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quarta-feira, junho 09, 2010

Roteiro adaptado

Dora kramer


Ao presidente Luiz Inácio da Silva já não basta infringir a lei de maneira explícita nem debochar dos tribunais de forma desabrida. Para tentar ganhar a eleição não hesita e agora simplesmente inventa que é um exemplar cumpridor da lei cercado por adversários infratores.

É bem verdade que o presidente nestes dois mandatos nunca deu um só exemplo de bom comportamento no campo da moral e da ética. Sempre que teve uma chance firmou ao lado do mau combate.

Defendeu o uso do caixa 2, amenizou responsabilidades de todos os notórios em revista, deu cheque branco a quem não deveria, beijou a mão de quem não merecia, afagou quem teve o mandato interrompido condenado por toda a sociedade, contemporiza com todos os ditadores do planeta, seguramente nunca antes neste país um presidente da República cometeu tantas e tão reiteradas infrações à legislação eleitoral.

Ao ponto de ser multado cinco vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral. Colegiado este que não nutre especial gosto por punições rigorosas a autoridades de altíssima patente. Tanto é que deixou que o presidente Lula pintasse e bordasse bastante antes de começar a puni-lo.

Assim mesmo foi preciso que Lula praticamente implorasse pelas multas, solapando a autoridade da Justiça com suas zombarias de auditório.

É certo que todos já estamos bastante acostumados com a ausência de modos da parte do presidente, fato visto como positivo por gente que acha que quanto mais sem educação o jeito, quanto mais chulas as expressões, quanto maior o menosprezo às normas de civilidade para alcançar os objetivos pretendidos, tanto mais parecido com o “povo brasileiro” o presidente será.

Qual o ganho que isso rende mesmo à sociedade, qual o avanço concreto que isso traz ao Brasil não ficou esclarecido até hoje. Popularidade? Sim, serve a Lula, ao PT, ao PMDB e aos tantos partidos penduricalhos para ganhar eleição.

Mas o que a nação perde em termos de valores tendo a impostura como prática de um presidente da República não interessa como tema de discussão. Em país democrático com instituições e sociedade saudáveis é uma distorção.

É como se o que se vê e o que acontece não valesse nada, tudo perdesse o efeito só porque o presidente diz ao contrário.

Note-se a declaração de ontem por inteiro: “Cabe ao presidente da República ser o exemplo no cumprimento das leis. Agora, é importante que a gente fique atento (sic), porque estou cheio de adversários que, com a preocupação de querer me enfrentar na campanha, co­­meçam a querer ganhar o jogo no tapetão, e este país vai exercitar a democracia até o fim.”

E acrescentou: “Acho que todos nós temos que cumprir a lei, todos nós temos um ritual de campanha permitido e proibido pela legislação. Acho que ninguém quer transgredir a lei. Se houver excesso, claro que cada um de nós tem que ser punido, mas tenho ouvido gente falando demais, fazendo insinuações demais e interpretações demais”.

Começando pelo fim:

1 – Ninguém fala mais que o próprio presidente Lula.

2 – Se as “insinuações” são os avisos da Justiça e do Ministério Público sobre possíveis conse­­­quên­­­cias futuras dos ilícitos cometidos agora, o presidente já parece orientado por advogados a tentar amenizar os seus efeitos.

3 – Não é verdade que a transgressão tenha sido involuntária. Foi proposital como demonstram as repetidas reincidências.

4 – Não há ameaças à democracia.

5 – O fato de os adversários recorrerem à Justiça é instrumento de defesa e não recurso para “ganhar no tapetão”. Inclu­­sive porque ação judicial em si não rende voto.

A menos que Lula esteja preparando o terreno para se fazer de vítima caso a Justiça Eleitoral venha a tomar atitude mais rigorosa em relação à candidatura de Dilma Rousseff. Caso isso aconteça, será para a oposição o pior dos mundos.

Mas que fique bem claro: terá sido em função do golpe baixo de primeiro antecipar a campanha e depois imaginar que a Justiça Eleitoral aceitaria o fato consumado na marra, pois não teria coragem de enfrentar a popularidade de Lula para fazer cumprir lei.

Fonte: Gazeta do Povo

Privilégios descabidos

Carlos Chagas

As festas de São João e a Copa do Mundo, singularmente emboladas, estão servindo para levar deputados ao aeroporto de Brasília com frenética freqüência. Chegam num dia, voltam no outro. Quando chegam, é claro.

Por conta dessa movimentação surge a pergunta: por que Suas Excelências são raríssimamente vistos nas longas filas do check-in, nos balcões das companhias aéreas, e menos ainda nas múltiplas e acanhadas salas de embarque? Nem eles nem suas famílias.

Porque dispõem de uma sala VIP, com todas as mordomias, inclusive a de embarcar primeiro nas aeronaves, conduzidos por gentis funcionárias, depois de aquinhoados com refrigerantes, sanduíches e bolinhos variados. Tudo longe da plebe ignara que cada vez mais viaja de avião. Só falta mesmo exigirem compartimentos separados durante os vôos, já que primeira classe e classe executiva inexistem nos trajetos domésticos.

Convenhamos, não é nada. Não é nada mesmo, comparadas essas benesses com outras bem mais cabeludas, como vultosas verbas de representação, contratação de montes de funcionários para trabalhar nos estados de origem e muita coisa a mais.

Mesmo assim, fica o registro de uma categoria que cada vez se afasta mais da população. Ah, um lembrete que íamos esquecendo: os senadores também possuem sua sala VIP…

Um péssimo início

Ainda vai render esse episódio do dossiê que assessores da campanha de Dilma Rousseff iam preparando contra José Serra e sua filha. Porque se dúvidas inexistem com relação à trapalhada, até gerando as primeiras demissões e afastamentos, mais evidente fica a impressão de que as coisas não vão parar por aí. O outro lado também não brinca em serviço, ainda que trabalhe com mais competência. Permanece na lembrança de todos a acusação de haver partido da turma de Serra a operação que fulminou a candidatura de Roseana Sarney, em 2002. Como nada se provou, fica apenas a frustração da governadora e do clã Sarney, dos quais surripiaram grandes esperanças, à época.

Um fator, no entanto, deve ser registrado. Sabendo ou não de ante-mão o que alguns aloprados preparavam à sua sombra, Dilma não hesitou. Mandou que se afastassem, com honra ou com desonra. Faz lembrar os tempos do único presidente da República que não vacilava ao primeiro sinal de denúncias contra seus auxiliares: Itamar Franco os dispensava em 24 horas, até ministros, para que fossem provar inocência, se pudessem.

Elites em festa

Os neoliberais abriram champagne, ontem, diante da manchete do jornal O Globo, dando conta de que o governo da Alemanha vai demitir 14 mil funcionários públicos e cortar gastos, inclusive militares, em função da necessidade de prevenir a nova crise econômica.

É o que pretendem para o Brasil, sob a alegação de a máquina pública estar inchada, mas, na verdade, interessados em atingir o governo Lula. Gostariam de demissões em massa, assim como da supressão de investimentos públicos e a revogação dos poucos direitos trabalhistas salvados dos tempos do sociólogo. São essas as “reformas” que apregoam. Também insistem em mais privatizações e redução da carga fiscal (deles).

O problema, para certas elites, é que nenhum dos candidatos presidenciais, a começar por José Serra, dá a impressão de querer adotar o modelo econômico antes praticado no Brasil. Nem ele nem Dilma Rousseff, Marina Silva ou Plínio de Arruda Sampaio. Muito pelo contrário, estão bem longe do falido neoliberalismo os quatro pretendentes de verdade, apesar de só dois disporem de condições de vitória.

Todos têm consciência da crueldade e da ineficácia de fórmulas como a que a Alemanha começa a adotar, também imposta à Grécia e à Hungria. Basta atentar para as reações. Mandar a conta para a população significa despertá-la para protestos e mudanças inusitadas, além de constituir-se em injustiça flagrante. Se alguém deve pagar pela crise são seus artífices, as elites. Demitir funcionários e reduzir investimentos públicos, penalizando as massas, não está na pauta do nosso futuro. Ou está?

