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segunda-feira, janeiro 27, 2020

Antes mesmo de sair do papel, Aliança pelo Brasil já enfrenta acirradas disputas por poder


Novo partido de Bolsonaro tem muito cacique para pouco índio
Naira Trindade
Natália Portinari
O Globo
Antes mesmo de ser criado, o Aliança pelo Brasil, partido que vai abrigar o presidente Jair Bolsonaro, já vive uma situação de brigas internas entre os interessados em comandar seus diretórios nos estados. Esse foi um dos motivos que afastaram Bolsonaro do PSL, no ano passado, e o motivou a criar a própria sigla.
Para conseguir fundar o partido a tempo das eleições municipais, o grupo precisa conseguir 492 mil assinaturas certificadas em cartório, de pessoas que não sejam filiadas a outra legenda, e vencer a tramitação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o início de abril.
“DIRIGENTES” – Deputados e lideranças regionais que têm atuado na coleta dessas assinaturas se antecipam à cúpula e se autointitulam dirigentes nas suas bases eleitorais. As brigas já chegaram ao conhecimento do presidente, que fez recomendações expressas para que o comando da legenda intervenha e impeça qualquer tipo de competição interna.
“O presidente tem deixado muito claro que agora só há uma coisa a fazer: é buscar apoio. Tem gente que foi para o evento de fundação do partido, tirou foto com Bolsonaro ao fundo e chegou no estado dizendo que ia ser o presidente do diretório sem nem ter falado com o presidente”, contou o vice-presidente do Aliança, Luís Felipe Belmonte.
A deputada Bia Kicis (PSL-DF) diz que os parlamentares dissidentes do PSL acertaram entre si que são “coordenadores” em seus respectivos estados — caso dela no Distrito Federal. O deputado Bibo Nunes (RS), por exemplo, se diz coordenador gaúcho do Aliança e postulante natural à prefeitura de Porto Alegre: “Eu sou o deputado mais votado do Rio Grande do Sul, sou coordenador do Aliança, acho que sou um dos mais cotados. Eu não vejo um outro nome.”
CANDIDATOS DEFINIDOS – Embora o presidente ainda não tenha referendado nenhuma candidatura, Bibo Nunes diz já ter candidatos definidos do Aliança para as prefeituras de Nova Hamburgo, Caxias do Sul e Livramento, caso o partido consiga o registro a tempo das eleições municipais.
Já candidatos a prefeito e a vereador pelo Aliança no Nordeste, onde Bolsonaro tem sua pior avaliação, de acordo com as pesquisas, têm visitado a sede da Embratur, em Brasília, segundo o colunista Lauro Jardim. O orçamento anual da Embratur saltou de R$ 35 milhões para R$ 480 milhões desde que Bolsonaro a transformou em agência, em novembro passado.
Ainda de acordo com o colunista, os candidatos são recebidos pelo presidente da Embratur, Gilson Machado, e pelo diretor de marketing, Osvaldo Melo Junior. Machado trabalha para ser o presidente do novo partido.
SUDESTE – Em São Paulo, a articulação de dissidentes do PSL de assumir o comando do Aliança nos estados não deve prevalecer. Lá, a tendência é que o partido não fique com nenhum dos quatro deputados: Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e Guiga Peixoto.
Segundo aliados, o comando do partido em São Paulo deve ser entregue ao presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que atualmente está filiado ao MDB. Já em Minas Gerais, o deputado Cabo Junio Amaral (PSL-MG), que organiza a coleta de assinaturas, espera ficar à frente do diretório:
“Entre nós federais já há uma compreensão de que eu fique à frente (do diretório), entre os que estão à disposição para migrar (do PSL para o Aliança). Não vamos ter problema em relação a isso não. De qualquer forma, a palavra final será do presidente”.
CRISES INTERNAS – As crises internas não estão limitadas às capitais. Em Juiz de Fora (MG), há 13 lideranças apoiando Bolsonaro. Porém, doze delas não aceitam ser subordinadas à atual coordenadora para coleta de assinaturas, Roberta Lopes Alves. Ela minimiza e diz que, apesar de estar à frente do Aliança na cidade, qualquer pessoa pode contribuir com a formação da legenda por meio do site.
Em estados onde não há deputados federais do PSL entre os criadores do Aliança, o cenário é ainda mais nebuloso. No Ceará, se alçou ao posto de “futuro dirigente” e já é cotado como candidato à prefeitura de Fortaleza o deputado estadual André Fernandes (PSL), ex-youtuber bolsonarista.
Em Sergipe, o ex-secretário do PSL Peter Costa afirmou à mídia local que é coordenador regional do partido, gerando uma disputa por ter passado por cima de uma voluntária, Lícia Mello. Ela está credenciada no site do Aliança para levar assinaturas à Justiça Eleitoral, enquanto Peter não está. “Essa confusão toda eu nem me meto, eu só estou fazendo meu trabalho de voluntária. Existe uma lista de pessoas que podem pegar nos cartórios e enviar, e estou nela”, diz Lícia.
TRANSPARÊNCIA – A advogada Karina Kufa, futura tesoureira do Aliança, interveio em sua conta do Twitter, na última sexta-feira. “Não temos representantes estaduais e municipais, sempre fomos transparentes (…). As fichas com nomes que estão circulando são de voluntários que não têm autonomia para falar em nome da @somosalianca, apenas para ajudar no cadastramento das fichas no TSE”, escreveu ela.
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NOTA DE REDAÇÃO DO BLOG
 – Todo partido, do menor ao maior, é sempre alvo de disputas internas. No caso do Aliança, porém, por ter Bolsonaro no “comando”, os rachas podem ser ainda mais frequentes, dada a sua importância estratégica. Mas se o presidente deixar correr solto, sem rédeas, vai sobrar cacique e faltar índio na tribo. Depois do carretel enrolado, fica mais difícil desatar os nós e colocar a pipa para subir. Política não é para amador e, nessa praia, todos querem um lugar ao sol. Todos querem “é poder”. (Marcelo Copelli)

