada a acrescentar.conmtudo,achar que cada católico pode definir se vai ou não seguir as orientações da igreja,já são outros quinhentos.Fosse assim teríamos que trazer Heloisa Helena outros que forum justamente expulso de nossa legenda por não seguirem as orientações do partido não é mesmo? enviado por: Messias Uai, Dirceu! Veja só: a frase \"Cabe a cada um dos milhões de católicos brasileiros, de acordo com seu livre arbítrio, seguir ou não essas orientações\" deveria valer para os petistas também (parlamentares) na hora das votações. Pelo que eu sei, vcs (comandantes) agem exatamente como a Igreja Católica. É o típico \"faça o que eu digo e não o que eu faço\".
URL:: http://www.blogdodirceu.blig.ig.com.br

Boff e o líder católico

Um dos expoentes da Teologia da Libertação,Leonardo Boff compara a era de Bento XVI àIgreja da Idade Média
Por Aziz filho
Um observador especial acompanha atentamente, embora longe do itinerário oficial, a andança de Bento XVI por São Paulo: o teólogo e ex-frade Leonardo Boff, hoje professor de ética, filosofia da religião e ecologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que figurou muito tempo na lista negra do Vaticano, enquanto o cardeal Joseph Alois Ratzinger ocupava em Roma o front no embate contra a Teologia da Libertação na América Latina, o movimento que levou o marxismo e o discurso social para os altares nos anos 70 e 80. À frente da Congregação para a Doutrina da Fé, Ratzinger impôs durante 11 meses voto de silêncio ao barbudo franciscano brasileiro, que acabaria deixando a Igreja em 1992. Casado há 15 anos com a educadora popular Márcia Miranda, com quem mora em Petrópolis, Boff, 68 anos, diz que praticamente nada mudou em sua vida desde que trocou as missas pelas pregações em prol da justiça social e da defesa do meio ambiente. Livre da clausura eclesiástica, ele mantém o espírito crítico. Muito crítico. Conta que não guarda mágoas das perseguições de Ratzinger, mas não poupa o pontífice ao lamentar, com pessimismo, a opção preferencial pela ortodoxia. “Com ele, a Igreja continua seu caminho para dentro de si mesma, sem a dimensão do diálogo que ela tinha com Paulo VI e João XXIII, sem conversar com as ideologias, com as culturas modernas, sem procurar uma verdade mais plena, que seja boa para toda a humanidade”, analisa. O teólogo compara a era de João Paulo II e Bento XVI ao fundamentalismo católico da Idade Média, quando a salvação só poderia ser alcançada dentro dos templos católicos. “A Igreja voltou a ser portadora da verdade única, fora da qual não há saída. É uma tese medieval, que vê as outras religiões como ovelhas desgarradas que devem voltar ao seio do Vaticano.”
Boff diz que não faltaria a Bento XVI capacidade para produzir um “discurso de sabedoria” que conciliasse o dogma com a renovação política. A Igreja, de acordo com ele, sempre esteve edificada sobre duas pilastras: a de Pedro, que representa a disciplina e a continuidade; e a de Paulo, que incorpora a criatividade, a ruptura. E para qual direção a Igreja será levada pelo papa que chega para canonizar o primeiro santo brasileiro 17 anos depois de ter vindo ao Brasil para enquadrar a Teologia da Libertação? A Igreja de Bento XVI, segundo ele, perderá a oportunidade de ampliar sua dimensão espiritual porque não se atualiza para estancar a perda de fiéis. “O cristianismo precisa ser bom para a humanidade no presente, não só na vida eterna. Jesus não morreu como um velho rabino na cama, de velhice, mas na cruz, brigando com as forças políticas da época”, compara.
O “fracasso” da Igreja ao não dialogar com a sociedade, em suas palavras, explica o fato de ter perdido no Brasil cerca de 20% de seus fiéis em 20 anos. Nas contas do ex-frade, o País deveria ter 100 mil sacerdotes, mas hoje esse número está em 18 mil. Boff acha que falta ao Vaticano humildade para compreender as razões desse fenômeno. “Para Bento XVI, a Igreja só tem a ensinar e nada a aprender.” O teólogo estima que no Brasil existam 80 mil comunidades de base católica e meio milhão de círculos bíblicos, além das pastorais da Terra, Saúde, Meninas e Meninos de Rua, todos movimentos que incorporaram os ideais da Teologia da Libertação. “Ao Vaticano não agrada muito essa realidade eclesiástica porque a Igreja continua sendo um patriarcado, autoritário e espiritual”, diz Boff, que encerra a entrevista dizendo que precisa desligar o telefone para jantar com a mulher. Está livre da batina e de Joseph Ratzinger.
