Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

quinta-feira, maio 05, 2022

General Paulo Sérgio, ministro da Defesa, desanuvia a atmosfera antidemocrática


General ratificou compromisso dos militares com a democracia

Pedro do Coutto

Com o encontro com o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal federal, o general Paulo Sérgio Nogueira, ministro da defesa, na realidade quis descomprimir o ambiente político de forma indireta, porém bastante firme, que estava sendo pressionado por mais uma investida do presidente Jair Bolsonaro quanto a lisura das eleições pelas urnas eletrônicas.

O encontro nada teve de rotineiro, embora os termos das manifestações, tanto do general quanto do ministro, tenham sido suaves em busca de uma neutralidade de propósitos. Mas na realidade voltaram-se para destacar o compromisso especialmente das Forças Armadas para com o regime democrático brasileiro.  

EM DEFESA DA DEMOCRACIA – Vejam só os leitores o que afirmou o general Paulo Sérgio Nogueira, cujas posições quando ainda comandante do Exército, ou seja, antes de ser ministro da Defesa, sempre destacaram a importância da democracia. 

A declaração do general através de nota oficial foi a seguinte: “O ministro da Defesa afirmou que as Forças Armadas estão comprometidas com a democracia brasileira e que os militares atuarão no âmbito de suas competências para que o processo eleitoral transcorra normalmente”. Mais clara não poderia ser a afirmação.

O general Paulo Sérgio deixou claro que o encontro com Fux foi a seu pedido, motivo pelo qual ele se dirigiu ao STF. O ministro Luiz Fux resumiu o encontro dentro dos princípios democráticos. O ministro da Defesa participou também de uma reunião do Alto Comando, ao qual inesperadamente compareceu o presidente Jair Bolsonaro.

TEMAS – Foram discutidos temas institucionais, tal como o respeito às instituições (Forças Armadas e Supremo Tribunal Federal), sendo tratada também a colaboração das Forças Armadas para o processo eleitoral. O general afirmou ainda o permanente estado de prontidão das Forças Armadas para o cumprimento de suas missões constitucionais. Os compromissos assumidos pelo general Sérgio Nogueira foram, portanto, como todos contrastam, com a Constituição e com as leis do país.

Vale a pena acentuar um ponto, quando o general assinala que as Forças Armadas estão em estado permanente de prontidão para o cumprimento de suas ações constitucionais. Logo, quem conhece o Exército (eu estava no Exército em 1953) sabe que o regime de prontidão somente é adotado em situações que possam apresentar risco à segurança coletiva.

Assim, se as Forças Armadas estão de prontidão é porque alguma sombra apareceu no horizonte, já que não tem sentido convocar prontidão diante de ameaça alguma. Não seria lógico ou adequado. No O Globo a reportagem sobre o encontro do general Paulo Sérgio com o ministro Luiz Fux foi de Jussara Soares, Camila Zarur e Marianna Muniz. Na Folha de S.Paulo, de Marcelo Rocha, Renato Machado e Danielle Brant.

REFLEXOS – A visita do ministro da defesa ao ministro do STF provocou reflexos imediatos. O primeiro deles, uma descompressão no ambiente político e parlamentar. Logo em seguida, a decisão da Segunda Turma do STF condenando o senador Jorge Kajuru por injúria e difamação contra o senador Vanderlan Cardoso e também contra o ex-deputado Alexandre Baldy.

A condenação do senador Jorge Kajuru ocorreu num processo semelhante ao que o ministro Alexandre de Moraes move contra o deputado Daniel Silveira. A Segunda Turma do Supremo decidiu por três votos a dois a condenação de Kajuru. O processo havia sido ajuizado em 2019 e o voto pela absolvição fora do ministro Celso de Mello. Na tarde de terça-feira, votaram pela condenação os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin e Ricardo Lewandowski.

ILEGITIMIDADE – Pela não culpabilidade, o ministro André Mendonça. Mas Mendonça reconheceu a ilegitimidade dos ataques praticados contra Vanderlan Cardoso e Alexandre Baldy, porém considerou que foram feitos na Tribuna da Câmara Federal.  

