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domingo, dezembro 03, 2023

Quais países possuem tesouros de outras nações e o que está sendo devolvido?




Mármores de Elgin no Museu Britânico

À medida que as nações europeias construíram impérios em todo o mundo, elas adquiriram muitos tesouros que agora estão expostos em seus museus.

Recentemente, alguns desses elementos foram contestados e devolvidos aos seus proprietários originais - incluindo os Bronzes do Benin e o Canhão de Kandy.

No entanto, o governo do Reino Unido mantém os Mármores de Elgin, que estão no Museu Britânico em Londres.

Já alguns outros itens são frágeis demais para serem devolvidos - como o cocar do rei asteca Montezuma.

O que são os Mármores de Elgin?

Os Mármores de Elgin - ou Esculturas do Partenon - são mais de 30 esculturas de pedra da Grécia Antiga mantidas no Museu Britânico e que datam de mais de 2.000 anos.

A maioria vem do Partenon de Atenas, um templo construído pelos antigos gregos no século V aC.

Algumas esculturas vieram do Tesouro de Atreu em Micenas, que foi construído entre 1300 e 1250 aC, o que indica que elas têm mais de 3.000 anos.

'Estátua de mármore segue em exposição no Museu Britânico'

Os Mármores foram levados no início do século XIX pelo diplomata britânico, Lord Elgin, com a permissão do Império Otomano, que governava Atenas na época.

Elgin disse que as esculturas precisavam ser salvas de uma "destruição iminente e inevitável".

Em 1816, o Parlamento Britânico decidiu que esse material tinha sido adquirido legalmente e mais tarde aprovou uma lei que tornava o Museu Britânico seu proprietário.

Os mármores de Elgin representam cerca de metade de todas as esculturas sobreviventes do Partenon. O resto está em Atenas.

'Algumas esculturas levadas da Grécia foram originalmente criadas como parte do templo do Partenon em Atenas'

Por que o Reino Unido não devolve os Mármores à Grécia?

Em 1983, a Grécia pediu formalmente pela primeira vez a devolução dos Mármores de Elgin. Porém, os britânicos recusaram o pedido.

Em 2009, foi construído um museu ao pé da Acrópole com espaço reservado para os artefatos levados pelo Reino Unido.

Recentemente, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, se recusou a se encontrar com o premiê grego, Kyriakos Mitsotakis, depois de Mitsotakis ter dito publicamente que os mármores de Elgin tinham sido "claramente roubados" e ter feito repetidos apelos para a devolução das peças.

O Reino Unido afirma que não há planos para devolver os Mármores à Grécia. E argumenta que quatro milhões de pessoas de todo o mundo veem essas esculturas todos os anos no Museu Britânico.

No entanto, os administradores do museu têm demonstrado que estão abertos a negociar a devolução temporária de algumas das esculturas a Atenas, em troca de outros artefatos antigos mantidos em museus gregos.

'Um possível acordo entre a Grã-Bretanha e a Grécia poderia fazer com que obras-primas como a máscara de Agamenon pudessem permanecer um período no Reino Unido'

Quais museus estão devolvendo seus Bronzes do Benin?

Os Bronzes do Benin são milhares de esculturas, placas e entalhes em metal feitos entre os séculos XV e XIX.

Eles foram capturados pelas tropas britânicas em 1897, durante o saque da cidade de Benin, na atual Nigéria.

Muitos foram posteriormente leiloados em Londres e alguns foram comprados por colecionadores de todo o mundo.

A Comissão Nacional de Museus e Monumentos da Nigéria emitiu pedidos formais de repatriação dos bronzes para museus de todo o mundo.

'A placa que representa Oba Orhogbua (por volta de 1550-1578) é um dos seis objetos que já foram devolvidos à Nigéria pelo Museu Horniman de Londres'

Em novembro de 2022, o Museu Horniman de Londres concordou em entregar 72 itens, incluindo alguns Bronzes do Benin.

O diretor Nick Merriman disse que "não havia dúvida de que foram saqueados - então havia um argumento moral para sua devolução".

No mês seguinte, a Universidade de Cambridge concordou em devolver 116 bronzes, e a Alemanha devolveu 22 bronzes que possuía.

A partir de 2026, os bronzes devolvidos serão exibidos no Museu Edo de Arte da África Ocidental, na cidade de Benin.

'Os Bronzes do Benin foram alguns dos itens devolvidos por Museu de Londres'

Mais bronzes permanecem nos arquivos de outros museus do Reino Unido, incluindo o Museu Britânico, que possui a maior coleção individual de cerca de 900 objetos.

