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terça-feira, julho 07, 2020

Com sintomas de Covid-19, Bolsonaro abraçou ministros e não usou máscara em evento no fim de semana


Bolsonaro, filho e ministros comemoram a independência dos EUA 
Gustavo Maia e Naira Trindade
O Globo
O presidente Jair Bolsonaro esteve com ministros e outras pessoas em um almoço no sábado, quando distribuiu abraços e não usou máscara de proteção. Nesta segunda-feira, dia 6,o presidente disse em entrevista que está com sintomas de Covid-19 e fez novo teste para a doença. O resultado ainda não estaria pronto.
No sábado, quando se comemorou a independência dos Estados Unidos, Bolsonaro, assessores e ministros foram a um almoço na casa do embaixador americano no Brasil, Todd Chapman. O presidente divulgou em uma rede social foto  do evento.
LADO A LADO – Além de Chapman e Bolsonaro, apareceram na foto lado a lado outras seis pessoas, todas sem máscara: Lorenzo Harris, adido de Defesa dos EUA; general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo; general Fernando Azevedo (Defesa); Todd Chapman, Embaixador dos EUA no Brasil; Ernesto Araújo (Relações Exteriores); general Walter Braga Netto (Casa Civil) e o almirante Flávio Rocha, secretário especial de Assuntos Estratégicos do governo brasileiro.
Antes do almoço, o presidente sobrevoou de helicóptero áreas afetadas por um ciclone em Santa Catarina. Após o voo, o presidente defendeu, em entrevista, o uso da hidroxicloroquina no tratamento do coronavírus. O mandatário disse que a droga era a “única prevenção no momento”, enquanto a vacina não está disponível, e fez um apelo para que os médicos passem a adotar o protocolo do Ministério da Saúde que ampliou a recomendação de medicamentos à base de cloroquina para pacientes em estágios iniciais da doença.
Na última quinta-feira, na live semanal, o presidente tossiu várias vezes. A tosse é um dos sintomas do novo coronavírus. Nesta segunda-feira o presidente não teve agenda pública. Um evento ocorreu no Palácio do Planalto sem a sua presença, o que não é usual. 
CONTATO – O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), José Levi Mello do Amaral Júnior, vai fazer nesta terça-feira um exame para saber se contraiu a Covid-19. Ele se reuniu por 30 minutos na tarde desta segunda com o presidente Jair Bolsonaro, que está com suspeita de contaminação.
Além de José Levi, outras oito pessoas aparecem na agenda oficial do presidente desta segunda. O primeiro deles foi presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Marcos Heleno Guerson de Oliveira Junior. Em seguida, ele teve uma audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Às 15h, recebeu Roberto Mira, vice-presidente para assuntos de segurança da NTC&Logística.
DESPACHO – Das 15h30 às 16h, Bolsonaro esteve com os quatro ministros que despacham no Palácio do Planalto: Walter Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). Destes, apenas Heleno já teve a doença. O último compromisso oficial foi com o secretário especial de Cultura do Ministério do Turismo, Mario Frias.
O Globo apurou que Bolsonaro começou a reclamar de cansaço no sábado à noite após voltar de Santa Catarina. No domingo, o presidente continuou se queixando de mal-estar. No início da noite desta segunda, com 38°C de febre, Bolsonaro procurou a equipe médica do Hospital das Forças Armadas (HFA) e passou por uma ressonância.

