Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

segunda-feira, março 07, 2022

Entenda por que a produção de fertilizantes como o potássio é relacionada com o petróleo

Publicado em 7 de março de 2022 por Tribuna da Internet

Imagem analisada visualmente

Perfurações para petróleo podem encontrar outros minerais

Mathias Erdtmann

O potássio vem aparecendo bastante nas notícias ultimamente, graças à dependência do Brasil das importações do componente fertilizante, tendo como origem a Rússia ou seus países satélites. Esse importante mineral fertilizante é utilizado na forma de um tipo de sal, o cloreto de potássio (KCL), presente principalmente em rochas chamadas carnalita e silvinita. Outros sais famosos também são bastante comuns na forma de rocha, como a halita (sal de cozinha).

Pode parecer mera coincidência o fato da Rússia ser grande exportadora de petróleo (e gás natural) e de fósforo, mas a verdade é que a história do hidrocarboneto e dos sais se entrelaça de maneira única.

POÇOS DE SAL – Em 1835, os chineses já perfuravam poços de até 1000m de profundidade com alvo na halita, onde injetavam água quente, que voltava em salmora concentrada, e assim seguia para a produção de sal, que tinha grande valor na época.

Alguns anos depois, em 1859, nos Estados Unidos, o coronel Drake (que não era coronel, foi só uma fake news produzida pelo Drake para ter apoio local) pensou em usar o método chinês para furar poços e extrair outra substância: o petróleo,  até então só recolhido manualmente em exudações naturais (nos pouquíssimos lugares em que a substância emergia na terra sozinha, se empapava um pano na meleca negra para torcê-lo no barril).

Um tempo depois, o alemão Winters fundou, em 1894, uma empresa para repetir o feito chinês na Alemanha: iria furar poços com alvo na halita (hall em alemão) e produzir o importante e aparentemente valioso sal. E denominou a empresa de Wintershall (“Halita do Winters”, em tradução direta).

ENCONTROU PETRÓLEO – Contrariando seus planos, encontrou mais petróleo do que sal. Abandonou o sal em favor do mais precioso e lucrativo líquido.  Entregou a exploração de sal para outros, e a Wintershall se tornou a maior petroleira alemã.

Fato é que, na exploração de petróleo,  acaba se atravessando rochas salinas (halitas, silvinitas, carnalitas,etc). Essas acumulações de sal nada mais são que lagos e mares que morreram naturalmente (como a Lagoa Feia no Rio de Janeiro ou o Mar Morto), deixando espessas camadas de sal que foram posteriormente recobertas de sedimento.

Um dos maiores mares que já morreu ficava entre o Brasil e África, no período Cretáceo (último período da era dos dinossauros), responsável pela acumulação da camada que chega a 2 km de espessura/sal, que atualmente está sobre a camada Pré-sal, grande produtora de petróleo no Brasil.

RIQUEZA RUSSA – Por isso que a Rússia tem tanto óleo quanto gás e potássio (e outros minerais importantes). O potássio é encontrado na carnalita (menor teor) e silvinita (maior teor) e sua produção por meio de poços é eficiente (quando comparada com a mineração à céu aberto) por conta da incrível solubilidade do cloreto de potássio.

Se você preencher meio copo com cloreto de potássio em forma de sal (100 g), e em seguida encher o copo de água, todo o sal será dissolvido (diferente do sal de cozinha, que ficará um bocado no fundo).

No entanto, se for fazer essa experiência em casa, tome muito cuidado e jogue fora o líquido antes que ocorram acidentes: um gole deste copo é fatal. 5 g de cloreto de potássio, se ingeridos, provocam parada cardíaca – tanto que a substância é usada nas injeções letais nas penas de morte dos EUA.

CARÊNCIAS DO BRASIL – No Brasil, temos abundância de muitos materiais, mas em alguns pontos a mãe natureza quis que a gente seguisse o caminho mais difícil: temos pouquíssimo carvão, por exemplo. Há petróleo em grande quantidade, mas somente em águas profundas, e levamos décadas para nos tornarmos mestres em sua produção.

A mesma realidade se repete para a carnalita e a silvinita. No Brasil, esses importantes elementos são mais raros que o de costume. Por outro lado, seguindo o costume, foram descobertos em Sergipe e Amazonas, durante a prospecção de petróleo. Para dificultar um pouco mais, precisamos de uma quantidade anormal deste fertilizante, pois ele é escasso no solo das grandes plantações de soja.

