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quarta-feira, janeiro 22, 2020

Municípios alertam para aumento do piso nacional dos professores e queda do FPM


por Lula Bonfim
Municípios alertam para aumento do piso nacional dos professores e queda do FPM
Sede da CNM em Brasília (Foto: Leonardo Fenotti / Arch Daily)
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou, na tarde desta terça-feira (21), um comunicado alertando para a dificuldade que o aumento do piso nacional dos professores e a queda na transferência de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) podem gerar para as gestões municipais.

“O ano de 2020 começa com informações muito preocupantes para os atuais gestores municipais com o aumento do piso nacional do magistério público de 12,84% e a perspectiva real de queda da transferência do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), principal fonte de receita para grande parte dos Municípios”, diz a nota.

“Segundo cálculos da equipe técnica da CNM, o impacto estimado na despesa de pessoal pode alcançar R$ 8,7 bilhões, o que poderá ter grande influência nos limites de gasto total com a folha de pagamento imposta pela Lei Complementar 101/2000 (LRF), fato este ainda mais preocupante por ser o último ano de mandato dos atuais gestores”, avalia a CNM.

Como exemplo das dificuldades das gestões municipais, com os problemas de arrecadação e aumento de gastos, o Bahia Notícias tem noticiado a crise em Jeremoabo, no semiárido baiano. O município não reajustou o salário dos professores de acordo com o piso nacional e não tem conseguido pagar seus servidores (veja aqui).

Recentemente, Jeremoabo teve seus recursos do FPM bloqueados por conta de dívidas previdenciárias (leia aqui). Nesta terça (21), o BN noticiou que a prefeitura daquele município não realizou o repasse do duodécimo, alegando falta de recursos (veja aqui). A Justiça, porém, determinou o imediato pagamento (confira aqui).

Bahia Notícias

Tribunal pernambucano pagou R$ 2,5 milhões para juízes e servidores viajarem aos EUA


Charge do Mariano (chargeonline.com.br)
Frederico Vasconcelos
Estadão
Sem maior transparência e num período de restrições orçamentárias, o Tribunal de Justiça de Pernambuco pagou cerca de R$ 2,5 milhões em diárias a duas comitivas de magistrados e servidores que viajaram aos Estados Unidos, no final de 2019.
Previsto para premiar o desempenho de juízes e servidores do primeiro grau, o programa abriu espaço para a inclusão de membros da cúpula do tribunal. Consultado à época, o TJ-PE não forneceu dados sobre a previsão de gastos e os critérios de seleção. Um primeiro grupo participou de curso sobre o tema “Estudo do direito americano e suas influências no direito brasileiro”, de 11 a 15 de novembro, na Fordham University The School of Law, em Nova York.
CARAVANA – O evento foi incluído no programa “Muito Além das Metas”, criado em 2018 para estimular a produtividade da primeira instância, segmento mais sobrecarregado do Judiciário. Essa prioridade, contudo, não foi mantida. Dos 45 participantes, 19 eram desembargadores, ou seja, magistrados da segunda instância e dirigentes da Ccorte. Também viajaram 19 juízes e 7 servidores. 
A segunda caravana viajou nas férias do Judiciário para um curso de extensão, realizado de 2 a 13 de dezembro, na Universidade da Geórgia, nos EUA. Dos 40 participantes, 22 eram servidores. Embarcaram 14 juízes e  quatro desembargadores.
DIÁRIAS – Os magistrados e servidores assumiram os gastos com transporte aéreo e terrestre. O tribunal cobriu os gastos com hospedagem e alimentação, pagando oito diárias internacionais de US$ 691 para a viagem a Nova York, e 15 diárias para a viagem a Geórgia.
O presidente do tribunal, desembargador Adalberto de Oliveira Melo, e o 1º vice-presidente, desembargador Cândido José da Fonte Saraiva, viajaram a Nova York (cada um recebeu diárias de R$ 25.279,88). O presidente do TJ-PE desistiu de acompanhar a caravana que viajaria no mês seguinte a Geórgia. Em seu lugar, o corregedor-geral, Fernando Cerqueira, solicitou a inclusão de seu colega desembargador Agenor Ferreira de Lima Filho, que viajara a Nova York.
Lima Filho recebeu R$ 71.794,93 em diárias correspondentes às duas viagens. Cerqueira, que o acompanhou a Georgia, recebeu R$ 46.515,05. Cerqueira também propôs ao Conselho da Magistratura incluir na visita a Geórgia o tenente-coronel PM Emerson José Lima da Silva.
AGREGADOS – O oficial, que está lotado na assessoria militar e civil do tribunal, recebeu diárias de R$ 25.560,00. O major PM Murilo Vasconcelos Curvelo, da mesma assessoria, acompanhou a comitiva a Nova York (diárias de R$ 13.896,00). Um grupo de advogados que representam clientes em processos no TJ-PE foi integrado à caravana de Nova York. Alguns são parentes de desembargadores.
As indicações dos advogados foram aprovadas pelo presidente da corte e submetidas ao Conselho da Magistratura. O tribunal não informou se os advogados são professores ou alunos de mestrado/doutorado. Os advogados arcaram com suas despesas.
TRANSPARÊNCIA – Em novembro, a seccional pernambucana da Ordem dos Advogados do Brasil divulgou nota pública cobrando do tribunal transparência sobre os custos das viagens aos Estados Unidos. A nota não fez referência à participação de advogados no curso de Nova York.
“Enquanto um pequeno grupo de magistrados e servidores é contemplado com diárias internacionais, custeadas com dinheiro público, comarcas no interior do estado estão sem juízes e com carência de servidores”, afirmou a diretoria da entidade.
TREINAMENTO –  Em maio do ano passado, o tribunal enviou 46 pessoas para um curso de treinamento de oito dias na Faculdade de Direito de Frankfurt, evento também vinculado ao programa “Muito Além das Metas”. Consultado pela Folha na ocasião, o tribunal omitiu os custos totais da viagem e o número real de participantes.
O tribunal não informou os custos dessa viagem à Alemanha, estimados em R$ 1 milhão, nem mesmo quando essas informações foram requeridas com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). Posteriormente, a Corregedoria Nacional de Justiça arquivou procedimento para apurar as suspeitas de irregularidades. 
DIÁRIO DE JUSTIÇA – Procurado em outubro último, o tribunal não prestou informações solicitadas sobre as viagens aos Estados Unidos. A assessoria de Comunicação do TJ-PE respondeu: “As informações a respeito do curso organizado pela Escola Judicial de Pernambuco (Esmape/TJPE) são disponibilizadas no Diário de Justiça eletrônico (DJe), incluindo edital e possíveis mudanças.”
A reportagem consultou as edições do Diário da Justiça (DJe) no período de julho a outubro de 2019, e, mais recentemente, levantou o valor das diárias no site do tribunal.

