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segunda-feira, março 07, 2022

Zelensky apela ao povo russo que combata a guerra

 




Ele diz que soldados russos reforçam tese de invação planejada

Por Jonas Valente 

O presidente da Ucrânia, Wolodymyr Zelensky, fez novo pronunciamento neste domingo (3), em que se dirigiu ao povo russo e pediu que eles se posicionem contra a guerra.

“Ciadãos russos, essa não é só a luta pela paz na Ucrânia, mas pela riqueza que vocês tinham no seu país. Se ficarem calados, a miséria que vai falar por vocês no futuro. Não fiquem calados”, declarou o presidente.

Ele voltou a afirmar que não se trata de uma operação militar nem é ocasional, mas uma invasão planejada. Segundo ele, os soldados russos capturados pelas forças ucranianas forneceram informações que reforçam essa tese.

“Essas pessoas [do Exército russo] queriam acabar com nossas cidades. Tivemos acesso a documentos. Por isso que está ocorrendo essa atrocidade. Estão lançando bombas, artilharia, mísseis. Isso não é uma improvisação”, disse.

Zelensky afirmou que os ataques da Rússia sobre o país estão violando regras internacionais. “Isso será um crime militar histórico”, destacou.

No pronunciamento, o presidente ucraniano comentou que sua gestão está planejando medidas de estímulo econômico e de apoio à população com vistas à reconstrução do país. 

“Já sabemos como vamos reconstruir e reformar a nossa Ucrânia. Criamos fundos para este fim, um para infraestrutura, um para crédito e um de auxílio para negócios pequenos, além de vários programas que estamos criando”, informou.

Na Rússia, diversos atos vêm sendo promovidos contra a guerra. Mas o presidente Vladimir Putin tem endurecido. Os protestos têm sido duramente reprimidos. Nesta semana, aprovou uma nova lei censurando conteúdos críticos à guerra, com pena de prisão de até 15 anos.

Agência Brasil

***

Rússia e Ucrânia voltam a trocar acusações sobre fracasso em evacuação

Corredor humanitário não foi estabelecido em Mariupol

Ucrânia - Separatistas pró-Rússia e a Guarda Nacional da Ucrânia acusaram-se mutuamente de não estabelecer um corredor humanitário fora da cidade ucraniana de Mariupol neste domingo, na segunda tentativa de organizar a saída de civis.

Um combatente do Regimento Azov da Guarda Nacional disse na rede de televisão Ukraine 24 informando que as forças russas e pró-russas que cercaram a cidade portuária de cerca de 400.000 habitantes continuam bombardeando áreas que deveriam estar seguras.

Um funcionário do governo separatista de Donetsk teria acusado as forças ucranianas de não atender ao cessar-fogo, segundo a agência de notícias Interfax.

A autoridade separatista disse que apenas cerca de 300 pessoas deixaram a cidade. Autoridades ucranianas disseram anteriormente que planejavam evacuar mais de 200.000 pessoas de Mariupol.

Reuters / Agência Brasil

A expansão da Otan rumo ao leste e os ressentimentos da Rússia de Putin resultaram na invasão à Ucrânia




Por Luiz Carlos Azedo (foto)

Jean Jaurés (1859-1914) foi um dos mais destacados pacifistas de seu tempo. Professor de filosofia em Tolosa, tentou conciliar o idealismo e o marxismo. Era um liberal radical que se tornou socialista, integrando a ala direita do Partido Socialista Francês. Em 1897, com Zola e Clemenceau, liderou a campanha em favor de Alfred Dreyfus, o capitão francês injustamente acusado de espionagem pelo alto comando do Exército francês.

Grande orador, lutou contra o militarismo e sempre defendeu a aproximação entre a França e a Alemanha para garantir a paz na Europa. Foi assassinado no dia da declaração da guerra, 31 de julho de 1914, por Raoul Villain, um nacionalista fanático. Foi o principal líder da II Internacional a defender a paz. Quase todos os demais apoiaram a entrada dos seus países na guerra, a começar pelos dirigentes da poderosa Social-Democracia Alemã, que estava no poder. Com exceção de Vladimir Lênin, que defendeu a paz para derrubar a autocracia czarista e, depois, tomar a Rússia de assalto, na Revolução de Outubro.