Pascal e Descartes

Pascal e Descartes não se davam. Aliás, eram adversários, quase desafetos. Debatiam e discutiam sobre tudo, da física à filosofia. Certa vez, naquelas primeiras décadas do século XVII, discordaram sobre a existência do vácuo, que Pascal pregava com razão, em seus estudos sobre a pressão atmosférica. A frase de efeito, porém, coube a Descartes: “o vácuo só existe na cabeça do Pascal…”

Por que se conta essa historinha? Porque a Justiça Eleitoral encontra-se a um passo de dirimir a dúvida sobre a vigência da nova lei da ficha-limpa, que o país inteiro quer ver aplicada nas eleições de outubro. Será registrado um vácuo na sala de sessões do Tribunal Superior Eleitoral, por conta da prevalência da ordem jurídica sobre a voz rouca das ruas?

Fonte: Tribuna da Imprensa

PMDB busca acordo para controlar traições

Agência Estado

O fim da regra da verticalização, que obrigava os partidos a reproduzir o modelo da aliança nacional em todo o País, minou a força das direções partidárias, que não conseguem impor a fidelidade aos Estados. Diante das dificuldades para fechar o apoio dos diretórios estaduais à chapa presidencial, os partidos tentam driblar a falta de comando criando um regulamento para as traições.

Que o diga o PMDB do deputado Michel Temer (SP). O partido não é o único que amarga rebeliões em regionais que disputam o poder local com o PT da presidenciável Dilma Rousseff. Também há problemas no PDT, PP e PTB. Mas, na condição de maior partido da base governista com estrutura em todo o Brasil, o PMDB saiu na frente. É o primeiro a deflagrar uma operação política para conter dissidentes que recusam apoio à chapa presidencial encabeçada pela petista, mesmo com Temer no posto de vice.

"Iniciei um trabalho de consulta aos diretórios estaduais para saber da possibilidade de promovermos uma convenção nacional, no dia 12, em que todos compareçam", diz o deputado Eliseu Padilha, representante de uma regional problema: o PMDB do Rio Grande do Sul, que vive às turras com o PT e não quer ouvir falar da candidatura Dilma.

Ao final do levantamento, ele levará a Temer as alternativas sugeridas por cada Estado para contornar o problema. Nas conversas preliminares, o presidente do PMDB já avisou aos líderes regionais que respeitará todas as decisões estaduais. Fez apenas um apelo: que não façam propaganda nos espaços institucionais do partido contra Dilma e o vice que preside o partido.

Como o objetivo maior é reduzir o impacto das traições, o alvo da operação é o palanque eletrônico. Em resumo, trair nos comícios, pode; no programa eleitoral no rádio e na TV, não pode. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: A Tarde

terça-feira, junho 08, 2010

Parlamento Sem Compromisso Social


Por : Julio César Cardoso Bacharel

Infelizmente, o Congresso Nacional tem atuado muitas vezes como sendo uma Casa de interesses políticos partidários não sociais. Os interesses e as necessidades sociais, por questões menores de picuinhas políticas e de birras entre partidos, são frequentemente escanteados, preteridos, postergados ou são tratados em nível de contexto secundário. Parece até que o Parlamento nacional não tem compromisso com o eleitor, com a sociedade, com o Brasil. Os reclamos da sociedade não são tomados com a seriedade devida por grande parte de nossos agentes legislativos. E isso se verifica em todas as legislaturas, seja de que partido for o governo federal vigente. Obstruem-se pautas, votações etc. como se os nossos parlamentares fossem os senhores reis do poder, causando sensíveis prejuízos à Nação. As oposições partidárias e o confronto de ideias fazem parte do jogo democrático.

Mas as vinganças internas entre oposição e base partidária do governo e vice-versa não podem de forma alguma prejudicar o andamento e aprovação de propostas que venham atender às necessidades da coletividade social. À sociedade não interessa saber se foi o partido A, B, ou C que idealizou uma boa proposta de interesse social. O que nos interessa é aprovação dessa proposta para o bem da coletividade.

A propósito do projeto de lei 1481/2007, de autoria do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que busca democratizar o acesso ao sistema de Banda Larga, hoje monopolizado e de custo caro para muitos brasileiros, se for verdade que existe "boicote" de parlamentares do PSDB, DEM e PPS, para não aprovação do projeto, como argumenta o deputado federal José Guimarães (PT-CE), fica bem evidenciado o modo condenável de desforras políticas interpartidárias que, infelizmente, são praticadas por todos os partidos, de forma pueril.

Julio César Cardoso Bacharel em Direito e servidor federal aposentado Reg.394.437 Tel.47-33634184 Balneário Camboriú-SC

Fonte: Jornal Grito do Cidadão

XEQUE À ONU


Por : Celso Lungaretti


Tanta gente destaca as semelhanças entre a Alemanha nazista e Israel que nem vou me dar ao trabalho de relacionar os pontos comuns. Saltam aos olhos.

Só acrescentarei um, que até agora tem passado despercebido.

A impotência da Liga das Nações em conter Adolf Hitler levou à sua dissolução.

Se a Organização das Nações Unidas, que a sucedeu, continuar sendo incapaz de enquadrar Israel, também não terá nenhuma razão para continuar existindo.

Que seja dissolvida, pois, evitando dispêndios cuja única contrapartida, nas situações agudas, tem sido a produção de retórica inócua.

Pois o que acaba de acontecer, por mais que a propaganda israelense tente embaralhar e maquilar os fatos, não passou de um ataque pirata, em águas internacionais, contra embarcações que cumpriam uma missão humanitária.

Houve pessoas assassinadas e houve pessoas sequestradas; uma ofensa gravíssima a nações livres e a seus cidadãos.

Isto não pode ser aceito passivamente, de forma nenhuma.

Assim como não poderiam ter ficado sem resposta enérgica os horrores denunciados no Relatório Goldstone.

Assim como não poderia estar sendo permitido que um país com liderança tão insensata e truculenta desenvolva um projeto nuclear sem controle internacional de nenhuma espécie.

Respaldado no poder econômico e de mídia de judeus do mundo inteiro, Israel aplica, há décadas, a lei do mais forte.

A ONU terá de agir da mesma maneira, se quiser ser respeitada: fazendo valer a força maior de que teoricamente dispõe.

Para começar, exigindo o imediato levantamento do bloqueio israelense a Gaza.

Depois, impondo a rigorosa apuração desse episódio de pirataria em alto mar, seguida da não menos rigorosa punição dos responsáveis.

E passando a colocar em mesmíssimo plano, na discussão de sanções contra projetos nucleares clandestinos, os casos do Irã e de Israel.

Ou o que vale para um vale para o outro, ou é melhor deixarmos de palhaçada. Da forma parcial como está equacionando o problema, a ONU perde toda autoridade moral.

Israel colocou a sucessora da Liga das Nações em xeque; cabe-lhe decidir se é mate ou ainda tem fibra para virar o jogo.

Só existe uma certeza: se não sair da posição defensiva, sua derrota será inevitável.

E o mundo virará terra de ninguém, com a prevalência da força sobre a razão, como Israel tudo faz para que aconteça.

* Jornalista e escritor, mantém os blogues http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/
http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com/

Servidores da justiça baiana decidem manter greve por tempo indeterminado

Mariana Paiva | A TARDE*

Os servidores do judiciário baiano decidiram em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, 8, a permanência da greve por tempo indeterminado. A categoria, em greve desde 7 de maio, discutiu os rumos do movimento e uma nova reunião foi marcada para o dia 17 deste mês. De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Sinpojud), Maria José Santos da Silva, a categoria exige que seja retirado da assembleia o projeto que incorpora o adicional de funções, que complementa os salários.

