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quinta-feira, julho 11, 2019

Regras mais leves para aposentadoria de servidores custam R$ 50 bi em 10 anos

Quinta, 11 de Julho de 2019 - 06:40


por Ana Estela de Sousa Pinto | Folhapress
Regras mais leves para aposentadoria de servidores custam R$ 50 bi em 10 anos
Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados
As concessões aos servidores federais na reforma da Previdência vão reduzir praticamente à metade a economia em dez anos prevista com aposentadoria e pensão dos funcionários públicos. O custo no período será de R$ 53,8 bilhões, calcula a IFI (Instituição Fiscal Independente).

Na estimativa para 20 anos, o novo texto da reforma, em votação na Câmara nesta quarta (10), trará uma economia R$ 104,9 bilhões menor, na comparação com a proposta original do governo Bolsonaro.Para calcular o impacto das mudanças nas regras, a IFI (que reúne especialistas em contas públicas e publica análises sobre os números desde 2016) usou microdados de mais de 1,3 milhão de servidores civis da União (ativos e aposentados) e pensionistas, disponíveis na Secretaria da Previdência.

No total, segundo o estudo elaborado por Alessandro Ribeiro de Carvalho Casalecchi, Rodrigo Octávio Orair e Pedro Henrique Oliveira de Souza, o novo texto trará economia de despesas ---em relação às regras atuais--- de R$ 66,8 bilhões entre 2020 e 2029 (em valores de dezembro de 2019).

A proposta original do governo economizaria, no mesmo período, R$ 120,6 bilhões com o funcionalismo federal, segundo a análise da IFI. A estimativa de impacto da proposta original de reforma é diferente da apresentada pelo governo (R$ 155,4 bilhões em dez anos), porque o estudo usa parâmetros diferentes, diz Casalecchi.

Entre as diferenças está a hipótese de que o servidor não necessariamente se aposenta assim que cumpre os requisitos para isso, como considerou o governo em suas contas. O estudo da IFI também admite que a nova lei esteja em vigor a partir de 2020, e não de 2019, como no cálculo do governo, e prevê crescimento real das aposentadorias e pensões de servidores que ingressaram antes de 31 de dezembro de 2003.

Esses servidores têm direito à correção de seus benefícios com os mesmos critérios dos ativos, na chamada paridade ---direito que foi mantido na proposta do governo Bolsonaro e antecipado nas alterações feitas pelos deputados federais. A maior parte do custo do novo texto vem da suavização de regras para a aposentadoria dos servidores, como a redução na idade mínima das professoras, a suavização das regras de transição para as professoras (permitindo que se aposentem antes do previsto na reforma original) e a antecipação da idade em que servidores antigos podem receber benefícios mais altos (de valor igual ao do último cargo ocupado, a chamada paridade).

Considerando apenas as aposentadorias, as mudanças feitas pelos deputados federais vão custar R$ 50 bilhões, uma redução de 49% em relação à economia de R$ 101,2 bilhões que seria propiciada, em dez anos, pela proposta original.

Já as mudanças nas regras de pensão custarão R$ 3,8 bilhões, ou uma redução de 20% em relação aos R$ 19,4 bilhões que seriam economizados se a proposta do governo fosse aprovada sem suavizações. O novo texto da reforma excluiu, no caso das pensões, o desconto de 30% da parcela que excede o teto do RGPS e introduziu uma nova faixa na tabela progressiva, de 10% do valor que exceder quatro salários mínimos.

A economia pode ser ainda menor se o plenário da Câmara de fato reduzir as idades mínimas de aposentadoria dos policiais, conforme acordo feito nesta quarta (10).

ENTENDA O QUE MUDOU NA REGRA PARA OS SERVIDORES

IDADE MÍNIMA GERAL

Como é hoje

55 anos para mulheres
60 anos para homens

O que propunha o governo

62 para mulheres
65 para homens

O que mudou no novo texto

Não mudou

IDADE MÍNIMA PARA PROFESSORES

Como é hoje

50 anos para mulheres
55 anos para homens

O que propunha o governo

60 para homens e mulheres

O que mudou no novo texto

60 para homens
57 para mulheres

Também suavizou as regras de transição para professoras

IDADE PARA OBTER INTEGRALIDADE E PARIDADE

Como é hoje

55 anos para mulheres
60 anos para homens

(quem ingressou antes de dezembro de 1998 pode abater da idade cada ano a mais de contribuição)