Bolsonaro teme ser investigado pelas rachadinhas em seus 28 anos na Câmara

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Em vídeo, Wal do Açaí, ex "funcionária fantasma" de Bolsonaro ...
Wal do Açaí tornou-se recordista em contratações no gabinete
Leandro ColonFolha
Desde a prisão de Fabrício Queiroz, Jair Bolsonaro baixou a guarda, moderou sua verborragia, e, num sinal de inflexão, buscou reduzir a tensão com os demais Poderes. Segundo as investigações do Ministério Público do Rio, Queiroz era o homem chave do esquema das “rachadinhas” do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia.
Descobriu-se um cheque de R$ 24 mil de Queiroz à primeira-dama, Michelle, e Bolsonaro, em sua defesa, diz que o dinheiro é parte de um empréstimo de R$ 40 mil que fez ao ex-assessor do filho.
LIGAÇÕES COM QUEIROZ – O presidente nunca explicou direito essa tal dívida nem as razões que levaram Michelle a receber o cheque. Queiroz conhece Bolsonaro desde 1984. O PM aposentado seria muito mais ligado a ele do que ao filho Flávio.
A história mal contada sobre o cheque abre brechas para interpretação de que o presidente também se beneficiou das rachadinhas, prática nefasta de desvio de parte dos salários dos gabinetes.
Um trabalho de reportagem exaustivo publicado pela Folha neste domingo (dia 6) indica que essa maracutaia com verba pública passou de pai para filho.
VAIVÉM FRENÉTICO – Os repórteres Ranier Bragon e Camila Mattoso analisaram nos últimos meses os boletins de movimentação de 28 anos do gabinete de Bolsonaro nos tempos de deputado.Eles descobriram ao menos 350 trocas de contratados em um vaivém frenético e desarrazoado.
Do dia para a noite, salários de servidores eram dobrados e quadruplicados. Em seguida, reduzidos a menos da metade.
WAL DO AÇAÍ – Um dos personagens é filha de Queiroz. ​O recorde de movimentações, com 26 vaivéns, é de Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí, funcionária fantasma que veio à tona pela Folha na campanha de 2018.
A guinada de tom dada por Bolsonaro após a prisão de Queiroz é um movimento político de proteção ao filho. E as informações reveladas sobre seu gabinete na Câmara são um indicativo de que a sujeira pode ser muito maior.

Bolsonaro diz que testou positivo para Covid-19: “Estou muito bem!”, afirmou


Bolsonaro diz que já começou a tomar hidroxicloroquina
Guilherme Mazui
G1
O presidente Jair Bolsonaro informou nesta terça-feira, dia 7, que seu exame para detectar se está com Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, deu positivo. O presidente afirmou que chegou a ter febre de 38 graus, mas que, à noite, a temperatura começou a ceder. Relatou também que sentiu mal-estar e cansaço. Ele disse que agora está se sentindo “perfeitamente bem”.
De acordo com Bolsonaro, ele tomou hidroxicloroquina, remédio que vem defendendo como tratamento para a Covid-19. Não há comprovação científica da eficácia da hidroxicloroquina para a doença. “Estou bem, estou normal. Em comparação a ontem [segunda], estou muito bem. Estou até com vontade de fazer uma caminhada, mas não vou fazê-lo por recomendação médica, mas eu estou muito bem”, afirmou.
SINTOMAS – Bolsonaro já havia informado a apoiadores na segunda-feira, dia 6, que estava com febre e dores no corpo e, por isso, decidiu fazer o exame. Ele também disse que fez uma radiografia e que o pulmão “estava limpo”. O presidente tem 65 anos e faz parte da faixa etária considerada por especialistas como grupo de risco.
Ele informou que nos próximos dias vai despachar por videoconferência na residência oficial do Palácio da Alvorada e que talvez receba auxiliares para assinar documentos. Bolsonaro cancelou viagens que faria à Bahia e a Minas Gerais.