Além disso, a categoria reclama de não participar das decisões do Tribunal sobre as medidas que serão tomadas para adequar a folha de pagamento à Lei de Responsabilidade Fiscal e pede a revogação do decreto 152/2010, que corta a Gratificação Especial de Eficiência (GEE) dos salários mais baixos, além da extinção dos cargos do Reda. Eles também são contra o corte da gratificação dos funcionários.

Durante a greve, são realizados apenas serviços considerados essenciais, como emissão de guia de sepultamento, alvará de soltura, habeas corpus, liminar para casos de saúde e de ligação de água e luz.

Nesta segunda, sindicalistas tiveram uma audiência com a presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, a desembargadora Telma Britto. A desembargadora não quer comentar sobre a greve, mas disse, por meio da assessoria de imprensa do Tribunal, que aguarda que os funcionários retornem ao trabalho. De acordo com a assessoria, os grevistas apresentaram cinco propostas para a desembargadora, sendo que uma foi o pedido para que o ponto dos dias não trabalhados não seja cortado. Segundo a assessoria, a desembargadora disse que não pode atender a esse pedido porque é uma decisão do Plenário.


*Com redação de Paula Pitta | A TARDE ON Line

Contran prorroga prazo para uso de cadeirinha em carros

Agência Estado

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determinou hoje a prorrogação do prazo para a obrigatoriedade do uso de cadeirinha para crianças com menos de 10 anos nos veículos.

Segundo a assessoria do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), os diretores dos órgãos estão reunidos para definir qual será o novo prazo. A determinação da prorrogação se deu, segundo a assessoria, após a constatação da falta do produto no mercado.

A lei das novas regras para transporte de crianças entraria em vigor amanhã em todo o País. Pela lei, crianças com menos de 10 anos devem ser transportadas no banco de trás e com um dispositivo de segurança que varia de acordo com a idade.
Fonte: A Tarde

Ficha Limpa no Congresso, 85 novos processos no STF

Levantamento do Congresso em Foco mostra que o Supremo abriu uma média de três processos por semana contra parlamentares enquanto projeto tramitou no Congresso

Gervásio Batista/STF
Levantamento do Congresso em Foco mostra que STF acelerou abertura de processos contra parlamentares depois do ficha limpa

Edson Sardinha, Thomaz Pires, Lúcio Lambranho e Eduardo Militão

O Supremo Tribunal Federal (STF) acelerou o ritmo das investigações contra parlamentares enquanto o Congresso discutia o projeto ficha limpa. Levantamento exclusivo do Congresso em Foco revela que o Supremo abriu 85 processos contra 57 deputados e senadores entre 29 de setembro, data de chegada da proposta de iniciativa popular à Câmara, e o último dia 4, quando o presidente Lula sancionou a Lei Complementar 135/10, que proíbe a candidatura de políticos com condenação em órgão colegiado da Justiça. Uma média de três processos por semana ou 12 por mês, levando-se em consideração o último recesso do Judiciário, ocorrido entre 20 de dezembro e 1º de fevereiro.

O índice de investigações abertas durante a tramitação do ficha limpa supera o dos quatro meses que antecederam a tramitação da proposta, que era de 2,5 por semana ou dez por mês. Entre maio e setembro de 2009, os ministros deram encaminhamento a 30 acusações contra 25 parlamentares, conforme revelou na época o Congresso em Foco, descontado também o mês do recesso.

Segundo a assessoria do Supremo, não há nenhuma orientação no período que pudesse explicar a mudança nas médias.

Bancadas diversificadas

Enquanto o ficha limpa tramitou no Congresso, foram abertos 73 inquéritos contra seis senadores e 46 deputados. O Supremo encontrou, ainda, elementos para transformar em réus nove deputados e três senadores em 12 ações penais. Ao todo, 13 parlamentares viraram alvo de mais de uma investigação.

Na lista dos novos investigados, figuram parlamentares de 21 estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Há representantes de 13 partidos políticos: DEM, PDT, PMDB, PMN, PP, PPS, PR, PRB, PSB, PSC, PSDB, PT e PTB.

Os chamados crimes contra a honra, como calúnia, difamação e injúria, são os casos de maior incidência entre os processos abertos pelo STF durante a tramitação do ficha limpa. São ao todo 11 casos, dez inquéritos e uma ação penal.

Logo abaixo, empatados com nove casos registrados, estão os crimes de peculato (apropriação, por funcionário público, de bem ou valor de que tem a posse em razão do cargo, em proveito próprio ou alheio) e o de responsabilidade, normalmente praticado quando o deputado ou senador exercia outra função pública.

O Supremo também abriu sete processos - seis inquéritos e uma ação penal - por crime contra a Lei de Licitações. Estão também entre os tipos penais mais comuns dessa nova safra de processos cinco casos de apropriação indébita e sonegação previdenciária e mais outros quatro processos por crimes eleitorais. A lista também inclui dois crimes ambientais, um inquérito de estelionato e outro inquérito por trabalho escravo.

Condenações inéditas

No mês passado, os ministros condenaram, pela primeira vez, um parlamentar desde a Constituição de 1988. E em dose dupla: os deputados Zé Gerardo (PMDB-CE) e Cássio Taniguchi (DEM-PR), os dois por crime de responsabilidade.

Condenado a seis meses de prisão por mau uso do dinheiro público, Taniguchi ficou livre de cumprir a pena porque os ministros entenderam que o caso havia prescrito, ou seja, não era mais passível de punição por causa da demora no julgamento. Porém, se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considerar que a Lei Ficha Limpa, publicada ontem no Diário Oficial da União, valerá para as próximas eleições e que sua extensão atinge os processos decididos antes da sanção presidencial, o paranaense ficará inelegível. Os ministros responsabilizaram Taniguchi por irregularidades ocorridas no período em que ele foi prefeito de Curitiba.

No dia 13 de maio, Zé Gerardo entrou para a história como o primeiro deputado brasileiro condenado pelo Supremo desde a promulgação da Constituição de 1988. O cearense foi condenado a prestar serviços à comunidade por dois anos e dois meses e a pagar 50 salários mínimos de multa (cerca de R$ 25,5 mil). Se o ficha limpa estivesse em vigor naquela data, José Gerardo já ficaria inelegível. Inicialmente, o peemedebista foi condenado a dois anos e dois meses de prisão em regime aberto, mais multa. Porém, os ministros resolveram alterar parte de pena para prestação de serviços.

De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF), Zé Gerardo, quando administrava a prefeitura de Caucaia (CE), entre 1997 a 2000, recebeu R$ 500 mil, em recursos públicos federais, para a construção de um açude na cidade. A verba foi liberada por meio de um convênio com o Ministério do Meio Ambiente. Porém, segundo o MPF, o dinheiro foi usado para a construção de passagens molhadas, espécie de ponte erguidas com pedras em áreas alagadas.

Pressão popular

A Lei Complementar 135/10 nasceu de uma proposta elaborada pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que reúne mais de 40 entidades da sociedade civil. O texto chegou ao Congresso no dia 29 de setembro do ano passado, com o apoio de aproximadamente 1,5 milhão de assinaturas. Durante sua tramitação, o texto enfrentou forte resistência de parlamentares. Mas acabou aprovado sob forte pressão popular e o apoio virtual de 2,5 milhões de internautas, que assinaram um abaixo-assinado na internet.

O texto aprovado pelo Congresso proíbe por oito anos a candidatura de políticos condenados na Justiça em decisão colegiada, ainda que o processo não tenha finalizado seu trâmite (trânsito em julgado).

Esta é a segunda lei de iniciativa popular. A outra (Lei 9.849/99) tipificou o crime da compra de votos. Para propor um projeto de iniciativa popular, a Constituição exige a coleta de assinatura de 1% da população eleitoral nacional, distribuídas por pelo menos cinco unidades federativas. Em cada uma dessas unidades, devem ser reunidas assinaturas equivalentes a 0,3% do eleitorado local.

