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sábado, julho 31, 2021

Congresso vota projetos ambientais após recesso e há risco de legalização das grilagens

Publicado em 31 de julho de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Genildo (Arquivo Google)

Elisa Clavery, Luiz Felipe Barbiéri e Sara Resende
TV Globo e G1 — Brasília

O Congresso Nacional pode analisar a partir de agosto, na volta do recesso parlamentar, uma série de projetos relacionados à área ambiental. Especialistas e parlamentares, no entanto, apontam riscos à preservação. Entre essas propostas estão o projeto da regularização fundiária; o que altera as regras de licenciamento ambiental; e o que dificulta a marcação de áreas indígenas e flexibiliza o uso das terras.

Críticos desses projetos afirmam que a chamada bancada ruralista, interessada nas mudanças, aproveita o contexto da pandemia para tentar aprovar as propostas e fazer passar a ‘boiada’ na área ambiental

LEGALIZAR A GRILAGEM – O projeto da regularização fundiária, em análise na Câmara, amplia o tamanho de imóveis rurais que podem ser regularizados por sensoriamento remoto, isto é, sem vistoria presencial. Críticos afirmam que o texto abre brechas para, na prática, legalizar a grilagem.

A proposta que dificulta a demarcação de terras indígenas, também em análise na Câmara, já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e foi alvo de muitos protestos.

No Senado, os parlamentares analisam um projeto que flexibiliza as regras do licenciamento ambiental. O projeto já foi aprovado pela Câmara. Criticado por ambientalistas, o texto dispensa o licenciamento para uma série de atividades econômicas e cria a licença por adesão e compromisso, uma autodeclaração do responsável.

EX-MINISTROS PROTESTAM – Nove ex-ministros do Meio Ambiente emitiram carta criticando as alterações. Segundo eles, as alterações fragilizam a aplicação da Política Nacional de Meio Ambiente e prejudicam o desenvolvimento sustentável do país.

Para o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, parlamentares defensores do agronegócio aproveitam o momento de pandemia para votar demandas do setor.

“Os deputados entendem que, se não passar os projetos agora, existe um grande risco de isso não serem votado no ano que vem, que é ano eleitoral, ou em outro governo mais amigável com a questão ambiental. Para eles, a hora é agora”, disse o deputado.

PÔR NA LEGALIDADE – Coordenador da Frente Parlamentar de Agropecuária (FPA), o deputado Sérgio Souza (MDB-PR), por outro lado, afirma que o projeto da regularização fundiária colocará “um milhão de famílias de pequenos e médios produtores rurais na legalidade”.

Ele também diz que as propostas não retiram direitos dos indígenas. E afirma que a proposta sobre o licenciamento ambiental “reduz o custo do investimento”, o que, segundo ele será vantajoso para o contribuinte.

“Nós defendemos e queremos continuar defendendo o meio ambiente. Sem um ambiente adequado, não há produção agropecuária”, diz.

FEITO PARA PRESERVAR – Autor do projeto de regularização fundiária e integrante da bancada ruralista, o deputado José Silva (SD-MG) afirma que o texto não coloca em risco comunidades tradicionais, quilombolas e ribeirinhos, mas, sim, preserva essas áreas.

“Para mim, é um direito consolidado. Comunidades tradicionais, quilombolas e ribeirinhos são intocáveis. Eu sei o que representam essas áreas para quem nasceu lá”, afirmou.

Algumas dessas propostas estavam paradas no Congresso havia anos, e especialistas criticam a velocidade com que os textos passaram a ser discutidos justamente em meio à pandemia, que dificulta o debate público.

Dê um basta ao cinismo e defenda a reforma do sistema eleitoral brasileiro, que está bichado


 Carlos Alberto Di Franco

Estadão

Em decisão típica da pornopolítica, que envergonha o Brasil, o Congresso decidiu dar uma baita turbinada no financiamento das campanhas eleitorais de 2022 com uma mudança nas regras apresentada de última hora. A alteração na construção do Orçamento do próximo ano, aprovada por deputados e senadores, reserva R$ 5,7 bilhões para as campanhas do ano que vem.

Esse montante (sem descontar a inflação) de dinheiro público do chamado fundo eleitoral representa um aumento de 185% do valor que os partidos obtiveram em 2020 para as disputas municipais – R$ 2 bilhões. É também mais que o triplo do que foi destinado às eleições de 2018, quando foi distribuído R$ 1,8 bilhão.

