Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

terça-feira, agosto 02, 2022

Fachin: a quem vocifera contra resultado das urnas falta aptidão para se eleger




Em seu discurso na sessão de abertura dos trabalhos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente da Corte, Edson Fachin, condenou manifestações anti-urnas. Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem atacado o sistema de votação do País, o ministro mandou um recado aos eleitores para que "não cedam aos discursos que apenas querem espalhar fake news e violência".

"Quem vocifera não aceitar resultado diverso da vitória não está defendendo a auditoria das urnas eletrônicas e do processo eleitoral de votação, está defendendo apenas o interesse próprio de não ser responsabilizado pelas inerentes condutas ou pela inaptidão de votado pela maioria da população", afirmou.

A fala de Fachin fez alusão às declarações recentes de Bolsonaro, que, em mais de uma ocasião, prometeu contestar o saldo das urnas por considerá-las fraudadas. Diante das tensões que se acumulam em torno das eleições, o presidente do TSE disse que "o Brasil é maior que a intolerância e a violência". No mês de junho, um militante do PT foi assassinado a tiros por um apoiador de Bolsonaro durante sua festa de aniversário com tema do partido, em Foz do Iguaçú (PRF).

Fachin enfatizou que discursos de autoridades que desqualificam "a segurança das urnas eletrônicas tem um único objetivo: tirar dos brasileiros a certeza de que seu voto é válido e sua vontade foi respeitada". Há duas semanas, Bolsonaro reuniu mais de 60 embaixadores no Palácio do Planalto num evento cujo objetivo foi desqualificar o sistema eletrônico de votação e atacar o TSE.

O ato organizado por Bolsonaro surgiu em resposta a um evento similar realizado em junho por Fachin nas dependências do TSE, mas com foco em demonstrar ao exterior a segurança das eleições brasileiras. A afronta do presidente ao sistema eleitoral gerou uma crise do governo com os embaixadores, que sequer aplaudiram a apresentação no Planalto. O partido do presidente, o PL, chegou a atuar para ocultar nas redes sociais o mal estar com o corpo diplomático.

"A opção pela adesão cega à desinformação que prega contra a segurança e auditabilidade das urnas eletrônicas e dos processos eletrônicos de totalização de votos é a rejeição do diálogo e se revela antidemocrática", afirmou Fachin.

Durante o discurso nesta segunda, Fachin voltou a defender que há mais de 25 anos o sistema eleitoral brasileiro é tido por autoridades nacionais e internacionais como "seguro e confiável". Na contramão das acusações de Bolsonaro, o presidente do TSE disse que a Justiça Eleitoral "protege o voto e a liberdade de escolha".

"Nossa função é a de garantir a liberdade do seu voto e que ele será computado e considerado tal como feito. Fazemos isso há mais de 26 anos com as urnas eletrônicas, com comprovada transparência e segurança, e continuaremos a fazer isso nas eleições de 2022", afirmou.

Fachin passará o controle do TSE para o ministro Alexandre de Moraes no próximo dia 16 de agosto. O discurso do ministro nesta segunda foi uma de suas últimas manifestações públicas à frente do cargo, que ocupa desde fevereiro desde ano.

Durante seus seis meses de gestão, o presidente da Corte Eleitoral se portou como um dos principais defensores da confiança das urnas e das eleições brasileiras em contraponto à escalada retórica de Bolsonaro contra os sistemas de votação. O magistrado lembrou de medidas aprofundadas na sua gestão para aumentar a transparência do processo e fazer frente às ameaças do Executivo federal, como a ampliação dos encontros da Comissão de Transparência Eleitoral (CTE).

Criada em 2021 durante a gestão de Luís Roberto Barroso, a Comissão se tornou um dos principais desafios de Fachin por ter um militar entre os seus membros. Como mostrou o Estadão, o Ministério da Defesa passou a instrumentalizar a presença no grupo para reproduzir o discurso anti-urnas de Bolsonaro e propor mudanças no processo eleitoral. A resistência de Fachin gerou sucessivas crises com o general Paulo Sérgio Nogueira, que chefia a pasta da Defesa.

"A Justiça Eleitoral é composta por 22.528 cidadãs e cidadãos que compõem um corpo técnico qualificado, firme na defesa do processo eletrônico de votação, servindo à democracia e ao mesmo tempo em que se pauta pela harmonia e pelo respeito às regras", destacou Facin no discurso. "A Justiça Eleitoral tem histórico honrado e imaculado de fiel cumprimento de sua missão constitucional: realizar eleições com paz, com segurança, e com confiabilidade nos resultados", frisou.