O presidente deu o resultado do exame em uma entrevista no Palácio da Alvorada. Ao final da entrevista, ele se afastou alguns passos dos repórteres e tirou a máscara. Mostrou o rosto, disse estar “bem” e pediu cuidado aos mais idosos. 
PRIMEIRA-DAMA – “Vamos tomar cuidado, em especial com o mais idosos e que têm comorbidade, os mais jovens tomem cuidado, mas se forem acometidos do vírus, fiquem tranquilos que para vocês a possibilidade de algo mais grave é próximo de zero”, declarou. O presidente também informou que a primeira-dama Michelle Bolsonaro realizou nesta terça-feira um exame para saber se tem o novo coronavírus. Ele não citou o resultado do teste.
Desde o início da pandemia no país, no fim de fevereiro, Bolsonaro vem descumprindo orientações de autoridades de saúde sobre medidas de prevenção do contágio.Ele sempre foi contrário ao fechamento do comércio e ao isolamento social, ações tomadas pelos governos estaduais para diminuir o ritmo dos contágios. De acordo com especialistas, o isolamento é a forma mais eficaz de evitar o alastramento do vírus.
Nos últimos quatro meses, Bolsonaro provocou aglomerações ao visitar o comércio de rua em Brasília e em visitas a cidades do entorno do Distrito Federal. Ele também participou de manifestações a favor do governo. Em diversas dessas ocasiões ele não usou máscara, posou para fotos, tocou nas pessoas.
ENCONTROS RECENTES – No sábado, dia 4, o presidente, ministros e um dos filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), participaram de almoço promovido pela embaixada dos Estados Unidos no Brasil em comemoração à independência norte-americana. Na ocasião, os participantes posaram para fotos sem máscaras. Em uma das imagens, Bolsonaro aparece abraçado ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
A embaixada norte-americana informou que o embaixador Todd Chapman não apresenta sintomas e “fará os testes”. Também no sábado, o presidente viajou para Santa Catarina, onde sobrevoou áreas atingidas por um ciclone na semana passada. Conforme fotos divulgadas pelo Palácio do Planalto, o presidente, usando máscara, apertou a mão de uma mulher, caminhou ao lado de políticos e fez foto ao lado de funcionários do aeroporto.
Na segunda, Bolsonaro teve uma série de reuniões ao longo do dia com ministros, entre os quais, Paulo Guedes (Economia), José Levi (AGU), Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (GSI). Heleno já teve Covid-19 e se recuperou.
“GRIPEZINHA” – “Em 24 de março, em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, Bolsonaro chamou a covid-19, doença provocada pelo coronavírus, de “gripezinha”.
“No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado com o vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho”, afirmou na ocasião.”
OUTROS TESTES –  Desde março Bolsonaro fez outros três testes para detecção do coronavírus. O primeiro foi realizado após retornar de viagem aos Estados Unidos, na qual mais de 20 pessoas que tiveram contato com a comitiva tiveram a doença.
Em maio, em uma ação movida pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, o governo federal entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) os laudos dos três exames, todos com resultado negativo.
Os exames foram entregues ao STF porque o presidente anunciou várias vezes que os resultados eram negativos, mas se recusava a mostrar os laudos.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –  Não se deve desejar mal a ninguém, mas, como diz o velho ditado, quem procura acha… (C.N.)