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Uma defesa de Deus ante a insensibilidade do papa

Por Blog do Josias 13/05/2007 às 01:27
O repórter seria mal educado com o leitor que professa dogmaticamente a fé católica se não iniciasse o artigo com um aviso: interrompa imediatamente a leitura.
Uma defesa de Deus ante a insensibilidade do papa O repórter seria mal educado com o leitor que professa dogmaticamente a fé católica se não iniciasse o artigo com um aviso: interrompa imediatamente a leitura. Feito o alerta, vai um esclarecimento aos que continuam com o olho pregado no texto: o que se pretende aqui é fazer uma defesa de Deus, contra a pregação moralista do papa, seu pretenso representante nesta Terra de tantos diabos. Diga-se, de início, em benefício de Bento 16, que é sua função defender os dogmas de sua Igreja. Acrescente-se que já houve coisa pior. Mencione-se, por eloqüente, um exemplo ocorrido no ano da graça de 1679. Muitos médicos da época prescreviam a pacientes aturdidos com pulsões sexuais desmedidas o ?remédio? da masturbação. E o monge espanhol Juan Caramuel ousou defender a tese de que de que aliviar o corpo dos excessos de sêmen era uma prática médica saudável. Pobre Caramuel! Levou uma carraspana do papa de então, Inocêncio 11º. O longínquo predecessor de Bento 16 apegou-se ao texto bíblico que, em Gênesis (38:4-10), dá notícia da desaprovação do Senhor ao gesto de Onan que, ao se deitar com a cunhada, interrompia o coito na hora ?h?, derramando o sêmen sobre o solo. Hoje, o onanismo, com tantos adeptos nos seminários e nos conventos, já não está exposto na vitrine de preocupações do Vaticano. Os papas da ?modernidade? concentram suas atenções em ?flagelos? mais ?perniciosos? ?a licenciosidade sexual e o aborto. Dão primazia à condenação da camisinha e à defesa da castidade ??dentro e fora do casamento??, como fez Bento 16 na pregação aos jovens reunidos no estádio do Pacaembu, na última quinta-feira (10). Uma das características da Igreja Católica é a aversão a mudanças. No começo do século 16, o Vaticano preferiu emagrecer, expelindo fiéis, a atualizar-se. Foi quando começaram a surgir as igrejas cristãs dissidentes. Pois a reforma tão rejeitada está sendo feita, não é de hoje, à revelia da cúpula da Igreja. Em setembro de 97, às vésperas de uma visita do papa João Paulo 2º ao Brasil, o Datafolha foi às portas de igrejas católicas do Rio e de São Paulo. Entrevistou os frequentadores. Reteve as opiniões daqueles que se declararam católicos praticantes. Verificou-se que, no Brasil, a Igreja já foi reformada num lugar que o olhar do papa não alcança: o interior da alma dos ?fiéis?. O Datafolha constatou que 64% dos entrevistados defenderam a renovação da Igreja. O católico revelou-se, de resto, seletivo na escolha dos dogmas que deseja seguir. A maioria (74%) não aceita a máxima da infalibilidade papal. Um naco próximo da unanimidade (96%) admitiu o uso da camisinha como método contraceptivo ou para evitar a Aids (90). Outro tanto (62%) posicionou-se contra o celibato e a favor do matrimônio informal, longe do altar (64%). Expressivos 55% disseram que a mulher não precisa casar virgem. Faça-se, por último, a defesa de Deus, prometida no primeiro parágrafo do texto. Ao desaprovar todas as formas de aborto, o papa condena mulheres à convivência forçada com o indesejado filho do estupro. Ou, pior, impõe a elas o risco da própria morte, cientificamente detectado em muitas concepções. Sentencia, de resto, legiões de fetos mal formados a uma vida sem vida. Ao abominar o uso da camisinha, em nome de uma utópica castidade cristã, o papa flerta, de novo, com a imposição da morte por Aids. Deus não merece ser co-responsabilizado pela insensibilidade que praticam em Seu nome. Lá de cima, Ele deve estar gritando: ?Por Deus, digo, por Mim, sejam mais cristãos.?