O procurador-geral da Eleitoral, Augusto Aras, também discursou e disse que a busca por soluções pacíficas não se confunde com a passividade. Ele é criticado por membros do Ministério Público por sua omissão em condenar os ataques de Bolsonaro à realização das eleições.

O procurador-geral ainda fez menção às comemorações do bicentenário da Independência em sete de setembro, data em que Bolsonaro realizará uma mega-manifestação em Copacabana visando reeditar os atos do feriado do ano passado. Na ocasião, o presidente atacou ministros do TSE e disse que não iria mais cumprir decisões do ministro Alexandre de Moraes. Em Brasília, manifestantes tentaram romper o cordão policial para invadir o Supremo Tribunal Federal (STF).

Para Aras, contudo, o Judiciário chegará a "um bom termo em sete de setembro, assim como tivemos em 2021". "O Ministério Público braisleiro está atento e acompanhando todos os movimentos em busca do fortalecimento do ambiente democrático", afirmou.

Estadão / Dinheiro Rural

‘Viramos conservadores, Sem ter muito o que conservar’, diz Armínio Fraga




O economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga afirmou, durante participação no lançamento da "Agenda Inadiável", do grupo Derrubando Muros, que há muito espaço para o Brasil crescer economicamente, mas que um dos empecilhos está dentro do cenário político nacional. "Nós viramos conservadores, sem ter muito que conservar", disse.

Para o economista, o que existe hoje no sistema político do País é um sistema que, ao mesmo tempo que impede desastres maiores, também impede o progresso. "Cada deputado tem direito a veto, aí as coisas não andam. Mas quando as coisas pioram muito, se ativa um instinto de sobrevivência e nós vamos empurrando com a barriga esse modelo", criticou Fraga.

Para o ex-presidente do BC, com um sistema político "bastante disfuncional", é preciso repensar a economia e a política ao mesmo tempo. "É trocar a turbina de avião voando, com isso nós temos", disse. Fraga disse esperar não ser necessário outra crise econômica no País para que se tente "movimentos heroicos. Eles tendem a não dar certo", afirmou.

O Derrubando Muros é um grupo apartidário formado por, entre outros, ativistas, cientistas, comunicadores, acadêmicos e empresários. O documento "Agenda Inadiável", elaborado pelo movimento, reúne propostas para 11 áreas temáticas, entre elas a economia verde, inovação, energia, saúde, educação, entre outras áreas.

No documento, o grupo chama atenção para o distanciamento do poder Executivo, nos últimos anos, da elaboração de políticas públicas que alinhem o Brasil com o crescimento e desenvolvimento do mundo, e sugerem soluções da sociedade civil para a economia nacional.

Segundo a "Agenda Inadiável", o País tinha a "ilusão" de que, devido a seu clima, território, diversidade cultural, entre outros pontos, se "alinharia quase que por gravidade", ou seja, teria um cenário econômicos próspero. No entanto, pondera, "o atual governo federal, distópico e antidemocrático" pôs um fim a essa esperança de que o País "pegaria no tranco".

"Fundado há 3 anos em reação a essa desesperança, o Derrubando Muros foi dando-se conta de que o País que almejamos há muito vem sendo gestado pela sociedade civil", pontua o documento.

Segundo os idealizadores, não fosse a atuação da sociedade civil e sua "pressão contínua para gerar atenção", o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), por exemplo "não teria saído do papel". Dessa forma, integrantes do grupo articularam ideias para 11 áreas temáticas, entre elas a economia verde, inovação, energia, saúde, educação, entre outras áreas.

Classificando a administração do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, como "distópica e antidemocrática", o grupo afirma que se acreditava que a economia do País cresceria, naturalmente, "quase que por gravidade" por causa de seus pontos fortes - o clima, o vasto território, a diversidade cultural, a Amazônia, a paz com os vizinhos.

No entanto, o Brasil viu a "ilusão" de crescimento ser derrubada "por líderes que insistimos em eleger e comportaram-se como atores diversionistas e populistas", criticou.

O grupo reúne especialistas como Ana Toni, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade; Fersen Lambranho, empreendedor; Horácio Lafer Piva, economista e empresário; Joana Monteiro, doutora em economia, coordenadora do Centro de Ciência Aplicada à Segurança da FGV; Luíz Barroso, engenheiro especializado em energia, diretor-presidente da PSR Consultoria; Pedro Hallal, epidemiologista e ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas, entre outros.