De olho na agenda de “afagos” ao Centrão, senadores governistas articulam retorno dos showmícios

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Charge do Senna (aleempublico.wordpress.com)
Iara Lemos
Folha
Em meio à pandemia do novo coronavírus, senadores governistas tentam alterar trechos da minirreforma eleitoral. A ideia é retomar dispositivos que ficaram de fora da lei. Uma das propostas feitas no Senado trata da apresentação de artistas durante eventos eleitorais, os showmícios. Outra quer retomar a propaganda partidária no rádio e na TV. As mudanças valeriam para a próxima eleição, em 2022.
As iniciativas são vistas por alguns congressistas como uma tentativa do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de contemplar demandas do Centrão —bloco formado por legendas como PP, PL e Republicanos. Juntas, essas siglas representam a maioria da Câmara e têm oferecido apoio a Bolsonaro em troca de cargos.
NEGOCIAÇÕES – No Senado, as propostas aceleraram na esteira das negociações feitas na Câmara.De autoria do líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), o projeto que autoriza que o candidato possa usar até 20% dos recursos do fundo eleitoral para a contratação de artistas já causa divergências. O fundo neste ano receberá R$ 2 bilhões. Terão direito aos recursos 32 dos 33 partidos registrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Apesar de alegar que a realização de showmícios, de forma irrestrita, poderia comprometer a concorrência entre partidos e candidatos, Gomes considera como equivocada a vedação deste tipo de evento na campanha eleitoral. Para ele, a retomada dos shows durante comícios poderia representar um aumento do engajamento popular nas eleições. Os showmícios estão proibidos pela legislação eleitoral desde 2006.
“O projeto assegura um aspecto essencial da liberdade de expressão, a atividade artística, sem comprometer o princípio da igualdade entre os partidos políticos”, afirma o senador. A proposta de Gomes foi protocolada no Senado na esteira da aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) do adiamento das eleições deste ano.
CALENDÁRIO – Aprovada na última quarta-feira, dia 1º, a PEC adiou o primeiro turno das eleições municipais de 4 de outubro para 15 de novembro. O segundo turno, onde houver, passa de 25 de outubro para 29 de novembro. Para garantir a aprovação, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negociou com os partidos do Centrão uma contraproposta. Uma delas envolve a prorrogação da medida provisória 938, que transfere recursos da União a estados e municípios.
Parte do acordo costurado por Maia para atrair o Centrão também envolve a aprovação no Senado da proposta que retoma a propaganda partidária gratuita. A negociação foi feita em conjunto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O projeto, de autoria do senador Jorginho Mello (PL-SC), tramita na Casa desde agosto do ano passado. Ele está parado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) à espera de um relator.
AFRONTA – Presidente da CCJ do Senado, Simone Tebet (MDB-MS) considera ambas as propostas como uma afronta ao Congresso. Na análise da senadora, não há nada que justifique a discussão de mudanças eleitorais em um período de pandemia. “Além de ferir ato da Mesa, fere o bom senso, fere os ouvidos e as vozes que clamam por medidas emergenciais para combater as pandemias sanitária e econômica.”
Autor da proposta que retoma a propaganda partidária, Mello tenta sair pela tangente. Apesar de argumentar que este momento é para discutir temas ligados ao combate à pandemia, ele não nega as negociações em torno do projeto.
“O presidente Davi [Alcolumbre] e os partidos estão negociando [a proposta da propaganda partidária]. Esse projeto é uma nova oportunidade para que a gente possa ouvir e falar de política fora da eleição. De forma diferente do que eram esses comerciais maçantes de antigamente”, afirma Mello. Para ele, a retomada da propaganda também é uma forma de a população conhecer o trabalho dos partidos.
BARREIRA – “Partidos pequenos não vão ter vez, só quem passou pela cláusula de barreira. É uma forma de devolver ao partido a liderança, o poder de forma organizada, responsável, e dizer para a sociedade o que está fazendo”, afirma. Na avaliação do senador Esperidião Amin (PP-SC), ambos os projetos são dispensáveis neste momento, e não devem ganhar eco no Senado.
“O projeto do Jorginho [Mello], especialmente neste momento, ao invés de aumentar despesa de campanha, temos é de encurtar despesa, encurtar o tempo e retirar toda a arte [showmícios] paga. Já a arte na política é dispensável, ela se confunde com fantasia e a mentira”, diz o senador.
Apesar de chamada de gratuita, a propaganda partidária impacta em renúncia fiscal. Pelas regras antigas, as emissoras de rádio e televisão abateriam até 80% do que receberiam caso vendessem os horários para comerciais.

Sá mesmo e Jeremoabo poderá acontecer tamanho absurdo



Isso é inadmissível numa cidade onde a população reclama constantemente por falta de exames testes,outros reclamam por falta de assistência, e o  prefeito sendo o primeiro a patrocinar aglomeração na zona rural, e o pior os participantes se expondo sem a proteção da máscara.
A propaganda política é mais importante do que a saúde do povo.
Enquanto isso o COVID-19 constantemente visitando os lares.