CINISMO NA VEIA – Num país sem saneamento básico, em plena pandemia, com escolas fechadas há um ano e meio e desemprego altíssimo, o relator, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), acha o gasto mais que necessário “para o exercício da democracia dos partidos políticos”. Cinismo na veia. Bofetada na sociedade.

O Congresso Nacional está de costas para a sociedade. Está “se lixando” para a opinião pública. A prioridade dos parlamentares é garantir o poder. É tremendo. Mas é assim. Alguns parlamentares, no entanto, honraram seu mandato e disseram não ao aumento imoral.

A política brasileira está podre. Ela é movida a dinheiro e poder. Dinheiro compra poder e poder é uma ferramenta poderosa para se obter dinheiro. É disto que se trata as eleições: o poder arrecada o dinheiro que vai alçar os candidatos ao poder.

AVALANCHE DE DINHEIRO – Saiba que, atualmente, você não faz diferença alguma quando aperta o botão verde da urna eletrônica, auditada ou não, para apoiar aquele candidato que, quem sabe, possa virar o jogo. No Brasil, não importa o Estado, a única coisa que vira o jogo é uma avalanche de dinheiro. O jogo é comprado, vence quem paga mais.

Em resumo, durante os governos petistas, ancorados num ambicioso projeto de perpetuação no poder, os contratos da maior empresa estatal brasileira com grandes empreiteiras eram usados como fonte de propina para partidos e políticos. Dá para entender as razões da vergonhosa crise da Petrobrás – pilhagem, saque, banditismo, estratégia hegemônica –, que atingiu em cheio os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff.

O escândalo da Petrobrás é a ponta do iceberg de algo mais profundo: o sistema eleitoral brasileiro está bichado e só será reformado se a sociedade pressionar para valer. Hoje, teoricamente, as eleições são livres, embora o resultado seja bastante previsível.

TUDO É NEGÓCIO – Não se elegem os melhores, mas os que têm mais dinheiro para financiar campanhas sofisticadas e milionárias. Empresas, discreta e disfarçadamente, investem nos candidatos sem nenhum idealismo. É negócio. Espera-se retorno do investimento. A máquina de fazer dinheiro para perpetuar o poder tem engrenagens bem conhecidas no mundo político: emendas parlamentares, convênios fajutos e licitações com cartas marcadas.

É isso que precisa mudar. Mas o Congresso, por óbvio, não quer. Enquanto o Brasil precisa desesperadamente de reformas, ajustes, cortes, o Congresso se autopremia com um fundo eleitoral bilionário.

Na verdade, nenhum valor pode ser considerado razoável para compor o tal fundo, porque a própria existência do financiamento público contraria a essência da democracia representativa, na qual os partidos, como entidades privadas, devem ser financiados por seus apoiadores pessoas físicas, e somente por eles. Com o fundo público, todos os contribuintes são obrigados a pagar as despesas de partidos com os quais não têm nenhuma afinidade. É a eterna confusão entre o público e o privado no Brasil.

SEM A LAVA JATO – Por outro lado, a Operação Lava Jato, grande esperança da cidadania, foi meticulosamente destruída pelo Supremo Tribunal Federal. E a cereja do bolo foi a absolvição de Lula e a condenação de Sergio Moro. Em decisão que afrontou a lei e a ética, a Corte concedeu a um criminoso reiteradamente condenado o passaporte para disputar a eleição presidencial. E Lula, armado de sua astúcia sem limites, constrói uma narrativa, mais uma, vestindo a máscara de perseguido político e injustiçado.

Assistimos, todos, a um jogo de aparência perverso e vergonhoso. Como se não existissem confissões documentadas, provas robustas e milhões devolvidos aos cofres como resultado de acordos bilionários. Quem devolve, por óbvio, reconhece o roubo. Para essa gente, no entanto, tudo isso precisa ser apagado com a força da pedagogia da mentira.

O combate à corrupção é uma das demandas mais fortes da sociedade. A corrupção algema a sociedade. Desvia para o ralo da bandidagem recursos que podiam ser investidos em saúde, educação, segurança pública, etc. O Brasil não vai mais contemporizar. Nós, jornalistas e formadores de opinião, temos o dever profissional e ético de jogar muita luz nas trevas da corrupção. É preciso rasgar narrativas falsas e mostrar a verdade dos fatos. E você, amigo leitor, dê um basta ao cinismo.