Os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin e Ricardo Lewandowski consideraram que o instituto da imunidade previsto na Constituição não se refere a pronunciamentos isolados fora dos limites dos debates relativos às matérias em discussão no parlamento, não se estendendo às acusações pessoais. A decisão da Segunda Turma foi um dos reflexos, a meu ver, da visita do general Paulo Sérgio ao presidente do STF.

APLICAÇÕES –  Reportagem  de Vitor da Costa e Leticia Cardoso, O Globo, de ontem, revela que no mês de abril, em consequência da queda de 10% das ações na Bovespa, investidores estrangeiros retiraram R$ 7,6 bilhões do mercado acionário. O saldo das aplicações estrangeiras no país caiu para R$ 50,6 bilhões.

Na minha opinião, esse volume foi reaplicado nos títulos do Tesouro que lastreiam a dívida interna do país que se encontra em 11,75% até o meio da tarde desta quarta-feira, quando escrevo esse texto. Circulam informações de que o Banco Central anunciaria no final da tarde ou no início da noite o aumento de mais 1% na Selic que assim 12,75% ao ano.

Para que os leitores e leitoras avaliem bem o impacto, vale sempre lembrar que a dívida interna eleva-se a R$ 5,9 trilhões. Um por cento representa um acréscimo, portanto, de R$ 59 bilhões nas despesas do governo. E os juros anuais vão representar um total de desembolso da ordem de R$ 630 bilhões por ano. O orçamento de 2022 eleva-se a R$ 4,8 trilhões. O governo, melhor dizendo, o ministro Paulo Guedes nunca se refere a esses números.

JUSTIFICATIVA – Mas a explicação para o acréscimo de 1% é simples. A inflação de abril de 2021 a abril de 2022 bateu 12 pontos. E os investidores em títulos do governo não podem ter os seus rendimentos abaixo da inflação. É o caso dos bancos, fundos de investimento e o fundo de pensão das empresas estatais. Só quem pode nesse país perder para a inflação são os que vivem de salário.

Quando o governo aumenta a Selic coloca mais títulos no mercado e por isso reafirmo o que digo sempre: os bancos, os fundos de investimentos e os fundos de pensão das estatais, na verdade, não são devedores dos papéis do governo. Pelo contrário, são credores.

General cobra que TSE defina imediatamente um plano em caso de irregularidades eleitorais

Publicado em 5 de maio de 2022 por Tribuna da Internet

DESMENTIR-SE OU DEMITIR-SE: O GENERAL BRAGA NETO NÃO TEM OUTRA SAÍDA – VISÃO PLURAL

Charge do Miguel Paiva (Arquivo Googe)

Weslley Galzo
Estadão

Indicado pelas Forças Armadas para atuar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o general de Exército Heber Garcia Portella cobrou da Corte que adote com urgência medidas para prever e divulgar antecipadamente “as consequências para o processo eleitoral, caso seja identificada alguma irregularidade”. A pressão do representante militar segue a linha das críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao pôr em dúvida a confiabilidade das urnas eletrônicas e a atuação do TSE durante as eleições.

Como mostrou o Estadão, as Forças Armadas enviaram 88 questionamentos ao TSE nos últimos oito meses sobre supostos riscos e fragilidades que, na visão dos militares, podem expor a vulnerabilidade do processo eleitoral.

NENHUMA PROVA – As desconfianças em relação ao processo eleitoral contradizem o resultado de todas as apurações conduzidas até o momento sobre as eleições. No ano passado, a Polícia Federal fez levantamento dos inquéritos abertos desde que as urnas eletrônicas passaram a ser usadas, na década de 1990, e não foram encontradas provas de vulnerabilidade do equipamento. Os registros de irregularidades ocorreram, na realidade, quando a votação ainda era em cédula de papel.

A manifestação do general foi apresentada durante as discussões da Comissão de Transparência das Eleições, criada pelo tribunal para reforçar as medidas de segurança na disputa de outubro. A Corte respondeu ao general que já tem medidas legais e também listou uma série de procedimentos que adota quando há falhas nas urnas.

A atuação do general foi capturada politicamente por Bolsonaro. Nos últimos dias, o presidente repetiu que o TSE está ignorando as sugestões das Forças Armadas para reforçar a segurança no processo eleitoral.