Leia ainda hoje:
A lista dos parlamentares que respondem aos novos processos no STF

Fonte: Congressoemfoco

Nos jornais: Senado retoma práticas que causaram crise

O Estado de S. Paulo

Senado retoma práticas que causaram crise

Um ano depois da promessa de ampla reforma administrativa e da contratação por duas vezes, no valor total de R$ 500 mil, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para aprimoramento da gestão e corte de gastos, o Senado voltou a adotar as "velhas" práticas. A Casa deu início a um processo de recontratação de 1.273 terceirizados para diferentes funções (de copeiros a chaveiros) com salários que variam de R$ 1,2 mil a R$ 6 mil. O custo do edital, pregão 73/2010, é de cerca de R$ 55 milhões ao ano.
Levantamento da ONG Contas Abertas mostra ainda que, fora o edital, o Senado renovou, pela terceira vez, o contrato com a empresa Plansul Planejamento e Consultoria, que oferece outros 327 terceirizados na área de comunicação social. A empresa receberá R$ 17 milhões até dezembro. Somados, os contratos envolvem 1,6 mil terceirizados ao custo anual de R$ 72 milhões. No primeiro estudo, a FGV advertia exatamente para o fato de que em vários casos os terceirizados desenvolvem atividades concorrentes com as atribuições dos servidores concursados. A fundação chegou a recomendar o corte de cerca de 30% dos terceirizados. O segundo estudo deve ser apresentado hoje.

Campanha de Dilma muda após dossiê e crise em MG

O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel deverá se afastar da coordenação da campanha da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Roussef. Além de ter o nome ligado a um suposto dossiê contra o presidenciável tucano, José Serra, Pimentel sai enfraquecido com a decisão do PT de apoiar a candidatura do senador Hélio Costa (PMDB) ao governo de Minas Gerais. Pimentel desejava concorrer, mas acabou derrotado, com o PT de Minas enquadrado ontem pela direção nacional do partido. Agora, o ex-prefeito será candidato ao Senado na chapa encabeçada por Hélio Costa. Amiga de Pimentel desde a juventude, Dilma ficou irritada com as atitudes do ex-prefeito, pondo em risco a aliança com o PMDB. O isolamento de Pimentel é a segunda baixa na campanha de Dilma - a primeira foi a do jornalista Luiz Lanzetta, que fez contato com agentes de serviços secretos em suposto esquema para produzir dossiês contra Serra.

PMDB busca acordo para controlar traições

O fim da regra da verticalização, que obrigava os partidos a reproduzir o modelo da aliança nacional em todo o País, minou a força das direções partidárias, que não conseguem impor a fidelidade aos Estados. Diante das dificuldades para fechar o apoio dos diretórios estaduais à chapa presidencial, os partidos tentam driblar a falta de comando criando um regulamento para as traições. Que o diga o PMDB do deputado Michel Temer (SP). O partido não é o único que amarga rebeliões em regionais que disputam o poder local com o PT da presidenciável Dilma Rousseff. Também há problemas no PDT, PP e PTB. Mas, na condição de maior partido da base governista com estrutura em todo o Brasil, o PMDB saiu na frente. É o primeiro a deflagrar uma operação política para conter dissidentes que recusam apoio à chapa presidencial encabeçada pela petista, mesmo com Temer no posto de vice.

Aécio mobiliza prefeitos em favor de tucano

Pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra visitou Montes Claros ao lado do ex-governador Aécio Neves, que mobilizou os aliados em favor da candidatura do tucano. O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), que vai tentar a reeleição, também participou do encontro com lideranças e prefeitos da região norte de Minas. Na primeira aparição com o ex-governador paulista desde que voltou das férias ao exterior, Aécio cobrou ontem dos cerca de 60 prefeitos do PSDB, PPS, DEM, PP, PTB e PSC presentes no auditório do Automóvel Clube o voto casado em Anastasia e no presidenciável tucano, chamado sempre de "presidente Serra".

Ibope muda tática de Serra e Lula

Tucanos e petistas reavaliam estratégias de campanha diante da divisão regional revelada pela última pesquisa de intenção de votos do Ibope, em que José Serra (PSDB) lidera no Sul-Sudeste e Dilma Rousseff (PT) no Norte-Nordeste. Além de ter escolhido Salvador para lançar a candidatura de Serra, o PSDB aposta em palanques fortes no Ceará, Paraíba, Alagoas e Pernambuco para aumentar a inserção do tucano. Cabos eleitorais como Tasso Jereissati (CE), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Paulo Souto (DEM-BA), Teotônio Vilela (AL), João Alves (SE) e Jackson Lago (PDT-MA) ajudarão a reduzir a vantagem de Dilma na região, garantem dirigentes do PSDB.

'Pagador' do comitê fatura R$ 214 mi na gestão Lula

A trama para montar uma central de dossiês no comitê de Dilma Rousseff trouxe à ribalta um personagem até então desconhecido que tem transitado com desenvoltura entre os bastidores da campanha petista e a máquina de contratos do governo federal. Conhecido como Bené, o jovem empresário brasiliense Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, 34 anos, ficou rico no governo do PT e, discretamente, tornou-se uma espécie de filantropo do comitê de Dilma. Encarregado de cuidar das finanças e da logística da megaestrutura montada em Brasília para servir à pré-campanha petista, o empresário participou até das negociações com os arapongas contratados pelo comitê para produzir dossiês contra adversários de Dilma. O empresário chegou à campanha pelas mãos do núcleo mineiro do comitê petista, capitaneado pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. Até semana passada, ele vinha trabalhando ao lado do jornalista Luiz Lanzetta, afastado da campanha após aparecer como pivô da estratégia de organizar um bureau de espionagem no comitê do PT.

Acareação vai 'desmascarar' petistas, diz ex-delegado

Pivô do escândalo do suposto dossiê contra o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, o ex-delegado da Polícia Federal Onézimo Sousa disse ontem ao Estado ter provas de que a proposta de espionagem política partiu do comando do PT, em reunião para a qual foi convocado num restaurante de Brasília. Ele disse que aceita fazer uma acareação "para desmascarar" os emissários petistas presentes, que teriam se apresentado em nome do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. "Tenho provas definitivas da abordagem que eles me fizeram e topo a acareação de bom gosto, desde que seja séria, na Justiça", afirmou. Ele disse que recusou a proposta de trabalho, pela qual receberia R$ 1,6 milhão em dez parcelas, porque considerou o comitê petista uma bagunça, sem controle e dirigido por irresponsáveis. "O PT é um serpentário, que não está preparado para fazer uma campanha e muito menos para governar o País", disse.

PT entra na Justiça com interpelação contra Serra

O PT ingressou ontem na Justiça de São Paulo com interpelação ao pré candidato do PSDB à Presidência, José Serra. O partido quer que o tucano explique acusações à presidenciável petista, Dilma Rousseff, no episódio da suposta fabricação de dossiês. O pedido de explicações foi distribuído para a 22.ª Vara Criminal da capital. Na semana passada, Serra declarou que Dilma era a responsável pela elaboração de dossiê contra ele e sua filha, Verônica. Segundo o PT, o tucano fez "acusações e ilações"contra o senador Aloizio Mercadante e o deputado Ricardo Berzoini, ambos da sigla.
Os advogados do PT Pierpaolo Bottini e Igor Tamasuaskas, que subscrevem a ação, juntaram à petição sete indagações a Serra. Eles citam reportagens veiculadas pela imprensa com as declarações atribuídas ao tucano.

O Globo

Lula admite disputar eleições em 2014

Numa das entrevistas dos últimos dias sobre a Copa do Mundo, o presidente Lula admitiu disputar novamente as eleições em 2014. Ao responder à pergunta da “Band” se descartava ser candidato em 2014, o presidente respondeu que não, mas disse que, na Copa do Mundo do Brasil, vai assistir aos jogos, no Morumbi ou no Maracanã, como torcedor.

