A eleição municipal em Jeremoabo, Bahia, ganhou contornos dramáticos com o episódio que envolve o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fábio da Farmácia. Em um cenário político conturbado, ele parece estar enfrentando um isolamento crescente, sendo abandonado tanto pelo governador do estado, também do PT, quanto pelo ex-governador e Chefe da Casa Civil da Presidência da República, ambos figuras de destaque dentro do partido. A situação lança uma sombra sobre a viabilidade de sua candidatura e sobre o que realmente representa sua proposta de "mudança" para o município.
O Debate e o Ausente
Recentemente, a ausência do candidato Tista de Deda no debate municipal acendeu ainda mais as especulações sobre a fragilidade da campanha de Fábio da Farmácia. A questão central que emerge é: debater o quê e com quem, se o candidato que deveria representar o PT no município parece estar sem apoio das figuras mais importantes do partido no estado?
Fábio da Farmácia, atual vice-prefeito de Jeremoabo, busca se apresentar como o candidato da renovação e mudança. No entanto, ele não consegue esconder a realidade de que, mesmo dentro do seu próprio partido, há sinais claros de rejeição. Tanto o governador do estado quanto o ex-governador não demonstram apoio à sua candidatura. Essa falta de respaldo por parte das lideranças do PT levanta uma dúvida importante: como pode um candidato buscar liderar uma cidade sem o apoio dos próprios líderes que deveriam fortalecê-lo?
O Passado Compromete o Futuro
Fábio da Farmácia, ao longo da atual gestão do prefeito Deri do Paloma, esteve presente em diversas ações e atividades governamentais. Vídeos circulam pelas redes sociais mostrando sua ativa participação ao lado de Deri em obras, eventos e promessas de governo. A pergunta que os eleitores de Jeremoabo se fazem é: se ele foi parte integrante da administração atual, por que somente agora, às vésperas da eleição, ele decide se distanciar e adotar um discurso de mudança?
A rejeição ao apoio do governador e do ex-governador pode ser vista como reflexo dessa dualidade. Para as lideranças do PT, Fábio talvez não seja visto como o candidato capaz de representar uma verdadeira renovação ou de consolidar os princípios defendidos pelo partido. Ele, que nunca havia se manifestado publicamente contra a gestão de Deri, agora tenta se colocar como uma alternativa, mas carrega consigo o peso de anos de conivência e omissão.
O Peso da História e a Sabedoria Popular
Na entrevista concedida à emissora de rádio Barris, Fábio da Farmácia trouxe à tona a narrativa de que Jeremoabo tem sido comandada por duas famílias: a de Tista de Deda e a de Deri do Paloma. De fato, ambos foram eleitos democraticamente, mas a tentativa de Fábio de se distanciar dessas figuras soa contraditória quando se analisam os anos em que ele esteve ao lado do prefeito Deri. Sua participação ativa em diversas decisões e a falta de críticas públicas à administração reforçam a ideia de que sua candidatura carece de autenticidade.
Além disso, o discurso de Fábio a respeito dos problemas da cidade – como o hospital que não funciona, a educação deficiente e as estradas precárias – vem tarde demais. Como vice-prefeito, ele teve oportunidades e canais, como a Câmara Municipal e a mídia local, para se manifestar e propor soluções. Porém, sua inércia durante o mandato coloca em xeque sua capacidade de liderança e de promover as mudanças que agora promete.
A Escolha do Eleitor
O eleitorado de Jeremoabo, ciente dos acontecimentos e com acesso a informações sobre o passado e o presente das lideranças políticas da cidade, parece cada vez mais cético em relação à candidatura de Fábio da Farmácia. A rejeição do próprio partido, somada à sua participação no governo anterior sem quaisquer críticas, deixa claro que sua promessa de mudança não é convincente.
No dia 6, os eleitores de Jeremoabo farão sua escolha não apenas com base no que ouvem, mas no que viram ao longo dos últimos anos. O candidato do PT, que não conta com o apoio das lideranças estaduais e federais do próprio partido, enfrenta um desafio quase insuperável. E, como diz o ditado, "contra fatos não há argumentos". A população terá a oportunidade de decidir o futuro da cidade com base na razão e na história que cada candidato carrega consigo.
A eleição em Jeremoabo será um momento de reflexão e decisão importante, em que a população terá que escolher não apenas um nome, mas um projeto real de desenvolvimento para o município. Fábio da Farmácia, por ora, parece ser mais uma peça isolada em um tabuleiro político do que uma verdadeira liderança capaz de trazer as transformações que Jeremoabo tanto precisa.
A Queda do Candidato do PT em Jeremoabo: Isolado Pelos Próprios Aliados