Pedro Simon diz que Bolsonaro “fala demais e equivocado” e critica “falta de consistência” de Luciano Huck


Simon diz que até a Lava Jato, o Brasil era o país da impunidade
Paula Sperb
Folha
Os carros passam mais devagar em frente à casa de varanda ampla a poucas quadras do mar. A baixa velocidade é para que consigam enxergar o morador, o ex-senador Pedro Simon (MDB), que completa 90 anos na próxima sexta-feira, dia 31. O gaúcho responde aos acenos levantando o braço. Foram ao menos dez cumprimentos em uma hora de entrevista, incluindo os apertos de mão na beira da praia de Rainha do Mar, em Xangri-lá, onde “veraneia” há pelo menos 50 anos.
Seu aniversário será celebrado no dia 1º, em Capão da Canoa, mesma cidade litorânea onde liderou a passeata das Diretas-Já em 1984, com cerca de 50 mil pessoas em um domingo de verão. Nascido em Caxias do Sul, onde iniciou sua vida política como vereador, foi deputado estadual, governador, ministro e senador. De 1979 a 2015, Simon só não se elegeu para o Senado quando foi eleito governador.
NOVAS ATIVIDADES – O emedebista tem viajado pelo Brasil para realizar palestras gratuitas para estudantes. Seu livro de cabeceira é a Bíblia, que alterna com leituras sobre atualidades. Incentivado pela mulher Ivete Fülber Simon, ele pratica pilates, vai à academia e sobe e desce seis lances de escadas do seu apartamento, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre.
Lembrado especialmente por sua atuação pela redemocratização, Simon acredita que, sob o governo Jair Bolsonaro, a “democracia está bem”. Diz que votou em branco pela primeira vez em 2018 e negou ter dado “apoio crítico” a Bolsonaro, como o MDB gaúcho no segundo turno.
Depois de sua luta pela redemocratização, como o senhor avalia o Brasil de hoje? A democracia vai bem ou mal?
A democracia está bem. Tivemos os governos do PT, que todo mundo se assustava. “O Lula, que vai implantar o comunismo, o não sei o quê”, diziam. Sob o ponto de vista institucional, ele se saiu bem.
Teve o [Fernando] Collor, um cara todo complicado, cassado pelo impeachment. Saiu o impeachment, a normalidade democrática continuou. O Itamar [Franco] foi um governo espetacular. Veio o Lula, o afastamento da Dilma [Rousseff], que não foi por corrupção, foi por não cumprir regras da administração pública.
Agora veio o Bolsonaro. Sob o ponto de vista institucional, estamos bem. Sinceramente, estamos bem. As reformas estão saindo, é altamente positivo. Uma das coisas que gostei do Bolsonaro, quando assumiu, foi convidar o [Sergio] Moro e dizer: “Vai ser meu ministro da Justiça e da Segurança, ele vai ter plena e total [autonomia] e pode até ser meu filho [investigado], eu compreendo”. Agora, no dia a dia que estamos vivendo, a coisa está um pouco diferente. O filho do Bolsonaro [Flávio] está em uma confusão enorme e, em função disso, o Bolsonaro não está tendo mais aquela firmeza que ele tinha com relação ao Moro.
O que o senhor pensa sobre Bolsonaro?
Ele fala demais e fala equivocado. Ele diz algumas coisas que não precisava dizer.
Ele criou um problema com os israelitas, falou que ia transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém. Ele fez a confusão com o presidente norte-americano, que matou o general do Irã. Essas confusões que ele faz, ele não está sendo feliz.
Como o senhor viu o episódio do secretário da Cultura [Roberto Alvim, que parafraseou um discurso nazista]?
É uma piada, não entendo. Fico pensando, será ingenuidade? Será falta de visão? Pegar aquela frase e mudar duas, três palavras. Não entendo. Acho que foi uma coisa à beira da irresponsabilidade. Foi muito infeliz.
O senhor se sente incomodado quando vê esse tipo de comentário? O próprio Bolsonaro elogia o coronel Ustra [torturador na ditadura], por exemplo, uma figura que o senhor ajudou a combater.
São as infelicidades dele. O comandante Ustra é uma figura já marcada, todo mundo sabe quem ele é. Lembrar ele para elogiar, essas coisas… Parece que ele quer se definir como o cara de direita. Nisso, ele não está sendo feliz.
O senhor defende uma coalizão de centro para as próximas eleições?