O que propunha o governo

62 para mulheres
65 para homens

O que mudou no novo texto

60 para homens
57 para mulheres

Mais pedágio de 100% do tempo de contribuição faltante

GATILHO AUTOMÁTICO PARA AUMENTO DAS IDADES MÍNIMAS

Como é hoje

Não existe

O que propunha o governo

Elevação de 75% do aumento da sobrevida aos 65 anos, a cada quatro anos, a partir de 2024

O que mudou no novo texto

Retirou o gatilho

PENSÃO POR MORTE

Como é hoje

100% da aposentadoria do servidor falecido, descontados 30% da parcela que excede o teto do RGPS

O que propunha o governo

50% + 10% por dependente (até 100%) da aposentadoria do servidor falecido, descontados 30% da parcela que excede o teto

O que mudou no novo texto

50% + 10% por dependente (até 100%) da aposentadoria do servidor falecido, sem o desconto de 30% da parcela que excede o teto

ACÚMULO DE BENEFÍCIOS

Como é hoje

Permite acúmulo de 100% de aposentadoria e pensão

O que propunha o governo

100% do benefício de maior valor + parcela do de menor valor, por faixa de salário mínimo:
80% do valor de 1 sm
60% do que exceder 1 sm até 2 sm
40% do que exceder 2 sm até 3 sm
20% do que exceder 3 sm até 4 sm

O que mudou no novo texto

Incluiu nova parcela na tabela progressiva, de 10% do valor que exceder 4 salários mínimos

IDADE MÍNIMA PARA POLICIAIS FEDERAIS E AGENTES

Como é hoje

Não existe

O que propunha o governo

55 anos

O que deve mudar no plenário

Transição para quem já está na ativa, com

53 anos para homens
52 anos para mulheres

Pedágio de 100% do tempo faltante de contribuição

Bahia Notícias

Quando o sapato aperta, Bolsonaro adere à 'velha política' - mesmo que negue

Quinta, 11 de Julho de 2019 - 07:20


por Fernando Duarte
Quando o sapato aperta, Bolsonaro adere à 'velha política' - mesmo que negue
Foto: Divulgação
Cada um sabe onde o próprio sapato aperta. Essa é uma máxima popular que pode ser aplicada em vários contextos. Durante a semana decisiva para aprovação da reforma da Previdência, o dito popular cai como uma luva no processo de transformação da “nova política” na forma mais regular de barganhar votos no Congresso Nacional: a liberação de emendas e negociação de cargos de segundo e terceiro escalão. Há algo de errado nisso? Não. Porém é importante lembrar que há o conflito entre o discurso e a prática do governo federal.

As cartas nessa mesa de barganha é o “toma lá, dá cá” oficial em Brasília. O presidente Jair Bolsonaro, na sua tese de que é preciso exorcizar as relações promíscuas entre o Executivo e o Legislativo, pode até seguir com a retórica de que não faz “negociatas” com a Câmara dos Deputados. Agora, na iminência da votação mais importante para o primeiro ano de governo, foi preciso deixar de lado esse discurso e partir para a prática. O resultado foi a liberação em massa das emendas para aliados e o indício de que indicações políticas podem acontecer, tudo como sempre aconteceu na capital do Brasil.

Quem primeiro falou sobre essa concessão foi o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Ex-deputado federal por dois mandatos, ele conhece o funcionamento dos bastidores do Congresso e, diferente do presidente, nunca endossou o coro contra “a velha política”. Segundo Mandetta, o governo autorizou a liberação de quase R$ 1 bilhão em emendas em um esforço “pró-Previdência”. Foi a chave para que percebêssemos que Bolsonaro e sua trupe finalmente se rendeu às regras do jogo, ainda que insistam que não.

Talvez segurar até esse momento para liberar emendas e os cargos de escalões inferiores tenha sido estratégico. A reforma da Previdência é a pauta primordial para a governabilidade do país e, em uma perspectiva repleta de adversidades, ceder às vésperas da votação da matéria era uma carta na manga do Planalto. Rodrigo Maia, que é efetivamente o pai da apreciação do texto, conseguiu atingir um nível de consenso que, até então, o governo não parecia atingir em um horizonte de curto prazo.

Logicamente, é certo que a reforma não vai passar exatamente do jeito planejado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Entre idas e vindas, no entanto, é provável que a reforma seja muito mais próxima da ideia inicial do superministro do que esperaríamos. A desidratação, típica em projetos como esse, foi menor e acabou compensada por malabarismos do relator na comissão especial, Samuel Moreira (PSDB-SP).

