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domingo, janeiro 02, 2022
Bolsonaro teme que investigações contra filhos impactem ainda mais sua imagem
Para tentar se blindar, o presidente avisa que, nos debates, não aceitará questionamentos sobre enrascadas da família
Depois de fugir de debates na campanha pelo Planalto em 2018, o presidente Jair Bolsonaro assegurou que não fará o mesmo nas próximas eleições, porém já avisou que não quer ser questionado a respeito de familiares e aliados. "É para falar do meu mandato. Até a minha vida particular, fique à vontade. Mas que não entrem em coisas de família, de amigos, porque vai ser algo que não vai levar a lugar nenhum", enfatizou. O temor do chefe do Executivo tem motivos, na verdade, quatro grandes motivos: os filhos Flávio, Carlos, Eduardo e Jair Renan são alvo de investigações.
https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2022/01/4974709-bolsonaro-teme-que-investigacoes-contra-filhos-impactem-ainda-mais-sua-imagem.html?utm_source=whatsapp&&utm_medium=whatsapp
Direita aposta que Bolsonaro desistirá da reeleição
02/01/2022
Setores da direita estão apostando e calculando, que Jair Bolsonaro vai desistir da reeleição, há alguns boatos e cochichos nos bastidores do poder, que o presidente poderá desistir da reeleição em troca de tentar uma vaga ao Senado, ante a iminente derrota.
O jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, traz a informação, que Bolsonaro poderá desistir da reeleição, ante a sua iminente derrota para Lula.
“Parte dos políticos da direita se dedica, agora, a cochichar na mídia que Jair Bolsonaro estaria cogitando desistir de sua reeleição e dividido entre as opções de “voltar para casa” ou candidatar-se ao Senado apenas para conseguir foro privilegiado e imunidade parlamentar.” diz matéria assinada pelo jornalista.
É bem provável que esteja começando a ser ventilada essa possibilidade, para saber os ânimos, afinal na política, as coisas começam assim, primeiro começam a se ventilar um fato, depois pode-se anunciar como verdade ou não.
Apesar de Bolsonaro, centralizar e comandar a direita antipetista brasileira, as suas chances de reeleição estão minguando, mesmo assim pode indicar ou desespero da terceira via, que ainda não tem nenhum candidato forte suficiente para superar a polarização de Lula e Bolsonaro, ou realmente Bolsonaro, pode estar ensaiando essa saída.
“A mim, parece mais que o desespero está na “3ª Via” que, incapaz de crescer e até mesmo de unir-se, espera ter na orfandade do eleitorado bolsonarista, neste caso sem candidato, o que supõe ser a saída para tornar-se competitiva como não conseguiu e não consegue ser.”
Contudo, o jornalista prevê, que caso Bolsonaro desista, será muito provavelmente próximo ás eleições, causando um verdadeiro caos e alvoroço na cena política nacional.
”Pode até desistir diante de uma derrota acachapante, como sugerem as notas que se publicam sobre sua desistência. Não é impossível, claro, mas apenas em cima da hora e para causar confusão e conflito, como o “Capitólio tupiniquim”, a la Trump.”
Leia a matéria completa no Tijolaço
https://falandoverdades.com.br/
Cartas na língua tupi são traduzidas na íntegra pela primeira vez
Correspondências foram trocadas entre indígenas, no século 17 (Arquivo/Eduardo Navarro)
02 de janeiro de 2022 - 09:27
Com informações da Agência Brasil
SÃO PAULO — Seis cartas na língua tupi trocadas entre indígenas no século 17 durante a invasão holandesa na Região Nordeste foram traduzidas para o português pelo professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo (USP) Eduardo Navarro. Pela primeira vez, um pesquisador conseguiu traduzir os documentos integralmente.
“Essas cartas são os únicos documentos que existem, até agora descobertos, que foram escritos por índios no Brasil colonial, não existe mais nada. Tudo o que se sabe sobre a língua tupi foi escrito por europeus. Não tivemos documentos escritos por índios a não ser essas únicas cartas. Elas foram então escritas durante a Insurreição Pernambucana”, disse Navarro, explicando que o moderno estudo histórico valoriza as fontes originais.