A forma de se organizar pode ser a mais variada. Os de centro, os da esquerda, da direita. O essencial é um movimento que consista no que fazer, em torno de quem vamos nos reunir e para onde nós vamos caminhar. O Bolsonaro tem o movimento dele, o Lula tem o movimento dele.
Qual sua opinião sobre o Lula fora da prisão?
Ele não foi feliz quando saiu da prisão. Ele tinha que imitar o [Nelson] Mandela. Falar em união, em entendimento, que é hora da paz, organizar para fazer as coisas. Não para derrubar o Bolsonaro, não para unir o povo contra. Todo mundo imaginava que ia acontecer isso, o Lula e o presidente [em confronto]. Dessa briga, os dois sairiam ganhando. É isso que se imaginou.
Mas aí, surpreendentemente, acho que não foi o Bolsonaro, mas a equipe dele, deixou o Lula, não respondeu. Ninguém respondeu. Ele parou de falar.
O que o senhor acha do nome do Luciano Huck para candidato a presidente?
Não vejo consistência nenhuma. Inventaram o Collor. A Globo elegeu ele presidente, deu no que deu. Esse Huck é um bom homem de televisão, um bom comunicador. Mas ser bom comunicador e ser um bom presidente são coisas diferentes. Acho que não tem lógica.
Mas é que está um vazio. O Lula vai ser ou não vai ser [candidato]? Não sei. No meio desta confusão do Brasil, acho que temos que fazer alguma coisa. O problema é que essa eleição que passou, nunca aconteceu [semelhante] na história do Brasil.
Bolsonaro se elegeu sem fazer um comício, sem usar os programas de televisão, sem ir aos debates. Olha a facada que ele levou. Muita gente diz que ele se elegeu por causa disso. Com essa confusão que ele cria quando fala, se tivesse ido para o debate, o pessoal tinha amassado ele.
Sobre Bolsonaro, na época da eleição o senhor declarou apoio crítico.
Não, não.
Mas o MDB do Rio Grande do Sul fechou posição de apoio crítico.
Eu votei em branco. Tinha certeza de que o Bolsonaro ia ganhar. Não tinha nenhuma dúvida. Não comprometi meu voto. Votei em branco. Não me arrependo de votar em branco. Foi a primeira vez na vida que votei branco. Fiquei velho para votar em branco, mas ali não tinha saída.
Eu gosto muito do [Fernando] Haddad. É um cara que tem dignidade, tem correção. Foi um bom prefeito de São Paulo, foi um bom ministro, não tenho uma vírgula contra ele. Mas o Lula comprometeu tudo. Tirou qualquer perspectiva de vitória quando a campanha não deu bola para o Haddad e era “Lula livre, Lula livre”.
Como o senhor avalia a Operação Lava Jato?
Sou totalmente a favor. No Senado, briguei, lutei [contra corrupção]. O Brasil se divide em dois: um antes e um depois da Lava Jato. Até a Lava Jato, é triste dizer, mas o Brasil era o país da impunidade. A cadeia cheia de gente, mas um cara com dinheiro, militar, um político e um grande empresário nunca iam para a cadeia. Lamentavelmente, o STF voltou atrás no meio do processo [sobre prisão de condenados em segunda instância].
O senhor acha que as mensagens reveladas pela Vaza Jato abalaram a credibilidade da operação?
Todas as coisas que a gente vê, pode ter algum equívoco, coisa errada. Mas não vejo nada que influiu no processo.
Naquela época havia uma empolgação. Numa das falas, Moro com o procurador, sobre o Fernando Henrique, e o Moro diz que não tem nada contra ele. O procurador denunciou, mas não teve nada. Foi uma das manchetes [da Vaza Jato]. Quando a Dilma nomeou o Lula chefe da Casa Civil, o Moro publicou a gravação. Não discuto… Só tem uma coisa: era verdade ou mentira? E se o Lula tivesse sido nomeado, mudava tudo.
Qual a sua avaliação da configuração atual do STF?
É muito triste. Legisla mais do que o Congresso. No início, achei positivo transmitir [sessões do STF] pela TV [Justiça]. Hoje acho que não. Fazem sentenças de três, quatro horas que não representam coisa nenhuma. Não é para convencer o povo, mas o colega que está do lado dele.
O que o senhor pensa para o futuro do Brasil?
Tem coisas boas, por exemplo, cotas para os negros entrarem na faculdade. Mas os erros são tão grandes que a gente se pergunta o que vai acontecer. A elite brasileira é muito triste.
O início da ditadura foi um golpe de cima para baixo. Hoje, é diferente. A participação é muito maior e mais significativa. Esses nossos celulares são uma arma do povo. Se o governo fizer algo de violento e radical, o povo vai para a rua.