— Espero, como torcedor, estar no Morumbi ou no Maracanã assistindo ao jogo da seleção brasileira — disse Lula.

O entrevistador perguntou se isso significava que descartava disputar as eleições de 2014, e Lula respondeu: — Não, eu não descarto (ser candidato), mas a única coisa que tenho certeza é que vou estar fora do governo (na Copa de 2014). Lula tem sido dúbio ao tratar da sucessão presidencial em 2014. Em 2007, à “Folha de S. Paulo”, ele disse que a conjuntura política do momento indicaria se deveria ou não ser candidato. No início deste ano, porém, ao “Estado de S. Paulo”, Lula afirmou que não pensava em retornar à Presidência em 2014, porque o eleito teria direito de tentar a reeleição.

Cúpula do PT soube de dossiê no fim de 2009

Apontado como bode expiatório no episódio do suposto dossiê contra o pré-candidato José Serra, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) não era o único que sabia das denúncias. Toda a cúpula petista que integra a coordenação de campanha da pré-candidata Dilma Rousseff tinha conhecimento, desde o fim de 2009, da existência de um farto material investigativo contra o tucano e sua filha, Verônica Serra. Ontem, dois jornalistas envolvidos no caso negaram a versão do delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo das Graças Sousa, de que o comitê petista desejou contratar serviços de espionagem. Segundo relatos feitos ao GLOBO por dirigentes do PT, o partido esperava que aliados do ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG) usassem o material durante o processo de disputa interna no PSDB para a escolha do presidenciável tucano.

Serra mira em Dilma e critica 'jogo sujo' na eleição

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, pediu o fim da “baixaria” e do “jogo sujo” na eleição, e voltou a acusar ontem a sua oponente petista, Dilma Rousseff, pelo suposto dossiê que estaria sendo montado contra o tucano e sua filha, Verônica Serra. Serra evitou citar nominalmente Dilma ou outro integrante do PT, mas disse que esse tipo de atitude é “característica desse pessoal”: — O que precisa acabar é a baixaria, é contratar arapongas, é espionar, é denegrir famílias — disse o tucano. — A gente precisa acabar no Brasil (com essa história de) que a cada eleição, como em 2006, a gente fica encontrando essas coisas que não fazem nenhum bem ao processo democrático. Estamos voltando àquela velha prática, característica desse pessoal, de jogo sujo, abaixo da cintura, ataques a familiares e coisas do gênero.

PT nacional enquadra petistas de Minas e fecha apoio a Hélio Costa

Num clima descrito por petistas mineiros como de “velório”, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, formalizou ontem decisão do partido e da pré-candidata Dilma Rousseff de enquadrar o PT de Minas e forçar o apoio ao peemedebista Hélio Costa na disputa pelo governo do estado. Assim, enterrou a pretensão do PT mineiro de lançar ao cargo Fernando Pimentel, exprefeito de Belo Horizonte e um dos coordenadores da campanha presidencial. Com a decisão, fica garantida a realização da convenção do PMDB, sábado, para a formalização da aliança nacional entre os dois partidos em torno da candidatura Dilma.

Serra irá para a convenção sem vice escolhido

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), admitiu ontem que a escolha do candidato a vice na chapa do pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, deverá mesmo ficar para depois da convenção nacional do partido, marcada para este sábado, em Salvador: — Não vai dar para resolver isso até a convenção, embora nossa ideia fosse resolver logo — admitiu Guerra. A prioridade da coordenação da campanha tucana esta semana é organizar a convenção que formalizará a candidatura de Serra. Como o vice da chapa não estará definido, deverá ser delegado à Executiva Nacional do PSDB o poder para referendar posteriormente o nome do escolhido, assim como de novas alianças que possam ser garantidas até 30 de junho.

— Não é obrigatório decidirmos até a convenção o nome do vice. Nosso prazo para isso vai até 30 de junho — reiterou o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA).

Aécio pede votos para Serra em Minas

Na visita ao norte de Minas, o ex-governador Aécio Neves, que deverá disputar o Senado pelo PSDB, pediu voto para Serra. Declarou que percorrerá o estado para dizer “diretamente à dona de casa, ao estudante, ao empresário, ao homem do campo: me ajudem a continuar trabalhando por Minas Gerais”.

Em cinco meses, mais de dois fora de Brasília

Na véspera de um giro de três dias por cinco estados do Nordeste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que, até o fim do ano, vai viajar muito mais pelo país para inaugurar obras do governo federal, especialmente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), inclusive aos sábados e domingos. No primeiro semestre de 2010, Lula passou mais de dois meses fora de Brasília. Foram 61 dias viajando pelo Brasil e exterior. Ele ficou 27 dias no exterior e visitou 17 países. No Brasil, Lula percorreu 33 cidades de 12 estados, sem contar os fins de semana que ele passou em São Bernardo do Campo, onde fica o apartamento de sua família. O presidente gastou 34 dias em eventos pelo país afora. A partir de hoje, Lula cumprirá um roteiro pelo Nordeste, a partir do Ceará, passando pelo Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe, com encerramento na Bahia. Até o fim do mês, deverá ir a Minas, ao Amazonas e ao Canadá, para a reunião do G-20 (grupo de países industrializados e emergentes).

Pré-candidatos fazem coro em defesa do etanol

Os três principais pré-candidatos à Presidência saíram ontem em defesa do etanol brasileiro, durante entrega do 1oPrêmio Top Etanol, promovido pela União Nacional da Indústria de Cana de Açúcar (Unica). José Serra, do PSDB, aproveitou o tema para criticar o governo federal e, indiretamente, a sua principal adversária, Dilma Rousseff (PT). O tucano disse que o governo deveria se empenhar na luta pela unificação das alíquotas do ICMS em todos os estados. E chegou a sugerir o patamar de 12%, como acontece em São Paulo.

— Em São Paulo, reduzimos o ICMS para o etanol para 12%. Tentei negociar a redução com alguns estados, mas a coisa ficou muito fragmentada. O que eu acho é que o governo federal tem que se jogar nisso, ativamente, em toda essa negociação — disse ele, aplaudido.

Recurso ao TSE tenta punir Zequinha Sarney

O Ministério Público Eleitoral recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o deputado José Sarney Filho (PV-MA) por uso indevido de meios de comunicação e abuso do poder econômico e de autoridade. O MPE alega que Zequinha Sarney teria distribuído como encarte, nas eleições de 2006, 9.223 boletins informativos com teor eleitoral no jornal que pertence à família dele. O deputado é candidato à reeleição. O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão considerou que não houve irregularidade na distribuição dos boletins, já que, segundo o tribunal, o material não influenciou o resultado das eleições.

Vice de Wagner agora vai ser vice de Geddel

O deputado federal e ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB) fechou ontem sua chapa para a eleição de outubro deste ano, ontem, com os nomes de Edmundo Pereira (PMDB) para a vaga de vice e de Edvaldo Brito (PTB) para o Senado, ao lado do senador César Borges (PR), que tentará a reeleição. Nenhuma surpresa, não fosse um detalhe: o candidato a vice na chapa de Geddel, Edmundo Pereira, já é vice-governador, mas de seu principal adversário na disputa, o atual governador, Jaques Wagner, que tentará a reeleição pelo PT. Indicado para vice do petista por Geddel na eleição de 2006, Pereira marcou sua passagem pelo governo do estado pela discrição, conquistando a tal ponto a confiança de Wagner que, quando houve o rompimento do petista com o PMDB, o governador continuou a chamá-lo de “irmão”.