Caso passe pela Câmara dos Deputados em dois turnos, os olhos da articulação se voltam para o Senado, onde o projeto deve ser cozinhado por mais algumas semanas – ou até alguns poucos meses. Porém, aprovado pelas duas Casas, tem tudo para ser um bom trunfo de Bolsonaro frente ao mercado e a uma parcela expressiva da população. Quer a oposição faça barulho ou não, o presidente caminha para ficar maior do que esteve durante todo o processo.

Este texto integra o comentário desta quinta-feira (11) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio Excelsior.

Bahia Notícias

Ameaça do centrão fez Maia suspender votação da reforma após aprovar texto-base

Quinta, 11 de Julho de 2019 - 08:20

por Thais Arbex, Thiago Resende, Ranier Bragon e Danielle Brant | Folhapress

Ameaça do centrão fez Maia suspender votação da reforma após aprovar texto-base
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
 Apesar da larga vantagem com que o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (10), o texto-base da proposta de reforma da Previdência, o fim da votação da proposta nesta semana está ameaçado. 

O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão de forma abrupta quando percebeu que havia um movimento para desidratar o texto principal. Ainda precisam ser votados cerca de 20 destaques, que são tentativas de alterar pontos específicos da proposta. 

"E se estava desorganizado no primeiro [destaque], o segundo tem uma perda muito grande de economia. Então é melhor parar e retomar amanhã", disse Maia. "Logo no primeiro destaque eu entendi que os deputados estavam confusos em relação ao mérito do destaque. Isso significa que se concentrou muito no mérito do texto principal da PEC (proposta de emenda à Constituição) e não se organizou os votos com os parlamentares. O formato de o governo não ter uma articulação maior acaba desorganizando as informações."

Líderes de partidos de centro, num acordo com a oposição, articulavam uma série de derrotas ao governo para amenizar regras de aposentadoria e de pensões para algumas categorias. Se Maia não tivesse anunciado o fim da sessão, a Câmara começaria a analisar uma proposta do PC do B contra a fórmula de cálculo de pensões proposta pelo governo. A oposição quer evitar que essa nova regra permita o benefício abaixo do salário-mínimo. 

Líderes partidários ouvidos pela Folha de S.Paulo dizem que havia um acordo para apoiar a sugestão do PC do B, num aceno à população mais pobre. No entanto, isso representaria uma perda considerada alta na economia com a reforma da Previdência.  A avaliação na Câmara é a de que a proposta que pretendia abrandar as regras para a aposentadoria de professores só foi rejeitada porque Maia encerrou a votação antes que todos os parlamentares pudessem votar. 

O placar mostrou 265 deputados a favor da mudança (era preciso 308) e 184 contra. Antes de começar a votação dos chamados "destaques", Maia chegou a ser avisado de que havia uma rebelião em curso. Mesmo assim, dizem parlamentares, ele decidiu seguir com a votação, apostando que a ampla vantagem seria mantida.

Um dos principais líderes da Câmara classificou os 379 votos a favor do texto-base como "maioria artificial". Foram 71 a mais do que o mínimo necessário, de 308. Contra foram 131. Esse grupo diz que o apoio ao texto principal não significa aval à proposta de Bolsonaro. Ainda há uma insatisfação na Casa com o tratamento dispensado pelo Palácio do Planalto aos parlamentares. 

Embora o governo tenha feito acenos com a liberação de emendas, deputados dizem que não há confiança de que o presidente Jair Bolsonaro cumprirá a promessa. Em meio ao clima de incerteza, líderes chegaram a sugerir que Maia só retomasse a votação da reforma na próxima semana -o que forçaria a deixar a apreciação do segundo turno para agosto, na volta do recesso parlamentar. 

A ideia era que a Câmara usasse a sessão desta quinta (11) para votar outras matérias. Maia, no entanto, recusou a proposta. Deputados ouvidos pela reportagem disseram que, diante do novo cenário, as conversas serão retomadas.  Para tentar salvar o plano de aprovar a reforma da Previdência ainda nesta semana, aliados de Maia defendem uma reunião de líderes nesta quinta (11). A ideia é organizar as votações dos destaques.

Além da articulação de partidos de centro, a proposta de reestruturação das regras de aposentadoria sofre pressão direta de entidades ligadas a servidores públicos. Há emendas a serem votadas que aliviam os critérios para quem está no serviço público e próximo a completar os requisitos de aposentadoria.