Estadão / Dinheiro Rural

Simone Tebet defende ‘mea-culpa’ de emedebistas em escândalos de corrupção




Em indireta à ala lulista do MDB, a candidata à Presidência pelo partido, Simone Tebet (MS), defendeu na tarde desta segunda-feira, 1º, um "mea-culpa" de parlamentares da legenda que se envolveram no escândalo do Petrolão, denunciado nos governos petistas.

"Triste Brasil que, nessa loucura de escolher entre o menos pior, tem que escolher entre o passado que tem escândalos de corrupção do Mensalão, que comprou a reeleição, e do Petrolão, inclusive envolvendo membros do meu partido. Nós temos que fazer um mea-culpa do Petrolão", disse.

O discurso foi feito durante participação em um evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre propostas para o Brasil.

Em relação ao teto de gastos, a senadora disse que o maior compromisso com a responsabilidade fiscal é que um presidente não assuma a reeleição.

Estadão / Dinheiro Rural

‘Batem em mim porque venda de armas é recorde’, diz Bolsonaro

 




O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender o armamento da população nesta segunda-feira, 1º, ao dizer que quer facilitar ainda mais a venda de armas no País. A apoiadores, o chefe do Executivo também exaltou o aumento do número de Colecionadores de armas, atiradores e caçadores (CACs) durante seu governo e criticou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

"Tirei dinheiro de ONGs que financiavam os cabeças do MST. Estamos facilitando bastante também a questão do armamento. Propriedade privada é privada, ninguém pode invadir", declarou Bolsonaro. O presidente também ressaltou a entrega de títulos de terra. Bolsonaro costuma dizer que a concessão dos certificados tirou os assentados do lado do MST e os levou a apoiar o governo.

"A imprensa bate em mim porque eu estou batendo recorde de venda de armas. Sim. Quero facilitar mais ainda. Quanto mais armas, mais segurança", continuou o presidente. "Lá atrás, em 2004, 2005, fizeram o Estatuto do Desarmamento para desarmar o cidadão de bem. A bandidagem começou a ficar cada vez mais armada. Como é que está a vagabundagem agora no Rio?", questionou.

Bolsonaro também exaltou o crescimento dos CACs no País. Segundo ele, o número dobrou em três anos e meio de governo. Como mostrou o Estadão, esses grupos se articulam para formar uma bancada no Congresso a partir do ano que vem. Também está nos planos a criação de um partido político. Bolsonaro tem recebido lideranças e pré-candidatos do movimento no Palácio do Planalto.

Ao conversar com um apoiador por chamada de vídeo, Bolsonaro disse que espera aprovar um dia o excludente de ilicitude, que é visto por críticos como uma espécie de "carta branca" para policiais que matam em serviço. "Cumpriu a missão, tem que receber medalha e não uma intimação", afirmou o presidente.

Estadão / Dinheiro Rural

Lula, Bolsonaro e mais 8 nomes estão confirmados; entenda o que falta definir




A duas semanas do início da campanha eleitoral, as principais candidaturas à Presidência ainda têm indefinições que exigem solução rápida, antes de ser dada a largada para a corrida presidencial. A temporada das convenções partidárias, eventos nos quais as agremiações formalizam seus afiliados na disputa, vai até o dia 5 deste mês, e as legendas têm até o dia 15 para aparar todas as arestas e registrar suas chapas na Justiça Eleitoral.

Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), os dois primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto, agem para costurar acordos e montar palanques desde o ano passado, outros candidatos sequer têm uma definição para o cargo de vice. Há, ainda, quem tenha desistido da disputa a poucos dias da realização da convenção partidária, caso de Luciano Bivar (União Brasil), e quem sinalize desistir mesmo depois de ser oficializado, como André Janones (Avante). Ambos dialogam com Lula, e o PT ainda busca formalizar acordos.

Além de determinar quem de fato vai disputar o quê, essas decisões podem impactar diretamente no tempo de TV e recursos para financiar a campanha. O União Brasil de Bivar, por exemplo, é quem hoje detém a maior fatia dos fundos partidário e eleitoral, além do maior tempo de exposição no rádio e na TV.