Devido ao preço tradicionalmente baixo cobrado pelos balcãs, ausência de fomento, e raridade relativa do material, a produção nacional se concentra em Sergipe e nunca decolou. Atualmente cobre algo como 15% do consumo.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Ofertada pelo grande especialista Mathias Erdtmann, essa aula magna de geologia e economia política precisa ser estudada atentamente pelos candidatos à Presidência, para não mais falarem asneiras sobre “privatização” da Petrobras, um hediondo crime de lesa-pátria. Todos precisam aprender que, para garantir nossa riqueza agrária, torna-se fundamental recriar a Petromisa e investir na mineração de matéria-prima para fertilizantes. Para os defensores da privatização, como o trêfego economista Paulo Guedes e o abominável almirante-ministro Bento Albuquerque, recomenda-se ingestão de 5 g de cloreto de potássio, para que nos deixem em paz e levem sua ignorância para os quintos do inferno, como se dizia antigamente. (C.N.)  


domingo, março 06, 2022

Guedes é um péssimo ator, que tenta transmitir ao G-20 um otimismo ridículo, diz O Globo

Publicado em 6 de março de 2022 por Tribuna da Internet

Quem é quem no time liberal de Paulo Guedes | Exame

Guedes afirmou ter conseguido o “desenvolvimento sustentável”

Deu no Estadão  

Faz mais de três anos que o ministro da Economia, Paulo Guedes, se esforça diariamente para não borrar a maquiagem da personagem que lhe foi atribuída pelo então candidato Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018 – e que ele incorporou como se fosse o grande papel da sua vida.

Guedes foi apresentado ao País e ao estrangeiro àquela época como o esteio liberal do governo, o grande indutor das reformas estruturais do Estado e uma espécie de selo de garantia de respeito aos pilares macroeconômicos.

CONSTATAÇÃO – Hoje, das duas, uma: ou Guedes ainda acredita genuinamente naquele Brasil que só existe em suas apresentações, o que revelaria uma mente absolutamente desconectada da realidade, ou o próprio ministro tem consciência do embuste, mas segue representando um papel, e mal, porque lhe falta brio para deixar um governo que, dia sim e outro também, o submete a toda sorte de humilhações.

Em um vídeo gravado para a reunião dos ministros das finanças e presidentes de bancos centrais dos países do G-20, Guedes voltou a mentir sobre supostos feitos do governo e a distorcer dados do País para seus colegas estrangeiros.

Com menos de um minuto de pronunciamento, o ministro da Economia afirmou sem qualquer constrangimento que, “mesmo lidando com o coronavírus, o governo manteve o foco na responsabilidade fiscal e nas reformas estruturais necessárias para uma recuperação econômica sustentável”.

É MENTIRA – Havia a legítima escusa, consubstanciada por decisão do Supremo, de que as limitações da Lei de Responsabilidade Fiscal não poderiam restringir a adoção de políticas voltadas à mitigação dos efeitos sanitários e econômicos da pandemia sobre cidadãos e empresas.

Mais do que uma autorização judicial, tratava-se de um imperativo moral. Mas o que se viu depois foi a dilapidação dos fundamentos macroeconômicos do País em nome dos interesses eleitorais do presidente da República. A fraqueza política de Bolsonaro o fez refém do Centrão, que agarrou com afinco a oportunidade inédita de se apoderar de um quinhão do Orçamento da União como nunca antes.

 Guedes assistiu impassível ao desmonte do teto dos gastos públicos, à ampliação dos recursos destinados a abastecer o “orçamento secreto” e à redução deliberada de verbas para políticas nas áreas de educação, saúde, infraestrutura e tecnologia para bancar benesses eleitoreiras concedidas por seu chefe a grupos que dizem apoiá-lo.

MUITA DESFAÇATEZ – Quanto às “reformas estruturais”, ora, a única que foi aprovada no atual governo foi a reforma da Previdência, desenvolvida e negociada na administração de Michel Temer.

Guedes teve a desfaçatez de afirmar ainda que, “no meio ambiente, nós mantivemos os compromissos de sustentabilidade alcançados no Acordo de Paris e na COP 26”. Na realidade, o governo dizimou o soft power do País na seara ambiental por ser leniente com a exploração ilegal de riquezas naturais e com o combate ao desmatamento ilegal.

Ao dizer que “o Brasil continuará surpreendendo positivamente”, Guedes tenta transmitir um falso otimismo que seria risível, não fosse ele um dos agentes diretamente responsáveis pelo quadro trevoso que aí está.