 

Contratado por Joice, Kakay diz que investigação sobre agressão não cabe a ele nem à deputada


O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay Foto:
/
André Coelho/Agência O Globo/25-06-2012

Kakay diz que é preciso aguardar o fim da investigação

Camila Zarur
O Globo

O advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse nesta sexta-feira que não cabe a ele nem à deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) investigar as agressões sofridas pela parlamentar. O advogado foi contratado por Hasselmann para acompanhar o caso, conforme noticiou o colunista Lauro Jardim.

A agressão contra a deputada aconteceu na noite do dia 17 de julho. Ela afirma que assistia a uma série em seu apartamento funcional, em Brasília, quando teve um lapso de memória. Ela acordou no dia seguinte sobre uma poça de sangue, sem se lembrar o que tinha acontecido. Joice sofreu cinco fraturas na face e uma na coluna.

COM ADVOGADO – Inicialmente, a parlamentar disse que pode ter sido vítima de um ataque e, à Polícia Legislativa e ao Ministério Público, apontou “duas pessoas suspeitas”, que preferiu não nominar e disse apenas que um deles seria um parlamentar. Depois, anunciou ter contratado o criminalista.

Kakay, por sua vez, afirmou que quer “baixar a bola e deixar que a polícia atue” no caso. “Não quero ser um advogado atuante na investigação. Não cabe ao advogado fazer a investigação, e nem à Joice. É claro que ela, como vítima e indignada, as vezes toma uma série de atitudes, é normal. Mas o que eu quero é exatamente isso, baixar a bola e deixar que a polícia atue” — disse ao GLOBO.

SEM SUSPEITOS – Em nota, o criminalista também apontou um recuo no tom inicial com que Joice abordou o caso:

“A deputada já foi ouvida. Esclareceu que, embora tenha vários desafetos em função da sua postura política, e de ter sérias dúvidas se as graves e múltiplas lesões foram realmente fruto de uma queda, ela explicitou que não seria leviana em apontar absolutamente nenhum suspeito”.

Kakay, que está em Nova York, foi procurado pela própria deputada, com quem ele tem já uma relação antiga. O advogado afirmou que, além da deputada, já conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o caso e disse ter total confiança na Polícia Legislativa.

CORPO DE DELITO – A agressão também é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal, que informou que o inquérito sobre o caso ainda não foi concluído. Segundo a coluna do Lauro Jardim, o resultado do exame de corpo de delito do marido da parlamentar, Daniel França, sairia nesta sexta-feira. O exame foi feito dez dias depois do ataque.

O criminalista Kakay já foi advogado de políticos como Ciro Nogueira, José Sarney, Edson Lobão, Marconi Perillo, Paulo Maluf, José Dirceu, entre outros.

Presidente da OAB vê improbidade de Bolsonaro, irá ao TSE e diz que mandatário faz ruptura, e não maluquice

 Foto: Divulgação

O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz31 de julho de 2021 | 11:04

Presidente da OAB vê improbidade de Bolsonaro, irá ao TSE e diz que mandatário faz ruptura, e não maluquice

BRASIL

O presidente Jair Bolsonaro pode ter incorrido em improbidade administrativa ao utilizar a estrutura pública para questionar a lisura do processo eleitoral brasileiro, sem entretanto apresentar provas.

Essa é a avaliação do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. “Que outro presidente da República fez utilização tão descarada do sistema de comunicação público no Brasil?”

Segundo ele, a entidade pretende entrar com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra Bolsonaro, por conta dos ataques sistemáticos às eleições brasileiras.

“Trata-se de defender a Justiça Eleitoral brasileira e obrigar o presidente a provar o que está afirmando ou averiguar em caso concreto se o presidente está incorrendo em crime eleitoral. A própria perspectiva de ruptura com o sistema eleitoral pode levar a retirada da condição de elegibilidade do presidente”, diz Santa Cruz.

Ele cobra que o TSE “comece a agir para além das notas e declarações de Twitter”.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo na sexta (30) mostra que os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE classificaram, nos bastidores, como “patética” a live nas redes sociais realizada pelo presidente Jair Bolsonaro na noite desta quinta-feira (29).

Para magistrados, o presidente revelou-se desesperado diante da perda de popularidade que vem sofrendo e por ser alvo de denúncias de suspeitas de irregularidades e corrupção na compra de vacinas.