O argumento para isso é de que a legislação do Museu Britânico de 1963 impede a sua devolução.

Quem está devolvendo o canhão de Kandy saqueado?

'O famoso canhão de Kandy é um dos seis objetos que o Rijksmuseum de Amsterdã afirma que serão devolvidos'

Em julho de 2023, o governo holandês disse que o Rijksmuseum, o museu nacional, devolveria o canhão cerimonial de Kandy ao Sri Lanka.

A peça havia sido saqueada pelas tropas da Companhia Holandesa das Índias Orientais em 1765, junto com outros cinco itens.

Por que o cocar de Montezuma não pode voltar para o México?

Durante anos, o governo do México fez lobby pela devolução de um cocar que se acredita ter pertencido ao rei asteca Montezuma.

Com quase 1 m de largura, é feito de mais de 450 penas verdes brilhantes e atualmente é mantido pelo Museu de Etnologia da capital austríaca, Viena.

Alguns acreditam que foi um presente de Montezuma ao conquistador espanhol do século XVI, Hernán Cortés. Outros argumentam que é um cocar usado pelos sacerdotes astecas da época.

O governo austríaco não estava disposto a deixá-lo retornar ao México porque a lei mexicana determinava que o objeto teria de permanecer no país para sempre, caso algum dia regressasse.

Em 2012, o México alterou as regras e a Áustria concordou em devolvê-lo temporariamente.

No entanto, os especialistas do museu concluíram então que transportar o cocar para o México danificaria irreparavelmente as penas.

Como "compensação", o Museu Etnográfico de Viena oferece entrada gratuita a todos os cidadãos mexicanos que o visitem.

BBC Brasil

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Quais são as cidades mais caras e mais baratas do mundo, segundo a revista The Economist




Buenos Aires é a cidade mais barata da América Latina

Por Cristina J. Orgaz

Uma pequena fortuna. É quanto podem custar alimentos, bebidas alcoólicas ou roupas em Singapura, a cidade mais cara do mundo para se viver, segundo um ranking elaborado pela revista britânica The Economist.

Todos os anos, a publicação prepara a lista com base no que um dólar pode comprar em cada uma das cidades que são analisadas.

Quanto mais forte for a moeda local, maior será a posição das cidades do país na lista.

Isso significa que, quanto mais forte for a moeda, mais cara será a cidade. E quanto mais fraca a moeda, mais barato o local vai figurar na tabela.

Em Singapura, uma coisa que tem um valor de extremo luxo é o custo de um certificado necessário para comprar um carro: a versão mais barata deste documento superou a cifra de US$ 106 mil (R$ 521 mil) no início de outubro.

A cidade introduziu o sistema de certificado de titularidade (conhecido pela sigla COE) em 1990 como uma medida para aliviar os congestionamentos.

Os potenciais proprietários de automóveis devem ter um COE antes de poderem adquirir um veículo. A validade do título expira após 10 anos.

Os direitos são vendidos em leilões quinzenais e o governo controla a quantidade de certificados à venda, que depende do número de carros retirados das ruas e estradas.

Apesar de ser relativamente pequena, Singapura é frequentemente classificada como um dos países com maior número de milionários no mundo e, portanto, raramente sai do primeiro lugar do ranking: a cidade-Estado ficou no topo do pódio em nove dos últimos 11 anos.

'Muitos bilionários vivem em Cingapura'

A cidade-Estado asiática aparece empatada no ranking deste ano com Zurique. Ambos os locais são considerados capitais financeiros.

A maior cidade da Suíça é sempre cara, especialmente em setores como alimentos, utensílios domésticos e entretenimento. Zurique ficou em primeiro lugar em 2020 e raramente sai das dez primeiras posições do ranking.

"A ascensão [de Zurique] ao topo da lista deve-se principalmente ao fato de o franco suíço ter valorizado mais de 10% em relação ao dólar no ano passado", contextualiza a The Economist.

"A cidade de referência da pesquisa é Nova York, portanto, se a moeda de um país se fortalecer, as cidades geralmente subirão no ranking”, explica a revista.

A fraqueza recente do dólar fez com que as cidades americanas caíssem no ranking este ano. Nova York, a cidade mais cara do ano passado, caiu para o terceiro lugar. Nessa posição, aparece ao lado de outra cidade suíça — Genebra.