Veja as principais indefinições:

Vice

A senadora Simone Tebet (MDB) tinha tratativas avançadas para ter Tasso Jereissati (PSDB) como vice de sua chapa, mas viu recentemente o colega do Congresso desembarcar de seu projeto. Agora, alguns nomes são ventilados para ocupar o posto. Um deles é o da senadora Eliziane Gama (Cidadania). Essa possibilidade, porém, enfrenta resistência do PSDB, que deseja ter primazia na indicação para a vaga. Vale lembrar que o MDB tem apoio da federação entre PSDB e Cidadania.

A senadora Mara Gabrilli (PSDB) desponta como principal cotada para o cargo. Segundo sua assessoria, ela participa das conversas com o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, Simone, Tasso e Eliziane para buscar o nome mais indicado para a vice, "analisando todo o cenário". Mas não tem martelo batido por enquanto, e uma decisão deve ser tomada nos próximos dias. A tendência mais forte, hoje, é a confirmação de Mara.

O candidato Ciro Gomes (PDT) também ainda não tem vice. Desde o início do ano, diversos nomes já foram cotados para assumir a vaga, como Marina Silva (Rede) e José Luiz Datena (PSC). Hoje, a executiva do partido tenta atrair uma mulher para o posto, mas ainda não há definição de nome. O que está claro é que Ciro não conseguiu fechar apoio de outras siglas, e a indicação da vice deve ficar dentro do próprio PDT.

União Brasil

O deputado federal Luciano Bivar anunciou neste domingo, 31, que desistiu de ser candidato à Presidência e vai tentar se reeleger para a Câmara. A convenção nacional do partido está marcada para o dia 5 de agosto, no limite do prazo. A senadora Soraya Thronicke (União Brasil), ex-aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL), pode ser a candidata da legenda ao Palácio do Planalto.

Apesar de Bivar ter anunciado a candidatura de Soraya, seguem ainda nos bastidores conversas para que Bivar se alinhe a Lula em troca de uma ajuda informal do PT em Pernambuco na tentativa de reelegê-lo deputado federal e, depois, auxiliá-lo numa eventual disputa pela presidência da Câmara, no ano que vem.

Janones

O deputado federal André Janones (Avante) foi oficializado candidato à Presidência no dia 23 de julho. Na semana passada, contudo, aceitou dialogar com Lula para eventual união com o petista no primeiro turno e admitiu ao Estadão que pode desistir da disputa.

"Sim (estou disposto a retirar a candidatura para apoiar Lula). Se não, eu não iria conversar. Tenho total consciência do meu tamanho do ponto de vista eleitoral, que é micro: um ou dois pontos (nas pesquisas). Mas ao mesmo tempo tenho noção do simbolismo da minha candidatura nessa eleição", disse Janones ao Estadão na última sexta-feira, 29.

Se desistir da corrida presidencial, Janones sinalizou que vai disputar a reeleição para a Câmara em Minas Gerais, apesar do seu partido no Estado estar no palanque do governador Romeu Zema (Novo), que é aliado de Bolsonaro.

Podemos

O senador Alvaro Dias (Podemos) deixou para o último dia do prazo, 5 de agosto, a definição sobre o cargo ao qual deve concorrer este ano. Se decidir disputar novamente o Senado, ele terá de rivalizar no Estado com seu antigo apadrinhado no partido, o ex-juiz Sérgio Moro, agora no União Brasil. Durante convenção nacional neste domingo, 31, o Podemos fez convite para Dias se lançar à presidência da República. Se aceitar, será um nome incluído "de última hora" na corrida pelo Planalto.

Vale lembrar que o Podemos tinha Moro como pré-candidato ao Planalto até o fim de março, quando o ex-juiz migrou para o União Brasil e abdicou da disputa. Agora, ele deve tentar o Senado pelo Paraná.

Veja calendário

Até 05/08: Realização das convenções partidárias.

Até 15/08: Registro das candidaturas.

De 16/08 a 01/10: Campanha eleitoral.

De 26/08 a 28/09: Propaganda eleitoral no rádio e na TV.

02/10: Primeiro turno.

30/10: Segundo turno, se houver.

Veja os candidatos oficializados nas convenções

PDT: Ciro Gomes | Data da convenção: 20 de julho

PT: Lula | Data da convenção: 21 de julho

PL: Jair Bolsonaro | Data da convenção: 24 de julho

UP: Leonardo Péricles | Data da convenção: 24 de julho

MDB: Simone Tebet | Data da convenção: 27 de julho

Novo: Luiz Felipe D’Ávila | Data da convenção: 30 de julho

Pros: Pablo Marçal | Data da convenção: 30 de julho

PCB: Sofia Manzano | Data da convenção: 30 de julho

PSTU: Vera Lúcia | Data da convenção: 31 de julho

DC: Eymael | Data da convenção: 31 de julho

Estadão / Dinheiro Rural

Somente 1 em cada 4 deputados tem atuação boa ou ótima, diz pesquisa




A qualidade da atuação parlamentar virou desafio na Câmara dos Deputados em uma gestão marcada pelo aumento do controle sobre o Orçamento por parte de integrantes do Congresso. Apesar de muitos deputados irem bem em indicadores como produção legislativa, menos de um quarto deles tiveram desempenho geral considerado bom ou ótimo nesta legislatura.