Augusto Aras define alterações em Grupo de Trabalho e anuncia reforço na Lava Jato

Augusto Aras define alterações em Grupo de Trabalho e anuncia reforço na Lava Jato

Aras tentou reduzir desgaste com a saída de ex-coordenador
Frederico Vasconcelos
Folha
Depois da troca de comando do Grupo de Trabalho da Lava Jato vinculado ao seu gabinete, o procurador-geral da República, Augusto Aras, anuncia a disposição de reforçar a Lava Jato em Curitiba e no Rio de Janeiro – estendendo a operação a outros estados e municípios.
Aras promete fortalecer a atuação do Ministério Público no Sul do Pará, a fim de combater crimes ambientais. Segundo informa sua assessoria, em fevereiro e março o PGR proverá cargos de procurador da República em todo o Brasil, com a remoção de 16 membros e nomeação de 14 novos procuradores da República. Também está prevista a realização de concursos públicos para membros e servidores, até o final de 2020. 
AGILIDADE – Aras foi ágil ao substituir – a pedido – o então coordenador do grupo da Lava Jato na PGR, subprocurador-geral José Adonis Callou de Araújo, pela subprocuradora-geral Lindora Maria Araújo. Callou de Araújo pediu o desligamento na quinta-feira, dia 23. No dia seguinte, o Diário Oficial da União publicou a Portaria nº 42, sobre a dispensa, a pedido, do ex-coordenador. Na mesma página, saiu a Portaria nº43, com a nova composição do Grupo de Trabalho
A surpresa ficou por conta da inclusão, na força-tarefa, dos procuradores regionais da República Raquel Branquinho Pimenta Mamede Nascimento e Vladimir Barros Aras, primo de Augusto Aras. Raquel Branquinho foi braço-direito da ex-PGR Raquel Dodge na área criminal, como titular da Secretaria da Função Penal junto ao Supremo Tribunal Federal.
A essa secretaria era vinculado o grupo de trabalho designado para auxiliar a PGR na análise dos desdobramentos da Lava Jato em trâmite no Supremo (Lindora Araújo, por sua vez, integra a atual equipe da gestão da PGR como secretária da Função Penal Originária no Superior Tribunal de Justiça). Vladimir Aras foi braço-direito do ex-PGR Rodrigo Janot, em cuja gestão atuou como secretário de Cooperação Jurídica Internacional da PGR.
DESENCONTRO – As duas designações provocaram um desencontro de informações, nos últimos dias. Em mensagens a colegas Raquel Branquinho teria dito que não tem condições de assumir por questões familiares. Vladimir Aras, por sua vez, até este sábado não teria confirmado a colegas se aceitou ou não a designação.
Como observa um experiente membro do MPF, essas designações são sempre precedidas de convites previamente formulados e aceitos. Ninguém iria aceitar trabalhar como assessor se não estivesse de acordo com o assessorado. Nunca houve designação à revelia.
CONVITES ACEITOS – Augusto Aras afirmou que “Raquel e Vladimir aceitaram o convite e se reunirão ao grupo ao retornarem às atividades funcionais, dando suas contribuições aos trabalhos em curso”.
A portaria que tratou das alterações no Grupo de Trabalho registra que “a atuação do grupo se dará com dedicação exclusiva, com desoneração integral de seus membros na unidade de origem”, exceto em relação a Raquel Branquinho e Vladimir Aras, “que atuarão em desoneração de 50%” [de sua carga de trabalho na procuradoria regional].