Afirmação de Arthur do Val é ‘tão asquerosa que nem merece comentário’, diz Bolsonaro

Publicado em 6 de março de 2022 por Tribuna da Internet

O presidente Jair Bolsonaro (PL) durante visita a São José do Rio Preto (SP) em fevereiro de 2022 — Foto: Renato Pavarino/g1

Famoso por suas mancadas, Bolsonaro ironizou o deputado

Deu no G1

O presidente Jair Bolsonaro classificou neste domingo (6) como “asquerosa” a fala do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), conhecido como “Mamãe Falei”, a respeito de mulheres ucranianas. Em áudios, o parlamentar disse que as ucranianas são “fáceis, porque são pobres”.

Após conversar com apoiadores em frente à residência oficial do Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro foi questionado por um repórter da CNN Brasil sobre sua opinião a respeito dos comentários de Arthur Do Val.  “[A declaração] é tão asquerosa que nem merece… É tão asquerosa que nem merece comentário”, disse o presidente, que tem histórico de declarações preconceituosas sobre mulheres.

“FOI UM ERRO” – Arthur do Val confirmou a autoria dos áudios, que foram enviados por ele a um grupo privado de uma rede social. O deputado estadual estava em viagem à Ucrânia onde foi arrecadar doações para refugiados ucranianos após a invasão da Rússia ao país e também conhecer a resistência ucraniana à invasão.

Ao desembarcar em São Paulo neste sábado (5), o deputado disse que o que falou “foi um erro, em um momento de empolgação”. A declaração foi criticada por políticos, pela comunidade ucraniana, e pelo encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach.

Quinze deputados estaduais assinaram uma representação contra Arthur do Val protocolada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) neste domingo. No documento, os deputados defendem a perda do mandato de Arthur do Val.

FALAS PRECONCEITUOSAS – Bolsonaro, ao longo de mais de 30 anos de carreira política, foi criticado por declarações preconceituosas que proferiu sobre mulheres. Em 2017, quando era deputado federal, Bolsonaro disse que, após ter quatro filhos homens, deu uma “fraquejada” e teve uma filha mulher – Laura.

Bolsonaro foi condenado a pagar indenização por danos morais à deputada Maria do Rosário (PT-RS) por ter afirmado em 2014 – quando ainda era deputado – que a parlamentar não merecia ser estuprada porque ele a considera “muito feia” e ela não faz o “tipo” dele.

Em 2016, provocou polêmica a participação de Bolsonaro no programa da apresentadora Luciana Gimenez, na RedeTV!, na qual ele declarou que não empregaria mulher com o mesmo salário de homem. Ele também disse que “tem muita mulher que é competente” e que salários na iniciativa privada se baseiam em competência.

TURISMO GAY – Em 2019, já como presidente, Bolsonaro afirmou que o Brasil não poderia se tornar local de turismo gay, mas que era possível ficar à vontade para viajar ao país e fazer sexo com mulheres.

Em 2020, Bolsonaro fez insinuações sexuais sobre uma repórter do jornal “Folha de S.Paulo” que revelou, em reportagens, o uso fraudulento de nomes e CPFs para habilitar celulares e enviar ilegalmente mensagens em massa por redes sociais durante a campanha eleitoral de 2018.

“O depoimento do Hans River foi no final de 2018 para o MP, ele diz do assédio da jornalista em cima dele. Ela queria um furo, ela quer dar um furo (risos) a qualquer preço contra mim. Lá em 2018 ele já dizia que ela chegava e ia perguntando: ‘O Bolsonaro pagou para você divulgar pelo WhatsApp informações?’”, disse.


Advogado de Flávio Bolsonaro nas rachadinhas é nomeado Secretário Nacional do Consumidor


Imagem analisada visualmente

Roca salvou Flávio Bolsonaro e ganhou um cargo no ExecutivoChico Otavio
O Globo

O advogado Rodrigo Roca, um dos defensores do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas, deixou a causa. Ele está assumindo a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça, razão pela qual teve que se desligar do escritório do qual é sócio.

À frente do novo cargo, responsável pela política nacional do consumo, ele atuará, segundo pessoas próximas, contra a exigência do comprovante de vacina contra a Covid-19, o passaporte vacinal.

DÚVIDA JURÍDICA – O objetivo é organizar uma ofensiva judicial. Roca, de acordo com interlocutores, quer esclarecer se a Senacon tem legitimidade para ajuizar diretamente ações civis públicas, como seria o caso do passaporte vacinal, ou se precisa contar com o suporte da Advocacia-Geral da União (AGU).

O Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão do ano passado, assegurou autonomia às instituições – incluindo repartições federais – para deliberar sobre a obrigatoriedade do passaporte para acesso às suas dependências. Ir contra a medida será o desafio da nova gestão da secretaria.

O novo secretário pretende sustentar que o amplo acesso aos bens decconsumo é um direito fundamental do consumidor e não pode ser prejudicado pela exigência do passaporte  vacinal para ingresso, por exemplo, em restaurantes, supermercados e outros estabelecimentos.

RETRIBUIÇÃO – Pesaram a favor da escolha do advogado as recentes vitórias da equipe de defesa do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. Em novembro do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) invalidou todas as decisões tomadas pelo juiz Flávio Itabaiana, da primeira instância da Justiça fluminense, no caso das rachadinhas, decisão que leva a investigação a praticamente começar do zero.

A equipe de defesa de Flávio Bolsonaro é composta, além de Rodrigo, pela irmão d advogado, Luciana Pires, e por sua sócia, Juliana Bierrenbach.

Roca teve, em 2013, uma rápida passagem pela presidência do Procon-RJ. A Senacon congrega Procons, Ministério Público, Defensoria Pública, delegacias de Defesa do Consumidor e organizações civis em ações e outras agendas da área de defesa do consumidor.

PLANOS DE SAÚDE – Além da questão do passaporte, estão planos de Rodrigo Roca, de acordo com fontes próximas, medidas judiciais de garantia de direitos dos usuários de planos de saúde.

Com 25 anos de advocacia e mestre em direito pela Universidade Cândido Mendes (Ucam), ele ganhou notoriedade na primeira metade dos anos 2010 ao defender militares acusados pela Comissão Nacional da Verdade e pela força-tarefa “Justiça de Transição”, do Ministério Público Federal (MPF) de tortura, morte e desaparecimento de corpos durante o regime militar (1964-1985).

Estão em seu portfólio, por exemplo, os coronéis do Exército Carlos Brilhante Ustra, ex-chefe do Destacamento de Operações de Informações de São Paulo (DOI-SP), já falecido, e Wilson Machado, um dos responsáveis pelo atentado a bomba no Riocentro em abril de 1981. Ele também foi defensor do ex-governador Sérgio Cabral.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Excelente matéria de Chico Otavio, mostrando a prática do aparelhamento da máquina administrativa como forma de retribuição por serviços prestados. Antigamente, os governantes tinham mais pudor e resistiam a fazer esse tipo de troca de favores. Nos últimos tempos, porém, o pudor e a vergonha parece que saíram de moda. (C.N.)  

CPI de iniciativa populau em Câmara de Vereadores, dependerá do que determina o regimento nterno.

 A título de ilustração citarei um exemplo da Câmara se Maringá:


Iniciativa Popular
De acordo com o disposto no artigo 227 do Regimento Interno da Câmara Municipal, a iniciativa popular é exercida pela apresentação à Câmara de Vereadores de proposições subscritas por, no mínimo, 5% (cinco por cento) dos eleitores do Município, obedecidas as condições discriminadas.

Dando cumprimento ao disposto no Regimento Interno, a Câmara Municipal disponibiliza nesta seção, no link abaixo, o formulário padronizado para a apresentação de proposições de iniciativa popular.

O formulário padronizado contém os campos específicos para a inserção dos dados e informações requeridos pelo Regimento Interno, os quais são necessários e imprescindíveis para a validade do procedimento de apresentação das proposições de iniciativa popular.

Poderão ser apresentados por meio de iniciativa popular projetos de lei e propostas de emenda à Lei Orgânica do Município.

Qualquer entidade da sociedade civil poderá patrocinar a apresentação de proposição de iniciativa popular, responsabilizando-se inclusive pela coleta de assinaturas.

A proposição subscrita pelos eleitores deverá ser entregue no Protocolo da Câmara Municipal e encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça, que avaliará o atendimento das exigências para a sua apresentação. Constatado o atendimento dessas condições, a proposição será lida em Plenário e iniciará a tramitação legislativa.

https://www.cmm.pr.gov.br/?inc=iniciativaPopular

Guerra na Ucrânia: Quem orienta Bolsonaro em relação ao conflito?

