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terça-feira, janeiro 02, 2024

Ciro Gomes diz na TV que não pretende mais disputar eleições: “Eu fui desistido”


Ciro criticou Lula por, segundo ele, agravar a

Lula agravou a relação podre com o Congresso, diz Ciro

Deu em O Globo

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou em entrevista à GloboNews, que “dificilmente” voltará a disputar eleições. Em 2022, o pedetista amargou seu pior desempenho em uma campanha à Presidência da República, quando obteve apenas 3% dos votos e ficou em 4º lugar. Ciro criticou o movimento para fazê-lo desistir de se candidatar nas últimas eleições.

“Eu fui desistido. Não é bem que eu desisti, não”, disse. “Quando eu saía de uma eleição difícil, quase impossível, com 12% (dos votos), eu achava que não tinha direito de desertar da expressão daquilo. Quando aconteceu aquilo (eleições de 2022), da forma que foi, eu me senti asfixiado por aqueles por quem eu lutei a minha vida toda. De repete senti: estou fazendo isso sozinho. Em nome de quê?”

TERRORISMO ELEITORAL – Nas últimas eleições, apoiadores do presidente Lula e artistas como Caetano Veloso e Alinne Moraes fizeram uma campanha para tirar votos de Ciro, batizada de #tiragomes. O objetivo era estimular o voto útil no petista para derrotar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ciro na época chamou o movimento de “terrorismo eleitoral”.

À GloboNews, Ciro criticou artistas que apoiam Lula apesar de concessões feitas ao Congresso. O ex-governador citou repetidamente as emendas parlamentares liberadas pelo governo como exemplo de falhas da gestão federal. Diante disso, o cearense afirmou que perdeu “a crença e o entusiasmo na linguagem eleitoral brasileira”.

“O que me causou um constrangimento e me fez perder a vontade de disputar minhas ideias eleitoralmente são as mediações”, afirmou.

 “Como vou explicar isso aqui (suas ideias de governo) pro povão se não tiver um conjunto de pessoas equipadas pelo privilégio de serem artistas, intelectuais, cientistas, líderes estudantis, lideranças sindicais? Essa gente toda está batendo palma para a destruição do meu País, para o apodrecimento da República. O cinismo perdeu o pudor. Fala-se: o Congresso é assim.”

CRÍTICAS A LULA – Ciro criticou Lula por, segundo ele, agravar a “relação podre, corrupta, fisiológica e clientelista” com o Congresso. Em agosto, o petista se tornou o presidente que mais liberou emendas parlamentares em um único mês.

Para o ex-governador, este é um sinal de que a negociação com os deputados e senadores continua da mesma forma que ocorria com Bolsonaro, quando revelou-se o esquema do orçamento secreto. “Enquanto isso, nossa elite, de forma cínica, diz: se não assim, como faria?”, questionou Ciro, propondo a adoção de plebiscitos para resolução de disputas entre Executivo e Legislativo.

O ex-ministro disse crer que a verba que os parlamentares ganham com emendas acaba com a equidade na disputa política. “Não se elege mais uma pessoa jovem, uma pessoa séria no País. Estamos ensinando aos jovens que a política é assim?”, criticou.

DEUS NÃO QUIS – O cearense foi candidato à Presidência quatro vezes. Em 1998 e em 2002, pelo PPS, chegou a 10,9% e 11,9% dos votos. Em 2018, com o PDT, alcançou 12,4% do eleitorado. Na última disputa, ficou atrás de Lula, Bolsonaro e Simone Tebet (MDB). “Eu tenho êxito na política, só não consegui ser presidente do País. Deus não quis”, disse Ciro na entrevista. Depois de afirmar que “dificilmente” entraria em disputas novamente, reafirmou: “Eu vou seguir lutando, mas disputar eleição não quero mais não”.

O ex-governador do Ceará criticou a atuação do governo federal em diferentes áreas, da economia ao meio ambiente, passando por segurança, educação e tecnologia. Para ele, Lula “perdeu o pulso faz tempo” e o País está em “decadência franca” há anos. Ciro disse acreditar que as políticas públicas não mudaram muito desde a gestão passada.

“É muito melhor criticar um governo como o do Lula, do que um governo como o do Bolsonaro”, afirmou. “Mas vamos ficar amarrados nessa âncora mortal? Ao invés de comparar as coisas com o passado, eu comparo com a promessa que foi feita, que está muito longe de ser atendida, e com as condições objetivas de fazer diferente, que eu sei que poderia ser.”