A I Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918, foi uma tragédia em todos os sentidos. A fusão do capital financeiro com o capitalismo industrial, na virada para século XX, possibilitou notável expansão territorial das potências europeias em direção à Ásia, África e Oceania. A Inglaterra incorporou aos seus domínios, entre outros países, a Índia e a Austrália. A Alemanha havia se unificado com a Prússia — numa guerra com a França, tomara posse da Alsácia-Lorena, riquíssima em minérios e em franca industrialização. O sentimento de revanche na França era forte e aumentou quando Otto Von Bismarck, grande artífice da unificação alemã, formou a Tríplice Aliança com Áustria-Hungria e Itália.

Ameaçada, a França se aliou ao Império Russo, czarista, em 1894. Temendo a perda de territórios e bloqueios econômicos, a Inglaterra formou com ambos a Tríplice Entente. Na região dos Balcãs, a Rússia estimulava a criação da Grande Sérvia, enquanto a Áustria-Hungria se aproveitava da fragilidade do Império Turco-Otomano para expandir seu pangermanismo. Em 1908, a região da Bósnia-Herzegovina foi anexada pela Áustria-Hungria. A Alemanha pretendia ligar Berlim a Bagdá, por ferrovia, pela península balcânica.

O estopim da guerra foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria-Hungria, em 28 de janeiro de 1914, em Sarajevo, capital da Bósnia, por um militante da organização terrorista Mão Negra, formada por nacionalistas eslavos. As alianças de Áustria e Sérvia entraram em ação. Ao longo da guerra, o uso de novas armas, como o gás tóxico, e de invenções como o avião e os tanques aumentou a tragédia.

Em 1917, a Rússia se retiraria da guerra arruinada e os bolcheviques tomariam o poder, com apoio de soldados e marinheiros amotinados. Nesse mesmo ano, os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Inglaterra e da França. Em 1918, a Alemanha seria derrotada — o Império Austro-Húngaro se desagregaria no ano seguinte. O Tratado de Versalhes impôs sanções duríssimas à Alemanha, que cedeu territórios e indenizou os vencedores, principalmente a França. Morreram 8 milhões de pessoas, das quais 1,8 milhão só de alemães.

Fim da História

Tudo o que viria a acontecer seria desdobramento da I Guerra, sobretudo a II Guerra. Na Europa, o racha da social-democracia entre socialistas e comunistas, após a derrota do nazifascismo, em 1945, em meio à Guerra Fria, resultaria no “socialismo real” dos países da Cortina de Ferro e no Estado de bem-estar social dos países do Ocidente europeu. O colapso da União Soviética poderia ter resultado numa Casa Comum Europeia, como propunha Mikhail Gorbatchov, mas não foi o que aconteceu. A contínua expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em direção ao leste e os ressentimentos da Rússia, liderada por Vladimir Putin, agora resultaram na brutal invasão à Ucrânia e no ressurgimento da Guerra Fria.

Em 1989, Francis Fukuyama publicou o artigo “O Fim da História?”, na revista The National Interest, segundo o qual a dissolução da URSS e, consequentemente, o fim da Guerra Fria, eram a vitória do ideal da democracia ocidental sobre o mundo. O liberalismo e a democracia seriam os eixos de um “Estado homogêneo universal”. Os conflitos políticos que vinham dos séculos imemoriais não existiriam mais a partir daquele momento. O neoliberalismo conseguira resolver esse problema.

Essa tese está sendo posta à prova na guerra da Ucrânia, a nova marcha da insensatez. Um único homem poderia evitá-la: Putin, se não houvesse invadido o país vizinho; o presidente dos EUA, Joe Biden, se tivesse contido a expansão da Otan; ou o presidente Volodymyr Zelensky, que poderia ter negociado para a Ucrânia entrar na União Europeia e ficar fora da Otan. A pergunta é: como acabar com essa guerra?

Correio Braziliense

Evacuação de civis em Mariupol suspensa pela segunda vez

 




Violações do cessar-fogo acordado com Rússia já haviam frustrado planos de evacuar civis do sudeste ucraniano na véspera. Putin acusa Kiev. Papa Francisco apela por estabelecimento de corredores humanitários.

Ataques das forças russas interromperam pela segunda vez, neste domingo, os planos de evacuação de civis da cidade portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia: "A segunda tentativa de um corredor humanitário para civis em Mariupol terminou novamente com bombardeios pelos russos.", declarou o assessor do Ministério do Interior do país Anton Gershchenko, no serviço de mensagens instantâneas Telegram.

Ele postou, ainda, um vídeo do Regimento Azov da Guarda Nacional afirmando que "os ocupadores quebraram o acordo sobre a abertura de um corredor humanitário para cerca de 200 mil civis, pela segunda vez".

