Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sexta-feira, maio 24, 2024

Piada do Ano! JBS multada em R$ 170 milhões por pagar “hora extra” a um fiscal

Publicado em 23 de maio de 2024 por Tribuna da Internet

Tribuna da Internet | Sob o signo da Liberdade

Em matéria de corrupção, os irmãos Batista são profissionais

Danielle Brant
Folha

A CGU (Controladoria-Geral da União) aplicou multa de R$ 170,2 milhões à JBS por pagamento indevido a um auditor fiscal do Ministério da Agricultura responsável por um frigorífico da empresa em Mozarlândia (GO). A propina tinha como objetivo agilizar a liberação de créditos tributários.

A sanção é resultado de um PAR (Processo Administrativo de Responsabilização) aberto para investigar depósitos feitos pela JBS na conta do auditor entre 2012 e 2017.

Na época, os irmãos Joesley e Wesley Batista integravam o conselho de administração da companhia — eles se afastaram em 2017 e retornaram neste ano.

CONDUTA DE RISCO – Segundo fontes da CGU, a JBS transferiu R$ 381.500 ao servidor, em depósitos mensais. A investigação teve origem em informações obtidas na Operação Conduta de Risco, deflagrada pela Polícia Federal em Goiás, que tinha como objetivo apurar o pagamento de R$ 160 milhões para acelerar a liberação de R$ 2 bilhões em créditos tributários à empresa.

No inquérito foi levantado o sigilo bancário do auditor, com a identificação dos depósitos feitos pela JBS e por seus empregados.

Em nota, a JBS afirma que cabe recurso à decisão. “Os pagamentos efetuados dizem respeito a horas extras, e ocorreram de acordo com art. 102, item 18 do Decreto 30691/1952, que vigorou até 2017.”

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Já tínhamos ouvido falar em desculpa esfarrapada, mas não a esse ponto. Pagar hora extra a fiscal de frigorífico é algo absolutamente absurdo. Geralmente, a empresa quer se ver livre dos fiscais e tenta impedir que eles entrem nas instalações para averiguar como ocorre a produção. No caso dos irmãos Friboi, que subornavam até vice-presidente da República (“tem de manter isso, viu?”), o fiscal era tão querido que não deixavam ele sair da empresa e até pagavam hora extra. A Friboi deveria a ganhar o Oscar de Efeitos especiais. (C.N.) 

Sem dinheiro, a ministra do Planejamento está submersa na tragédia do governo Lula

Publicado em 23 de maio de 2024 por Tribuna da Internet

Simone Tebet: 'Abrir exceções põe por terra ganhos da reforma'

Dinheiro acabou e a ministra comanda uma pasta fantasma

Carlos Andreazza
Estadão

O Ministério do Planejamento entrou na clandestinidade. O aparelho está por cair; seus técnicos conspirando contra as indexações-vinculações que agravam a subordinação do Brasil ao império do gastar o que não pode. Flertam os conjurados com a ideia perigosa de fazer escolhas. Ameaçam difundir que grana não dá em árvore.

E, então, sussurram o óbvio, os traidores da pátria: as contas não fecham. O dinheiro escasseia. Não está mais tão barato arrancá-lo; nada fácil fabricá-lo. Avançado já o segundo ano de governo… O mundo real se impõe.

PARADEIRO INCERTO – A ministra Simone Tebet tem paradeiro desconhecido depois de haver atentado contra a frente ampla. Expôs a saturação do fiscalismo haddadeano – aquele exercido via crescimento eterno da arrecadação. E tentou plantar a bomba da reforma estrutural na engenharia das despesas. Não haveria outro jeito, de acordo com essa inimiga da nação. É procurada.

Ainda assim, os resistentes subversivos ousam segredar que 2024 veio sem PEC da Transição. Poucos se lembram do troço. Conveniente esquecê-lo. Uma injustiça, pois o projeto inicial do governo de reconstrução previa que se reproduzisse a graça. Seria a PEC da Transição Permanente.

Não que seu esbanjamento solo, em 2023, tenha sido ineficaz. Fez de Fernando Haddad um ministro da Fazenda crível, senhor da estabilidade fiscal. Com R$ 150 bilhões extras para iniciar os trabalhos, qualquer um vende futuro de metas superavitárias. Com cara de pau, até se comemora contas poucamente deficitárias. “Gestão no caminho certo”.