DESGASTE – Ao criar um fato novo –o convite aos dois procuradores regionais– Aras pode ter reduzido  o desgaste com a saída de Callou de Araújo. O ex-coordenador, segundo revela a imprensa, não fez comentários sobre o pedido de dispensa. Ele foi convidado para o cargo pelo vice-procurador-geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada. Teria aceito com um compromisso de autonomia que –aparentemente, segundo alguns colegas– não se confirmou.
Ao mesmo tempo, a designação de Vladimir Aras e Raquel Branquinho empresta a Augusto Aras a imagem de estrategista e conciliador, por trazer para seu gabinete dois nomes vinculados aos antecessores na PGR, e que não apoiaram a escolha do atual procurador-geral.
Vladimir Aras disputou a indicação pela lista tríplice da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) em 2019 e não foi classificado. Para alguns colegas, sua entrada na equipe do primo não foi surpresa.
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NOTA DA PGR SOBRE A MUDANÇA:
“A gestão do procurador-geral da República, Augusto Aras contou 60 dias úteis em 2019, não tendo havido prazo para a transição. Daí ser natural que neste início de 2020 a nova gestão proceda aos respectivos ajustes.
O PGR tem compromisso com o enfrentamento à macrocriminalidade, especialmente no combate à corrupção. Em razão disso, vai implementar medidas antes anunciadas para fortalecer a Lava-jato, de logo, em Curitiba e Rio de Janeiro, estendendo-a aos Estados e Municípios.
Também fortalecerá a atuação do Ministério Público no Sul do Pará a fim de combater crimes ambientais.
Raquel Branquinho e Vladimir Aras, presentes na Lava-jato desde o seu início, somam seus conhecimentos ao grupo de procuradores que ora atuam na lava-jato perante o STJ e o STF, agora sob a coordenação da subprocuradora-geral da República  Lindora Araújo.
Além dessas medidas, outras serão postas em execução no destravamento da economia neste primeiro semestre. Nos meses de fevereiro e março o PGR proverá cargos de procurador da República em todo o Brasil, com a remoção de 16 membros e nomeação de 14 novos procuradores da República. Também está prevista a realização de concursos públicos para membros e servidores, até o final de 2020.”

Será que a Secretaria de Saúde de Jeremoabo resolveu fazer experiência plantando carros?

Essa tem que  ir para o IMPOSSÍVEL ACONTECE, a Secretaria de  Saúde de Jeremoabo fazendo experiência com plantio de veículos. 
Ao invés de levar os pacientes em ônibus desconfortáveis e inseguros, não seria melhor consertar esses veículos para transportar esses doentes?
Só Jesus!!!








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SE NÃO FOSSE TRÁGICO, SERIA ATÉ CÔMICO

Excesso de diárias da Procuradora-Geral não é o principal problema do MP-BA

Por:  Landisvalth Lima




As constantes viagens da procuradora-geral, Ediene Lousado, está longe de ser o maior problema do MP-BA (foto: Divulgação)