"É preciso entender que devido ao massacre de civis pelas forças ocupadoras, não pode haver garantia de segurança dos corredores humanitários", escreveu Gershchenko, acrescentando que "os militantes abriram fogo sem estabelecer uma trégua humanitária".

A prefeitura de Mariupol chegou a informar que ônibus tinham deixado Zaporíjia rumo à cidade para buscar os civis que quisessem sair hoje, e que a tentativa de evacuação se realizaria  entre 12h00 e 18h00 (07h00 a 13h00 em Brasília).

Mais uma vez, o presidente russo, Vladimir Putin, culpou Kiev pelo fracasso da operação humanitária.

Francisco lamenta "rios de sangue"

A continuação dos combates na região já violara na véspera o cessar-fogo temporário combinado entre as partes, frustrando a primeira tentativa de abertura de um corredor humanitário para Mariupol e Volnovakha, ambas na província de Donetsk.

Na ocasião, o Ministério da Defesa em Moscou virou a mesa das acusações, alegando que as próprias forças ucranianas teriam impedido a retirada dos residentes. No entanto, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) confirmou as informações de autoridades locais sobre a continuação da agressão armada russa.

Falando da Praça de São Marcos, o papa Francisco lamentou os "rios de sangue" na Ucrânia, resultantes da invasão russa, apelando pelo estabelecimento de corredores humanitários.

O plano original do governo ucraniano era evacuar 200 mil cidadãos da importante cidade portuária Mariupol e 15 mil de Volnovakha, a 66 quilômetros para o interior da região, a qual conta pouco menos de 22 mil habitantes. As Nações Unidas estimam qu, no 11º dia da invasão russa, 1,5 milhão de cidadãos já tenham procurado refúgio fora da Ucrânia.

Deutsche Welle

Quase 4 mil pessoas são presas em protestos na Rússia




Russos saíram às ruas para protestar contra a guerra na Ucrânia, mas foram reprimidos fortemente pelas forças do governo. Total de presos em manifestações chega a quase 13 mil em 10 dias.

O governo russo continua a reprimir fortemente os protestos de cidadãos contra a guerra na Ucrânia. Neste domingo (06/03), foram detidas 3.917 pessoas, em 53 cidades da Rússia, segundo dados do projeto de mídia russo OVD-Info, que monitora detenções em protestos oposicionistas.

Vídeos nas redes sociais, postados por opositores do regime do Kremlin e blogueiros, mostram milhares de ativistas entoando "Não à guerra!" e "Tenham vergonha!". Vê-se também a polícia de Ecaterimburgo, no distrito dos Urais, espancando um manifestante caído no chão. Um mural protagonizado pelo presidente russo, Vladimir Putin, foi pichado.

O Ministério russo do Interior confirmou ter detido 1.700 cidadãos em Moscou e 750 em São Petersburgo – as duas maiores metrópoles do país –, além de 1.061 em outras cidades, sobretudo Ecaterimburgo e Novosibirsk, na Sibéria.

Assim, já chega a quase 13 mil o número de detenções em passeatas consideradas ilegais pelo governo, desde 24 de fevereiro, quando Putin ordenou sua assim chamada "operação militar especial" na Ucrânia.

"Os parafusos estão sendo apertados até o fim; essencialmente estamos testemunhando censura militar", comentou a porta-voz da OVD-Info Maria Kuznetsovam. "Estamos vendo protestos bastante grandes hoje, mesmo em cidades siberianas onde só raramente há tais números de detenções", completou.

Protesto no Cazaquistão

A agência de notícias Reuters cita vídeos nas redes sociais que também mostrariam uma manifestação na cidade de Almaty, no Cazaquistão, contra a guerra na Ucrânia, reunindo 2 mil participantes. A multidão brada slogans como "Não à guerra!", agitando bandeiras ucranianas. Balões azuis e amarelos foram colocados na mão de uma estátua de Vladimir Lenin (1870-1924), na praça de onde partiu a passeata. A veracidade das imagens, contudo, não pôde ser verificada.

A última vez que a Rússia presenciou manifestações destas dimensões foi em janeiro de 2021, quando milhares exigiram a libertação do líder oposicionista Alexei Navalny, preso logo após seu retorno da Alemanha, onde passara cinco meses se recuperando de um envenenamento com o gás da era soviética Novichok. Atualmente, ele cumpre dois anos e meio de prisão, sob ameaça de uma pena de até 15 anos.