NUNCA FECHA – Triunfo do oximoro, também sua melhor expressão: Haddad ao mesmo tempo responsável fiscalmente e ministro da Fazenda deste Dilma III.

A conta nunca fechou. E o dinheiro acabou. Relativize-se o “ministro da Fazenda crível”. Crer pode ser bom negócio. A temporada do Haddad Meta Zero fez bons preços.

Para que se avalie o tamanho do “me engana que eu gosto”: produziu o arcabouço fiscal e houve quem empenhasse a credibilidade em identificar no bicho, natimorto ao primeiro olhar, compromisso com o controle das despesas.

IMPÉRIO GASTADOR – O arcabouço fiscal, senhoras e senhores! Aquele cujo presunto finalmente se avista e que intoxica todo e qualquer marco de credibilidade. A própria Constituição – a bíblia – do império gastador dos bilhões que não há. Crer será bom negócio quando a expiração da fé for previsível. O governo é previsível.

E ora temos a Lei de Responsabilidade Fiscal em xeque, segundo ótima reportagem de Daniel Weterman. “Em xeque” pressuporia a existência desafiada do organismo. Isso é coisa do passado.

A resistência – uma década de perecimento – foi vencida. Letra morta, a LRF. Morreu em nome de novo voo de galinha. Enterrada como indigente.

Tentativa de “descondenar” a Odebrecht é uma desonra à Justiça em vários países

Publicado em 23 de maio de 2024 por Tribuna da Internet

Toffoli derruba todos os processos e investigações sobre Marcelo Odebrecht  na Lava Jato | Jovem Pan

Marcelo Odebrecht subornou governos latino-americanos

José Casado
Veja

Uma década depois do início das investigações, países como Brasil, Equador, Peru e Panamá ainda enfrentam sequelas do terremoto político provocado pelas revelações sobre corrupção empresarial nas suas instituições.

Em Brasília, por exemplo, a Lava Jato ocupou boa parte da agenda do Congresso e do Judiciário nesta terça-feira (21/5). Na Câmara, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle dedicou cinco horas ao debate do histórico de corrupção, desvios e impunidade.

NULIDADE ABSOLUTA – Enquanto isso, do outro lado da Praça dos Três Poderes, o juiz José Antonio Dias Toffoli, do Supremo tribunal Federal, declarava “nulidade absoluta de todos os atos” judiciais contra Marcelo Odebrecht, sócio e ex-presidente (2008-2015) da empresa familiar homônima, renomeada como Novonor.

Toffoli reconheceu como válida somente a confissão do empreiteiro, feita depois da prisão preventiva ser confirmada pelo STF. Ele foi condenado, teve a pena reduzida (de 19 para 7 anos) e, no ano passado, ficou livre.

Odebrecht se declarou culpada nos Estados Unidos, em dezembro de 2016, num esquema de pagamento de quase 800 milhões de dólares (4 bilhões de reais) em subornos a funcionários em 12 países. 

RETRATOS ABJETOS – Seis mil quilômetros ao norte de Brasília, em Quito, a Controladoria-Geral do Equador realizava um ato simbólico de “ocultamento” dos retratos de dois procuradores na galeria que homenageia os ex-chefes Carlos Pólit e Pablo Celli. Os dois comandaram o órgão de fiscalização de contas estatais na última década e meia.

Suas fotografias emolduradas no Salão dos Controladores foram solenemente cobertas com um pano preto e tarja vermelha, onde se lê: “Persona non grata para a CGE. Vergonha nacional”

Celli está sendo processado por crime organizado em transações obscuras com a empresa estatal Petroecuador. Pólit acaba de ser condenado nos Estados Unidos por lavar o dinheiro de propinas no circuito bancário da Flórida.

ODEBRECHT EM CENA – Dos 40 milhões de dólares (200 milhões de reais) que Pólit confessou ter recebido em subornos, 10 milhões (ou 50 milhões de reais) foram pagos pela Odebrecht.

Entre as provas apresentadas no tribunal americano estavam conversas gravadas entre o ex-controlador e o representante da empreiteira brasileira no Equador, José Conceição Santos, que também confessou.