 

Cinco nomes estão por trás da maneira como o presidente brasileiro lida com a invasão na Ucrânia. São eles que aconselham o chefe do Executivo a demonstrar uma posição pró-Rússia, na contramão das grandes democracias ocidentais


Raphael Felice
Michelle Portela
postado em 06/03/2022 06:00
Diante da escalada de tensões provocada pela Rússia, Jair Bolsonaro viu-se obrigado a aceitar as manifestações da chancelaria e de ministros próximos -  (crédito: Evaristo Sa/AFP)
Diante da escalada de tensões provocada pela Rússia, Jair Bolsonaro viu-se obrigado a aceitar as manifestações da chancelaria e de ministros próximos - (crédito: Evaristo Sa/AFP)

Desde que Vladimir Putin autorizou as tropas russas a invadirem a Ucrânia, no dia 24 de fevereiro, o governo brasileiro encontra-se em situação delicada. Uma semana antes do início do conflito armado, Jair Bolsonaro fez uma visita oficial à Rússia, durante a qual elogiou Putin e declarou ser solidário ao país, que já estava na iminência de invadir a Ucrânia.

Diante da escalada de tensões provocada pela Rússia, Jair Bolsonaro viu-se obrigado a aceitar as manifestações da chancelaria e de ministros próximos, que apontavam ser insustentável manter o Brasil sem posição quanto ao conflito. No dia 24 de fevereiro, que marcou o início da guerra, o presidente brasileiro convocou uma reunião de emergência para tratar diretamente do tema.

Participaram o ministro da Defesa, Braga Neto; o chanceler Carlos França, e os ministros-generais Luiz Eduardo Ramos, Secretário-Geral da Presidência, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional. O assessor de Assuntos Estratégicos, Filipe Martins, também estava com o grupo.

Pelo menos três membros da reunião defenderam que o Brasil devia seguir o bloco dos Estados Unidos na reunião do Conselho de Segurança da ONU, que propunha uma resolução condenando a invasão russa em território ucraniano.

O documento recebeu votos suficientes para ser aprovado, inclusive do Brasil, mas a Rússia, que preside o Conselho e é membro permanente do grupo, exerceu o poder de veto. Posteriormente, o veto foi derrubado em assembleia geral do organismo, que ainda discute como socorrer os ucranianos por intermédio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Fontes do governo consultadas pelo Correio insistem que o mais importante era garantir a "posição do Brasil nos organismos internacionais pelo equilíbrio e pela imparcialidade". Por outro lado, França fez críticas às sanções impostas pela comunidade internacional, ao envio de armas e aos ataques cibernéticos sob o argumento de que isso prolonga a crise.

Tradição

Segundo os analistas, manter a imparcialidade faz parte da tradição diplomática brasileira. O que fugiria disso seria o teor crítico com relação às punições e sanções empreendidas pelos países europeus e pelos Estados Unidos. Na avaliação do general Paulo Chagas, a posição e as palavras de Bolsonaro desgastam a imagem do Brasil e colocam o país em uma condição favorável aos interesses russos.

"A posição de neutralidade é condizente com a tradição diplomática do Brasil, mas a viagem oficial até a Rússia e as palavras do presidente não são de neutralidade, mas, sim, de uma preferência aos interesses da Rússia", explica Chagas. "Não sei o que leva os generais que estão com o presidente a sugerir isso. Não tenho essa informação, sei pelo que li nos noticiários, mas também não vi ninguém desmentindo que o general Braga Netto e o general [Luiz Eduardo] Ramos estavam aconselhando o presidente nesse sentido. Pelos dados que tenho e pelo que eu aprendi e estudei no Exército, eu entendo que o Brasil deveria se colocar de acordo com nossos interesses. Não se justifica uma posição pró-Rússia''.

Para Thiago Nogueira, professor de direito internacional da Universidade São Judas, a posição do Brasil pode gerar desconfiança de parceiros do Ocidente. ''Preocupa a postura claudicante que o governo brasileiro adota neste conflito. Países do G7 e G20 fizeram manifestações duras de que as ações militares devem parar imediatamente, mas a do Brasil é apenas de cessar hostilidades, um pedido de paz de maneira geral, como se a Ucrânia tivesse participado ou tivesse alguma parcela de culpa do que está acontecendo com ela, o que não é o caso", avalia. "O Brasil defende a carta da ONU, a paz, mas não condenou veementemente a ação militar que a Rússia está colocando para a Ucrânia."