Reportagem do Bahia Notícias, assinada pela jornalista Cláudia Cardozo, publicada nesta segunda-feira (27), revela que a Chefe do MP-BA recebeu mais de R$ 116 mil em diárias em quase dois anos. O nome da procuradora-geral de Justiça é Ediene Lousado. Segundo a reportagem, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019, recebeu R$ 116,8 mil em diárias para viagens institucionais, num total de 144,5 diárias, sendo 68,5 para Brasília. Ou seja, a Procuradora passou mais tempo viajando que trabalhando em seu gabinete. Nossa chefe do Ministério Público esteve na Espanha, Pernambuco, Rio Grande do Sul, inaugurações de teatros, sabatinas, solenidades e eventos.  
Em nota, o MP-BA afirmou que, como procuradora-geral de Justiça, Ediene Lousado, e como qualquer chefe de poder, “tem por obrigação inerente ao cargo que ocupa realizar, sempre em caráter oficial, viagens de representação da instituição em reuniões, audiências, visitas, compromissos, solenidades e eventos internos e/ou externos”. A resposta da instituição reafirma que as “viagens realizadas pela procuradora-geral de Justiça com recebimento de diárias foram todas para cumprir o seu dever legal enquanto chefe do Ministério Público e para participar de compromissos e eventos para os quais foi formalmente convidada em virtude do cargo”.
Se pensarmos bem, juntando os salários pagos, despesas com diárias e outros penduricalhos, até que sairia barato tudo isso se a atuação do Ministério Público da Bahia fosse, no mínimo, regular. Só que o MP-BA precisa melhorar muito para ser considerado ruim. Por onde anda o processo dos desvios de recursos da Creche construída no município de Heliópolis, envolvendo o ex-prefeito Walter Rosário? Como fica a situação dos servidores da cidade de Jeremoabo, com salários atrasados e serviços públicos em petição de miséria? Casos como estes se acumulam pela Bahia inteira e não vemos a atuação do MP baiano em prol da solução destes problemas. As constantes viagens da nossa Procuradora Geral talvez expliquem tais fatos.(NossoGrifo)
A assessoria do MP afirma que além de integrar o quadro de membros do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG), que realiza reuniões ordinárias mensais e extraordinárias, Ediene Lousado foi eleita presidente do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), cargo exercido por ela de setembro de 2018 a dezembro de 2019. Para Brasília, Ediene Lousado viajou por diversas vezes para acompanhar as sessões do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e do Congresso Nacional para tratar de interesse do MP-BA, como aprovação de emendas parlamentares de R$ 2,8 milhões para instituição. Para as solenidades de posse, Ediene viajou por ter sido formalmente convidada. Para a Espanha, Ediene Lousado viajou para cidade de Sevilha para participar do curso “Inteligência Fiscal e Investigação de Fraudes e Crimes Tributários”, como parte das ações empreendidas no âmbito de atuação do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira). O curso visava aprimorar técnicas de investigação. Segundo a instituição, o curso permitiu o aprimoramento na recuperação de ativos para o Estado. Em relação aos empresários não duvido, mas qual ação efetiva para a corrupção desenfreada de prefeitos Bahia a fora? Onde estava o MP-BA que não percebeu nada que acontecia na construção da Torre Pituba?
A instituição ainda esclarece que a procuradora-geral de Justiça realiza inúmeras viagens pela Bahia por meio de transporte aéreo e terrestre, a fim de solucionar questões afetas à instituição em diversas comarcas, visitar e participar de reuniões em Promotorias de Justiça e também para representar o Ministério Público do Estado da Bahia em eventos para os quais foi convidada e não pode ser substituída, como foi o caso da solenidade ocorrida em julho de 2019 em Itabuna. É, mas parece que não está resolvendo muito porque nosso querido MP não funciona na Bahia a contento. Depois que assisti a um procurador se posicionar defendendo um corrupto, que desviou milhões de uma prefeitura do semiárido, forçando a um jornalista pedir desculpas por ter noticiado as falcatruas do político, não mais acreditei no MP-BA como defensor da respublica. Para estes procuradores, e não são todos, tudo pode ser motivo de fiscalização, menos os políticos – principalmente os ligados ao poder.  

Landisvalth Lima

Professor, escritor e jornalista. Editou os jornais A Voz da Região (Serrinha-Ba), Tribuna do Nordeste (Ribeira do Pombal-Ba) e A Voz do Sertão (Heliópolis-Ba). Trabalhou na Rádio Difusora de Serrinha e foi repórter colaborador dos jornais Correio da Bahia e Jornal da Bahia. É autor dos livros A mulher do Pé de Cabra, Cariri Sangrento e A Esquerda Bastarda (romances); Patologias Educacionais do Semiárido Baiano (Tratado) e O Avesso do Exato (poesia). Foi professor de Língua Portuguesa dos colégios Brasilia e Colégio do Salvador (Aracaju-Se), Waldir Pires (Heliópolis-Ba), Evência Brito (Ribeira do Pombal-Ba) e Colégio Professor João de Oliveira (Poço Verde-Se). Atualmente mantem o Landisvalth Blog, é professor e Vice-Diretor do Colégio Estadual José Dantas de Souza e administrador e editor do Contraprosa.

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