CONTAR CADA VOTO – Emissário do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto na Comissão de Transparência criada pelo TSE, o general Portella disse em manifestação na comissão que, até o momento, não tinha identificado medidas do tribunal para atuação em caso de irregularidades na votação e na apuração. Ele também sugeriu que a Corte adote medidas para assegurar a “validação e a contagem de cada voto”.

“Considerando o voto como um direito e um dever inarredáveis de cada cidadão, sugere-se a adoção de medidas que permitam a validação e a contagem de cada voto sufragado, mesmo que, por qualquer motivo, as respectivas mídias ou urnas eletrônicas sejam descartadas”, sustentou o general.

As sugestões do general oriundo da área de Defesa Cibernética das Forças Armadas constam da primeira versão do “Plano de Ação Para Ampliação da Transparência Eleitoral”. Portella apresentou seis medidas de otimização ao TSE, todas foram respondidas pela Corte.

RECUPERAÇÃO DE VOTOS – Nos esclarecimentos formulados pela equipe técnica e jurídica, a Corte informou que o atual sistema de votação, por sua natureza eletrônica, “possui mecanismos para a recuperação de votos”.

O tribunal ainda elencou os artigos de resoluções da Justiça Eleitoral que preveem respostas em casos de falhas. Na resposta, também foram detalhados os procedimentos legais e aspectos técnicos que tornam possível a recuperação de votos em urnas que venham a apresentar algum problema.

“Em relação às medidas a serem adotadas diante de irregularidades nas eleições, esclarecemos que se encontram previstas na legislação eleitoral pátria. Em face da amplitude da expressão, destacamos alguns procedimentos previstos para atuação imediata, sem prejuízo do desdobramento judicial ou a incidência de situações não previstas na legislação”, respondeu o TSE.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O general nada entende de informática, está apenas fazendo o trabalho que lhe foi determinado pelo ex-ministro da Defesa, para levantar dúvidas. É um serviço pouco usual para um general e depõe contra a seriedade do governo. Essa vaga na Comissão de Transparência deveria ser ocupa pelo melhor especialista em informática das Forças Armadas. Apenas isso(C.N.)

Câmara desafia Moraes, atrasa caso Daniel Silveira e nem pretende analisar a cassação

Publicado em 5 de maio de 2022 por Tribuna da Internet

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do J. Caesar (Arquivo Google)

Julia Chaib, Marcelo Rocha e Danielle Brant
Folha

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e deputados do centrão trabalham para retardar ao máximo a análise sobre o destino na Casa do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) —condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), mas indultado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

O argumento lançado por Lira e aliados é a necessidade de “esfriar” a crise entre os Poderes. Para isso, bastaria deixar o caso do bolsonarista em banho-maria, adiando a análise de ações que possam levar à punição do parlamentar.

VIVO OU MORTO? – Dessa forma, a tendência é que eventuais processos de cassação ou suspensão do mandato de Silveira só devem ser avaliados no segundo semestre, perto da eleição. Mas líderes próximos ao governo vão além: dizem que o assunto Daniel Silveira está morto e que talvez a Câmara nem entre na questão. O mandato de Silveira na Câmara vai até janeiro de 2023.

O STF (Supremo Tribunal Federal) condenou o parlamentar a 8 anos e 9 meses de prisão, além de impor a ele a perda do mandato e dos chamados direitos políticos, tornando-o, em tese, inelegível. No dia seguinte, Bolsonaro assinou decreto de perdão de pena a Silveira, o que, na visão do parlamentar, anula toda a decisão do STF.

Lira entrou com uma ação na corte para que se estabeleça que é do Congresso a última palavra sobre a cassação de um mandato parlamentar. O tema está sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, que ainda não fez nenhum despacho na ação, e enfrenta divisão entre ministros.

CONSELHO DE ÉTICA – Além disso, há duas recomendações aprovadas há quase um ano pelo conselho de ética da Câmara que, somadas, representariam uma suspensão de oito meses do mandato de Silveira. A decisão de pautar para votação em plenário cabe a Lira.