Chamou a atenção de integrantes das cortes superiores a participação na live do ministro da Justiça, Anderson Torres.

Bolsonaro havia prometido apresentar provas de que houve fraude na eleição de 2018, como ele já propagou diversas vezes. Na transmissão, porém, o mandatário apenas reciclou teorias que circulam há anos na internet e que já foram desmentidas anteriormente.

Ao longo de sua fala, Bolsonaro mudou o discurso e admitiu que não pode comprovar se as eleições foram ou não fraudadas.

Como a live de quinta reforça o quadro de eventual acusação de crime de responsabilidade contra Bolsonaro?

Primeiro um possível crime de improbidade. Indício claro, porque não há qualquer razão lógica para a utilização dos meios de comunicação públicos para aquele exercício tresloucado das próprias razões. Há muito o presidente ofende a dignidade do cargo, o que se espera da postura de um presidente da República, o que está na Lei de Crime de Responsabilidade. Também existe a permanente conduta de afronta entre Poderes, o que se enquadra como possível crime de responsabilidade.

O presidente há muito vem colecionando ataques e posturas que se enquadram tanto na questão de crime de responsabilidade, como em crimes comuns que deveriam ser encaminhados pela PGR ao Supremo Tribunal Federal. E agora a improbidade administrativa. Que outro presidente da República fez utilização tão descarada do sistema de comunicação público no Brasil? Ele vai se beneficiando por uma certa normalização que é dada pela falta de postura dele.

Quando o presidente fala contra o sistema eleitoral…

O presidente faz afirmações que são falsas. Cabe a ele a prova dessas afirmações de fraude do sistema eleitoral. E nós da OAB vamos preparar uma ação cautelar. Ele está acostumado a afirmar e depois recuar.

Nós vamos começar a produzir provas concretas dessa reiterada conduta contra o sistema eleitoral brasileiro. Isso nada mais é do que uma tentativa dele de lá na frente gerar um quadro de ruptura diante de uma possível derrota eleitoral.

Bolsonaro pode ser alvo de que tipo de ação por conta dos reiterados ataques ao sistema eleitoral, levantando suspeitas de fraudes sem provas como na live da última quinta?

Por isso nós vamos ao Tribunal Superior Eleitoral. Trata-se de defender a Justiça Eleitoral brasileira e obrigar o presidente a provar o que está afirmando ou averiguar em caso concreto se o presidente está incorrendo em crime eleitoral. A própria perspectiva de ruptura com o sistema eleitoral pode levar à retirada da condição de elegibilidade do presidente da República.

A Justiça Eleitoral está diante de um grande problema porque existe um presidente da República que trabalha contra ela, que boicota um sistema reconhecido internacionalmente, tenta criar um ambiente de ruptura.

Passa pelo TSE com grau de recurso ao Supremo. Cabe ao TSE a defesa do sistema eleitoral brasileiro. E acho que o TSE precisa começar a agir para além das notas e declarações de Twitter. A sociedade brasileira e as instituições precisam colocar um freio, uma linha limite a atuação do Jair Bolsonaro ou nós vamos assistir a uma tentativa de golpe. Colocar essa linha e, se ela for ultrapassada, que ele seja punido, inclusive perdendo a condição de candidato na próxima eleição.

Existe um certo comodismo em relação às maluquices, que na verdade não são maluquices, são condutas de ruptura de Jair Bolsonaro. As instituições já disseram o que querem, que é o respeito ao Estado democrático de Direito, está na hora de colocar um freio.

Tayguara Ribeiro/Folhapresshttps://politicalivre.com.br/

Começou a ser depositado nessa sexta-feira (30.07) o primeiro repasse da complementação-VAAT da União ao Fundeb

 


https://www.cnm.org.br/comunicacao/noticias/publicadas-as-estimativas-do-vaat-do-fundeb-1-374-municipios-sao-beneficiados-com-esses-recursos-federais


Acesse aqui as receitas do Fundeb e o cronograma de repasse da Complementação-VAAT da União ao seu município

Negligência com Cinemateca é criminosa, afirma ex-presidente da instituição

por Bruno Calixto | Folhapress

Negligência com Cinemateca é criminosa, afirma ex-presidente da instituição
Foto: Reprodução/TV Globo

Diretor da Cinemateca Brasileira entre 2002 e 2013, o administrador Carlos Magalhães viveu o que ele chama de "fase áurea" da instituição. Durante todo aquele período, contou com orçamento de aproximadamente R$ 170 milhões, dos quais R$ 20 milhões foram repassados diretamente pelo governo e os outros R$ 150 milhões foram captados via renúncia fiscal e convênios com o extinto Ministério da Cultura.
 