Para a Unidade de Inteligência da The Economist, a crise global do custo de vida que começou em 2022 ainda persiste em 2023, apesar de os preços cobrados pela energia e os problemas da cadeia de abastecimento terem diminuído.

Mesmo assim, a inflação continua elevada em todo o mundo: os preços dos 200 produtos e serviços que foram analisados pela revista aumentaram em média 7,4% durante 2023.

Este valor é ligeiramente inferior aos 8,1% de 2022, mas ainda fica bem acima da média de 2,9% dos cinco anos anteriores.

As cidades mais baratas

A cidade mais barata no ranking continua a ser Damasco, a capital da Síria, apesar de a média de preço na moeda local ter aumentado 321% no ano.

A retirada dos subsídios governamentais e a desvalorização da moeda fizeram com que os custos de importação disparassem por lá.

Nas últimas posições do ranking, também aparecem Teerã (Irã) e Trípoli (Líbia). A taxa de inflação em Teerã é elevada, quase 49%, enquanto os preços em Trípoli subiram pouco mais de 5% no ano passado.

A The Economist afirmou que as três cidades são particularmente baratas em alimentos, bem como em itens domésticos e de higiene pessoal.

'O forte investimento interno impulsionou os preços no México'

E a América Latina?

No estudo deste ano, as três cidades que mais subiram no ranking estão na América Latina. Foram Santiago de Querétaro e Aguascalientes, no México, e San José, capital da Costa Rica.

Embora o ranking deste ano abranja 173 das principais cidades do mundo, a média global foi calculada excluindo Kiev (Ucrânia) e Caracas (Venezuela), que continuam a enfrentar um ciclo de hiperinflação acima da curva.

Na América Latina, a Cidade do México é a mais cara.

"Em 2023, o peso mexicano provou ser uma das moedas mais fortes dos mercados emergentes, graças aos aumentos das taxas de juro e ao forte investimento interno", detalha a revista.

"Os bancos centrais de grande parte da América Latina foram os primeiros a seguir os aumentos das taxas de juros da Reserva Federal dos EUA para apoiar as moedas locais. Como resultado, o peso mexicano e o colón costarriquenho se fortaleceram", explica a publicação.

Três cidades brasileiras aparecem no ranking da The Economist: São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus. Elas têm uma posição intermediária na América Latina — são mais caras que Assunção (Paraguai) e Buenos Aires (Argentina), mas mais baratas que Quito (Equador), Santiago (Chile) e Montevidéu (Uruguai).

'A inflação na Argentina terminará 180% em 2023, segundo especialistas'

Buenos Aires, a mais barata da América Latina

Embora as autoridades estimem que a inflação na Argentina terminará 2023 em 180% ao ano, a capital argentina é a cidade mais barata da América Latina e do Caribe.

O principal motivo é a desvalorização sofrida pelo peso.

Atualmente, quem tem dólares na capital argentina pode conseguir em troca muito mais pesos do que há um ano.

"A Argentina tem uma trajetória fiscal insustentável, uma taxa de câmbio sobrevalorizada e uma balança comercial muito vulnerável. A inflação aumentou rapidamente, enquanto o peso argentino oficial enfraqueceu mais lentamente", afirma Mali Chivakul, economista de mercados emergentes do banco J. Safra Sarasin.

"Como resultado, a taxa de câmbio real valorizou-se de forma acentuada desde 2022."

"A estimativa do FMI sobre a sobrevalorização da taxa de câmbio real situa-se entre 15% e 20%. E o mercado paralelo argentino oferece um câmbio não oficial até 150% mais fraco que o oficial”, acrescenta o especialista.

Por isso, embora a população da capital sofra intensamente com um ciclo de inflação, a comparação com o dólar torna Buenos Aires uma cidade relativamente barata em relação às demais.

BBC Brasil

As 22 facções que aterrorizam a Amazônia com tráfico, grilagem e crimes ambientais




A pesquisa mapeou a presença de 22 facções nos Estados da Amazônia

Por Letícia Mori, em São Paulo

A atuação de facções criminosas tem avançado nos Estados da Amazônia, atingindo um grande número de municípios e contribuindo para índices de violência muito acima da média do Brasil, mostra um estudo publicado nesta quinta (29), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

A pesquisa mapeou a presença de 22 facções nacionais e estrangeiras em 178 municípios da região, nos quais vive mais da metade da população (57,9%).

Além disso, cerca de um terço do total dos moradores (31,12%) da Amazônia vivem em municípios onde há disputa por poder e território entre organizações criminosas.