Bolsonaro teme ser investigado pelas rachadinhas em seus 28 anos na Câmara


Em vídeo, Wal do Açaí, ex "funcionária fantasma" de Bolsonaro ...
Wal do Açaí tornou-se recordista em contratações no gabinete
Leandro ColonFolha
Desde a prisão de Fabrício Queiroz, Jair Bolsonaro baixou a guarda, moderou sua verborragia, e, num sinal de inflexão, buscou reduzir a tensão com os demais Poderes. Segundo as investigações do Ministério Público do Rio, Queiroz era o homem chave do esquema das “rachadinhas” do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia.
Descobriu-se um cheque de R$ 24 mil de Queiroz à primeira-dama, Michelle, e Bolsonaro, em sua defesa, diz que o dinheiro é parte de um empréstimo de R$ 40 mil que fez ao ex-assessor do filho.
LIGAÇÕES COM QUEIROZ – O presidente nunca explicou direito essa tal dívida nem as razões que levaram Michelle a receber o cheque. Queiroz conhece Bolsonaro desde 1984. O PM aposentado seria muito mais ligado a ele do que ao filho Flávio.
A história mal contada sobre o cheque abre brechas para interpretação de que o presidente também se beneficiou das rachadinhas, prática nefasta de desvio de parte dos salários dos gabinetes.
Um trabalho de reportagem exaustivo publicado pela Folha neste domingo (dia 6) indica que essa maracutaia com verba pública passou de pai para filho.
VAIVÉM FRENÉTICO – Os repórteres Ranier Bragon e Camila Mattoso analisaram nos últimos meses os boletins de movimentação de 28 anos do gabinete de Bolsonaro nos tempos de deputado.Eles descobriram ao menos 350 trocas de contratados em um vaivém frenético e desarrazoado.
Do dia para a noite, salários de servidores eram dobrados e quadruplicados. Em seguida, reduzidos a menos da metade.
WAL DO AÇAÍ – Um dos personagens é filha de Queiroz. ​O recorde de movimentações, com 26 vaivéns, é de Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí, funcionária fantasma que veio à tona pela Folha na campanha de 2018.
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Falsa demissão lança médica ao estrelato e alimenta heroísmo oportunista da cloroquina

por Fernando Duarte

Falsa demissão lança médica ao estrelato e alimenta heroísmo oportunista da cloroquina
Foto: Getty Images
A falsa demissão da médica Raíssa Soares a catapultou para o posto de uma das heroínas da cloroquina/ hidroxicloroquina no Brasil. Atuando no Hospital Regional Luís Eduardo Magalhães, em Porto Seguro, a médica ganhou notoriedade após receber uma ligação do presidente Jair Bolsonaro, em que o chefe do Executivo garante o envio do remédio para a cidade do extremo sul baiano. Nada nessa história faria sentido, se vivêssemos em tempos normais. Porém, definitivamente, não vivemos em tempos normais.

Tudo começa com o fato de uma profissional formada no âmbito da ciência tratar a cloroquina como a salvação da lavoura contra o coronavírus. A substância não teve eficácia comprovada e, recentemente, teve as recomendações para tratamento retiradas pela Organização Mundial da Saúde e outras autoridades sanitárias ao redor do mundo. No Brasil, no entanto, a ciência deu lugar à política e o Ministério da Saúde ainda mantém o remédio como opção para o enfrentamento à Covid-19.

Ainda assim, o Conselho Federal de Medicina não proíbe o uso da cloroquina. E sociedades médicas em geral adotam a prerrogativa de que o profissional pode prescrever o medicamento, caso acredite que esse é melhor tratamento. Acredito ser o caso de Raíssa. Porém, ao levantar a bandeira nas redes sociais, a heroína fez aquilo que Bolsonaro precisava: se tornou uma médica a defender que a cloroquina é a grande chance contra o coronavírus.

Dentro da lógica do discurso empregado pelo presidente, tudo isso faz sentido. Para completar a narrativa tresloucada, faltava a cereja do bolo: a médica bolsonarista foi vítima da “perseguição da esquerda”, que é contra a cloroquina. Pois bem. O roteiro não deixou buracos. A informação de que Raíssa foi demitida pelo governador Rui Costa correu o mundo e, nos submundos da internet, virou verdade. Ainda que a própria médica tenha informado que não renovou o contrato com o hospital por incompatibilidade de plantões com outras unidades de saúde em que trabalha. No universo das redes sociais, a verdade pouco importa. Então a informação falsa ganhou ares perfeitos de teoria da conspiração.

O resultado de toda essa balbúrdia (aprenda, Abraham Weintraub): a médica foi alçada ao estrelato, Bolsonaro capitalizou politicamente o episódio e Porto Seguro ganhou 40 mil doses de hidroxicloroquina, cuja eficácia está a anos-luz de ser confirmada. Após tantos recursos gastos para que o Exército produzisse o medicamento em larga escala, agora é torcer para que os comprimidos ao menos não tenham um destino típico das trapalhadas estatais: a lata do lixo.

Este texto integra o comentário desta terça-feira (7) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios A Tarde FM, Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Alternativa FM Nazaré, Valença FM e Candeias FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: SpotifyDeezerApple PodcastsGoogle Podcasts e TuneIn.

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