O presidente da Câmara tem dito a aliados que, primeiro, o assunto precisa ser resolvido pelo STF, o que deve levar tempo. Enquanto o caso não transitar em julgado na corte — isto é, quando tiver cessado a análise de todos os recursos que podem ser interpostos —, Silveira segue com o mandato.

Na análise de parlamentares, se a suspensão ou a cassação do deputado fossem levadas hoje ao plenário da Câmara, a decisão seria favorável ao parlamentar. Isso significaria reformar uma decisão do Supremo, o que tem potencial de reavivar um atrito entre Legislativo e Judiciário. E não vale comprar essa briga por causa de Silveira, avaliam parlamentares do centrão.

FUX SEM PRESSA – O presidente do STF, Luiz Fux, tem indicado a interlocutores que concorda com a ideia de que é preciso deixar o caso decantar. A decisão sobre quando ele deve ser levado à análise dos ministros, porém, depende de atos de Rosa Weber e Alexandre de Moraes, relatores de ações ligadas ao deputado do PTB.

A questão da inelegibilidade corre em paralelo à discussão sobre o mandato. Lira indicou a aliados acreditar que a palavra final sobre a elegibilidade de Silveira deve ser dada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e isso será enfrentado caso ele venha a pedir o registro para ser candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro, como ele deseja atualmente.

O ideal, avaliam deputados do centrão, é só se debruçar sobre a questão do mandato de Silveira depois que a dúvida sobre a elegibilidade do parlamentar for esclarecida.

MENOS PRESSÃO – Assim, a Câmara analisaria o caso sob menos pressão e, se decidisse devolver o mandato, isso ocorreria num contexto diferente do atual.

Deputados da oposição criticam a demora de Lira em pautar as suspensões do mandato determinadas pelo conselho de ética. Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), é dever do presidente da Câmara colocar os pareceres do colegiado. “A demora de um ano para colocar em votação em plenário não é um tempo razoável”, afirmou.

Líder do PSOL na Câmara, a deputada Sâmia Bomfim (SP) também lamenta essa demora. “Enquanto isso, Silveira e Bolsonaro insistem nas ameaças, provocações e descumprimento das penas da condenação. A omissão da Câmara alimenta o autoritarismo dos bolsonaristas.”

AMPLIAR ANISTIA – Na terça-feira (3), bolsonaristas próximos de Silveira se reuniram com o presidente da Câmara. Segundo a deputada Carla Zambelli (PL-SP), Lira se comprometeu a pautar projeto para ampliar “anistia” a quem, entre 1º de janeiro de 2019 e 21 de abril de 2022, tiver “praticado atos que sejam investigados ou processados sob a forma de crimes de natureza política” ou relacionados caso consigam o número mínimo de assinaturas para pedir urgência.

Nesta quarta-feira (4), Silveira se recusou a ser intimado pelo STF, segundo a oficial de Justiça encarregada da tarefa.

De acordo com o relato da servidora, o parlamentar afirmou que não vai mais usar a tornozeleira eletrônica determinada pelo Supremo, “pois está cumprindo o decreto do presidente da República”.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O decreto foi publicado no Diário Oficial e está em vigor, não importam as decisões supervenientes de Moraes, que pode dar faniquitos à vontade. Na forma da lei, que o relator tenta desconhecer, o decreto só será desobedecido se o Supremo, por decisão do plenário, votar pela suspensão ou invalidação. Enquanto isso não ocorre, la nave va, cada vez mais fellinianamente(C.N.)

Desmatamento, martírio dos índios e poluição dos rios justificam intervenção internacional?

Publicado em 5 de maio de 2022 por Tribuna da Internet

Extração de minério em garimpos ilegais causa poluição de rio que abastece  cidade em MT | Mato Grosso | G1

Garimpos ilegais desmatam a floresta e contaminam os rios 

Augusto Tomazini

A vastidão da floresta amazônica é impressionante, suas riquezas abaixo e acima do solo, também. É perturbador imaginar a grandiosidade desse bioma espetacular, riquezas de sabedorias ancestrais, linguísticas, árvores seculares, uma profusão de plantas, animais e biodiversidade, tudo isso colocado à venda por 30 dinheiros.