Na quarta-feira, o crítico do Kremlin conclamara seus compatriotas a se manifestarem diariamente contra a guerra, sem medo de serem detidos. Navalny frisou que a Rússia não podia ser uma "nação de covardes assustados" e tachou Putin de "czar insano".

Na sexta-feira, o chefe do Kremlin assinou uma lei prevendo penas de prisão de até 15 anos para quem publique o que o governo classifica como "notícias falsas" sobre as Forças Armadas russas.

Deutsche Welle

O que são corredores humanitários?




Estratégia é usada, por exemplo, para evacuar civis e entregar medicamentos e alimentos em zonas de conflitos. No entanto, em alguns casos, podem ser usados ​​para contrabandear armas e combustível para cidades sitiadas.

Por Michel Penke

Nos últimos dias, um termo tem sido bastante visto no noticiário internacional: corredores humanitários. Tentativas de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia querem permitir que eles sejam abertos para a evacuação de civis e para o fornecimento de suprimentos a regiões ucranianas sitiadas por tropas russas.

As Nações Unidas consideram os corredores humanitários uma das várias formas possíveis de uma pausa temporária em um conflito armado. São zonas desmilitarizadas, em uma área específica e por um tempo específico – e todos os lados de um conflito armado concordam com elas.

Por esses corredores, civis podem ser evacuados ou alimentos e ajuda médica podem ser levados para áreas de conflito.

Os corredores são necessários quando as cidades estão sitiadas e a população está sem suprimentos básicos de alimentos, eletricidade e água.

Nos casos em que uma catástrofe humanitária ocorre porque o direito internacional da guerra está sendo violado – por exemplo, por meio de bombardeios em larga escala a alvos civis – os corredores humanitários podem fornecer alívio crucial.

Quem os configura?

Na maioria dos casos, os corredores humanitários são negociados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Às vezes, eles também são criados por grupos locais. Como todos os lados precisam concordar em estabelecer os corredores, existe o risco de abuso militar ou político. Por exemplo, eles podem ser usados ​​para contrabandear armas e combustível para cidades sitiadas.

Por outro lado, eles também podem ser usados ​​por observadores da ONU, por ONGs e por jornalistas para obter acesso a áreas contestadas onde crimes de guerra estão sendo cometidos.

Que corredores foram estabelecidos na Ucrânia?

No leste da Ucrânia, um cessar-fogo de cinco horas deveria ter vigorado no sábado (05/03) para permitir a saída de cerca de 200.000 pessoas de Mariupol e 15.000 moradores da cidade de Volnovakha.

Mas a iniciativa falhou depois de algumas horas. A administração da cidade de Mariupol disse que a evacuação foi "adiada por razões de segurança" porque as tropas russas continuaram a bombardear a cidade e seus arredores.

De acordo com a agência de notícias Reuters, a Rússia, no entanto, disse que os corredores montados perto de Mariupol e Volnovakha não foram usados. A agência de notícias russa RIA disse que "nacionalistas" impediram que os civis escapassem e que as tropas russas também foram atacadas durante o cessar-fogo. Uma nova tentativa neste domingo também fracassou.

A Ucrânia também disse que na cidade portuária de Kherson, a Rússia não cumpriu a promessa de um corredor e que 19 veículos com ajuda humanitária não foram autorizados a passar.

Em vez disso, os próprios russos planejavam enviar apoio de alto nível à população civil, disse o prefeito de Kherson, Igor Kolykhaiev, em um post no Facebook. "Primeiro eles levaram a situação a um estado crítico e depois nos resgataram para que possamos agradecer ao nosso 'benfeitor' para as câmeras", escreveu.

Quem tem acesso?

O acesso aos corredores humanitários é determinado pelas partes em conflito. Geralmente, é limitado a atores neutros, a ONU ou organizações de ajuda como a Cruz Vermelha. Eles também determinam o tempo, a área e quais meios de transporte – caminhões, ônibus ou aviões – podem usar o corredor.

Em casos raros, os corredores humanitários são organizados apenas por uma das partes em conflito. Isso aconteceu com o transporte aéreo americano após o bloqueio de Berlim pela União Soviética, entre 1948 e 1949.

Onde mais eles foram usados?

Corredores humanitários foram criados desde meados do século 20. Por exemplo, durante o chamado "Kindertransport", de 1938 a 1939, crianças judias foram evacuadas para o Reino Unido de áreas sob controle nazista.

Corredores humanitários também foram criados durante o cerco a Sarajevo, na Bósnia, entre 1992 e 1995, e para a evacuação da cidade de Ghouta, na Síria, em 2018.