POLÍTICA EXTERNA – Outra área de atuação do governo criticada por Ciro foi a da política externa. Para ele, o Brasil deveria voltar seus olhos à resolução de conflitos e tensões na América Latina. “Lula está buscando ser um pop star, uma celebridade internacional, a falar bobagens em assuntos externos complicados e complexos”, afirmou.

“Eu fui ao Parlamento Europeu e o que eu ouvi me obrigou a defender o Lula, de tanta bobagem que ele falou. Lula só se preocupa com a paz onde a imprensa está olhando.”

O ex-ministro não citou na entrevista a briga com o irmão, Cid Gomes. O senador deve sair do PDT para se filiar ao PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin, sigla em que já esteve por oito anos, quando foi eleito e reeleito para o governo do Ceará, em 2006 e 2010. Em outubro deste ano, Cid Gomes ameaçou deixar o PDT após uma reunião acalorada que contou com bate-boca e troca de ofensas entre ele e Ciro.

É preciso garantir liberdade de imprensa, combatendo fake news e assédio virtual


Charges fake news

Charge do Cazo (Blog da AFTM)

Baleia Rossi
Estadão

O ano de 2023 termina com o sentimento de missão cumprida por conta da aprovação da PEC 45 da Reforma Tributária, proposta apresentada por mim e que se tornou bandeira partidária. Para fazer política é preciso bandeiras claras. Para 2024, ano de eleição municipal, quero fazer o compromisso público de que vamos reforçar nossa defesa da liberdade de imprensa e o combate às fake news.

A Coluna do Estadão noticiou na semana passada que a deputada Simone Marquetto, minha colega de bancada e do MDB de São Paulo, conseguiu aprovar o projeto de lei 2378-B, que define garantias para o exercício do trabalho jornalístico e tipifica como crime ataques à reputação de jornalistas. A proposta é autoria da ex-deputada Shéridan (PSDB-RR), e foi apresentada em 2020. Simone atuou como relatora.

LUGAR COMUM – Por conta da polarização política, ataques a jornalistas viraram lugar comum, sobretudo no ambiente das redes sociais. O trabalho da imprensa pode e deve ser até criticado. O contraditório é um direito que todos temos.

O problema ocorre quando uma autoridade resolve atacar o jornalista com ofensas pessoais, incentivando seguidores a fazer o mesmo, nos chamados conhecidos “cancelamentos”.

Essas ações devem ser punidas, pois visam impedir o livre exercício e acabam por minar a saúde mental dos profissionais. Aliás, é preciso discutir também novas formas de financiamento do jornalismo. Principalmente o trabalho feito dentro das regras que respeitam a imparcialidade, a objetividade e, como já disse, o contraditório.

RESPONSABILIDADE – A internet e as redes sociais transformaram cada pessoa num produtor de conteúdo e, principalmente, num reprodutor de conteúdo. Na busca por engajamento, tal produção tem como característica provocar emoções em vez de reflexões. A discussão do PL das fake news acabou contaminada, mas não podemos abrir mão de criar algum tipo de legislação em que haja plena liberdade com plena responsabilidade também.

Prestes a completar 60 anos, o MDB defende a liberdade de imprensa desde a sua fundação em plena ditadura militar. Porque imprensa livre é sinônimo de democracia, algo que precisa ser valorizado cada vez mais.

Em 2024, celebraremos os 40 anos da campanha de Diretas Já, que contou com a corajosa cobertura jornalística de muitos veículos. É um ano de eleição. Ano de combater fake news e valorizar o jornalismo.


segunda-feira, janeiro 01, 2024

Jinping avisa neste Ano Novo que “China e Taiwan certamente serão reunificadas”

Publicado em 1 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet

Xi Jinping presidente da China

Jinping quer anexar Taiwan, mas não combinou com os EUA

oder360

O presidente da China, Xi Jinping, afirmou neste domingo (31.dez.2023) que “certamente” seu país e Taiwan serão reunificados. “Todos os chineses de ambos os lados do Estreito de Taiwan devem estar vinculados a um senso comum de propósito e compartilhar a glória do rejuvenescimento da nação chinesa”, declarou Xi em seu discurso de Ano Novo.