A maioria deles deixa a desejar em atos de fiscalização e controle, o que joga a média da Casa para baixo e mostra que a atuação não deve se restringir à elaboração de leis. O desempenho é medido pela plataforma Legisla Brasil, por meio de um índice a ser lançado nesta segunda-feira, 1º.

A ferramenta calcula a qualidade do trabalho dos deputados a partir de 17 indicadores distribuídos nos eixos de produção legislativa, atos de fiscalização e controle, iniciativas de mobilização e alinhamento partidário. O estudo aponta que parlamentares governistas pontuam melhor em indicadores que medem o número de relatorias e de cargos ocupados. Já a oposição atua bem na fiscalização e na convocação de audiências públicas - dos cem deputados que mais pediram requerimentos de informação ao Executivo, por exemplo, apenas seis dão sustentação ao governo.

Base e oposição se dividem na incidência e mobilização interna e externa no Congresso. O indicador mede a capacidade de articulação dos deputados e sua relação com líderes. Partidos como União Brasil, Republicanos, PSDB, PP, PL e PSD têm maior pontuação em número de cargos ocupados, enquanto legendas de oposição lançam mão de projetos com status de tramitação especial.

Critérios

As notas são distribuídas de zero a dez, e aplicadas em faixas que vão de uma a cinco estrelas. Cerca de 42% dos parlamentares não ultrapassam duas estrelas, desempenho considerado fraco; 35% tiveram atuação regular e 16% alcançaram quatro estrelas. A análise considera todos os deputados que assumiram cargos na Câmara, mesmo que temporariamente, entre janeiro de 2019 e julho de 2022.

Apenas 41 quadros alcançaram nota superior a 5,3 - equivalente a cinco estrelas. Destes, 15 são petistas e seis compõem a bancada do PSB. Três são do PCdoB, mesma quantidade de representantes do PDT e do PSOL na lista. União Brasil, Republicanos, Cidadania, Novo e PL aparecem com dois quadros cada. O PTB tem um representante.

Entrega

Segundo a economista Olivia Carneiro, uma das criadoras da ferramenta, o índice mede a entrega do parlamentar, e não sua atuação ideológica. "Existem vários tipos de caminhos que podem seguir e ir bem: tem o mais fiscalizador, o mais propositivo, tem o que negocia mais, e eles podem desempenhar bem cada um na sua esfera", afirmou.

Um dos achados do índice é que o partido e o tempo de Casa não são definidores da performance, disse Luciana Elmais, cofundadora do Legisla. "Quando você vê quais são os parlamentares cinco estrelas, tem gente que está lá há muitos mandatos e tem gente que está no primeiro. Isso quebra vários estereótipos."

Estadão / Dinheiro Rural

O supertelescópio que vai investigar a origem das estrelas




Os dedos robóticos do Weave posicionam mil fibras óticas com precisão, cada uma apontada para uma estrela

Equipamento deve ajudar a tentar responder à pergunta: de onde vêm as estrelas, afinal?

Por Pallab Ghosh, em La Palma (Espanha)

Cientistas parearam um dos telescópios mais poderosos da Terra com uma nova tecnologia que revelará em detalhes inéditos como nossa galáxia se formou.

O Telescópio William Herschel (WHT) em La Palma, na Espanha, terá capacidade para observar mil estrelas por hora, catalogando um total de cinco milhões.

Um dispositivo super-rápido de mapeamento ligado ao WHT analisará a composição de cada estrela e a velocidade em que ela viaja.

O telescópio mostrará como nossa galáxia Via Láctea foi construída ao longo de bilhões de anos.

O professor Gavin Dalton, da Universidade de Oxford, passou mais de uma década desenvolvendo o equipamento, conhecido como Weave. Ele disse estar "muito animado" em ver a tecnologia prestes a ser usada.

"É uma conquista fantástica de muitas pessoas fazer isso acontecer e é ótimo que esteja funcionando. O próximo passo será uma nova aventura, e isso é maravilhoso!"