Líderes pró-reforma temem que a aprovação de destaques reduza significativamente o efeito do projeto na reorganização das contas públicas.

Bahia Notícias

Maia, com apoio de Marinho, Guedes e Lorenzoni, conseguiu aprovação da reforma

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Maia chorou duas vezes e fez um elogio à bancada do Centrão
Adriana Fernandes e Vera RosaEstadão
Principal avalista da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), atuou como articulador político do governo de Jair Bolsonaro, mesmo a contragosto, para a aprovação das mudanças na aposentadoria.
Depois de meses de impasses e brigas com o Palácio do Planalto e até mesmo com o seu partido, Maia não apenas conduziu a proposta como se credenciou para disputar voo mais alto em 2022, seja como candidato à Presidência ou a vice na chapa.
ELOGIO AO CENTRÃO – Maia chorou ao menos duas vezes, na quarta-feira, 10, no plenário. A primeira quando foi elogiado por seus pares e antes de anunciar a aprovação da reforma. “O Centrão, essa coisa que ninguém sabe o que é, mas é do mal, está fazendo, com esses líderes, a reforma da Previdência”, ironizou o presidente da Câmara, em um desagravo ao bloco de partidos que dá as cartas na Casa.
 O deputado fez questão de marcar diferenças com o Planalto. “Sem nenhum interesse de entrar em nenhuma prerrogativa do presidente, mas durante 30 anos tiraram a prerrogativa dessa Câmara”, discursou. No plenário deputados gritavam “Rodrigo, Rodrigo!”
“Ele matou no peito com Bolsonaro chutando contra”, resumiu o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), presidente do Solidariedade. “Sem Rodrigo não chegaríamos neste momento”, disse Delegado Waldir (GO), líder do PSL, partido de Bolsonaro.
NOS BASTIDORES – Se Maia ocupou papel central no xadrez da articulação para a votação da proposta antes do recesso parlamentar, o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, foi o homem por trás dos bastidores. Cotado agora para ser também o negociador da reforma tributária – a próxima medida da agenda do crescimento –, Marinho atuou como a principal ponte da área econômica nas negociações com o Congresso para destravar as demandas dos parlamentares.
Os pedidos não se resumiram apenas à liberação de emendas e recursos orçamentários para obras nos redutos eleitorais dos deputados. Passaram também por questões delicadas, como a negociação de perdão de dívida rural. Uma derrapada nessas negociações poderia prejudicar o caminho até a votação.
QUARTETO VENCEDOR – Maia e Marinho, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, e Onyx Lorenzoni (Casa Civil) formaram o trio da grande barreira que impediu a desidratação da reforma, apesar de toda pressão de categorias e setores por mudanças, principalmente nos últimos dias antes da votação.
O ministro Onyx foi criticado no Congresso e perdeu atribuições ao longo do processo, mas, no fim dos trabalhos, acabou sendo elogiado por seus antigos pares. Onyx foi fiador do acordo para pagamento das emendas, mas tudo teve de passar por Maia. Todo dia o presidente da Câmara recebia cerca de 40 a 50 deputados na residência oficial.
Cerca de duas semanas atrás, um almoço na casa de Maia mostrou uma divisão no DEM. O presidente do Solidariedade defendia um projeto de lei complementar para incluir Estados e municípios na reforma, quando o prefeito de Salvador, ACM Neto, discordou.
SEM ACORDO – “Não tem acordo sobre isso”, disse ACM Neto, que é presidente do DEM. Maia interveio: “Temos de pensar no Brasil.” Neto não se deu por vencido. “E na Bahia também”, disse.
Na prática, quando o texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) chegou ao Congresso, no fim de fevereiro, a expectativa era que a economia de mais de R$ 1 trilhão (o número mágico de Guedes) caísse para em torno de R$ 700 bilhões. Na quarta, a estimativa era que a de que a economia de despesas com a reforma em 10 anos ficasse acima de R$ 900 bilhões – resultado que pode ser comemorado diante das dificuldades de articulação que marcaram o início das negociações e a interferência do presidente Bolsonaro em favor de categorias específicas como a de policiais.
BOMBEIRO – Num dos momentos mais tensos das negociações, o ministro da Economia se desentendeu com Maia ao criticar a abertamente o parecer do relator Samuel Moreira (PSDB-SP). A crise prometia se estender e comprometer a votação até o recesso.
Discreto e hábil negociador, Marinho foi também o bombeiro na crise política aberta entre Bolsonaro e Maia e depois, na reta final, com Guedes.