No entanto, há muitas guerras e conflitos em que os apelos por corredores civis ou uma pausa nos combates foram feitos em vão. Na guerra em curso no Iêmen, por exemplo, a ONU até agora falhou em suas negociações.

Deutsche Welle

Putin diz para Ucrânia parar de lutar em meio a pedidos de cessar-fogo




Presidente russo diz que campanha não termina até Kiev parar de lutar

Por Pavel Polityuk e Aleksandar Vasovic

Ucrânia - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse neste domingo que sua campanha na Ucrânia está indo de acordo com o planejado e não terminará até que Kiev pare de lutar, enquanto os esforços para evacuar a cidade fortemente bombardeada de Mariupol falharam pelo segundo dia consecutivo.

O presidente russo fez os comentários em um telefonema com o presidente turco Tayyip Erdogan, que pediu um cessar-fogo no conflito que, segundo a ONU, criou a crise de refugiados que mais cresce na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

A mídia russa disse que Putin também manteve quase duas horas de conversas no domingo com o presidente francês Emmanuel Macron, mas, como em outros esforços internacionais, ele ainda não convenceu Moscou a cancelar a campanha, agora no 11º dia.

As autoridades de Mariupol disseram no domingo que fariam uma segunda tentativa de evacuar alguns dos 400.000 moradores, depois que a cidade costeira ucraniana sofreu dias de bombardeios que deixaram pessoas sem aquecimento, energia e água.

Mas o plano de cessar-fogo fracassou, como aconteceu no sábado, com cada lado culpando o outro pelo fracasso.

Kiev renovou seu apelo ao Ocidente para endurecer as sanções além dos esforços existentes que atingiram a economia da Rússia. Também solicitou mais armas, incluindo um pedido de aviões fabricados na Rússia, para ajudar a repelir as forças russas.

O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, disse que Washington está considerando como poderia abastecer aeronaves para a Polônia, se Varsóvia decidisse fornecer seus aviões de guerra para a Ucrânia, falando em uma viagem à vizinha Moldávia.

"Estão nos destruindo"

Moscou chama a campanha lançada em 24 de fevereiro de "operação militar especial", dizendo que não tem planos de ocupar a Ucrânia, que já foi parte da União Soviética sob o domínio de Moscou, mas que agora se voltou para o Ocidente em busca de adesão à Otan e à União Europeia.

"Eles estão nos destruindo", disse o prefeito de Mariupol, Vadym Boychenko, à Reuters em uma videochamada, descrevendo a situação da cidade de 400 mil habitantes. "Eles nem nos dão a oportunidade de contar os feridos e mortos porque o bombardeio não para."

A Rússia, que nega atacar áreas civis, enviou tropas e equipamentos para a Ucrânia. Um enorme comboio russo em uma estrada ao norte de Kiev fez progressos limitados nos últimos dias, embora o Ministério da Defesa da Rússia tenha divulgado imagens no domingo mostrando alguns veículos militares rastreados em movimento.

Na capital, soldados ucranianos reforçaram as defesas cavando trincheiras, bloqueando estradas e fazendo contato com unidades de defesa civil enquanto as forças russas bombardeavam áreas próximas.

"As posições estão preparadas, nós as equipamos e estamos simplesmente esperando para encontrá-las aqui", disse um soldado em um vídeo divulgado pelas Forças Armadas da Ucrânia. "A vitória será nossa."

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse que foguetes russos destruíram o aeroporto civil da capital da região centro-oeste de Vinnytsia no domingo. Ele também disse que a Rússia estava se preparando para bombardear outra cidade do sul, Odessa.

"Foguetes contra Odessa? Isso será um crime de guerra", disse ele.

A Organização Mundial da Saúde disse que houve vários ataques a instalações de saúde ucranianas durante o conflito. Os ataques causaram mortes e feridos, disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma mensagem no Twitter, mas não deu detalhes.

“Ataques a instalações de saúde ou trabalhadores violam a neutralidade médica e são violações do direito internacional humanitário”, disse ele.

Reuters / Agência Brasil

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Gasoduto no leste da Ucrânia é danificado por ataque russo

Fornecimento em parte do sudeste da Ucrânia foi interrompido

Por Bernardo Caram 

Eslováquia - Engenheiros ucranianos reuniram esforços neste domingo para consertar um gasoduto danificado pelas forças russas, interrompendo o fornecimento em parte do sudeste da Ucrânia, disse o governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko.