URL:: http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br

quinta-feira, maio 10, 2007

O direito das mulheres a seu corpo.

Por artigo de Miriam Nobre 10/05/2007 às 20:12
Entre a cruz e a mercadoria: feminismo na ordem do dia!
A expressão ?nosso corpo nos pertence? tem sido uma das bandeiras centrais do movimento feminista desde os anos 1970. Ela expressa a vontade de autonomia das mulheres, de ter desejos e exercê-los sem o controle dos homens de sua família, do Estado ou das instituições religiosas. Ela recobre o questionamento à imposição de padrões de beleza, de normas na sexualidade e na reprodução. Aparentemente a mudança de costumes, a maior presença das mulheres na vida pública e avanços tecnológicos como a pílula anti-concepcional teriam feito desta bandeira uma realidade. Mas, para quantas? E, por quanto tempo? Qual a atualidade do debate em relação ao direito das mulheres de decidirem sobre seu corpo? O que temos visto nos últimos anos é que as pressões dos homens, das instituições religiosas e do Estado se somam às ofertas e exigências do mercado. O mercado se apropria de elementos tradicionais da construção do gênero feminino como sua identidade relacionada ao outro num movimento permanente de tentar agradá-lo, a maternidade e a prostituição. Vende-se um corpo perfeito Os meios de comunicação, e a publicidade em particular, constroem o imaginário da mulher perfeita pelo corpo perfeito. Uma mulher jovem, loira, magra, alta, de seios voluptuosos, de cabelos longos. Seios grandes podem ser comprados em miligramas de silicone. Segundo o secretário geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em entrevista à Folha de São Paulo, a quantidade de adolescentes que colocam prótese de silicone aumentou 300% nos últimos dez anos. Nesta reportagem uma jovem comentava sua cirurgia: ?meus pais não queriam deixar, mas o corpo é meu, não é deles?. Seria uma leitura simplista associar a fala desta jovem à bandeira ?nosso corpo nos pertence?, pois seria desconsiderar a máquina que move o negócio da cirurgia plástica no Brasil. Somos o segundo país em cirurgias plásticas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2003 foram realizados 400 mil procedimentos no país. O crescimento do mercado também se dá por sua expansão para as mulheres do meio popular mediante parcelamentos, consórcios, ou dívidas com agiotas. E os riscos não são só estes. Em novembro de 2002, a faxineira Maria de Oliveira morreu em decorrência de complicações em uma cirurgia de redução da mama. Entre 2000 e 2002 cinco mulheres morreram em conseqüência de lipoaspiração feita pelo médico Marcelo Caron, em Goiânia e Brasília. Histórias como estas revelam a ansiedade com que mulheres de todas as classes sociais têm vivido a relação com seu corpo. Ao mesmo tempo em que em nossa voraz sociedade de consumo comer e comprar são atos compulsivos que aliviam as dores da existência, o reconhecimento das mulheres na sociedade é diretamente relacionado a seu peso e proximidade do padrão de beleza. As jovens sofrem com transtornos alimentares como bulimia, anorexia, doenças que estão entre as principais causas de mortes das jovens segundo a Organização Mundial de Saúde. No início as jovens se sentem controlando seu corpo podendo comer e vomitar ou se recusando a comer e aos poucos se percebem prisioneiras da obsessão de ser magra. Outra reação extrema na busca do ?peso ideal? são as cirurgias de redução do estômago. Entre 1978 e 1993 foram realizadas 15 cirurgias no Brasil. Em 1999, foram 900 e em 2001, 3 mil. As cirurgias de redução do estômago lembram as cirurgias de retirada de parte do cérebro de pessoas diagnosticadas como doentes mentais no século XIX. E uma companhia americana patenteou um tratamento para obesos à base de eletrochoques. Os dois exemplos nos fazem pensar na forma como o diferente é tratado em nossa sociedade, na simplificação da ciência com a relação de causa e efeito, no poder médico. Tudo isto somado à ideologia da eficiência, eficácia e soluções imediatas típicas do neoliberalismo. Quais as motivações das mulheres para se submeterem a intervenções cirúrgicas em condições tão mais precárias quanto menor a renda que dispõem? E os tratamentos extremos para perder peso, rugas, marcas do tempo ou qualquer sinal de individualidade que as distanciem da mulher-ícone do momento? A forma como