Sim, é de uma irresponsabilidade medonha o que se faz hoje ao incentivar a mineração e o desflorestamento para exportação de matérias primas, ilegalmente ou até legalmente, não só no Brasil, mas em todos os países da Amazônia.

REALIDADE SINISTRA – Tomemos por exemplo esse mesmo modo de produção predatório que muito pouco fez pela população de nosso país: o pau-brasil, as minas gerais, a exploração de açúcar, a borracha etc. Tudo isso com mão de obra escrava ou semiescrava, que somente legou um país subdesenvolvido. Geração de empregos e riquezas são mentiras que só servem para tapar o sol com a peneira.

O custo humano desta colonização predatória está aí, estampado em nossa sociedade. Nesses últimos dias, em uma cidade satélite da capital, as pessoas saíram no tapa por causa de uma promoção de cebolas.

Este foi o legado deixado por uma forma de exploração dos recursos naturais dos últimos cinco séculos que beneficiou uma pequena parte das classes dirigentes e mais ainda os representantes do capital internacional. E esses irresponsáveis estão atiçando o complexo-militar internacional, ao dar motivos para uma intervenção em solo sul-americano.

TEMPESTADE PERFEITA – Os atuais dirigentes do país parecem não perceber as consequências do abandono e das matanças dos povos indígenas, em conjunto com o avanço do desmatamento de um bioma de importância mundial. É a tempestade perfeita para os “imperialistas humanitários” atualmente postos na Casa Branca se divertirem com suas guerras, e a indústria militar agradece.

Está no foco da mídia a denúncia de estupro e morte de uma criança yanomami. A Polícia Federal solta uma nota dizendo não haver indício de nenhum desses crimes. Trágico isso, ainda mais porque toda a comunidade que habitava o local simplesmente sumiu do lugar, deixando uma casa queimada em sinal de luto. Também foram encontrados equipamentos para garimpo. Tudo isso por um metal usado para adorno dos ricos.

O que se passa em Roraima não é uma exceção. Tenho recebido denúncias de abusos feitos também no Vale do Javari, na fronteira com o Peru, local onde vivem indígenas de diversas etnias e é inclusive lar da maior quantidade de índios isolados do mundo.

MALDADES SEM FIM – Assediam os indígenas, obrigam a ingestão de água misturada com gasolina para os embebedar, depois violentam suas mulheres e adolescentes, conforme recentes denúncias de invasões na aldeia Jarinal. Poluem os rios com mercúrio, dizimam os peixes, quelônios e outras espécies. Entram sempre armados.

O atual presidente da Funai ainda vem dizer que a solução é autorizar a mineração em terras indígenas. Como se sabe, em nada estes cinco séculos de mineração ajudaram nosso povo. O ouro brasileiro serviu muito bem para financiar a revolução industrial inglesa e adornar as joias da coroa britânica.

Querem agora repetir mais da mesma miséria, ao invés de deixarem esses povos nativos viverem em conformidade com o que eles decidirem em seus conselhos tribais e de maneira esclarecida.

Bivar finge que é candidato e anuncia que União Brasil terá chapa pura à Presidência

Publicado em 5 de maio de 2022 por Tribuna da Internet

A doce vingança de Bolsonaro sobre Luciano Bivar e o PSL | VEJA

Será que Luciano Bivar pensa (?) que alguém acredita nele?

Julia Lindner
O Globo

Partido com maior poderio econômico da chamada terceira via, o União Brasil formalizou nesta quarta-feira que o deputado Luciano Bivar (PE) pretende seguir sozinho na disputa pela presidência da República, quebrando o compromisso firmado com MDB e PSDB para construir um nome de consenso para concorrer ao Palácio do Planalto até o dia 18 deste mês. O recuo do União evidencia o enfraquecimento do grupo que buscava uma aliança de centro.

“Hoje é o ‘Dia D’ para a definição. Esperamos até o último momento para ver se faríamos uma coligação com outros partidos. Entretanto, outros partidos não tiveram a mesma unidade que tem o União Brasil. Então, não restou a nós uma única alternativa a não ser sair em uma chapa pura”, disse Bivar, em vídeo divulgado pela assessoria de imprensa.