Os engenheiros fecharam a tubulação para evitar vazamento de gás, disse ele, acrescentando que o fluxo estava caindo e pararia completamente no final do dia.

Kyrylenko disse que todos os locais entre a cidade de Vuhledar, na região de Donetsk, e o porto de Berdyansk, ficarão sem gás enquanto os danos são reparados. A distância entre as duas cidades é de 117 quilômetros.

“Estamos trabalhando duro para resolver esse problema o mais rápido possível”, disse Kyrylenko.

Reuters / Agência Brasil

Para onde vai a desgraça na Ucrânia




Em vez de horror da Tchetchênia, guerra pode ser mais arrastada e daninha para o mundo

Por Vinicius Torres Freire (foto)

A gente lê e ouve dizer que os militares russos podem fazer com Kiev o que fizeram em Grozni, na Primeira Guerra da Tchetchênia (1994-96). Os russos quase cercaram e passaram a bombardear a capital da Ucrânia e outras cidades a fim de impor uma rendição.

Pode ser. Mas Grozni é outra história. Se Vladimir Putin fizer na Ucrânia o que Boris Ieltsin fez na Tchetchênia, terá perdido a guerra de vez.

Ainda assim, Kiev logo ficará sem combustível, talvez sem eletricidade, água, celular, internet e terá pouca comida, como ora a cidade portuária de Mariupol. O povo vai lutar nas ruas ou, no caso extremo e tchetcheno, entre escombros? A resposta importa além da preocupação humanitária ou da curiosidade mórbida.

Duração e tipo de conflito vão dizer algo sobre a crise econômica na Rússia e no resto do mundo. A situação é alarmante. Como se viu, a gente já discute se pode faltar fertilizante para as lavouras que sustentam o Brasil e também suas exportações. Já temos garantido um pouco mais de inflação de comida e combustíveis.

A invasão de Grozni levou uns quatro meses. Morreram cerca de 25 mil civis, cerca de 6% da população (mas mesmo as melhores contagens são disparatadas). A Rússia perdeu pelo menos 5.000 soldados.

A Tchetchênia não era a Ucrânia. Era e é uma república russa, ainda que sob porrete imperial, com uma população de "etnia" diferente e 95% muçulmana. O país era tão pobre, na média per capita, como então a Índia (um terço da renda per capita brasileira. Aliás, a Ucrânia é um pouco mais pobre do que o Brasil). Quase ninguém no "Ocidente" ligava para os tchetchenos, tratados como aqueles subdesenvolvidos esquisitos que sempre morrem muito, como muçulmanos em geral e sírios, iraquianos, afegãos, líbios, tutsis, sudaneses, etíopes etc.

Os ucranianos são católicos ortodoxos, "irmãos dos russos", na propaganda putinista, e "louros de olhos azuis", como se ouviu em tanto relato racista sobre esta guerra. Moram em uma espécie de estado tampão na porta da Europa central, quintal deste novo e admirável mundo velho da disputa de zonas de influência. A Rússia tem bala nuclear.

Os relatórios sobre o conflito na Tchetchênia contam de saques, estupros, tortura, execuções, o pacote habitual mesmo de guerras louras de olhos azuis recentes na Europa, como no desmantelamento da Iugoslávia, nos 1990. Os militares russos apanharam. Foram para a guerra com recrutas mal alimentados, abastecimento precário, equipamento caindo aos pedaços e generais cretinos no comando. A União Soviética tinha acabado de ir à breca, a Rússia empobrecera pavorosamente.

A Rússia tem artilharia e aviação para reduzir a Ucrânia a uma paisagem lunar com ruínas e cadáveres em dias. Apesar do morticínio já atroz, tem sido "comedida", como diz qualquer analista militar. Aparentemente, quer tomar Kiev e a segunda maior cidade, Kharkiv, daí riscar uma linha até o sul, perto da Crimeia, cortando o país pelo meio, tomando o leste, cercando e aniquilando o que sobra das melhores tropas ucranianas, além de ocupar o litoral inteiro, diria um resumo rápido de relatórios de centros de estudos militares e estratégicos.

Em ritmo comedido, isso deve levar semanas —dez dias já tumultuaram o comércio de petróleo, trigo e milho. Em menos de um mês, a população russa vai ver lojas vazias, verificar o quanto empobreceu e terá noção dos anos de dureza por vir. Mas pode ser um colapso não muito diferente do Brasil pós-2013. Difícil imaginar que isso possa abalar Putin. Há mais risco de a desgraça se arrastar do que uma reprise tchetchena: um Vietnã em cápsula, virado do avesso, com veneno de crise econômica.