Pólit é vinculado ao ex-presidente Rafael Correa, autoexilado na Bélgica, e ao ex-vice-presidente Jorge Glas, preso durante um inusitado assalto policial à embaixada do México em Quito, onde havia se refugiado. O governo mexicano rompeu relações com o Equador.

PRESIDENTE MATOU-SE – No vizinho Peru, onde quatro ex-presidentes foram ou estão sendo investigados (um deles, Alan García, matou-se quando a polícia chegou à sua casa), a procuradoria resolveu incriminar jornalistas por reportagens sobre a corrupção da Odebrecht nas instituições estatais.

O alvo é Gustavo Gorriti, editor-chefe do site IDL-Reporteros, publicação responsável por algumas das principais revelações da trama entre a Odebrecht, seus sócios privados locais e governos do Peru nas últimas duas décadas.

O procurador Alcides Chinchay quer, entre outras coisas, que Gorrit entregue os números de telefones que usou desde 2016 para levantar informações sobre os subornos pagos pela Odebrecht.

REPÓRTER DE RENOME – Gorrit é um respeitado jornalista. Nos anos 80 relatou crimes ocultos do grupo guerrilheiro Sendero Luminoso e, na sequência, expôs os laços do governo Alberto Fujimori com máfias do tráfico de cocaína. Passou um período refugiado na Cidade do Panamá, de onde foi deportado.

O Panamá marcou para julho o julgamento do ex-presidente Ricardo Martinelli, atualmente refugiado na embaixada da Nicarágua.

Ele e dois filhos são acusados de enriquecer com subornos pagos pela Odebrecht sobre contratos de obras de infraestrutura.

FORAM DEPORTADOS – Os filhos de Martinelli chegaram a ser presos e, depois, deportados dos Estados Unidos, que enquadrou o ex-presidente panamenho na restrita lista oficial de pessoas classificadas “significativamente corruptas”.

Na década passada, o caso Odebrecht foi exemplar no estudo sobre a captura do Estado pela corrupção, que desequilibra a competição empresarial.

Agora, provoca embates sobre os limites do controle democrático ao poder e à influência corporativa nas instituições políticas, governamentais e judiciais.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Excelente e oportuna reportagem de José Casado. Mostra que os ministros do Supremo deveriam se envergonhar dessa descondenação em série de corruptos de alto coturno, notórios usurpadores de recursos públicos, ou seja, do povo. Mas ocorre o contrário: os magistrados se orgulham desse desserviço prestado à nação. Aliás, nem existia a palavra “descondenação”. É um neologismo criado em homenagem à libertação e à anulação das condenações de Lula, mostrando que no Brasil o crime sempre compensa.  (C.N.)

Pesquisa sobre Michelle e Tarcísio exibe transferência de votos com alta rejeição

Publicado em 23 de maio de 2024 por Tribuna da Internet

Charge: Rejeição pode ser decisiva na eleição - Blog do AFTM

Charge do Cazo (Blog do AFTM)

Bruno Boghossian
Folha

A passagem de bastão no bolsonarismo envolve um aspecto peculiar. A derrota em 2022 refletiu o descolamento de uma parte da base eleitoral de Jair Bolsonaro e levou a direita a encarar duas trilhas distintas (embora convergentes em preferências e no destino) rumo a uma recomposição para a próxima disputa.

Números de uma pesquisa da Quaest compilados para a coluna indicam fatores que devem pesar nesse caminho. O instituto testou os nomes de Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e outros bolsonaristas. A ex-primeira-dama aparece como um fenômeno completo de recall: herda os votos do marido em nichos estratégicos, mas também carrega sua rejeição.

DIZEM OS NÚMEROS – Entre eleitores que declaram ter votado em Bolsonaro na última eleição, 74% dizem que votariam em Michelle, e só 6% afirmam desconhecê-la. No mesmo grupo, 50% declaram que votariam em Tarcísio, e 29% dizem que não o conhecem.

No segmento evangélico, Michelle (47%) também vai melhor que Tarcísio (35%). Entre católicos, os dois empatam (26%), mas a ex-primeira-dama ganha na rejeição: 55% contra 31%.