As consequências, mostra a pesquisa, são índices de violência muito acima aos do resto do Brasil.

A taxa média de mortes violentas intencionais foi de 33,8 em cada 100 mil habitantes, um número 45% maior do que a média nacional (de 23,3 para cada 100 mil habitantes).

Cerca de 15 municípios — a maioria no Pará e no Mato Grosso — conviveram com uma violência ainda mais extrema, de 80 mortes por cada 100 mil habitantes.

Outros marcadores de violência acompanham essa alta: a taxa de feminicídio é 30,8% maior na Amazônia do que no resto do Brasil e a taxa de estupros é 33,8% superior à média nacional.

‘Hub’ logístico do crime organizado

A região tem uma importância estratégica para organizações criminosas, que buscam controlar as rotas de transporte de drogas tanto para distribuição no Brasil quanto para o repasse para outros países, explica Renato Sergio de Lima, pesquisador do FBSP e um dos coordenadores do estudo Cartografias da Violência na Amazônia.

A pesquisa foi feita na Amazônia Legal, região composta pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão.

A atuação das facções, entretanto, não se resume ao tráfico de drogas. Segundo os pesquisadores, elas passaram a controlar cada vez mais redes criminosas mais amplas, que envolvem desde trabalho análogo à escravidão, exploração sexual e invasão de terras indígenas até crimes ambientais como exploração ilegal de madeira e minérios, tráfico ilegal de animais e pesca predatória.

“As facções vão ocupando o território e o gerindo a partir de uma simbiose entre crimes ambientais, grilagem de terra, narcotráfico e o tráfico de armas”, explica Lima. “Dá para dizer, sem nenhuma margem de erro, que hoje o principal inimigo da Amazônia, o principal inimigo do Brasil, é o crime organizado.”

A dinâmica do crime local começou a mudar principalmente a partir de 2016, diz o pesquisador, quando a organização criminosa Comando Vermelho (CV) fez uma parceria com a facção local Família do Norte para usar a rota de Tabatinga (AM) como principal via de abastecimento de drogas, principalmente cocaína e skank (ou skunk, maconha de efeitos altamente potentes).

“Hoje essa rota é a segunda mais importante do país”, explica Lima. “Só perde para a rota que o Primeiro Comando da Capital (PCC) controla em Ponta Porã (MS).”

Além da presença do CV (de origem carioca) e o do PCC (criado em São Paulo), há a atuação de organizações criminosas locais, como os grupos Bonde dos 13, Deus da Morte, Os Crias, Cartel do Norte, entre outros.

'Facções atuam em simbiose com redes de crimes ambientais'

Resultados dos inúmeros processos históricos de ocupação da região, a violência não é uma novidade nos Estados da Amazônia, explica Lima. Mas no caso das facções, há uma diferença.

“As frentes de expansão sempre foram como a borracha, por exemplo, onde os seringueiros iam para dentro da floresta, tiravam a borracha e iam embora. Com o garimpo, as pessoas vão, tiram os minérios e vão embora deixando condições precárias de vida para quem fica”, diz ele.

Com as facções, o processo acontece de forma diferente, de dentro para fora, explica Lima, porque elas precisam ocupar o território de forma permanente para poder consolidar as suas rotas e, inclusive, brigar com as demais facções que tentam ter esse controle.

“As facções ficam no território. Elas usam, por exemplo, a estrutura do garimpo para escoar drogas e a economia local para lavar dinheiro. Vão conectando o território. O que a gente percebe é que, no fundo, a região virou quase como um enorme hub logístico do crime organizado”, diz Lima.

“Assim como a Zona Franca de Manaus passou a ter importância estratégica para a produção industrial, a região amazônica passou a ter uma importância estratégica para a economia do crime.”

Nos últimos anos, fatores como a diminuição da fiscalização ambiental na Amazônia e o aumento de presos em prisões superlotadas e precárias (usadas como local de recrutamento) contribuíram para a consolidação das facções na região, aponta o estudo.

'As facções se aproveitam dos vazios, da ausência de Estado'

Facções internacionais

A pesquisa identificou também a atuação de pelo menos 10 organizações criminosas internacionais nas regiões de fronteira, que atuam em conjunto com os grupos brasileiros e em outras vezes disputam rotas e territórios.

Desdobramentos políticos recentes em países vizinhos também contribuíram para ampliar essa atuação, explica Rodrigo Chagas, pesquisador da Universidade Federal de Roraima (UFRR) que também participou da pesquisa do FBSP.