DISSE BIVAR – “A gente não aceita, eu me recuso a aceitar os extremos que estão aí estabelecidos. É por isso que o União segue em frente para essa candidatura, definitivamente, para em outubro deste ano nós nos candidatarmos e sermos presidente desse país”, acrescentou.

No mês passado, Bivar já havia anunciado que não iria mais participar dos encontros da terceira via, após ser anunciado como pré-candidato do seu partido.

Na última reunião, há uma semana, ele foi representado pelo vice, Antonio Rueda, e pelo líder do União na Câmara, Elmar Nascimento (BA).

FORA DO ACORDO – Apesar de o rompimento não ter sido anunciado formalmente na ocasião, o encontro serviu para afastar de vez o União do bloco.

Na avalição de integrantes do partido, ficou claro que as legendas não abririam mão de seus respectivos candidatos como cabeça de chapa. Além disso, também não houve abertura para um eventual acordo com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes.

Para integrantes do MDB e do PSDB, no entanto, o nome de Bivar como pré-candidato é apenas uma forma de apresentar um nome neutro e garantir que os integrantes da legenda possam apoiar quem quiserem na disputa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o presidente Jair Bolsonaro. Mas não é uma candidatura “para valer”. Do contrário, acreditam que ele escolheria um nome mais competitivo, como o ex-ministro Sergio Moro ou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Excelente reportagem de Júlia Lindner. Apresentou os fatos e, ao final, fez a tradução simultânea deles, para mostrar que Luciano Bivar é um farsante que se infiltrou na terceira via para destruí-la, ao invés de construí-la, conforme alegava ser o objetivo. Na verdade, ele só se interessa pela grana do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral. Para quê? Ora, para nada, pois é apenas um velhaco, caindo pelas tabelas, que não tem mais o que aproveitar na vida. E vamos em frente, porque ainda falta muito para a eleição(C.N.)

Bolsonaro já mudou o Supremo

 




Tribunal entrou no jogo do presidente com reações tímidas, excessos e condescendência

Por Bruno Boghossian 

O ciclo liderado por Donald Trump pode ter produzido um abalo histórico na Suprema Corte dos Estados Unidos. Com três nomeações, o ex-presidente construiu no tribunal uma maioria que se mostra disposta a reverter o direito ao aborto no país, derrubando um entendimento que está de pé há quase 50 anos.

Governantes populistas costumam tratar as instituições —incluindo o Judiciário— como campos de batalha políticos. Trump conseguiu transformar a Suprema Corte do país numa máquina capaz de lhe oferecer vitórias nessa trincheira. Jair Bolsonaro busca um caminho parecido. Até agora, o brasileiro não conta com maioria no STF, mas seu governo já foi capaz de mudar o tribunal.

Além de puxar integrantes da corte para a arena eleitoral, Bolsonaro encara a composição do STF como um tema de campanha. Ele já prometeu repetir a lógica da indicação de André Mendonça para o tribunal e disse a seus apoiadores que a escolha de dois ministros no próximo mandato é "mais importante do que a eleição para presidente".

Bolsonaro tem a chance de avançar sobre a composição do plenário se for reeleito. Com quatro ministros, ele ainda não teria o domínio da corte, mas dobraria suas chances de interromper julgamentos incômodos ou obter decisões individuais a favor do governo.

Ainda que seja forçado a sair do Palácio do Planalto em 2023, o capitão vai deixar suas marcas: além dos dois bolsonaristas com assento na corte, o STF terminará o governo rendido a uma deformação institucional estimulada com frequência pelo próprio presidente.

O Supremo se tornou uma peça do jogo de Bolsonaro ao oscilar entre reações tímidas às investidas do capitão e alguns excessos nas ferramentas usadas para combatê-las. Somou a isso uma certa condescendência com ameaças militares e uma espera interminável por qualquer sinal de distensionamento emitido pelo Planalto. Essas cicatrizes não devem desaparecer com uma simples virada no calendário.

Folha de São Paulo

Em destaque

MP-BA quer que prefeitura retire mesas e cadeiras colocadas na rua por bares em bairros boêmios de Salvador

  MP-BA quer que prefeitura retire mesas e cadeiras colocadas na rua por bares em bairros boêmios de Salvador terça-feira, 05/11/2024 - 00h0...

Mais visitadas