Nesta quinta, um incêndio atingiu um depósito da instituição, no bairro da Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo. Isso após especialistas já terem alertado sobre a possibilidade.
 

"Nasceu como fundação de direito privado e foi incorporada ao governo federal no início dos anos 1980, por iniciativa do designer pernambucano Aloísio Magalhães, que foi secretário de cultura do Ministério da Educação e Cultura e diretor do Iphan [o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] e morreu logo depois. A ideia era ser um braço do Iphan, cuja concepção foi idealizada por Mário de Andrade", relata Magalhães.
 

Aos 62 anos, o ex-diretor, que talvez seja o que ocupou o cargo por mais tempo, lamenta que o órgão tenha se transformado em "prêmio de consolação", comenta a atual situação —"delicadíssima, de más condições técnicas a falta de orçamento"— e afirma que nem Regina Duarte nem Mario Frias têm qualificação para o posto.
 

*
 

Pergunta - Qual o tamanho da instituição como equipamento cultural?
 

Carlos Magalhães - Ela equivale ao que é a Biblioteca Nacional, só que em termos de audiovisual. Guarda a memória da produção do país. Tem uma responsabilidade muito grande, que é a de preservar o material produzido pela classe artística, além de abrigar e cuidar desses materiais. É uma instituição que tem viés técnico, uma vez que preserva diversas mídias, desde a película até o digital. É um acervo da nação, cuja propriedade física pode até ser de um sujeito ou de uma sociedade sem fins lucrativos, mas seu conteúdo pertence à sociedade.
 


 

P. - Qual é o seu papel no campo cultural e econômico?
 

CM - Difundir esse material, além de preservar. É comum usar imagens de arquivos para novas produções. Nos primórdios da história do cinema brasileiro, incluindo a fase pré-cinema, a gente perdeu muita coisa antes de a Cinemateca existir. Foi com ela que veio essa consciência e necessidade de preservar, tanto pelo valor cultural como pelo valor econômico.
 


 

P. - O que de mais precioso guarda a Cinemateca?
 

CM -Tem os filmes mais antigos, coleções de cinejornais, um acervo incrível da extinta TV Tupi de telejornal, preciosidades em película e acervos digitalizados, além de documentação, livros, roteiros, fotografias. Estamos falando de uma instituição complexa, com a documentação da extinta Embrafilme. Riquíssima em termos de informações de como e quanto custava tudo, o audiovisual e todas as atividades correlatas.
 


 

P. - Há algum tempo, a Cinemateca Brasileira enfrenta uma situação delicada, sofrendo com más condições técnicas e falta de orçamento. Vem de quando este descaso?
 

CM - A situação da Cinemateca hoje tem mais de um responsável, talvez a primeira [crise] foi com a atitude de Marta Suplicy enquanto ministra da Cultura, que destituiu uma direção e não fez nada para ocupar aquele lugar depois, desrespeitando sua autonomia. Em seguida, vieram outros ministros, Marcelo Calero, em 2016, e Sérgio Sá Leitão, em 2017.
 


 

P. - Em entrevistas, você disse, e chegou a repetir, que em sua gestão, entre 2002 e 2013, o órgão viveu sua fase áurea. A que você atribui isto?
 

CM - A Cinemateca ganhou mais visibilidade, verbas e equipamentos modernos. Relatórios de preservação e difusão mostram o quanto ela se equipou nesse período, se comunicou com o mundo externo, se conectou a outras visões cinematográficas, ao intercâmbio.
 


 

P. - Se nos dois meses enquanto secretária especial de Cultura, Regina Duarte não demonstrou muita presença, o que esperar do seu colega Mario Frias?
 

CM - Sou muito cético e, do ponto de vista de alguma racionalidade, é para a gente cortar os pulsos e não esperar nada. Mas sei lá, vai que o sujeito que deu o presente entregou um cheque junto. Torci para que dessem para Regina Duarte recursos, e que ela tivesse humildade de convidar pessoas que entendessem da questão para auxiliar, pois, pelo que a conheço, ela não tem uma formação que a qualifique para isso. Vale lembrar que, como atriz e personalidade do audiovisual brasileiro, ela tem parte da sua história ali, o que, por si só, não a qualifica para o cargo.
 