Congresso pode dobrar valor dos recursos públicos destinados ao fundo eleitoral


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Charge do Duke (dukechargista.com.br)
Deu no Jornal Hoje
O Congresso pode mais que dobrar o valor do dinheiro do fundo eleitoral a ser gasto nas eleições municipais do ano que vem. Previsão no texto do relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2020 é elevar valor de R$ 1,7 bilhão para R$ 3,7 bilhões. Fundo financia campanhas desde que financiamento por empresas foi proibido.
São R$ 2 bilhões a mais, na comparação com as eleições de 2018. A previsão é que R$ 3,7 bilhões sejam destinados ao fundo eleitoral. No ano passado, 35 partidos receberam R$ 1,7 bilhão.
PARECER – A previsão está no parecer da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020 apresentado pelo relator à Comissão Mista de Orçamento do Congresso. O relator, deputado Cacá Leão (PP-BA), fez mudanças no texto enviado pelo governo. A LDO define metas de economia e limites de despesas dos três poderes.
O fundo eleitoral foi criado em 2017 para financiar as campanhas com recursos públicos. Desde as eleições do ano passado, é proibido o financiamento de empresas nas campanhas – somente pessoas físicas podem fazer doações.
A LDO precisa ser votada no Congresso antes do recesso parlamentar, previsto para começar em 18 de julho. Já o orçamento para o ano que vem só será apresentado pelo governo ao Congresso Nacional em agosto.
SEM CONVERSA – O deputado Cacá Leão não quis gravar entrevista. O presidente da Comissão Mista de Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse que o relator citou, como justificativa, o fato de nas eleições municipais o número de candidatos ser maior – e, por isso, é preciso mais dinheiro.
“São 5,7 mil municípios. São inúmeros candidatos a vereador e municípios grandes, como a Prefeitura de São Paulo, que é maior que muitos estados, do Rio de Janeiro, de Salvador, de Fortaleza. Então, esse é o argumento que ele deu”, afirmou Castro.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) afirmou que este não é o momento de se dar mais dinheiro para financiar as eleições. “O momento é inadequado. Estamos discutindo tantas reformas, reformas importantes para o país, alguns favoráveis, outros contrários. Mas ao se discutir reformas é que se demonstra a necessidade de recuperação econômica. Gastar tanto dinheiro com eleições é um prejuízo que vai fazer muita falta a outros setores do país”, declarou.
VAI FALTAR DINHEIRO – O cientista político Creomar de Souza, professor de relações internacionais e ciência política na Universidade Católica de Brasília (UCB), disse que, ao se direcionar recursos para as eleições, pode faltar dinheiro em outras áreas.
“Imaginemos que nós temos uma jarra de água e três copos. Toda vez que estamos decidindo colocar água, mais água em algum copo, algum dos outros dois vai ficar vazio. Cabe à sociedade dizer: ‘Eu prefiro que tenha menos dinheiro no fundo eleitoral e tenha mais dinheiro em escolas, hospitais e segurança pública'”, afirmou.
Em nota, o deputado Cacá Leitão disse que o aumento do fundo eleitoral foi solicitado pela maioria dos partidos. Segundo ele, o valor de 2018 é insuficiente para custear as eleições municipais. Também afirmou que isso não reduz o orçamento de áreas como saúde e educação, porque o dinheiro será remanejado de bancadas estaduais.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A irresponsabilidade social impera neste país. Falta dinheiro para tudo, mas sobram recursos para os partidos políticos. Sei que nossa única opção é a democracia, mas tenho nojo desse tipo de democracia, em que o interesse público (do povo) praticamente não existe, jamais é respeitado. (C.N.)  

