Nelson Jobim, o carreirista dos Três Poderes, tenta criar crise militar. Para ver se aparece como candidato a vice, (na lista tríplice) desbancado os irregulares do PMDB ou até superando o presidenciável Requião
É a mediocridade mais bem remunerada e nomeada de toda a história brasileira. Um fracasso completo e irrefutável, pertenceu ao Legislativo, (deputado), ao Executivo (Ministro da Justiça) e ao Judiciário. (Ministro do Supremo). Agora é novamente Executivo, (Ministro da Defesa) e será outra vez Legislativo (Deputado), o cargo que sobrará para ele, depois da desincompatibilização.
Além do fato inédito de pertencer aos Três Poderes, a constatação que o perseguiu mas não o invalidou para novas e repetidas escolhas, em cargos sempre mais importantes. Sua participação em cada um dos Poderes foi marcada pela indignidade, irregularidade, até mesmo pela calamidade, confessada por ele.
Além dessas palavras, pode ser dito também, com interrogação: sendo um fracasso completo, por que foi acumulando posições e nomeações? Prejudicou a renovação, (ou como chamo há 20 anos, a RENOVOLUÇÃO, não falo em REVOLUÇÃO, fica sempre a impressão de luta armada) e várias vezes foi “enxotado” em plena decadência, por causa da revolta do próprio Poder ao qual pertencia naquele momento.
Lembremos ligeiramente da passagem de Nelson Jobim por cada um desses Três Poderes, agora a segunda pelo Executivo.
Deputado – Constituinte, um fracasso, nas Comissões ou no plenário. Foi o responsável (em parte) pela derrota do Parlamentarismo. Toda a Constituinte se encaminhava para aprovar o sistema que tinha como grande defensor o senador Afonso Arinos. Ficamos com essa Constituição dúbia e desequilibrada. No conteúdo, Parlamentarismo. Na forma, presidencialismo-pluripartidarismo, uma excrescência.
Essa palavra se aplica maravilhosamente ao Jobim que nos subterrâneos da madrugada, na Comissão de Redação da Constituinte, “emendou a “Constituição” que nascia. Ninguém soube. Era o crime perfeito.
Como a maldição do crime perfeito é o fato de ninguém saber, passados alguns anos, ele mesmo veio a publico e REVELOU TUDO. Sabia que no Brasil não acontece nada, ficou como autor de feito, que nem Edgar Wallace ou Agatha Christie conseguiram.
E o Corvo disse, “nunca mais”. Não para Nelson Jobim.
Ministro da Justiça – Assumiu sem fazer a confissão de ter mutilado a Constituição, antes mesmo de entrar em vigor. Muitos violam e violentam Constituições, depois. Mas o que fez Nelson Jobim, que só se saberia mais tarde, foi inédito. Passou pouco tempo no ministério, não fez nada. Se ficasse mais tempo, mostraria toda a sua monumental INUTILIDADE. Não perdeu a grande oportunidade de se exibir no Supremo.
Ministro do Supremo – Atingiu o apogeu da degradação. Participando do mais alto tribunal do país, sem se desligar da advocacia. (Parecia que essa forma troglodita de “fazer justiça”, começaria e terminaria com ele. Ninguém sabe de nada. Poucos anos depois Jobim reencarnaria).
Sua passagem pelo Supremo, foi lastimável e lamentável. Do ponto de vista jurídico, quando votava, Jobim fazia apenas uma lipoaspiração cerebral. Chegou a presidente, é o rodízio, o que fazer? Só que o Jobim presidente foi muito pior do que o Jobim do plenário, 1 entre 11.
Mário de Andrade, quando criou “o herói sem nenhum caráter”, chamou de Macunaíma por um acidente de percurso ou de memória não existente. Queria identificá-lo como Nelson Jobim, que embora ainda não nascido, era visível a 30 milhas do Delta do Nilo, como o Farol de Alexandria, uma das “Sete Maravilhas do Mundo”. Isso depois de Alexandre já morto, Jobim não conseguiu nada nem vivo. Sempre foi vivo. Mas inútil.
Na presidência do Supremo fez de tudo em matéria de irregularidade. Um absurdo: a “dedicação” para derrubar a ADIN (monopólio do petróleo)proposta pelo governador Roberto Requião. O Brasil ganhava de 4 a 0, Jobim fez um gesto, “pediram vista”, meses depois, devolviam, o Brasil perdeu de 7 a 4.
Que República, e que presidente do Supremo.
Não dá para contar o mínimo das barbaridades cometidas por ele, principalmente na presidência. Até que mais de 200 advogados e magistrados do Rio Grande do Sul (seu estado), exigiram a saída dele do Supremo. Esse movimento foi liderado no Rio, bravamente, pelo advogado Ivan Nunes Ferreira, que não descansou nunca.
Nelson Jobim estava exatamente com 60 anos, a “expulsória” acontece aos 70, ele tinha portanto mais 10 anos no Supremo. Só que não dava para resistir, foi para casa. Literalmente. A impressão era de que não tinha mais vez, satisfação geral, Só que houve uma crise, eis Nelson Jobim, Ministro da Defesa.
Ninguém imaginava, acreditava, aceitava que isso acontecesse. Mas como no Brasil de Pedro Álvares Cabral, (a nossa Era) tudo é possível, aconteceu. Tomou posse com os amestrados gritando a “sua candidatura a presidente depois de Lula”.
Não pegou, apesar de se “aproveitar” de todas as adversidades para aparecer, mergulhou no ostracismo. Desapareceu mesmo. Parecia que para sempre, mas isso não acontece com ele, temos que aguentá-lo.
Só se sabia dele em alguma reunião do PMDB para distribuição de cargos. Ele, Meirelles, Romero Jucá, Edison Lobão, apesar de serem quatro, compunham sempre a lista tríplice. De quatro, não em número, mas em posição de servos, submissos e subservientes.
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PS – Inesperadamente, aparecem nas Primeiras dos jornalões, notícias assim: “O Ministro da Defesa pediu demissão, junto com os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica”. Não era para valer, (com ele nunca se pode admitir que seja) mas Lula ficou com medo. Basta falarem em “crise militar”, surge o pânico.
Nem é o medo físico, e sim o pavor de perder os “80 por cento nas pesquisas” e correr o risco de não passar 15 ou 20 por cento para Dona Dilma.
PS2 – Já se fala que o Ministro da Defesa, que tem que sair no fim de março para ser deputado, pretende uma compensação de Lula. Mas o “pobre do Lula”, atrelado às próprias opções que não se resolvem, como pode agradar ou agradecer a esse CARREIRISTA DOS TRÊS PODERES?
Fonte: Tribuna da Imprensa