Alguns exemplos são a crise na Venezuela e os acordos de paz entre o governo da Colômbia e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Depois disso, foi registrada nas regiões de fronteiras da Amazônia brasileira a presença de grupos dissidentes das Farc, como a Frente Armando Rios, Frente Carolina Ramirez e Frente Segunda Marquetalia, além de facções peruanas, como Clã-Chuquzita, Comando de Las Fronteiras e Los Quispe-Palamino.

Em Roraima, o grupo venezuelano Trem do Aragua e os brasileiros CV e PCC disputam o controle. Há indícios também de novas facções da Venezuela atuando na capital, Boa Vista.

Apesar da presença dos criminosos estrangeiros no Brasil, a ampliação da atuação dos grupos brasileiros nos outros países da América Latina é bem mais proeminente, explicam os pesquisadores.

“Os grupos brasileiros é que estão indo em direção a esses países e constituindo controle. Se antes eles faziam contato com os grupos estrangeiros para ter acesso às rotas, hoje a gente vê a presença do PCC e do CV nos territórios desses países”, diz Lima.

Não há, segundo o estudo, um grupo que possa ser considerado hegemônico na região. As disputas de poder, inclusive, levam a conflitos de extrema violência, como o massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) em Manaus, em 2017, que resultou na morte de 54 pessoas, algumas delas decapitadas. Acre, Amazonas, Roraima e Amapá são os Estados onde as disputas têm sido mais intensas nos últimos anos.

No entanto, seria possível perceber que o PCC e o CV são tanto as facções com maior controle no Brasil quanto as que mais atuam nos países vizinhos da região.

O PCC tem atuação na Bolívia, na Guiana, na Guiana Francesa, no Suriname e na Venezuela. Já o CV tem presença registrada no Peru e na Bolívia.

“Pensando nos nove países que compõem a Amazônia, o PCC é o único grupo da região que está presente no Brasil e em mais cinco países”, destaca Lima.

Conjunto de ações

A pesquisa pontua que o aumento do narcotráfico pode ser verificado inclusive por outros indicadores, como o aumento de apreensões de cocaína pelas polícias federal e estadual.

Entre 2019 e 2022, a apreensão de cocaína pelas polícias locais cresceu 194%, com um total de mais de 20 toneladas em 2022.

Mas o estudo destaca que, nesse mesmo período, as apreensões pelo Exército e pela Marinha tiveram um volume quase insignificante. Em 2022, por exemplo, a soma de maconha e cocaína apreendida por ambos os órgãos não chegou a 4 toneladas.

A integração da atuação do Exército e da Marinha com as polícias locais, a Polícia Federal e instituições como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) é uma das iniciativas apontadas pelos pesquisadores como essenciais para combater as facções. Também é preciso investir em investigação para esclarecer crimes, reduzir a impunidade e melhorar as condições do sistema penitenciário.

Mas segundo os pesquisadores, recuperar os territórios e diminuir os índices de violência é uma tarefa que exige um conjunto de ações além da esfera criminal - ela vai desde impedir a invasão das reservas indígenas até fortalecer a economia local e garantir fontes de renda legais para a população.

“As facções se aproveitam dos vazios, da ausência de Estado”, diz Lima. “É preciso prevenir a violência levando direitos. Os povos indígenas, os quilombolas, têm que ter suas terras garantidas. Nós precisamos garantir isso, garantir que eles não sejam expulsos pelas facções. É preciso ter serviço público, política pública. É preciso ter estrada, ter financiamento para uma produção que seja sustentável.”

BBC Brasil

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Manchetes deste domingo

 Foto: Arquivo/Agência Brasil

Confira os destaques deste domingo (3)03 de dezembro de 2023 | 07:00

Manchetes deste domingo

BRASIL

Folha de S. Paulo: China busca fabricar superchips e driblar guerra fria tecnológica

O Estado de S. Paulo: Petrobras retoma linha de gestão que falhou em governos petistas

O Globo: Juízes receberam R$ 3,4 bilhões em indenizações nos últimos três anos

Tribuna: Um jogo de vida ou morte para o Bahia

A Tarde: Verão chapa quente: veja como lidar com o calor

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Artigo: Eleitor de Jeremoabo: Uma Reflexão Sobre o Futuro de Sua Cidade

Triste e abandonada Jeremoabo, Vereador Neto, tio do candidato Matheus de Deri, alegando ter R$100.000,00 para comprar votos e ninguém proí...

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