é olhada pelo outro, manter uma relação afetiva e até mesmo programas de controle de peso dos funcionários por empresas estão entre as respostas. Compram-se embriões Pelo senso comum e pelas regras da sociedade patriarcal, uma mulher só é uma mulher completa se ela é mãe. O feminismo resgata que a reprodução, o cuidado com o outro são fundamentais para a humanidade. Enquanto que a sociedade capitalista considera apenas a produção e o mercado, relegando a reprodução como a ?parte da vida inválida de ser vivida?. O feminismo pôs em debate a função social da maternidade, a responsabilidade do poder público em garantir serviços de saúde de pré-natal e parto, creche e educação, entre outras políticas. E ao mesmo tempo, que as mulheres devem decidir se querem ou não ter filhos e o momento de tê-los. Uma ideologia que cimenta nossas relações sociais de poder é a naturalização de tudo que envolve a reprodução e a maternidade. Omitem-se assim os custos e o trabalho da reprodução que são designados às mulheres. É impossível saber se o desejo de uma mulher ser mãe é uma vontade própria, de dar um herdeiro para seu marido, ou garantir que alguém cuidará dela na velhice. Estas e outras entre tantas motivações que se referem às condições como ela vive e a práticas sociais hegemônicas. Este desejo construído e naturalizado é manipulado pelas clínicas de reprodução assistida. Encontra-se em discussão no Senado e na Câmara a Lei de Biossegurança e o Projeto de Lei sobre reprodução assistida. Um intenso debate, mesmo que restrito a especialistas e religiosos, tem acontecido sobre o destino de milhares de embriões excedentes que são produzidos na reprodução assistida. Chama-se atenção para o uso potencial destes embriões em pesquisas sobre o uso de células-tronco ou clonagem. Isto nos faz pensar que a gravidez pode não ser o principal produto deste negócio. Impressiona, porém, que os debates sobre ética tratem apenas do destino dos embriões e quase nada seja dito sobre as mulheres que se submetem a intervenções dolorosas, hormônios em altas dosagens, procedimentos de risco, para se tornarem poedeiras de embrião, verdadeiras fábricas de matéria viva de alto valor comercial. Este silêncio se explica pela despolitização do debate sobre a maternidade. É como se fosse um ultraje questionar, ou mesmo discutir, o desejo das mulheres de serem mães biológicas. Submeter seu corpo a estas intervenções e riscos também não se refere a um controle de seu corpo, pelo contrário, é entregá-lo ao poder médico. Esta hipocrisia dá hemorragia A ideologia de reforço à maternidade biológica se converte em ataques ao direito das mulheres de decidirem sobre contracepção. A negociação do uso da camisinha ainda não é prática corrente, ainda mais em condições desiguais como entre adolescentes e homens mais velhos. Assim, as mulheres continuam expostas às doenças sexualmente transmissíveis e à AIDS. O crescimento dos casos de AIDS tem sido bem maior entre as mulheres do que entre os homens, em especial na faixa dos 35 a 49 anos. Na faixa etária de 13 a 19 anos a epidemia de AIDS já é maior entre as mulheres. A primeira grande tarefa da sociedade e das políticas públicas é ampliar o uso de preservativos. Mas o uso de preservativo não é totalmente seguro e muitas mulheres, em particular donas de casa, não conseguem negociar com seus parceiros o uso da camisinha. Se elas engravidarem contra sua vontade terão que se defrontar com o fato de que no Brasil o aborto é considerado crime com penas de até três anos de reclusão. O Código Penal de 1940 prevê como exceções as situações de estupro e de risco de vida para a mãe. Segundo estimativas do Ministério da Saúde acontecem no Brasil cerca de 800 mil abortos por ano e cerca de 250 mil mulheres são internadas em hospitais públicos em decorrência de seqüelas de abortos realizados em condições precárias e com práticas arriscadas. Em junho de 2004, o ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar garantindo a antecipação terapêutica do parto de fetos com anencefalia (má-formação fetal que torna inviável a sobrevivência após o parto). O ministro prefere não falar em aborto, pois há consenso médico de que em todos os casos de anencefalia há óbito do feto no período neonatal. Porém, a pressão dos setores contra o direito ao aborto tem sido tão forte que o ministro decidiu convocar uma