O Weave foi instalado no WHT, que fica no alto de uma montanha na ilha espanhola de La Palma, nas Canárias. O nome é uma sigla para WHT Enhanced Area Velocity Explorer. O instrumento tem 80 mil peças diferentes e é um milagre da engenharia.

Os astrônomos conseguem identificar as posições de milhares de estrelas em cada parte do céu para o qual o WHT é apontado. Os dedos robóticos ágeis do Weave reagem colocando fibras óticas em uma placa que apontam para cada estrela.

Redemoinho de bilhões de estrelas

Essas fibras funcionam como telescópios minúsculos. Cada uma delas capta a luz de uma única estrela e a canaliza para outro instrumento. Isso então divide a luz em um espectro de arco-íris, que contém os segredos da origem e história da estrela.

Todo processo é concluído em apenas uma hora. Enquanto isso acontece, fibras óticas para outras mil estrelas são posicionadas no lado reverso da placa, que vira para analisar o próximo conjunto de dados assim que a pesquisa anterior é concluída.

'A Via Láctea tem até 400 bilhões de estrelas'

Nossa galáxia é um redemoinho denso de até 400 bilhões de estrelas. Mas começou como uma coleção relativamente pequena de estrelas.

Ela cresceu a partir de sucessivas fusões com outras pequenas galáxias ao longo de bilhões de anos. Assim como a adição de estrelas das novas galáxias que se juntam às nossas, a agitação de cada fusão também leva à formação de novas estrelas.

O Weave é capaz de calcular a velocidade, direção, idade e composição de cada estrela que observa, criando uma imagem em movimento de estrelas se movendo na Via Láctea.

Segundo Dalton, extrapolando esses dados retroativamente, será possível reconstruir toda a formação da Via Láctea com detalhes inéditos.

"Seremos capazes de rastrear as galáxias que foram absorvidas à medida que a Via Láctea foi construída ao longo do tempo cósmico — e ver como cada absorção desencadeou a formação de novas estrelas", disse ele.

Marc Balcells, responsável do WHT, disse à BBC News que o Weave pode levar a uma grande mudança em nossa compreensão de como as galáxias são feitas.

"Há décadas ouvimos que estamos em uma era de ouro da astronomia, mas o que o futuro será muito mais importante. O Weave vai responder a perguntas que os astrônomos buscam há décadas, como quantas peças se juntaram para formar uma grande galáxia e quantas galáxias se uniram para formar a Via Láctea?"

'A especialista Cecilia Farina diz que o Weave pode fazer descobertas inesperadas'

Cecilia Farina, especialista em instrumentação do projeto, disse acreditar que o Weave faria história na astronomia.

"Há uma quantidade enorme de coisas que vamos descobrir que não esperávamos encontrar", disse ela. "Porque o Universo é cheio de surpresas."

BBC Brasil

2 A rejeição feminina a Bolsonaro - Editorial




É provável que ela seja fruto menos de suas ofensas e mais de seu desgoverno, que prejudicou a vida de mulheres responsáveis pelo bem-estar familiar num ambiente de privação

Todas as pesquisas eleitorais apontam que o índice de rejeição a Jair Bolsonaro é expressivamente maior entre mulheres do que entre homens. À primeira vista, o dado pode suscitar uma conclusão óbvia e, por isso mesmo, incompleta. Seria uma resposta a um presidente que não perde a chance de proferir piadas machistas ou reproduzir discursos misóginos. Essa atitude de Bolsonaro, no entanto, precede a vitória que o presidente obteve no pleito de 2018 – e, se essa visão fosse majoritária, ele jamais teria se sagrado vencedor da disputa em um país em que as mulheres são maioria.

Poucos são os que exploram com profundidade as razões por trás dessa avaliação tão negativa. Um deles foi o cientista político Felipe Nunes, diretor do instituto de pesquisas Quaest. Em entrevista à jornalista Thaís Oyama, do UOL, ele sugeriu que a resposta pode estar no papel central que as mulheres têm no gerenciamento doméstico e na relevância que o eleitorado feminino dá a políticas públicas.

Pagar contas, fazer compras e administrar um lar não é uma atribuição exclusiva das mulheres, mas é inegável que a divisão de tarefas entre a maioria dos casais não é equilibrada, algo que transcende a questão da renda. Portanto, é sobre as mulheres, sobretudo as mães, que recai a responsabilidade de lidar com um orçamento doméstico apertado ante a alta dos preços, de administrar a escassez quando o desemprego afeta a família e de recorrer a serviços públicos de qualidade duvidosa para cuidar da saúde e da educação dos filhos.