As análises vão na linha do posicionamento firmado pelo encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, que cobrou posição mais forte do governo brasileiro sobre a invasão. "Imparcialidade não se aplica quando se sabe quem é o agressor", aponta.

https://www.correiobraziliense.com.br/

" Se a Câmara não vai a CPI, vai a CPI à Câmara"

                                                Foto Divulgação

Boa noite amigos, muito ansiosa aqui, já contando os minutos, muita expectativa na cidade, dois vereadores duvidando, apostando que realmente não terei coragem, mas já estou de posse de alguns documentos, e na primeira hora estarei na Câmara de Vereadores para protocolar um pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) com intuito de provocar a casa para averiguar situações nebulosas referentes a obra de pavimentação do Bairro da Barra. 

Só mesmo desta forma para que a população jacuipense fique realmente esclarecida, principalmente diante dos últimos acontecimentos, evolvendo áudios, denúncias de falsificação, denúncias de favoritismos, dentre outras situações que precisam de urgentes esclarecimentos à nossa sociedade. 

Visto-me com as roupas de repórter investigativa, e principalmente de JORNALISTA, que tem em sua principal função, apurar fatos e assim bem informar ao povo. Amanhã novidades e todos os desdobramentos, abraços fraternos e até lá… 

Alana Rocha - Jacuipense e Jornalista (DRT 5325/BA).

Nota da redação deste Blog - Que essa atitude corajosa da Jornalista Alana Rocha, sirva de exemplo para nós da imprensa de Jeremoabo; aliás, da imprensa, da ONG, dos sindicatos, das associações e da sociedade organizada.
Quando os vereadores não cumprem com suas obrigações de defender os interesses do Municipio principalmente na defesa da coletividade e da moralização para com a coisa pública, só nos resta tomar a iniciativa fazendo a nossa parte.
"Quem sabe faz a hora, não espera acontecer."


A crise na Ucrânia não é sobre a Ucrânia, é sobre a Alemanha.

 

                      Map of Nord Stream 1 and 2, plus planned extensions. [Nord Stream website]


por Mike Whitney

“O interesse primordial dos Estados Unidos, sobre os quais durante séculos travamos guerras – a Primeira, a Segunda e a Guerra Fria – tem sido a relação entre a Alemanha e a Rússia, porque unidas ali, elas são a única força que pode nos ameaçar. E para garantir que isso não aconteça.” George Friedman, CEO da Stratfor no Conselho de Relações Exteriores de Chicago

A crise ucraniana não tem nada a ver com a Ucrânia. Tem a ver com a Alemanha e, em particular, com um gasoduto que liga a Alemanha à Rússia chamado Nord Stream 2. Washington vê o gaseoduto como uma ameaça à sua primazia na Europa e tem tentado sabotar o projeto a cada passo. Mesmo assim, o Nord Stream avançou e agora está totalmente operacional e pronto para uso. Assim que os reguladores alemães fornecerem a certificação final, as entregas de gás começarão. Proprietários de residências e empresas alemãs terão uma fonte confiável de energia limpa e barata, enquanto a Rússia verá um aumento significativo em suas receitas de gás. É uma situação ganha-ganha para ambas as partes.

O establishment da política externa dos EUA não está feliz com esses desenvolvimentos. Eles não querem que a Alemanha se torne mais dependente do gás russo porque o comércio cria confiança e a confiança leva à expansão do comércio. À medida que as relações se tornam mais calorosas, mais barreiras comerciais são retiradas, regulamentações são amenizadas, viagens e turismo aumentam e uma nova arquitetura de segurança se desenvolve.

Em um mundo onde a Alemanha e a Rússia são amigos e parceiros comerciais, não há necessidade de bases militares dos EUA, não há necessidade de armas e sistemas de mísseis caros fabricados nos EUA, e não há necessidade da OTAN. Também não há necessidade de fazer transações de energia em dólares americanos ou estocar títulos do Tesouro dos EUA para equilibrar as contas. As transações entre parceiros de negócios podem ser realizadas em suas próprias moedas, o que deve precipitar uma queda acentuada no valor do dólar e uma mudança dramática no poder econômico. É por isso que o governo Biden se opõe ao Nord Stream.

Não é apenas um gasoduto, é uma janela para o futuro; um futuro em que a Europa e a Ásia se aproximam em uma enorme zona de livre comércio que aumenta seu poder e prosperidade mútuos, deixando os EUA olhando do lado de fora. As relações mais calorosas entre a Alemanha e a Rússia sinalizam o fim da ordem mundial “unipolar” que os EUA supervisionaram nos últimos 75 anos. Uma aliança germano-russa ameaça acelerar o declínio da superpotência que atualmente está se aproximando do abismo. É por isso que Washington está determinado a fazer tudo o que puder para sabotar o Nord Stream e manter a Alemanha dentro de sua órbita. É uma questão de sobrevivência.