Pesquisa revela troca de cartas em tupi entre indígenas do século 17. Traduzidos pelo professor Eduardo Navarro – Arquivo/Eduardo Navarro
Nas cartas, há relatos dos indígenas que lutavam na guerra travada entre portugueses e holandeses. Os indígenas convertidos ao protestantismo estavam ao lado dos holandeses que invadiram terras brasileiras, que na época era colônia portuguesa, enquanto junto aos portugueses estavam os indígenas catequizados ao catolicismo.
“Em 1645, começou a guerra, aí foi que alguns índios do lado português, entre os quais o mais famoso foi Felipe Camarão, escreveram cartas para seus parentes que estavam lutando no campo holandês, pedindo que eles voltassem para o lado dos portugueses, dizendo que a religião protestante era pecaminosa, que aquilo era a mesma coisa que estar com o diabo, coisas assim, dizendo que se eles não saírem do lado holandês eles seriam mortos [pelos portugueses]”, disse o professor.
Nas cartas, segundo o professor, Camarão pede a seus parentes Pedro Poti e Antônio Paraupaba, indígenas protestantes, que abandonassem os holandeses. Os indígenas do lado português também diziam que, caso os portugueses vencessem a guerra, os indígenas do lado holandês não seriam poupados, seriam mortos.
“Os holandeses eram poupados para servir depois como moeda de troca, quando eram presos assim na guerra. Mas os índios não, eram todos assassinatos. E é isso que ele estava dizendo nas cartas: vem para o nosso lado enquanto vocês podem”, disse Navarro.
Segundo o pesquisador, há muitas informações históricas interessantes que vão enriquecer o conhecimento sobre essa guerra e aquele momento da história do Brasil.
Eduardo Navarro lembra que, quando se fala de indígenas, o que se conhece foi escrito pelos europeus. “São cartas que têm um valor maior do que outras fontes, porque eles mesmo estão escrevendo aquilo que eles sentem. Felipe Camarão fala, por exemplo, da angústia dele de não poder mais viver segundo as tradições dos seus avós, que ele tinha vontade de reunir os índios todos para eles poderem voltar a ter a vida antiga que eles tinham.”
O pesquisador aponta a importância histórica das cartas “que nos trazem informações da própria pena dos que foram dominados no Brasil colonial, a pena dos derrotados da história, os índios. E também pelo ponto de vista linguístico, revela a língua tupi um pouco modificada já em meados do século 17”.
Essa foi a principal língua falada nos primeiros 200 anos do período colonial no País, disse.
Pesquisa revela troca de cartas em tupi entre indígenas do século 17. Traduzidos pelo professor Eduardo Navarro – Arquivo/Eduardo Navarro
Tradução
Estudadas desde o século 19, Navarro explica porque só foi possível traduzi-las na íntegra agora. “Primeiro, que ortografia é difícil, esses índios eram alfabetizados em português. Agora, na hora de escrever a língua tupi, eles usavam o alfabeto latino e escreviam do jeito que ouviam, do jeito que falavam, não havia regras muito precisas e tudo isso dificulta a leitura para quem não entende bem a língua.”
Navarro explica ainda que “depois, não havia um dicionário que reunisse todo esse conhecimento que se tem da língua [tupi] das fontes portuguesas, francesas, holandesas, todas essas nacionalidades produziram textos. Os missionários portugueses e franceses escreveram gramáticas, dicionários, vocabulários, mas era necessário reunir tudo o que se conhecia em um único texto”.
O professor foi o primeiro a reunir todas essas fontes, quando publicou um dicionário Tupi há oito anos. A partir daí, segundo ele, foi possível chegar à tradução completa das seis cartas que estão guardadas na Holanda, na Real Biblioteca de Haia.
“Esses documentos são os mais preciosos que existem no campo dos estudos de Tupi, porque são escritos pelos próprios índios, não existe mais nada que nós conheçamos que venha dos índios no período colonial brasileiro, de 1500 até a Independência.”
A tradução será publicada no Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, de Belém (PA).
O historiador brasileiro José Hygino Pereira esteve na Holanda, onde encontrou as cartas. “Ele fotografou as cartas, no ano de 1885, e entregou as cartas nas mãos do engenheiro Teodoro Sampaio, que era também estudioso de Tupi. E ele vai tentar traduzir essas cartas no ano de 1906”.