Mais diferenças surgem nos demais recortes. Tarcísio (39%) supera Michelle (33%) entre eleitores do Sudeste, o que reflete uma penetração restrita à sua atuação como governador. No Sul, 45% dos entrevistados não conhecem Tarcísio. Ali, a ex-primeira-dama vai melhor que o governador, mas sua rejeição (48%) é quase o dobro do índice dele (25%).

APOSTA EM TARCÍSIO – Os números explicam a aposta de certos segmentos de direita em Tarcísio. Entre eleitores de maior renda, o ex-ministro (37%) tem quase o mesmo desempenho de Michelle (40%), com uma rejeição bem menor (30% para ele, 51% para ela).

A situação é parecida no cobiçado grupo que classifica o governo Lula como regular: ambos ficam na casa dos 25% de possibilidade de voto, mas a rejeição a Michelle beira os 60%. Tarcísio é desconhecido por quatro em dez desses eleitores.

A pesquisa ilustra o desafio da transferência de votos de um personagem que também é capaz de transmitir sua rejeição. Isso explica o empenho de Tarcísio para manter sua identificação com Bolsonaro enquanto se esforça para encenar diferenças.

Brasil adotou as melhores leis ambientais do mundo, mas tem vergonha delas.

Publicado em 24 de maio de 2024 por Tribuna da Internet

Nelson Rodrigues tinha razão, o brasíleiro se acha vira-lata

Carlos Newton

Surgem fortes reações sempre que comentamos aqui na Tribuna da Internet que o Brasil tem a mais moderna e avançada legislação ambientalista do mundo, que deveria ser adotada por todos os países. Fico particularmente impressionado, porque é coisa raríssima encontrar reportagens e estudos a respeito, parece que ninguém dá a menor importância ao assunto.

Certamente essa situação é causada pelo complexo de vira-lata identificado pelo genial Nelson Rodrigues, que ironizava a mania brasileira de achar que o produto importado é sempre de qualidade superior.

NA AMAZÕNIA – Para início de conversa, o Código Florestal (Lei, 12.651, de 2012) considera como área da Amazônia Legal mais de 50% do território nacional, porque inclui os estados do Mato Grosso, Tocantins e cerca de 70% do Maranhão.

Nesta Amazônia estendida, qualquer novo empreendimento agrícola em região de floresta tem de preservar 80% da área como Reserva Legal. Ressalva: propriedades rurais que realizaram desmatamentos na Amazônia entre 1989 e 1996 obedecendo percentual mínimo de 50% de Reserva Legal em vigor na época, estão desobrigados de recompor suas áreas ao percentual de 80%.

Além disso, quando o Estado tiver 65% de seu território preservado e o município mantiver 50%, o percentual de reserva legal cai para 50% da propriedade rural.

OUTRAS REGIÕES – Nas áreas do Cerrado, o mínimo de Reserva Legal é de 35%, percentual que vale para qualquer novo empreendimento agrícola na região. O estado do Mato Grosso do Sul foi mais rigoroso e aprovou uma lei própria, dispondo que as fazendas do Pantanal têm de preservar 50% de sua área, e as propriedades em regiões de Cerrado ou formação campestre devem manter 40% de Reserva Legal.

No resto do país, as fazendas têm de recompor 20% de suas áreas, e há outras leis que mandam preservar ou recuperar a vegetação nas margens de rios, regatos e lagoas.

Não existe nada igual em nenhum outro país do mundo, mas ninguém se interessa por isso. Quando se fala em Brasil, o assunto é sempre desmatamento.

###
P.S. 1 
– Como dizia François Rabelais, a ignorância é a mãe de todos os males. Jamais se vê uma autoridade ou ecologista brasileiro exaltar  esses números. Desde que se começou a falar em ecologia, nenhum presidente brasileiro subiu à tribuna em evento internacional para exibir orgulhosamente o mapa do Brasil mostrando: “Aqui, 80%; ali, 50%; acolá, 40% ou 35%; e o resto, 20%, sem falar nas outras áreas de reserva legal ou indígenas já existentes desde priscas eras”…  

P.S. 2 – Lula da Silva não sabe nada disso, jamais se interessou. Vem aí o G20, grande oportunidade, mas vai passar batido. Marina Silva é aquela patricinha da selva, a falsa seringueira capaz de alardear em Davos que no Brasil há 120 milhões de famintos, tremenda fake news. E assim la nave va, cada vez mais fellinianamente. (C.N.)