É aí que a Ucrânia entra em cena. A Ucrânia é a "arma preferida" de Washington para torpedear o Nord Stream e colocar uma barreira entre a Alemanha e a Rússia. A estratégia é retirada da primeira página do Manual de Política Externa dos EUA sob a rubrica: dividir para reinar. Washington precisa criar a percepção de que a Rússia representa uma ameaça à segurança da Europa. Esse é o objetivo. Eles precisam mostrar que Putin é um agressor sanguinário com um temperamento explosivo em quem não se pode confiar.

Para esse fim, a mídia recebeu a tarefa de reiterar repetidamente: “a Rússia está planejando invadir a Ucrânia”. O que não foi dito é que a Rússia não invadiu nenhum país desde a dissolução da União Soviética, e que os EUA invadiram ou derrubaram regimes em mais de 50 países no mesmo período de tempo, e que os EUA mantêm mais de 800 bases militares em países ao redor do mundo. Nada disso é relatado pela mídia, em vez disso, o foco está no “malvado Putin”, que posicionou cerca de 100.000 soldados ao longo da fronteira ucraniana, ameaçando mergulhar toda a Europa em outra guerra sangrenta.

Toda a propaganda de guerra histérica é criada com a intenção de fabricar uma crise que pode ser usada para isolar, demonizar e, finalmente, fragmentar a Rússia em unidades menores. O verdadeiro alvo, no entanto, não é a Rússia, mas a Alemanha. Confira este trecho de um artigo de Michael Hudson no The Unz Review:

“A única maneira que resta para os diplomatas dos EUA bloquearem as compras europeias é incitar a Rússia a uma resposta militar e depois alegar que vingar essa resposta supera qualquer interesse econômico puramente nacional. Como a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos, Victoria Nuland, explicou em uma coletiva de imprensa do Departamento de Estado em 27 de janeiro:

“Se a Rússia invadir a Ucrânia de uma forma ou de outra, o Nord Stream 2 não avançará.” (No artigo “Os adversários reais da América são seus aliados europeus e outros”, em The Unz Review)

Aí está, claramente. A equipe de Biden quer “incitar a Rússia a uma resposta militar” para sabotar o NordStream. Isso implica que haverá algum tipo de provocação destinada a induzir Putin a enviar suas tropas através da fronteira para defender os russos étnicos na parte leste do país. Se Putin morder a isca, a resposta será rápida e dura. A mídia vai criticar a ação como uma ameaça a toda a Europa, enquanto líderes de todo o mundo denunciam Putin como o “novo Hitler”. Esta é a estratégia de Washington em poucas palavras, e toda a produção está sendo orquestrada com um objetivo em mente; para tornar politicamente impossível para o chanceler alemão Olaf Scholz passar o NordStream pelo processo de aprovação final.

Dado o que sabemos sobre a oposição de Washington ao Nord Stream, os leitores podem se perguntar por que no início do ano o governo Biden pressionou o Congresso para não impor mais sanções ao projeto. A resposta para essa pergunta é simples: política doméstica. A Alemanha está atualmente desativando suas usinas nucleares e precisa de gás natural para compensar o déficit de energia. Além disso, a ameaça de sanções econômicas é um “desencorajamento” para os alemães que as veem como um sinal de intromissão estrangeira. “Por que os Estados Unidos estão interferindo em nossas decisões sobre energia?”, pergunta o alemão médio. “Washington deveria cuidar de seus próprios negócios e ficar fora dos nossos.” Esta é precisamente a resposta que se esperaria de qualquer pessoa razoável.

Então, há isso da Al Jazeera:

“Os alemães, em sua maioria, apoiam o projeto, são apenas partes da elite e da mídia que são contra o gasoduto… Quanto mais os EUA falam sobre sancionar ou criticar o projeto, mais ele se torna popular na sociedade alemã”, disse Stefan Meister, especialista em Rússia e Leste Europeu no Conselho Alemão de Relações Exteriores. (Trecho do artigo“Nord Stream 2: por que o gasoduto da Rússia para a Europa divide o Ocidente”, publicado por AlJazeera)

Assim, a opinião pública está solidamente em apoio ao Nord Stream, o que ajuda a explicar por que Washington optou por uma nova abordagem. As sanções não vão funcionar, então o Tio Sam mudou para o Plano B: criar uma ameaça externa, grande o suficiente para que a Alemanha seja forçada a bloquear a abertura do oleoduto. Francamente, a estratégia cheira a desespero, mas você precisa ficar impressionado com a perseverança de Washington. Eles podem estar perdendo por 5 corridas no final da 9a., mas ainda não jogaram a toalha. Eles vão dar uma última cartada e ver se podem fazer algum progresso.