audiência pública antes do julgamento final no STF. A primeira nos 194 anos de existência do Tribunal. A alegação destes setores é de que a prática abre caminho para o extermínio de pessoas com deficiências. Este argumento não parece sem fundamento no contexto das tecnologias de reprodução assistida onde se escolhe o sexo do bebê e se antevê que na concepção se determinariam outras características físicas. No entanto, a forma de enfrentar este risco não é restringindo o direito das mulheres nem aliená-las de seu corpo. Neste caso, como no caso da reprodução assistida, impressiona que as mulheres não contam, como se seu bem-estar ou sofrimento não fizessem parte do problema. O sistema patriarcal prefere anular as mulheres que por sua insistente vontade de existir como seres pensantes e autônomos são fontes de riscos e problemas para eles. Para aqueles que crêem na emancipação humana, o caminho para que todas as mulheres tenham responsabilidade consigo mesmas, com sua comunidade e com as gerações futuras é que elas tenham condições de direito e de fato de decidir. Isto pressupõe não só que o aborto deixe de ser crime como seja regulamentado e com acesso garantido pelo Sistema Único de Saúde. Esta foi uma das propostas aprovadas na I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada em Brasília em julho de 2004. Participaram na Conferência duas mil mulheres eleitas delegadas em conferências que ocorreram nos 27 estados brasileiros. Compram-se moças bonitas Uma visão liberal da bandeira nosso corpo nos pertence é de que as mulheres podem dispor de seu corpo mesmo para vendê-lo na prostituição. Toda nossa solidariedade com as mulheres prostitutas não nos impede de ser críticas à instituição da prostituição e a visões de que a sexualidade é mais um mercado de trabalho. Novamente se pensa nas motivações das mulheres que recorrem à prostituição de forma isolada desconsiderando os sistemas de aliciamento da indústria da prostituição, cada vez mais poderosos no turismo sexual e no tráfico de mulheres. Ambos vêm ganhando força em uma divisão internacional e sexual do trabalho em que a exportação de pessoas é vista como mais um recurso para países exportadores de commodities assegurarem o acesso a divisas que mantém o ciclo de sua inserção subordinada no mercado internacional. O Serviço à Mulher Marginalizada têm divulgado uma série de denúncias que dão rosto aos números do terceiro maior negócio clandestino do mundo, o tráfico de mulheres. Em maio deste ano, Carina Carla do Nascimento de 19 anos aceitou a proposta de um agenciador de mão-de-obra para trabalhar como agente de turismo na Cidade do México ganhando bem mais do que seu salário de recepcionista. Carina, como outras ?moças bonitas com idades entre 18 e 20 anos? eram recrutadas, sem saber, para trabalhar em casas de prostituição. Em 13 de julho de 2004 Carina recusou se prostituir e em represália colocaram cinco gramas de cocaína em sua bebida matando a de overdose. Em 19 de setembro de 2004 morreram cinco garotas, duas delas menores de idade, no naufrágio de uma embarcação no Rio Negro. Este acidente revelou uma nova rota de tráfico de jovens mulheres e adolescentes vinculadas aos pacotes de pesca esportiva na região amazônica. A Polícia Civil do Amazonas relata que meninas de 14 a 17 anos são aliciadas por quantias entre R$ 800 a $ 1.500,00 para programas com turistas brasileiros e estrangeiros que gastam em média US$ 3.900 num pacote de pesca na região. Não podemos aceitar um argumento cínico de que elas estão melhor assim do que passando fome com suas famílias. Queremos que as pessoas vivam melhor com o acesso à terra, a condições de produzir, com emprego, acesso à saúde, educação, habitação, lazer e sonhos para o futuro. Não queremos que a manutenção das pessoas na miséria garanta o fornecimento de meninas para a prostituição e meninos para o tráfico de drogas ou o trabalho escravo. Nosso corpo nos pertence guarda um sentido revolucionário: a extensão e a profundidade das transformações necessárias para que esta bandeira seja real para todas as mulheres do mundo são imensas. Podemos começar pela nossa reflexão militante, pelos termos em que pensamos a realidade, construímos propostas e agimos para concretiza-las.
Email:: marchamulheres@sof.org.br URL:: http://www.sof.org.br

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