Supremo está “fora do ar”, com ministros inatingíveis e acima de qualquer suspeita

Publicado em 24 de maio de 2024 por Tribuna da Internet

A culpa é do STF - Espaço Vital

Charge do Duke (O Tempo)

Conrado Hübner Mendes
Folha

Nosso vocabulário tem bons recursos para falar sobre o comportamento de instituições e autoridades públicas. Corrupção, arbitrariedade, opacidade dão conta de alguns dos principais vícios. Decoro, respeito à lei, competência, senso de justiça, responsabilidade e controle resumem as principais virtudes. Formam um kit conceitual elementar para discussão política.

A filosofia política tenta ensinar nosso juízo a aplicar essas lentes ao mundo público. Traçou linhas entre o certo e o errado, o ético e o antiético, o virtuoso e o vicioso. Talvez haja poucas instituições ou autoridades públicas que se possam classificar como puramente corruptas e arbitrárias, ou perfeitamente confiáveis, coerentes e responsáveis. O mundo real não é só chuva ou sol.

DO LADO ERRADO – Mas há instituições mais de um lado do que de outro. E ministros do STF parecem ter escolhido, definitivamente, de que lado preferem estar. Se alguém disser que generalizo, precisaria apresentar alguma justificativa para a rotinização de certas práticas nos últimos muitos anos. Mas podemos ficar no que sai da ordem do dia.

A participação de ministros (às vezes a maioria do colegiado) em eventos privados de lobby, pintados de acadêmicos, na presença de advogados, empresários e políticos, pagos por empresas do grande poder econômico, é desconhecida em qualquer outro país do mundo. Não precisamos investigar os 193 estados da ONU para atestar a singularidade da prática.

E se você disser que a Suprema Corte norte-americana também passa por crítica recente em razão de três ministros promíscuos, diria duas coisas: primeiro, o que lá foi percebido como desvio, aqui se fez legalizado e habitual por quase todos os ministros; segundo, lá o escândalo público emergiu, e do escândalo se fez, pelo menos, um código de ética. Clarence Thomas, aqui, seria mais um.

SEM ÉTICA – Por falar na ausência de códigos, vale citar a decisão do Supremo de considerar o Código de Ética da magistratura nacional inaplicável a ministros do próprio STF, assim como qualquer decisão do CNJ que discipline a conduta judicial.

Lembre de dois episódios recentes de promoção da institucionalidade da promiscuidade, emblemas da desfaçatez magistocrática contra valores republicanos: o CNJ rejeitou resolução que exigia transparência para eventos e remunerações de juízes; o STF invalidou regra legal que dificultava a vida de advogados parentes de ministros.

Para litigar em tribunais superiores, um setor emergente da advocacia dinástica passou a lucrar com uma espécie de pedágio do parente de ministro.

SEM AGENDAS – A coluna Painel, da Folha, publicou no fim de março que “apenas 4 dos 11 ministros do STF dão publicidade a suas agendas oficiais, com os compromissos e reuniões listados no site da corte”. O tribunal explicou que “não há exigência legal para divulgação da agenda, ficando a cargo de cada ministro”; além disso, “muitos dos ministros dizem que não publicizam suas atividades por questões de segurança”, mesmo quando os compromissos não divulgados já ocorreram.

Já o repórter Weslley Galzo, do Estado de S. Paulo, descobriu que “Ministros do STF participaram de quase dois eventos internacionais por mês no último ano”. Pergunte sobre os patrocinadores e conflitos de interesses.

Constança Rezende e Lucas Marchesini também revelaram que “Toffoli gasta R$ 100 mil do STF com diárias de um segurança em Londres e Madri”. Dinheiro público para pagar segurança de ministro em evento privado na Europa. Horas depois da notícia, o STF mexeu em seu portal da transparência e essas informações saíram do ar.

 

Em destaque

Explosão em frente ao STF: reflexos da polarização ideológica e política no país

Publicado em 15 de novembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Episódio fatídico comprova que Brasília continua...

Mais visitadas