É certo que isso ajuda a explicar o fracasso das tentativas de aproximação que Bolsonaro faz com esse público. Há poucos dias, num almoço com cerca de 50 empresárias em São Paulo, o presidente disse que em seu governo as mulheres “praticamente conseguiram quase tudo que queriam”. Diante de um público previamente selecionado composto por simpatizantes, Bolsonaro foi aplaudido, mas certamente não seria se ali estivessem algumas das inúmeras mulheres anônimas que têm escassa ajuda para enfrentar o desafio de cuidar da família num cenário de carestia e de serviços públicos precários.

É incerto que essas eleitoras rejeitem Bolsonaro porque o presidente faz declarações consideradas ofensivas às mulheres; afinal, Bolsonaro venceu a eleição de 2018 com expressiva votação feminina, inclusive entre as mais pobres, mesmo demonstrando pouco respeito pelas mulheres. O mais provável é que a robusta rejeição feminina a Bolsonaro no momento seja resultado de seu desgoverno, que prejudicou diretamente a vida de mulheres responsáveis pelo bem-estar familiar num ambiente de privação. 

Bolsonaro, hoje, não tem como vender às mulheres o sonho de um futuro melhor, como faz o petista Lula da Silva, porque foi incapaz de resolver as questões do presente. Nesse sentido, é irrelevante fazer um inventário das leis e políticas públicas aprovadas pelo presidente, como fez a primeira-dama Michelle Bolsonaro no lançamento da candidatura do marido, a título de provar a preocupação dele com as mulheres. Pouco importa se foram 46 iniciativas, como apontou uma reportagem do Estadão, ou 70, como disse a primeira-dama. Nenhuma delas teve impacto significativo na vida das mulheres.

Para piorar, Bolsonaro estragou o que de fato tinha relevância para as mulheres pobres: o programa de transferência forçada de renda. Ao desejar ardentemente capturar para si o maior ativo eleitoral do PT, o Bolsa Família, o presidente destruiu o espírito do programa, que era o foco em quem mais precisava do dinheiro. Agora, o programa bolsonarista, chamado de Auxílio Brasil, em vez de priorizar as mães que são chefes de família e que têm mais filhos pequenos, paga o mesmo valor a todos, inclusive homens que vivem sozinhos. Além disso, em vez de aumentar o benefício pago a mulheres pobres que chefiam famílias, ele optou por privilegiar categorias em que a presença feminina é absolutamente minoritária, como caminhoneiros e taxistas.

Bolsonaro está coberto de razão quando afirma que as eleitoras estão à procura de um presidente, não de um casamento. Ser presidente requer governar. Mais que uma questão ideológica ou mera antipatia, a rejeição feminina expressa a disfuncionalidade de seu governo e seu fracasso como presidente.

O Estado de São Paulo

Eleições, roteiro de um não candidato




Tomamos um banho de atraso, preconceito e truculência. Hora de sacudir a poeira e dar a volta por cima

Por Fernando Gabeira (foto)

Com as convenções partidárias, começou, oficialmente, o processo eleitoral. Dizem que teremos eleições históricas. De certa maneira, todas as eleições são históricas, se considerarmos que muitas resultam em programas transformadores, outras resultam em impeachment. Nunca passam em branco.

Na verdade, é necessário admitir que as eleições têm inúmeros traços singulares e pedem também uma certa preparação do eleitor para os meses de campanha.

O primeiro ponto a destacar é a violência. Já houve um assassinato em Foz do Iguaçu, as redes estão inundadas por insultos e, em Minas, um homem foi preso por ameaçar pendurar os ministros do Supremo de cabeça para baixo.

Não sei se a melhor tática é prender quem faz ameaças. Em alguns países, as pessoas passam a ser apenas monitoradas. O que não deixa de ser uma escolha arriscada; se cometem um crime, a responsabilidade acaba se transferindo para quem hesitou em prendê-las.

De qualquer forma, nesse capítulo, meu programa de eleitor é contribuir para baixar a bola. Sempre que houver discussão perigosa, esfriar os ânimos.

É preciso também fazer com que as opções violentas paguem um preço eleitoral. Não é difícil. Outro dia, um grupo bolsonarista cercou uma comitiva de deputados de esquerda, na Tijuca, no Rio. Truculentos e armados, acabaram expulsando os adversários da rua. Reinaram solitários para uma plateia de algumas centenas de pessoas. Mas as notícias negativas sobre seu ato atingiram milhares de eleitores. A violência, em termos de voto, é um tiro no pé.