Navarro disse que Sampaio escreveu um artigo contando que ele só havia conseguido compreender alguma coisa de duas das cartas, mas que as outras eram um verdadeiro mistério para ele.
Tempos depois, houve nova tentativa de outro estudioso na tradução, mas também sem sucesso. “Eu fiquei sabendo dessas cartas na década de 1990, quando o professor da Unicamp, chamado Aryon Rodrigues, tentou traduzi-las. Ele foi à Holanda buscar essas cartas, naquela época não havia internet ainda, mas ele não conseguiu traduzir.”
Sobre o desfecho da situação dos indígenas do lado holandês após a guerra, Navarro contou que o alerta feito nas cartas se concretizou. “Os indígenas do lado holandês foram mortos porque os holandeses perderam a guerra, não havia perdão para os índios que estivessem com os holandeses. Com relação a Antônio Paraupaba, ele morreu na Holanda. Ele foi embora com os holandeses e morreu lá”.
Já Pedro Poti foi capturado pelos portugueses, sofreu tortura e morreu em 1649, segundo o professor. “Há quem diga que ele morreu na prisão portuguesa e há quem diga que ele morreu no navio indo para Portugal. Em ambos os casos, ele foi torturado, foi realmente muito maltratado”, disse.
Republicação gratuita, desde que citada a fonte. REVISTA CENARIUM
Texto copiado de:
https://revistacenarium.com.br/cartas-na-lingua-tupi-sao-traduzidas-na-integra-pela-primeira-vez/
Copyright © REVISTA CENARIUM
PF diz que o governador do Acre decretou ponto facultativo para obstruir operação policial
Publicado em 2 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet
Rayssa Motta e Fausto Macedo
Estadão
Câmeras de segurança de um hotel em Cruzeiro do Sul, município a 636 quilômetros de Rio Branco, no Acre, mostram o momento em que assessores do governador do Estado, Gladson Cameli (PP), escondem um celular para evitar que ele fosse apreendido durante buscas feitas pela Polícia Federal na primeira fase da Operação Ptolomeu. A equipe estava na cidade para acompanhar o governador em agenda.
Uma das funcionárias flagradas na gravação é Rosângela Gama, a chefe de gabinete de Cameli, que foi presa na segunda etapa ostensiva da investigação, no último dia 16, justamente pela tentativa de obstrução do trabalho da PF. Ela também está afastada da função por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
CELULAR SUMIDO – O vídeo mostra o celular passando pelas mãos de cinco pessoas até ser levado para fora do hotel. Essa pode não ter sido a única tentativa de dificultar o trabalho da Polícia Federal.
Os investigadores desconfiam que o governador tenha agido para prejudicar a Operação Dose de Valores, que foi aberta em junho do ano passado e acabou arrastando Cameli para o centro das suspeitas de irregularidades apuradas na Operação Ptolomeu.
A suspeita é que a ação tenha sido vazada, o que teria permitido ao Executivo decretar ponto facultativo justamente no dia em que a PF cumpriria mandados de busca e apreensão. Na ocasião, a justificativa da medida foi a redução da circulação em razão da pandemia, mas onze dias depois o governo autorizou a reabertura do comércio.
PREJUÍZOS REAIS – “O ponto facultativo trouxe prejuízos reais à investigação, vez que muitos dos locais de buscas estavam fechados e sem a presença de servidores para auxiliar os policiais na identificação e separação de documentos”, escreveu a Polícia Federal em documento enviado ao STJ.”Tais circunstâncias permitem cogitar que a determinação de ponto facultativo tivesse o objetivo real de prejudicar as investigações.”
A investigação da Operação Ptolomeu mira indícios de um suposto esquema de propinas em troca do direcionamento de licitações, contratações superfaturadas e a confirmação de recebimento de mercadorias não entregues e de serviços não prestados na área da Saúde e em obras públicas. Após ter acesso ao vídeo, a PF também abriu um inquérito específico para apurar se os assessores cometeram crime de obstrução de investigação de organização criminosa.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do governador, por e-mail e telefone, e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O governador corrupto só está sendo apanhado porque um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) alertou para R$ 828 milhões em movimentações suspeitas. Apesar de esvaziado pelo presidente e pelo Supremo, o Coaf continua a ser fundamental para o país, e por isso as autoridades dos três Poderes o temem tanto. (C.N.)
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