Entidades de imprensa apontam “manipulação” e criticam denúncia contra Greenwald


Glenn e outros seis  foram denunciados por ligação com hackers
Daniela Arcanjo
Folha
Entidades de imprensa criticaram nesta terça-feira, dia 21, a denúncia do Ministério Público Federal contra o jornalista Glenn Greenwald. Entre as críticas, rotularam a medida de um procurador como “mais um ataque à liberdade de imprensa” e “tentativa grotesca de manipulação para tentar condenar o jornalista.”
A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) estão entre as organizações que se manifestaram. Procurada, a ANJ (Associação Nacional de Jornais) afirmou que não iria se pronunciar.
DENÚNCIA – Nesta terça-feira, o Ministério Público Federal em Brasília denunciou sete pessoas sob acusação de envolvimento no hackeamento de mensagens de autoridades como o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba.
Entre os denunciados está o jornalista Glenn, fundador do site The Intercept Brasil, que recebeu os diálogos da Lava Jato e os publicou por meio de uma série de reportagens, algumas delas em parceria com outros veículos de imprensa, como a Folha.
ORIENTAÇÃO – Glenn não foi investigado nem indiciado pela Polícia Federal, mas o procurador Wellington Oliveira entendeu, por áudio encontrado em um computador apreendido, que o jornalista orientou o grupo de hackers a apagar mensagens
Segundo a Abraji, os diálogos apresentados como provas não confirmam as acusações do procurador. “A denúncia contra Glenn Greenwald é baseada em uma interpretação distorcida das conversas do jornalista com sua então fonte. Tem como único propósito constranger o profissional, como o texto da denúncia deixa ver: por duas vezes, o procurador refere-se a Greenwald com o termo jornalista entre aspas, como se ele não se qualificasse como tal —e como se coubesse a um membro do MPF definir quem é ou não jornalista”, afirma a nota.
ABUSO – Para a associação, o Ministério Público abusa de suas funções para perseguir um jornalista e viola o direito dos brasileiros de viver em um país com imprensa livre. A Fenaj, em críticas semelhantes, afirma que o MP “ignora a Constituição Brasileira” ao denunciar o jornalista.
“Ao jornalista não cabe o papel de recusar ou não divulgar informações de interesse público, porque obtidas de fontes anônimas e/ou sigilosas. Igualmente, não é dever do jornalista atestar a legalidade da obtenção das informações e, sim, verificar a veracidade das informações, antes de divulgá-las à sociedade”, afirma a federação, em nota.
No seu pronunciamento, a ABI pediu à Justiça Federal que rejeite a medida e lembrou que o procurador responsável pela denúncia, Wellington Oliveira, foi o mesmo que denunciou Felipe Santa Cruz, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), sob acusação de calúnia a Moro.
“AMEAÇA” – Também nesta terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a denúncia feita pelo MPF contra Glenn Greenwald é “uma ameaça à liberdade de imprensa”.
“A denúncia contra o jornalista @ggreenwald é uma ameaça à liberdade de imprensa. Jornalismo não é crime. Sem jornalismo livre não há democracia”, escreveu o presidente da Câmara.
RELATOR DA ONU – O relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a liberdade de expressão, David Kaye, também utilizou o Twitter para se manifestar sobre a denúncia contra Glenn Greenwald. Ele afirmou que irá questionar a diplomacia brasileira sobre o caso e compartilhou reportagem do jornal “The New York Times” com detalhes da ação do MPF.
“Isso é extremamente preocupante e parece um esforço para intimidar Glenn Greenwald e o The Intercept a pararem de fazer reportagens”, escreveu Kaye.