Serra e 'muleke'

O que não se faz por um voto? O pré-candidato à Presidência José Serra (PSDB) respondeu dançando. Após ver uma saltitante Sabrina Sato mostrar o que era a dança “Ah, muleke” — parte do programa “Pânico na TV”, no último domingo à noite —, Serra pegou o microfone da mão da apresentadora. E começou a se balançar de um lado a outro, tentando imitar a dança: — Ah, muleke. Ah, muleke. Ah, muleke — cantarolava ele, enquanto isso, em tom monocórdico. Antes, Serra ainda teve de ouvir Sabrina perguntar se era mais difícil convencer Aécio Neves a ser vice ou o técnico Dunga a chamar Neymar. Ou o que era pior na campanha: “Ter que abraçar todo mundo suado ou falar bem do Lula?”: — Não... Nenhuma das duas... Gosto de abraçar as pessoas. E não sou obrigado a falar bem ou mal de ninguém.

Decreto contra nepotismo atingirá 150 no governo

Um decreto assinado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que proíbe nepotismo na administração pública federal, obrigará pelo menos 150 funcionários públicos ocupantes de cargos em comissão a deixar seus empregos nos próximos dias. Os 150 mantêm algum grau de parentesco com ocupantes de cargos de confiança do governo. O decreto de Lula veda o nepotismo em vários escalões do governo, seja em fundações, ministérios ou até na Presidência da República. A estimativa do número de demissões é da Controladoria Geral da União (CGU), que, em 2009, fez um levantamento sobre casos de parentesco entre os cerca de 21 mil ocupantes de cargos em comissão no Executivo federal. O decreto proíbe também a contratação, sem licitação, de empresa cujo proprietário seja parente de algum funcionário do órgão contratante. Está proibida até mesmo contratação de estagiário parente de servidor de cargo de confiança.

Votação de novo código pode atrasa

Apesar da exaustiva discussão travada no mundo jurídico nos últimos seis meses, senadores, deputados e especialistas acreditam que o novo Código de Processo Civil dificilmente será transformado em lei ainda este ano. Além da própria complexidade do texto — que tem 997 artigos —, a campanha eleitoral e a Copa do Mundo tornamse obstáculos naturais para a tramitação da proposta. O projeto será apresentado hoje no Senado e o primeiro debate sobre o texto, coordenado pelo ministro Luiz Fux, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), está previsto para amanhã. Além do calendário atípico, a experiência da tramitação do novo Código de Processo Penal aponta um ritual prolongado pelo qual o novo Código Civil deve passar. Só na Comissão Especial, as mudanças da lei penal foram debatidas por sete meses. Este projeto deve ser votado na tarde de hoje pelos senadores.

Pantanal tem segunda maior área desmatada

Entre 2002 e 2008, 4.279 quilômetros quadrados do Pantanal foram devastados — 2,82% do bioma, que tem 151.313 quilômetros quadrados. O levantamento é o primeiro feito no governo Lula. O Pantanal, proporcionalmente, tem a segunda maior área desmatada no período, se comparado a outros três biomas. No cerrado foram perdidos 4,17% da vegetação natural; no Pantanal, 2,82%; na Amazônia, 2,54% e na caatinga, 2,01%.

Procurador-geral do DF é processado

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) abriu ontem processo disciplinar contra o procuradorgeral do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, e a promotora Deborah Guerner, para investigar se eles participaram do esquema de corrupção do governo do ex-governador José Roberto Arruda, o mensalão do DEM. Os integrantes do conselho detectaram “indícios fortíssimos” de envolvimento da dupla nas irregularidades. Segundo depoimentos, os promotores recebiam propina em troca de favorecimento ao então governador em investigações do Ministério Público.

— (A abertura do processo) é fundamental para o esclarecimento definitivo das graves acusações que pesam sobre os denunciados — disse o corregedor do CNMP e relator do caso, Sandro Neis.

Folha de S. Paulo

Por aliança com PMDB, PT impõe acordo em Minas

O PT pagou ontem a última grande fatura pelo apoio nacional do PMDB a Dilma Rousseff (PT). As cúpulas dos dois partidos anunciaram o ex-ministro Hélio Costa (PMDB) como o candidato lulista ao governo de Minas.
Adversário de Costa pela vaga e com o nome ligado a suspeitas de espionagem dentro da campanha nacional petista, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) será candidato ao Senado e disse não saber se continua na equipe de Dilma, de quem é amigo. Desde maio, PT e PMDB já haviam acertado nos bastidores o anúncio de ontem. Peemedebistas diziam que outra solução colocaria em risco o apoio a Dilma.

Derrotado, grupo vê intervenção e desmobilização da militância

O grupo majoritário do PT de Minas, controlado pelos apoiadores do ex-prefeito Fernando Pimentel, se disse derrotado pela "intervenção branca" da direção nacional do PT. E, como consequência, não se empenhará pela candidatura de Hélio Costa ao governo mineiro. Falando à Folha sob a condição de que não se divulgassem nomes, o grupo dominante no PT mineiro diz que compete agora ao PMDB motivar a militância petista, embora não acredite que consiga envolvê-la na campanha. O grupo diz ter ido até o limite, que era o martelo da direção nacional. A intenção era ver se Costa desistia. Como isso não ocorreu, entendia que não poderia ser confrontada a aliança pró-Dilma. Apenas por isso não esticou mais a corda.

Marina troca coordenador de campanha

A campanha da presidenciável Marina Silva (PV) vive um momento de troca de guarda. O coordenador nacional Alfredo Sirkis está de saída para se dedicar à própria candidatura a deputado federal, pelo PV do Rio.
O cargo será assumido pelo ambientalista João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente na gestão da senadora. Ele dividirá o comando com o vice da chapa, o empresário Guilherme Leal. A dupla conta com a confiança de Marina, mas não tem experiência em eleições presidenciais. Isso levou os verdes a buscarem o reforço de mais um ex-petista: o ex-deputado Airton Soares, 64.

PT questiona Serra por acusação contra Dilma

O PT protocolou ontem na Justiça de São Paulo uma interpelação (intimação a prestar esclarecimentos) contra o pré-candidato à Presidência José Serra (PSDB). Com sete perguntas, a ação pede explicações sobre a declaração do tucano que atribuiu à concorrente petista, Dilma Rousseff, a responsabilidade pela produção de um dossiê antitucano. "A principal responsabilidade desse dossiê é da candidata Dilma. Não tenho dúvidas", disse Serra, na quinta-feira passada. O ex-governador paulista também afirmou que o PT tem a tradição de produzir dossiês e lembrou o escândalo dos aloprados, que abateu a candidatura de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo em 2006.

Pedido era para investigar tucano, confirma delegado

O delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo das Graças Sousa reafirmou ontem à Folha que o jornalista Luiz Lanzetta -encarregado, até a semana passada, da área de imprensa da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT)- lhe pediu que investigasse o tucano José Serra. Sousa disse que não aceitou fazer o trabalho nem fechou o contrato. Negou também ser amigo do deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), acusado de produzir dossiê anti-PMDB para ajudar Serra. Tanto Lanzetta quanto o jornalista Amaury Ribeiro Jr., presentes à reunião, negaram que tal pedido sobre Serra tenha sido feito. Lanzetta deixou a campanha após a "Veja" divulgar as declarações de Sousa.

Decreto tenta fechar brechas para nepotismo

Decreto publicado ontem pelo governo federal tenta fechar as últimas brechas para a contratação de parentes de servidores não concursados.
O texto proíbe que qualquer pessoa nomeada em órgão público tenha cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau em cargo de comissão em entidades governamentais vinculadas. Com isso, o parente de um ministro, por exemplo, não poderá ocupar cargo dentro de uma empresa pública que seja vinculada ao ministério. O mesmo serve para autarquias, fundações e sociedades de economia mista. No caso do presidente e do vice, o decreto proibiu seus parentes de ocuparem qualquer cargo em qualquer órgão da administração pública. A norma tenta também barrar o nepotismo cruzado -quando há nomeação de parentes em órgãos diferentes. Mas o texto é genérico e não traz casos específicos.