Na segunda-feira (7/2), o presidente Biden realizou sua primeira coletiva de imprensa conjunta com o chanceler alemão Olaf Scholz na Casa Branca. O barulho em torno do evento foi simplesmente sem precedentes. Tudo foi orquestrado para fabricar uma “atmosfera de crise” que Biden usou para pressionar o chanceler na direção da política dos EUA.

No início da semana, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse repetidamente que uma “invasão russa era iminente”. Seus comentários foram seguidos por Nick Price do Departamento de Estado, opinando que as agências de inteligência forneceram a ele detalhes de uma suposta operação de “bandeira falsa” apoiada pela Rússia que eles esperavam ocorrer em um futuro próximo no leste da Ucrânia. O aviso de Price foi seguido na manhã de domingo (13/2) pelo conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan, alegando que uma invasão russa poderia acontecer a qualquer momento, talvez “até amanhã”. Isso foi apenas alguns dias depois que a agência de notícias Bloomberg ter publicado sua manchete sensacionalista e totalmente falsa de que “Rússia invade a Ucrânia”.

Você consegue ver o padrão? Você pode ver como essas alegações infundadas foram usadas para pressionar o chanceler alemão desavisado que parecia alheio à campanha que lhe era dirigida?

Como era de se esperar, o golpe final foi dado pelo próprio presidente americano. Durante a coletiva de imprensa, Biden afirmou enfaticamente que,

“Se a Rússia invadir… não haverá mais um Nord Stream 2… Nós vamos acabar com ele.”

Então, Washington agora define a política para a Alemanha???

Que arrogância insuportável!

O chanceler alemão ficou surpreso com os comentários de Biden, que claramente não faziam parte do roteiro original. Mesmo assim, Scholz nunca concordou em cancelar o Nord Stream e se recusou a mencionar o gasoduto pelo nome. Se Biden pensou que poderia enganar o líder da terceira maior economia do mundo encurralando-o em um fórum público, ele adivinhou errado. A Alemanha continua comprometida com o lançamento do Nord Stream, independentemente de possíveis surtos na distante Ucrânia.

Mas isso pode mudar a qualquer momento. Afinal, quem sabe que incitações Washington pode estar planejando no futuro próximo? Quem sabe quantas vidas eles estão dispostos a sacrificar para colocar uma barreira entre a Alemanha e a Rússia? Quem sabe quais riscos Biden está disposto a correr para retardar o declínio dos Estados Unidos e impedir o surgimento de uma nova ordem mundial “policêntrica”? Qualquer coisa pode acontecer nas próximas semanas. Qualquer coisa.

Por enquanto, a Alemanha está no lugar do papagaio. Cabe a Scholz decidir como a questão será resolvida. Ele implementará a política que melhor atende aos interesses do povo alemão ou cederá à torção de braço implacável de Biden? Ele traçará um novo curso que fortaleça novas alianças no movimentado corredor eurasiano ou dará seu apoio às loucas ambições geopolíticas de Washington? Ele aceitará o papel central da Alemanha em uma nova ordem mundial – na qual muitos centros emergentes de poder compartilham igualmente a governança global e onde a liderança permanece inabalavelmente comprometida com o multilateralismo, o desenvolvimento pacífico e a segurança para todos – ou tentará sustentar os esfarrapados sistema pós-guerra que claramente sobreviveu ao seu prazo de validade?

Uma coisa é certa; o que quer que a Alemanha decida afetará a todos nós.

Publicado Eurasia Review, traduzido por Carta Maior.

https://www.reddit.com/r/Debate_Livre/comments/syrx7q/a_crise_na_ucr%C3%A2nia_n%C3%A3o_%C3%A9_sobre_a_ucr%C3%A2nia_%C3%A9_sobre/

Em destaque

PSB quer apoiar Lula disputando a reeleição com Alckmin de vice

Publicado em 15 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Siqueira diz que Alckmin deve ser mantido na chap...

Mais visitadas