Um segundo aspecto que importa nestas eleições é a defesa da democracia. Circula um manifesto redigido em São Paulo, e todos os eleitores interessados em defender o Estado de Direito devem assiná-lo. Mas isso não basta. O manifesto pede um estado de vigília permanente, e esse estado, sim, pode nos unir em momentos difíceis.

Sobre fake news, também temos responsabilidades: não deixar que prosperem. Nos EUA já existem cursos para que as pessoas se defendam de fake news, consultando fontes, desconfiando de interesses ocultos por trás de uma notícia falsa.

Algo essencial na campanha é compreender como, em muitos aspectos, o Brasil foi devastado pela extrema direita. Cabe um esforço maior para a reconstrução, a fim de que um programa de retomada do ciclo vital do país seja formulado.

Felizmente, as entrevistas com os candidatos têm sido construtivas. Não há mais cascas de banana, apenas um esforço sério para questionar as ideias para o país.

Há um aspecto em que tenho insistido, sempre que posso, no diálogo com candidatos: qual o papel da sociedade na retomada do crescimento?

No Brasil de hoje, existe um abismo entre política e sociedade. Muito possivelmente, esse abismo não desaparecerá. No entanto é preciso que haja clareza sobre as possibilidades de as pessoas construírem um Brasil melhor, a despeito até dos políticos.

No auge da pandemia, quando Bolsonaro relutava em comprar vacinas, ficou evidente que a própria sociedade o faria, embora as produtoras quisessem negociar apenas com governos.

Se as eleições forem mesmo históricas, cada gesto de um simples eleitor terá importância. Longe estão os tempos em que falar de História significava falar de grandes vultos, de gente que vira estátua.

Hoje, compreendemos que os fios da História são tecidos por mãos humildes, por discretas escolhas cotidianas que, somadas, acabam fazendo que o país ande para a frente.

Tomamos um banho de atraso, preconceito e truculência. Hora de sacudir a poeira e dar a volta por cima.

Não estaremos tão atarefados quanto os candidatos. Mas, como eleitores, há o que fazer nesta campanha. Um dos pontos que nunca é demais lembrar: nunca se esqueçam das eleições para o Congresso, apesar do pouco destaque na imprensa.

Um Parlamento melhor, ainda que apenas um pouco melhor, já representa recuperar um dos importantes sinais vitais da democracia.

Como estamos no início da campanha, há ainda muito o que escrever sobre ela.

O Globo

Ativista é condenado a sete anos de prisão por invasão ao Capitólio




Um ativista de extrema direita foi condenado nesta segunda-feira em Washington a mais de sete anos de prisão por participação na invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, pena mais alta até o momento.

Guy Refitt, 49, membro do grupo "Three Percenters", foi considerado culpado em março, principalmente por obstrução do trabalho do Congresso e da polícia, no primeiro julgamento sobre a invasão. Ele liderava o primeiro grupo que atacou a sede do Congresso e ajudou a forçar o cordão policial.

Segundo os promotores, Refitt portava uma arma, colete à prova de balas, capacete e algemas de plástico. Após ser atingido por gás lacrimogêneo, ele recuou quando centenas de apoiadores de Donald Trump espalharam o caos no interior do Capitólio, o que atrasou a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.

"Não entrei, mas ajudei a acender a fogueira", gabou-se em um vídeo o funcionário da indústria petroleira, nascido no Texas. Ao retornar a Wylie, perto de Dallas, ele ameaçou os dois filhos, para que não o denunciassem à polícia.

"Os traidores nós matamos", diz Refitt em conversa gravada enviada ao FBI por seu filho de 19 anos. No julgamento, a acusação se baseou em vídeos nos quais ele aparecia falando para a multidão, que o chamava de líder.

Desde o ataque, mais de 850 pessoas foram presas, das quais 330 se declararam culpadas e cerca de 10 foram julgadas em tribunais. Até o momento, foram ditadas cerca de 100 penas de prisão.

AFP / Estado de Minas

Em destaque

Governo pagará R$ 60 mil a famílias de crianças afetadas pelo Zika

  Foto: TV Brasil/Arquivo Indenização será paga em casos de criança com deficiência comprovada 09 de janeiro de 2025 | 18:06 Governo pagará ...

Mais visitadas