Taiwan realizará eleições legislativa e presidencial em 13 de janeiro. A atual líder, Tsai Ing-wen não concorrerá ao pleito, uma vez que já atingiu o limite de dois mandatos consecutivos. Seu partido e candidato defendem a autonomia da ilha em relação à China. Já os partidos de oposição são favoráveis a estreitar os laços com Pequim.

SUBINDO O TOM – O discurso deste ano teve um tom mais arrojado do que o anterior. No ano passado, Xi disse somente que as pessoas de ambos os lados do estreito são “integrantes de uma mesma família” e que esperava que as pessoas de ambos os lados trabalhassem juntas para “promover conjuntamente a prosperidade duradoura da nação chinesa”.

O presidente chinês também ressaltou os resultados nacionais em 2023, destacando as medidas de contenção da covid e o desenvolvimento industrial. Xi mencionou, ainda, as viagens internacionais que realizou no último ano.

“Visitei vários países, participei de conferências internacionais e encontrei muitos amigos, antigos e novos. Partilhei com eles a visão da China e melhorei o entendimento comum. Não importa como o cenário global possa evoluir, a paz e o desenvolvimento continuam a ser a tendência subjacente, e só a cooperação para benefício mútuo pode produzir resultados”, declarou Xi Jinping.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Jinping fez uma provocação direta, num momento difícil para os Estados Unidos, em que o presidente Joe Binden precisa de verbas adicionais do Congresso para ajudar a Ucrânia, Israel e Taiwan, três grandes compradores de material bélico. Taiwan produz hoje 25% dos semicondutores do mundo e Biden quer atrair essas indústrias para se instalarem nos EUA, uma situação que preocupa a China neste mundo eternamente em guerra, que pode ser servida quente ou fria. (C.N)

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Com saldo positivo, Lula enfrentará novos desafios e precisa de soluções concretas

Publicado em 1 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet

Governo ainda não ultrapassou a fronteira de um país dividido

Marcelo Copelli

O terceiro mandato do presidente da República, Lula da Silva, encerrou o seu primeiro ano com o destaque para o retorno do país ao protagonismo internacional. Ainda que seja notório o clima de polarização que ainda perdura entre o atual governo e a oposição derrotada nas urnas, é inegável a saída do ostracismo no qual o Brasil mergulhou  e que permeou a antiga gestão ao longo de quatro anos.

Hoje, o diálogo entre o atual governo e diversos segmentos se mostra mais intenso, caracterizando-se de forma fundamental nas ações do Executivo, que demonstramaior habilidade , flexibilidade e disposição para negociar, recuar e ouvir. A abertura para a convergência tem se mostrado presente, tendo na política, e não no presidente, o epicentro das articulações. E isso não só evita um desgaste mais intenso do mandatário, mas o expõe menos, o que representa uma condição providencial diante de um país ainda dividido.

CONCESSÕES – Evidentemente, o ano que terminou também foi um período de concessões e resiliência no cenário político. Porém, o governo fechou com um saldo mais positivo de vitórias do que de obstáculos não superados, tendo em vista que a sua agenda prevaleceu, ainda que não dispondo prontamente de uma maioria no Congresso.

Lula também conquistou duas novas vagas no estratégico STF e nas relações com a mídia articulou com vantagens. Na contabilidade geral, internacionalmente, também houve tropeços, a exemplo da recepção de Maduro com honras de chefe de Estado, a normatização da invasão da Ucrânia pela Rússia, a incitação de Israel, confrontando os americanos, entre um ou outro malfadado discurso.

ALINHAMENTO – A esperada mágica do crescimento ainda não decolou. E, diante de algumas incertezas no setor privado, que enxerga desequilíbrio a médio prazo, o ano se inicia sem entusiasmo explícito na economia. Por isso, ações concretas serão exigidas para que o cenário econômico, de fato, se alinhe às promessas de campanha.

Além disso, a sociedade também aguarda significativas mudanças no que tange à segurança pública, à saúde e à educação, sobretudo. Lula agora terá que atravessar o caminho sem falhar, baseado em toda a sua experiência de mandatos anteriores, mas ciente de que os desafios agora  são outros

 

Semipresidencialismo é um golpe para garantir que só haja governos de direita

Publicado em 1 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet

SEMIPRESIDENCIALISMO: golpe contra o povo e a Constituição - por Jorge  Folena - Tribuna da Imprensa Livre

Charge do Genildo (Arquivo Goggle)

Vinicius Torres Freire
Folha

O “semipresidencialismo” foi um assunto do ano, mais uma vez. Assunto ou ruído de fundo, tem sido assim desde que o Congresso depôs Dilma Rousseff. Era assim o jeitão do governo de Michel Temer (PMDB), “semiparlamentar”, dominado por parte do comitê de deputados e senadores que derrubou Dilma. Foi de certo modo assim sob as trevas de Jair Bolsonaro, um parasita “antissistema” que se aproveitava do que havia da máquina burocrática ainda funcional e do governo que restava, entregue a premiês do centrão.