Folha de São Paulo

Alemanha se opõe ao embargo de gás, petróleo e carvão russos




Os ministros das Relações Exteriores e das Finanças da Alemanha se manifestaram neste domingo (6) contra a proibição de importação de gás, petróleo e carvão da Rússia como parte das sanções contra a invasão da Ucrânia.

"Você tem que ser capaz de manter (as sanções) ao longo do tempo", explicou a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, à rede ARD. "As sanções serão inúteis se em três semanas descobrirmos que temos apenas alguns dias de eletricidade na Alemanha e que as sanções devem ser revertidas".

"Estamos dispostos a pagar um preço econômico muito, muito alto", mas "se amanhã na Alemanha ou na Europa as luzes se apagarem, isso não vai parar os tanques", acrescentou Baerbock em entrevista à rede ZDF.

Os Estados Unidos debatem "muito ativamente" a possibilidade de proibir a importação de petróleo russo, segundo o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Autoridades e moradores da Ucrânia pedem sancionar as exportações russas de hidrocarbonetos como resposta à invasão de seu país.

Mas o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, também se mostrou cético.

"Não devemos limitar nossa capacidade de resistir a longo prazo" e um embargo aos hidrocarbonetos russos "teria um impacto negativo nessa capacidade", declarou Lindner ao jornal Bild.

A Alemanha importa 55% de seu gás e 42% de seu petróleo e carvão da Rússia, dependência pela qual o governo fez uma autocrítica após a invasão da Ucrânia, mas que levará anos para diminuir.

As novas sanções do G7 das grandes economias contra a Rússia devem "tocar especialmente os oligarcas" que se enriqueceram com o presidente russo, Vladimir Putin, disse o ministro das Finanças alemão à rede ARD.

Os países do G7 anunciaram em um comunicado na sexta-feira sua intenção de impor "novas e severas sanções" contra Moscou "em resposta à agressão russa" contra a Ucrânia.

AFP / Estado de Minas

Guerra na Ucrânia: quem são os bilionários russos alvos de sanções globais

 




Alexey Miller, à direita, com Putin em fevereiro deste ano

Por Daniel Sandford

Os governos do Reino Unido, da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos (EUA) responderam à invasão da Ucrânia pela Rússia com sanções devastadoras contra os empresários bilionários considerados parte do círculo íntimo de Vladimir Putin.

O presidente russo disse que as sanções são "semelhantes a uma declaração de guerra".

    Cessar-fogo fracassa, e Rússia segue atacando cidades da Ucrânia; veja tudo sobre o 10º dia da guerra

Putin advertiu seus aliados por muitos anos que eles deveriam se proteger contra tais medidas, principalmente porque as relações com os EUA e países da UE azedaram após a anexação da Crimeia, em 2014.

Mas, enquanto alguns dos mais próximos seguiram seu conselho e mantiveram seus investimentos na Rússia, outros investiram em propriedades no exterior, e suas empresas permaneceram listadas em bolsas de valores estrangeiras.

Eles agora são alvo das penalidades econômicas mais abrangentes impostas na era moderna. Aqui está o que sabemos sobre alguns deles.

SANCIONADO POR: EUA, UE, Reino Unido

Considerado um dos oligarcas favoritos de Putin, Alisher Usmanov também é um dos mais ricos, com uma fortuna estimada em US$ 17,6 bilhões (R$ 89 bilhões), segundo a Forbes.

Ex-esgrimista profissional, a UE o descreve como um empresário que ajuda o presidente a resolver seus problemas de negócios.

Nascido no Uzbequistão enquanto ainda fazia parte da União Soviética, ele dirige a USM Holdings, um grande conglomerado que envolve mineração e telecomunicações, incluindo a segunda maior rede móvel da Rússia, MegaFon.

A UE anunciou sanções contra ele em 28 de fevereiro, e os EUA e o Reino Unido seguiram o exemplo. Ele chamou as sanções de injustas e disse que todas as acusações contra ele são falsas.

SANCIONADO POR: EUA

Quando o presidente Putin chegou ao poder, Oleg Deripaksa era imensamente rico, seu patrimônio chegando a cerca de US$ 28 bilhões (R$ 141,5 bilhões) - mas agora acredita-se que ele valha meros US$ 3 bilhões (R$ 15,2 bilhões).

Ele lutou para fazer fortuna na década de 1990, vencendo uma batalha feroz pela indústria do alumínio.