 

P. - Uma carta aberta afirma que, além de não ter recebido em 2020 nenhuma parcela do orçamento anual —no valor de R$ 12 milhões—, a Cinemateca vem passando por processo de enfraquecimento institucional e, ainda, está com acervo em perigo por causa não somente de sucessivos incêndios ocorridos em sua estrutura nos últimos anos, mas também uma enchente ocorrida no ano passado. Qual a dimensão desta possível perda?
 

CM - Primeiro que é um absurdo não receber um aporte tão pequeno dentro do orçamento público. A Cinemateca precisa de energia para manter o acervo a salvo. Esse valor é, no mínimo, duas vezes e meia menor que o de uma instituição como a Pinacoteca, por exemplo. Estamos falando do básico. Ela cuida de acervo que está sob a guarda dela, mas que não pertence a ela. Pertence a qualquer um, ao cineasta que pretende utilizar uma imagem de arquivo para realizar seu filme.
 


 

P. - Qual é a função da Sociedade Amigos da Cinemateca?
 

CM - Tem quase 50 anos de serviço prestado, com envolvimento de acadêmicos e intelectuais. Mas foi excluída de seu papel em 2013, transformando-se em uma organização social com a responsabilidade diminuída de gerir a Cinemateca.
 


 

P. - Olhando para o que deu certo e errado, que caminhos a Cinemateca deveria seguir?
 

CM - O da difusão do que é preservado. Sempre bati nessa tecla, firmando parcerias com cinematecas de outros países, como Portugal e Dinamarca.
 

Lembro um fato que marcou a história da Cinemateca, que foi a restauração do filme "Limite", de 1930, escrito e dirigido por Mário Peixoto em 2010, sob a responsabilidade de Saulo Pereira, a cargo da Cinemateca com recursos da Film Foundation [entidade fundada e presidida por Martin Scorsese].
 

Um músico norueguês se apaixonou pelo filme, uma das obras-primas do cinema brasileiro, e chegou a compor uma trilha, apresentada durante uma exibição para 1.500 pessoas na Noruega, com a participação do baixista Rodolfo Stroeter e do percussionista Naná Vasconcelos. Depois repetimos a performance em São Paulo.
 


 

P. - Quem você nomearia para o cargo que já foi seu?
 

CM - Carlos Augusto Calil, professor do departamento de cinema da USP, um tremendo gestor e que já foi diretor da Cinemateca, conhece de cima a baixo. Também foi secretário municipal de Cultura, um intelectual preparado para o cargo.

Bahia Notícias

Em entrevista, Fagner diz que Roberto Carlos já perseguiu outros artistas; veja vídeo

Em entrevista, Fagner diz que Roberto Carlos já perseguiu outros artistas; veja vídeo
Foto: Reprodução / Redes sociais do artista

Durante entrevista ao podcast 'Corredor 5', o cantor e compositor Fagner, e o  músico Michael Sullivan protagonizaram uma situação constrangedora ao serem perguntados sobre uma possível desavença com o cantor Roberto Carlos. Os artistas comentavam sobre a canção 'Menina Veneno', sucesso dos anos 80, quando o embate aconteceu. 

Enquanto Michael Sullivan tentava desconversar sobre a possibilidade de Roberto Carlos ter se incomodado com o sucesso de Ritchie - intérprete da cação -, e, à época, ter tentando prejudicar o artista, Fagner discordou.  

Tentando apaziguar a situação, Sullivan opinou. “Roberto não se preocupa com nada, porque ele sabe que é grande. Isso tudo é folclore. As pessoas acham que o Roberto é sucesso porque ele tem inveja das pessoas… O Roberto é sucesso porque ele tem um talento absurdo”, declarou. 

Foi aí que o cantor Fagner se incomodou e saiu do estúdio, ainda durante a entrevista. “Tô indo fumar porque tá rolando muita mentira. Roberto não persegue? Tá brincando?”, disse.  