A voz de comando do general Heleno contrasta com o silêncio de Carlos Bolsonaro…


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Augusto Heleno está em alta e Carlos Bolsonaro entrou em baixa
Carlos Newton 
Entre os fatos positivos mais importantes neste início de ano, sobre o governo Bolsonaro,  destaca-se a manifestação do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, que detonou da Secretaria Nacional de Cultura o presidente Roberto Alvim, que demonstrou ser admirador do nazismo, conforme está em moda, nesta fase de ressuscitação da extrema-direita mundial. A voz de comando do chefe militar mostra que não serão permitidos novos desvios de conduta dos “alunos” de Olavo de Carvalho, digamos assim.
Outro fato importantíssimo foi a notícia de que o presidente ficou 45 dias sem falar com o filho Zero Dois, Carlos Bolsonaro, justamente o que era mais chegado a ele e operava em seu nome nas redes sociais. Os dois fatos – a queda de Alvim e o gelo de Carluxo – estão interligados e se misturam para evidenciar que o guru virginiano não manda mais no governo.
NOVOS TEMPOS – Os admiradores mais fanáticos de Bolsonaro podem comemorar esses dois fatos, mas isso não muda muita coisa. Embora haja uma insistência de se prever que a economia vai deslanchar este ano, porque haverá PIB de 2,5%, queda contínua no desemprego e tudo o mais, com as trombetas anunciando os novos tempos, esse delírio não tem o menor fundamento na realidade.
Muito pelo contrário, as previsões para 2020 são sinistras, porque não existe expectativa de volta dos investidores estrangeiros, cuja debandada bateu recorde em 2019, mesmo com o Risco País ficando abaixo de 100 pontos, na medição do Credit Default Swap (CDS) para contratos de cinco anos, que é uma boa avaliação.
Os novos dados do Banco Central mostram que as saídas líquidas de dólares do Brasil somaram US$ 44,8 bilhões no acumulado até o dia 30 de dezembro. Uma notícia péssima, porque esse indicador é um dos piores recordes negativos da equipe econômica, pois o total representa quase o triplo do maior déficit do fluxo cambial até hoje registrado pelo Banco Central, que foi de US$ 16,2 bilhões, em 1999.
FIM DO RENTISMO – Não adianta argumentar que isso é normal e que em dezembro sempre há remessa de lucros das multinacionais para suas sedes no exterior. O fato concreto é que o capital estrangeiro vinha para o Brasil atrás do lucro do “rentismo” dos títulos públicos. Quando a taxa básica (Selic) foi caindo para menos de 10%, a farra do boi acabou. Agora, com juros de 4,5% ao ano, os investidores procuraram outras plagas.
O superministro Paulo Guedes prometeu zerar o déficit primário no primeiro ano, mas não conseguiu e já avisou que isso só ocorrerá depois de 2022, quando nem se sabe se Bolsonaro será reeleito. E como a contenção do déficit primário é a única maneira de equilibrar a dívida pública, os investidores estrangeiros já fugiram do país, sem dar a menor importância a essa alta da Bolsa de Valores, que eles consideram um fenômeno artificial e perigoso.
Há outros relevantes  índices negativos. Após três meses seguidos de alta, a produção industrial brasileira caiu 1,2% em novembro, na comparação com outubro, diz o IBGE. Foi o maior recuo mensal desde março (-1,4%) e o pior novembro desde 2015, quando a indústria caiu 1,9%.  Como é um mês tradicional de produção alta, devido ao Natal, a situação está mesmo complicada.
PAÍS AGRÍCOLA – Em compensação, a produção rural bateu novo recorde – é um atrás do outro – e vai carregando o país nas costas, para confirmar a previsão de Alberto Torres, um dos grandes intelectuais brasileiros, que há um século defendia a tese de que o agronegócio seria o grande motor da economia brasileira, como realmente está acontecendo.
A equipe econômica vem cantando de galo, mas os números não confirmam nem indicam nenhum grande êxito econômico, em meio a uma derrota acachapante – a derrocada da Previdência Social, que simplesmente parou de funcionar, deixando 1,5 milhão de brasileiros na fila, entregues ao desespero, conforme as televisões vêm mostrando diariamente. Enquanto isso, nos States e em Davos, o saltitante Guedes tira uma onda de gênio das finanças, esquecido de que o Ministério Público continua à espera dele, para prestar aquele depoimento sobre aplicações fajutas em fundos de pensão.
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P.S. – É inacreditável que, em três meses, o INSS não tenha despachado um só pedido de aposentadoria.  E a verdadeira dimensão do resultado dessa irresponsabilidade da equipe econômica somente se verá no final de 2020, quando o INSS terá de pagar os benefícios atrasados a esses 1,5 milhão de brasileiros. A conta será muito alta e vai afetar tremendamente as finanças públicas. Mas quem se interessa?  (C.N.)

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