Os EUA disseram que ele estava envolvido em lavagem de dinheiro, suborno, extorsão e extorsão, e relataram alegações de que ele "ordenou o assassinato de um empresário e tinha ligações com um grupo do crime organizado russo". Ele nega as acusações.

Ele foi bastante afetado na crise financeira de 2008 e precisava de Putin para se salvar. Em 2009, o presidente o humilhou ao sugerir publicamente que ele havia roubado uma caneta.

Desde então, ele parece ter se recuperado e foi descrito no relatório Mueller - uma investigação dos EUA sobre os esforços russos para interferir nas eleições presidenciais de 2016 - como "estreitamente alinhado" com o presidente.

Ele fundou uma empresa de energia e metais verdes, o En+ Group, listado na Bolsa de Valores de Londres, mas reduziu sua participação para menos de 50% quando foi alvo de sanções dos EUA em 2018.

Ao contrário de muitos oligarcas sancionados, Deripaska tem falado abertamente sobre sua visão sobre a guerra, indo às mídias sociais para pedir paz. "As negociações precisam começar o mais rápido possível!" ele escreveu.

SANCIONADO POR: EUA E UE

As conexões de Igor Sechin com Putin são antigas e profundas, de acordo com a UE, que anunciou sanções contra ele em 28 de fevereiro.

Ele foi apontado como um dos conselheiros mais próximos de Putin, além de um amigo pessoal, e acredita-se que os dois estejam em contato diário.

Ele progrediu superando implacavelmente os oponentes - seu apelido na imprensa russa é Darth Vader.

Um documento vazado da embaixada dos EUA de 2008 o descreveu como "tão sombrio que se brinca que ele pode não existir e ser era uma espécie de mito urbano, um bicho-papão, inventado pelo Kremlin para incutir medo".

Os EUA impuseram sanções a ele em 2014, que Sechin chamou de "totalmente injustificadas e ilegais". O país anunciou novas sanções contra ele em 24 de fevereiro.

Sechin passou sua carreira alternando entre empregos na política e nos negócios, às vezes ocupando cargos de alto escalão em ambos ao mesmo tempo.

Quando Putin era primeiro-ministro, ele era vice-primeiro-ministro e, agora, dirige a gigante estatal de petróleo Rosneft.

Sechin trabalhou com Putin no gabinete do prefeito em São Petersburgo na década de 1990, e acredita-se que tenha estado no muito temido serviço de inteligência, a KGB, embora nunca tenha admitido isso abertamente.

Ninguém sabe quanto dinheiro Sechin tem, mas há poucos sinais de que ele tenha uma riqueza substancial no exterior que possa ser facilmente descoberta, um obstáculo para congelar seus bens.

SANCIONADO POR: EUA

Alexey Miller é outro velho amigo de Putin.

Ele também construiu sua carreira com base em sua lealdade ao presidente, começando quando era vice de Putin no comitê de Relações Exteriores do gabinete do prefeito de São Petersburgo na década de 1990.

Ele dirige a imensamente poderosa empresa estatal de gás Gazprom desde 2001.

Miller não foi sancionado após a anexação da Crimeia em 2014, mas, quando foi adicionado à lista nos EUA em 2018, disse estar orgulhoso.

"Não estar incluído na primeira lista... Eu até tive algumas dúvidas - talvez algo esteja errado? Mas finalmente estou incluído. Isso significa que estamos fazendo tudo certo", disse ele.

Miller não parece ter ativos facilmente rastreáveis fora da Rússia, e não há informações sobre seu patrimônio líquido.

SANCIONADOS POR: UE

A UE descreve Pyotr Aven como um dos oligarcas mais próximos do presidente, e Mikhail Fridman como um facilitador do círculo íntimo de Putin.

Juntos, os dois homens criaram o Alfa-Bank, o maior banco privado da Rússia.

Aven se reunia com Putin no Kremlin cerca de quatro vezes por ano, dizendo que "entendeu que quaisquer sugestões ou críticas feitas por Putin durante essas reuniões eram diretrizes implícitas, e haveria consequências para Aven se ele não seguisse".

Eles foram avisados ​​por Putin em 2016 para proteger seus investimentos de futuras sanções.

Esta semana, o par se afastou do grupo LetterOne, com sede em Londres, fundado há quase dez anos, porque suas ações foram congeladas pelas sanções da UE em 28 de fevereiro.

Os dois empresários disseram que vão "contestar a base espúria e infundada para a imposição dessas sanções - vigorosamente e por todos os meios ao seu alcance".

BBC Brasil

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