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara e trator legislativo, vez e outra sugere, de leve e quando convém, que pode liberar a tramitação de um projeto de semipresidencialismo. Ministros do Supremo, como Luís Barroso e o politizador geral da Justiça Gilmar Mendes, acabam de defender a mudança de sistema de governo.

ESPECULAÇÕES – A vulgarização do impeachment, a limitação de prerrogativas do Executivo e o avanço parlamentar sobre o Orçamento estimulam especulações de que viveríamos já sob alguma espécie de semipresidencialismo.

O fato circunstancial de que o governo, no caso Lula 3, seja minoritário em números e ideias no Congresso leva mais uma aguinha para esse moinho conceitual. Na falta de pensamento melhor sobre o problema, usamos a palavra, mal e mal, para definir esse arranjo ruim e instável de quase uma década.

Uma questão interessante é o motivo desse zum-zum, desse ruído de fundo e das sugestões de que se acabe com o poder presidencial. Nas propostas de mudança, o presidente da República seria formalmente quase decorativo. É um projeto de parlamentarismo com outro nome, talvez para não confrontar o resultado do plebiscito de 1993. Por que essa ideia está no ar? A quem interessa?

SEM TRAUMAS – O argumento bem pensante diz que o novo sistema permitiria a dissolução menos traumática de um governo sem prestígio, com a convocação de novas eleições. Na redemocratização, 2 de 5 presidentes foram depostos; Bolsonaro não o foi por cumplicidade do sistema político; Lula foi preso para que não pudesse se candidatar em 2018.

O fato de a esquerda ganhar todas as eleições presidenciais desde 2002 (fora o arranjo de 2018) pode ser um motivo. Sob algum sistema parlamentarista, a esquerda dificilmente chegaria ao poder federal, que ficaria sob o domínio de algum tipo de centrão.

Parlamentares, gente vocal do “sistema de Justiça” (ministros, desembargadores, juízes, procuradores) e boa parte da cúpula militar gostam da ideia. A perspectiva de chutar a esquerda para escanteio talvez também agrade a donos do dinheiro grosso.

PARECE INVIÁVEL – Parece remota a possibilidade de que tal mudança venha a ocorrer, a não ser em caso de uma nova situação de desordem profunda. O eleitorado gosta de escolher seu presidente e costuma ser mais desconfiado dos “políticos”, os parlamentares que elege.

Poderia haver um sistema em que um parlamentar (nomeado candidato principal do partido) fosse escolhido nas urnas como premiê, na prática diretamente. De resto, para que a coisa fosse minimamente séria, seria preciso mudar o sistema de eleição de deputados (para alguma variante de distrital misto), resolver a representação excessiva de estados pouco povoados etc. Essa reforma jamais andou e dificilmente andará. Nisso, o status quo está feliz consigo mesmo.

ZUM-ZUM CONTÍNUO – Mas não se quer aqui dar a impressão de que essa virada parlamentarista seja por ora viável, discutindo-se um projeto de mudança. Mais relevante é notar o zum-zum contínuo, sintoma de crise política fervendo baixo. Importante é que o Congresso domine entre 25% e 30% do dinheiro que resta livre do Orçamento (excluídos os 92% de despesas obrigatórias), sem ser responsável pelo que faz.

Importante é que a ameaça ou o engavetamento de pedidos de impeachment tenham se tornado poderes explícitos na mão do presidente da Câmara. Ou que os partidos dominantes se tornem mais e mais uma corporação ou cooperativa de uso de recursos estatais para a reeleição de seus caciques. Esses poderes do Congresso são tantos que os presidentes da República descaradamente cuidam de formar bancadas no Supremo, a fim de tentar se defender.

A relativa calmaria democrática de 1995-2010 ruiu. O que ficou no lugar é uma maçaroca mutante, com risco gravíssimo de sinistro, como em 2019-2022.

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