Sullivan então rebateu. “Roberto se preocupa com ele dia e noite. Pode ser que ele tenha reclamado de alguém, que tá divulgando muito o fulano e não divulgando o dele. Igual o Fagner falou: ‘Tô saindo porque tu só pensa no fulano e esquece de mim’. Então qualquer artista tem isso. Agora, de puxar tapete eu não acredito jamais isso do Roberto. O Roberto é um cara que se preocupa com tudo que está acontecendo em volta dele. A música pra ele é tudo. O Roberto vive a música dia e noite. Então surgiu alguém novo, ele ficou ligado. Mas é normal”, encerrou. 
 

Fux prepara resposta a ameaças de Bolsonaro e Braga Netto e quer reunião entre Poderes


Imagem: Texto Indisponível 91

Fux vai reabrir a sessão do Supremo em grande estilo

Weslley Galzo
Estadão

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, deve usar o tradicional discurso de retomada dos julgamentos na Corte na segunda-feira, 2, após o recesso do Judiciário, para enviar recados ao Palácio do Planalto, diante das sucessivas ameaças à realização das eleições em 2022. Fux prepara uma resposta à tentativa de intimidação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto.

Como revelou o Estadão, o ministro mandou um interlocutor avisar aos Poderes que não haveria eleições de 2022 se não fosse aprovado o voto impresso.

VAI DISCURSAR – O recado chegou para o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que cobrou do presidente Jair Bolsonaro respeito ao processo democrático. Desde a semana passada, Fux vem sendo pressionado a se manifestar sobre as ameaças golpistas que agora também partem da Esplanada dos Ministérios.

Segundo apurou o Estadão, o presidente do STF deve discursar em defesa da democracia, destacando que os Poderes não podem extrapolar o seu papel no Estado de Direito.

Em conversas reservadas, o ministro disse que avalia citar nominalmente as Forças Armadas e Braga Netto, que teriam gerado a crise política instalada a partir de acenos golpistas. Há, ainda, a possibilidade de que a declaração seja mais genérica, evitando despertar animosidade no meio militar, mas que, mesmo assim, cumpra o papel de sinalizar aos outros Poderes e à caserna o comprometimento do Supremo com a estabilidade democrática.

VOTO IMPRESSO – A crise entre o Supremo e o Planalto ganhou fôlego depois que ministros da Corte se reuniram com dirigentes de partidos para reverter a tendência de aprovação do voto impresso pelo Congresso. Após a ameaça de Braga Netto, houve reação pública de três magistrados — Gilmar Mendes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso –, e se chegou a considerar uma nota conjunta a respeito.

Vice-presidente do TSE, Fachin declarou, momentos após a publicação da reportagem do Estadão, que “o sistema eleitoral do País encontra-se desafiado pela retórica flagiciosa, perversa, do populismo autoritário”.

Nesta quinta-feira, 29, Barroso fez duras críticas à proposta de adoção do voto impresso como mecanismo adicional de auditagem das urnas eletrônicas. “O discurso de que se eu perder houve fraude, é um discurso de quem não aceita a democracia”, afirmou.

PROVAS DA FRAUDES – A manifestação de Barroso foi feita no mesmo dia em que Bolsonaro prometeu apresentar provas de que as eleições de 2014 e 2018  foram manipuladas. O presidente queria dizer que as do ano que vem também serão. Em transmissão ao vivo nas redes sociais, porém, acabou admitindo não ter provas, mas apenas “indícios”.

Em cerca de duas horas de live, retransmitida pela TV Brasil, ele usou uma série de alegações falsas para contestar a segurança da urna eletrônica, além de repetir ataques ao TSE e ao ministro Barroso, presidente da Corte eleitoral. Durante o discurso de Bolsonaro, o TSE rebateu as acusações por meio de checagens enviadas à imprensa.

REUNIÃO DOS PODERES – O pronunciamento de Fux ocorrerá pouco após um novo episódio de conflito entre as instituições. O discurso na sessão inaugural, no entanto, não será o único ato do presidente do Supremo na tentativa de debelar a crise institucional instalada na Praça dos Três Poderes.

Na próxima semana, Fux deve se encontrar com Bolsonaro e com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

O encontro deveria ter ocorrido no último dia 14, mas foi desmarcado porque Bolsonaro precisou ser submetido a tratamento médico de emergência em São Paulo. Naquele momento, o presidente do STF tentava reunir as lideranças para remediar a crise política entre os Poderes causada, sobretudo, pela atitude beligerante de Bolsonaro em relação à adoção do voto impresso.

 


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