Lula defende inibir venda de terras a estrangeiros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o governo federal estuda maneiras de limitar a compra de terras produtivas no Brasil por estrangeiros. Lula não deu detalhes de como isso será feito. Informou apenas que as medidas estão em estudo pelos ministérios da Justiça e da Defesa. "Esse é um problema que nós precisamos começar a discutir. Uma coisa é o cidadão vir e comprar uma usina, comprar fábrica. Outra coisa é ele comprar a terra da fábrica, a terra da soja, a terra do minério", disse.

Procurador do DF vai permanecer no cargo


O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) negou ontem pedido de afastamento do procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bandarra, acusado de ter recebido mais de R$ 1,6 milhão do mensalão do DEM.
Por 7 votos a 5, o órgão abriu processo disciplinar contra Bandarra, mas vai mantê-lo à frente do Ministério Público do DF, que investiga o mensalão do DEM. No órgão, a punição máxima é uma aposentadoria forçada. Todos os conselheiros concordaram que os indícios contra Bandarra são "graves", mas não consideraram a suspeita suficiente para afastá-lo. "O afastamento só pode ser feito com provas. A situação é grave, mas ainda são indícios", disse o conselheiro Claudio Barros.

Correio Braziliense

De investigador a investigado

O procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bandarra, escapou de ser afastado do cargo pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Mas vai responder a processo administrativo disciplinar por suspeita de vazamento de informações e corrupção. Os integrantes do Conselho acompanharam de forma unânime o voto do corregedor nacional do MP, Sandro Neis. Ele defendeu uma investigação sobre a conduta de Bandarra e da promotora Deborah Guerner ao identificar “indícios muito fortes” de falta funcional, em favorecimento a Durval Barbosa. O afastamento dos dois agentes públicos foi negado em resultado apertado — 7 votos a 5.

Temporada de inaugurações

A proximidade das eleições e as definições de alianças partidárias nos estados serviram de combustível para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudasse o tom do discurso, ontem, durante o programa de rádio semanal Café com o presidente. O chefe de Estado afirmou que, em breve, usará até os fins de semana para viajar e inaugurar obras. De acordo com ele, o pleno funcionamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) fará com que a demanda das viagens aumente de maneira considerável. Ele diz fazer questão de entregar os resultados das construções até o último dia de mandato.

Deputado sonha criar Dia Nacional do Sexo

Nunca antes na história deste país a libido do brasileiro foi tão discutida pelas autoridades. Nos Três Poderes, sobram ideias e conselhos para levar a cama para a varanda ou para o Congresso. Na Câmara, a Comissão de Educação e Cultura vai analisar projeto que cria o Dia Nacional do Sexo. A proposta, de autoria do ex-deputado Edigar Mão Branca (PV-BA), suplente de Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), pretende instituir um “segundo dia dos namorados” no calendário. A data escolhida é o dia do aniversário de Mão Branca, 14 de janeiro. “É meu aniversário. Parece brincadeira, mas escolhi a data porque vim ao mundo por um ato sexual”, afirma.

As vaias dos ambientalistas

O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) entrega, hoje, o relatório na Comissão Especial que vai instituir o novo Código Florestal Brasileiro. O texto foi concluído sob uma chuva de críticas dos ambientalistas de todo o país, incluindo a bancada do setor no Congresso Nacional. Os parlamentares ficaram ainda mais insatisfeitos quando souberam que o relator do projeto se encontrou com integrantes do grupo ruralista da Câmara e do Senado para mostrar os trechos mais polêmicos do documento. Na semana passada, por exemplo, o deputado Moreira Mendes (PPS-RO) revelou ao Correio que Aldo Rebelo marcou uma reunião informal com outros deputados e senadores ruralistas. “Não foi uma reunião oficial, mas fiquei muito satisfeito com o texto porque está adequado à realidade brasileira”, afirmou Mendes.

Mais conforto para deputados

Escondida atrás do balcão de check-in de uma companhia área, a Sala VIP da Câmara dos Deputados no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, será reformada nos próximos meses. O projeto prevê a divisão da área de 43 metros quadrados em um espaço para reuniões e outro, com sofás e uma televisão de LCD. Apesar de a Casa afirmar que é apenas uma “sala de apoio”, e não uma “área VIP”, como aquelas oferecidas pelas companhias áreas, a ideia é atrair mais parlamentares. Deputados que utilizam as instalações reclamam da falta de privacidade e da estrutura precária para o trabalho. Outros desconhecem o espaço, apesar das despesas mensais com aluguel e infraestrutura. Para chegar à sala, é preciso passar por um estreito corredor e subir uma escada. O local tem quatro sofás que ocupam quase todo o espaço, além de um aparelho de TV de 20 polegadas, fax, computador, telefone e uma pequena copa. O pregão eletrônico prevê a compra de divisórias, tapete, estantes, três sofás, seis poltronas e sete cadeiras giratórias. O valor ainda não foi fechado.

Servidores exonerados se o chefe tirar licença

A partir de agora é oficial. Serão automaticamente exonerados os secretários parlamentares dos deputados que pedirem licença para tratar de interesse particular, sem direito a remuneração. A decisão foi tomada a partir de um fato concreto: a licença do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que esteve afastado de 28 de abril a 29 de maio para fazer uma viagem aos Estados Unidos. Os 11 assessores dele ficaram sem emprego durante um mês, mas já estão sendo recontratados. A norma já era seguida informalmente, afirmam os diretores da Câmara, mas agora está regulamentada por ato do diretor-geral, Sérgio Sampaio. O número de deputados que se afastam do mandato para tratar de interesses particulares tem sido pequeno. Neste ano, quatro até agora. Apenas Ciro ficou afastado por um mês. Os outros três, juntos, estiveram longe do trabalho por 12 dias.
Fonte: Cogressoemfoco

O velho e conhecido “fogo amigo”

“Embora não seja uma exclusividade do PT (e as diferenças entre José Serra e Aécio Neves no PSDB estão aí para provar isso), há no partido de Lula uma especial inclinação por divisões internas que têm motivação política”

Uma conceituada jornalista de Brasília, com vários anos de atuação em economia e agora trabalhando numa empresa de assessoria, recebeu há algumas semanas um convite para integrar a equipe de imprensa da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Amiga do chefe da assessoria, que veio com Dilma da Casa Civil, ela foi se aconselhar com ele antes de resolver se aceitaria o convite (que, como se vê, não foi feito a ela por ele). “Deve haver algum engano aí”, espantou-se o assessor de Dilma. “Eu não estou sabendo de nada sobre isso”. Diante da informação, a jornalista preferiu ficar no emprego em que já estava.

Ficou evidente para essa jornalista que ela integraria uma equipe paralela à equipe oficial. Para fazer o quê ou para responder a quem, ela preferiu nem saber. O sinal que acendeu para ela dizia em grandes e garrafais letras vermelhas: “Isso é rolo na certa”.

A história ilustra o que está por trás da história do tal dossiê que se estaria preparando por alguma parte da equipe de Dilma contra José Serra. As velhas disputas políticas de sempre, as velhas desconfianças das tendências petistas umas contra as outras criaram o ambiente a partir do qual fermentou a tal história. Setores paralelos trabalham sem que um dê satisfação para o outro, desconfianças fazem com que uns vigiem os outros. E alguém tem ideias brilhantes que não comunica aos demais (provavelmente porque tem certeza de que, no fundo, as ideias não são mesmo tão brilhantes assim).

Duas coisas aconteceram no rolo do dossiê. O jornalista Amauri Ribeiro Júnior já fizera, para um livro que vai publicar, uma investigação sobre o processo de privatização no governo Fernando Henrique Cardoso. De fato, há imenso potencial de escândalo ali, desde a história do tal “limite da irresponsabilidade”, dito pelo ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, no famoso grampo do BNDES. Ele é procurado por Luiz Lanzetta, dono da empresa que o PT contratou para que ela subcontratasse a equipe de assessoria de Dilma. Lanzetta estava interessado nas informações que Amauri coletara, para eventualmente aproveitá-las na campanha. E o convida para um almoço em que também estava o ex-delegado da Polícia Federal Onésimo de Souza e dois “agentes” que trabalhavam com ele. São tipos comuns em Brasília: ex-policiais, ex-agentes de inteligência que trabalham como arapongas a soldo fazendo investigações a quem lhes pagar contra quem os contratantes determinarem. Na linha da desconfiança de todos contra todos, eles deveriam apurar quem eventualmente na campanha de Dilma poderia ter ligações e estar repassando dados confidenciais para Serra.