Peça publicitária da FIESP exibiu dados mentirosos sobre a reforma da Previdência


Charge do Marcio Baraldi (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
A Federação das Indústrias de São Paulo publicou ontem em O Globo, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e Valor, peça publicitária defendendo a reforma da Previdência Social expondo dados financeiros que se chocam com a realidade. Defendendo o projeto que está em votação sustentou que a Previdência custa hoje mais da metade do orçamento federal. A publicidade foi veiculada com grande destaque.
A FIESP exerceu seu direito legítimo de participar do assunto. Tão legítima quanto os sindicatos e associações de assalariados em se posicionarem em sentido contrário. A questão, entretanto, deve se assinalar, é que os dados da FIESP não são verdadeiros.
NÚMEROS REDONDOS – O pagamento das aposentadorias e pensões do INSS são, em números redondos, de 800 bilhões de reais por ano aos preços de hoje. O orçamento federal para 2019 está na escala de 3,3 trilhões de reais. Portanto a despesa com a Previdência não representa a metade das despesas da União. A FIESP considerou os encargos previdenciários, mas não levou em conta as receitas do sistema originárias dos recolhimentos dos trabalhadores e das empresas, de R$ 650 bilhões.
É verdade, deve se frisar, que há o caso do funcionalismo público, cujo déficit projeta-se em torno 400 bilhões. Mas há uma diferença essencial entre os cursos do INSS e da seguridade.
É que, enquanto o INSS o teto máximo das aposentadorias é de 5,8 mil reais, os atuais funcionários públicos da União, exceto os admitidos a partir de 2003, têm direito à aposentadoria integral. Ou seja, pelo valor do último salário recebido. Há o caso também dos servidores das empresas estatais que são regidos pela CLT. Mas estes têm direito a complementação salarial sustentada pelos fundos de pensão. Portanto se alguém recebe por 10.000 reais, o fundo de pensão entra com 4.200.
COMPLEMENTO – Dessa forma há um desembolso adicional, mas não com recurso do Tesouro. Para os funcionários federais é diferente. Eles pesam na despesa tanto os que estão na ativa ou os da condição de inativos. As maiores estatais são a Petrobrás, Banco do Brasil, Furnas, Caixa Econômica Federal e empresa dos Correios. Os que trabalham nas estatais contribuem com parcela adicional, o mesmo acontecendo com as unidades do Estado que não dependem de aportes do Tesouro.
A complementação é uma das razões da adesão dos que têm tempo de serviço suficiente para se aposentar, em programas de demissão voluntária. Recebem os direitos trabalhistas, além do incentivo oferecido. Mas esta é outra questão. Além do fato de eliminar o passivo trabalhista para um projeto de privatização, tem também os déficits existentes zerados, agora sim, com recursos do Tesouro.
ATUAÇÃO ERRADA – Retornando ao tema do título do artigo, destaco a atuação errada das oposições ao projeto de reforma. Elas vão perder no voto, mas poderiam ter aproveitado o episódio para divulgarem pesquisa detalhada sobre as consequências que vão pesar na cabeça e no bolso dos assalariados.
As lideranças oposicionistas ainda têm oportunidade de mostrar as consequências da reforma constitucional a partir do primeiro mês em seguida da aprovação do projeto do governo.

Velório do jornalista Paulo Henrique Amorim será nesta quinta-feira, na sede da ABI

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Resultado de imagem para paulo henrique amorimPaulo JerônimoPresidente da ABI
É com pesar que a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) comunica o falecimento do jornalista Paulo Henrique Amorim, o PHA, como era conhecido, aos 76 anos, na madrugada do dia 10 de julho, no Rio de Janeiro. A nova diretoria da “Casa do Jornalista” ofereceu à família o espaço do 9º andar da sua sede na Rua Araújo Porto Alegre, 71, no Centro, para a realização do velório.
Geórgia Pinheiro, a viúva de PHA, aceitou a homenagem. Amanhã, de 10h às 15h, os amigos, os admiradores e as autoridades estão convidados a prestarem a última homenagem ao Paulo Henrique, no saguão no auditório da ABI. A família aguarda a chegada da filha, que mora nos Estados Unidos e deverá estar desembarcando, no Rio, amanhã pela manhã.
Jornalista inovador, com vários prêmios conquistados, blogueiro bem sucedido e escritor polêmico, Paulo Henrique Amorim foi afastado, há um mês, da apresentação do programa “Domingo Espetacular”, da Rede Record de Televisão, por imposições e censura do atual governo.
À frente de seu bem sucedido blog “Conversa Afiada” e da “TV Afiada”, Amorim transformou-se numa voz da resistência ao desmanche do Estado Democrático de Direito, que tomou conta do País, a partir de 2016.
Poder se despedir e prestar esta última homenagem a Paulo Henrique, em sua sede, é uma das maneiras de demonstrar que a nova diretoria da ABI estará sempre comprometida com a Liberdade de Imprensa e com aqueles que, no exercício da profissão, nunca abriram mão do direito de informar e ser informado.

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