O primeiro ponto complicado é misturar na mesma mesa um jornalista com esses investigadores. Eles fariam o mesmo tipo de coisa? Amauri é um conceituado repórter investigativo. O interesse de Lanzetta iria além das informações que ele teria sobre as privatizações? Ele participaria de outras investigações? Se não, por que estava ali, naquela mesma mesa com os agentes?

O mais enrolado da história é que, de acordo com todas as versões, Dilma nada sabia sobre a reunião nem sobre que coisas aquele grupo estava destinado a apurar. E, quando soube, mandou parar com tudo. Isso tudo é parte da mesma história contada no primeiro parágrafo, de movimentos paralelos, fora do oficial. Embora não seja uma exclusividade do PT (e as diferenças entre José Serra e Aécio Neves no PSDB estão aí para provar isso), há no partido de Lula uma especial inclinação por divisões internas que têm motivação política. E como levar isso a consequências que, parafraseando Ricardo Sérgio, fogem do “limite da irresponsabilidade”.

A mesma história de desconfiança de que alguém repassava informações do governo para Serra foi levantada por José Dirceu quando ele era ministro da Casa Civil no começo do governo Lula. Dois assessores que já haviam trabalhado com Serra foram, na época, apontados como suspeitos. Nada se provou, tudo pareceu mesmo uma paranóia sem sentido que só serviu para tornar meio irrespirável o ar no quarto andar do Palácio do Planalto, onde ficam a Casa Civil e a Secretaria de Assuntos Institucionais. No fundo, intrigas que alimentavam disputas internas de poder. Como agora. O velho e conhecido “fogo amigo”.

No embalo em que está a campanha de Dilma, é difícil que tal episódio traga maiores prejuízos eleitorais. Mas o “fogo amigo”, quando não acaba por ferir de fato algum aliado gravemente, no mínimo provoca uma imensa e desnecessária perda de energia, que, na verdade, deveria estar sendo usada contra o inimigo.

Fonte: Congressoemfoco

PMDB: Temer omite Requião e Simon reage

Fábio Góis

O presidente nacional do PMDB e da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP), distribuiu ofício aos delegados regionais dos partidos convidando-os para a Convenção Nacional Ordinária, no próximo dia 12, em Brasília. Na convocação, porém, Temer mencionou que na pauta havia apenas a decisão sobre a sua indicação para vice-presidente na chapa da candidata do PT, Dilma Rousseff, omitindo que também há uma proposta de candidatura própria do partido, do governador do Paraná, Roberto Requião.

O único item da ordem do dia registrada do documento – assinado por Temer em 1º de junho e publicado na última sexta-feira (4) no Diário Oficial da União – convoca os “companheiros” peemedebistas a aprovar sua indicação a vice. Nenhuma linha sobre o registro de candidatura própria do ex-governador do Paraná, Roberto Requião, “formalizada” na quarta-feira (2) com as bênçãos do senador Pedro Simon (PMDB-RS).

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Simon lança Requião à Presidência

Em tese, a omissão do registro de candidatura do ex-governador no documento assinado por Temer daria margem a uma ação judicial – e é mais um sinal de uma divisão interna no PMDB, em que uma minoria apóia Requião. O desrespeito ao edital de convocação pode ser confirmado no parágrafo 1º do artigo 2: “O pedido de registro de candidatura será requerido pelo próprio candidato ou pela Comissão Executiva, até 48 horas antes da realização da Convenção Partidária”.

Burocracia

A assessoria de Temer argumentou que a burocracia levou à não inclusão da candidatura de Requião na pauta: o requerimento não pôde ser registrado por ter sido protocolado por meio de fax com a assinatura de Requião, além de uma carta levada a Temer, “em mãos”, por um dos filhos do ex-governador.

Presidente do PMDB gaúcho, Simon informou à reportagem que novo protocolo foi feito às 16h desta segunda-feira (7), desta vez com a assinatura “autenticada”. O senador disse ainda que a assessoria de Temer garantiu um “adendo” ao texto da pauta, com a devida inclusão da candidatura própria.

“Eles me garantiram [o registro do adendo]. Se não fizerem isso, sabem que posso entrar com uma ação judicial”, disse Simon, um dos fundadores do partido, explicando que cabe um mandado de segurança em caso de confirmação da infração ao edital. Segundo o senador, a assessoria de Temer não informou quando seria feito o reparo.

O lançamento da candidatura de Requião expõe a tendência de uma dissidência do partido com relação ao apoio à pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Mas Simon e o próprio Requião sabem que são mínimas as chances de que a candidatura própria à Presidência seja aprovada na convenção nacional do PMDB, que deve confirmar o amplo domínio da ala paulista.

Outro fator determinante para a confirmação de Temer como vice de Dilma são as coligações regionais – hoje (segunda, 7), aliás, PT e PMDB chegaram ao consenso em torno da candidatura do ex-ministro das Comunicações Hélio Costa para o governo de Minas Gerais. O acordo reforça a influência da ala majoritária representada por Temer, e de quebra favorece Dilma na corrida sucessória.
Fonte: Congressoemfoco

GOVERNO FEDERAL PROIBE NEPOTISMO. E AQUI?

O governo federal publicou no Diário Oficial desta segunda-feira (7) um decreto que proíbe o nepotismo em todos os órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta. A medida atinge desde a Presidência da República, ministérios, autarquias e fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. O decreto veda a contratação, nomeação ou designação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral, por consanguinidade ou afinidade, até o terceiro grau, para as seguintes funções: cargo em comissão ou função de confiança, atendimento a necessidade temporária de excepcional interesse público e estágio. A prática do nepotismo cruzado também foi proibida. O decreto veda a contratação quando houver circunstâncias caracterizadoras de ajuste para burlar as restrições ao nepotismo. BN

E AQUI, MINISTÉRIO PÚBLICO ?

Já cansamos de denunciar neste site, os inúmeros casos gritantes de NEPOTISMO ESCANCARADO na administração pública municipal. Sabemos que o STJ (Supremo Tribunal Federal) aprovou uma Súmula Vinculante que proibe o nepotismo em todas as esferas de governo, e que o Ministério Público Estadual vem travando uma verdadeira 'cruzada' contra essa prática ilegal e imoral. Por que isto não vem acontecendo em Itapetinga? O que impede o nosso bravo Ministério Público de agir? Falta alguém denunciar? Então pronto, a denúncia está feita. Podem me convocar que eu digo os nomes, mas por favor, desengavetem as outras denúncias que fizemos.

Davi Ferraz

Fonte: Sudoeste Hoje

Fotos do dia

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Sob frio intenso, São Paulo entrou em estado de atenção por causa  da baixa umidade do ar Rota alternativa à Fernão Dias, avenida Coronel Sezefredo Fagundes  passará por reformas Pela segunda vez, quadrilha invade o shopping Cidade Jardim. Ontem,  o alvo foi a loja Rolex

Humorista de 'A Praça' morre aos 68 anos

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O comediante Vianna Júnior, 68 anos, morreu ontem em sua casa em Itanhaém (litoral paulista). O ator era conhecido como o Apolônio de "A Praça É Nossa" (SBT) que contracenava com a Velha Surda (Rony Rios). De acordo com o atestado de óbito, Vianna teve falência múltipla de órgãos. O comediante sofria de ataxia cerebelar, o que o impedia de controlar os movimentos musculares. Vianna foi enterrado em Itanhaém.
(Folha de S.Paulo)

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