Por: SOARES
Uma possível vitória de Lula significaria, muito mais do que nas eleições de 2002, uma conquista pessoal, acima do seu próprio partido, o que daria a ele um poder pessoal e um terreno mais fértil para um autoritarismo populista de esquerda, no estilo do venezuelano Chávez...
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A chegada do PT ao poder mostrou a sua verdadeira face. Isto foi ótimo para a democracia. Caso contrário, muito de nós ainda estaríamos iludidos com o discurso e com a pose de donos da verdade política que os petistas sempre assumiram.Para um partido que se mostrava puro, ético e incorruptível, foi ótimo saber que ele é o oposto de tudo isto. Para um líder que se mostrava contundente e intransigente na crítica sistemática à elite política brasileira e na defesa dos mais nobres ideais políticos, foi ótimo saber que ele é capaz de tantas safadezas quanto os 300 “picaretas” que ele via no Congresso. Na prática, não se mostrou, nestes três anos e meio de governo, muito além do que um demagogo, falastrão e tolo – e é ele próprio quem diz isto ao se dizer ignorante sobre os fatos escabrosos que ocorriam à sua volta. Para o bem da democracia, Lula, e sua turma, deveriam ser exemplarmente expulsos do poder em outubro deste ano, e permanecerem bem distantes por duas décadas pelo menos, tempo suficiente para que aprendam a se comportar democraticamente. Mas o povo parece pensar diferente. Pelo menos, é o que dizem as pesquisas de opinião, que dão à Lula a preferência do eleitorado. Ótimo o para Lula, bom para o PT, péssimo para o Brasil. E com a agravante de que uma possível vitória de Lula significaria, muito mais do que nas eleições de 2002, uma conquista pessoal, acima do seu próprio partido, o que daria a ele um poder pessoal e um terreno mais fértil para um autoritarismo populista de esquerda, no estilo do venezuelano Chávez, baseado no carisma do líder e no direcionamento de programas assistencialistas às massas carentes, que formam a maioria da população e do eleitorado.É um risco não desprezível. Caso se concretize o inferno anunciado, a população pobre continuará mergulhada na pobreza. A classe média prosseguirá em seu processo de contínuo empobrecimento, causado tanto pela estagnação econômica, quanto pela transferência compulsória de sua renda para os cofres gulosos do governo e pelos juros elevados. A esta altura do campeonato, a oposição não parece ter tempo , garra e inteligência suficiente para reverter o quadro. Durante a crise de corrupção e de autoridade do governo Lula, foi incapaz de dar um norte para o país e reverter o quadro. Preferiu contemporizar.Agora, apresenta como anti-Lula um candidato insípido, inodoro e incolor, praticamente desconhecido da população.Pode ser que ele se revele e cresça durante a campanha. Mas até aqui não inspira muita confiança de que seja capaz de tal proeza.Com uma oposição como esta fica fácil para Lula, com a máquina governamental na mão, pensar em mais um mandato, pelo menos. Diferentemente das anteriores, esta campanha eleitoral coloca na pauta, além das questões econômicas e sociais que marcam o dia a dia do país, uma questão política fundamental, ou seja a preservação da democracia.Contra um governo que durante estes últimos anos só fez maltratar e agredir os valores e as instituições democráticas será necessário alguém que inspire confiança e assuma a bandeira da democracia. Caso contrário, o resultado das eleições de 2006 poderá ser ótimo para Lula, mas certamente será péssimo para a democracia. 140406
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sábado, abril 15, 2006
Omissões enfraquecem denúncias do MPF
Por: Folha do Estado
Agência Brasil
A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra 40 pessoas suspeitas de envolvimento no chamado de "mensalão" tem omissões que enfraquecem as investigações. A avaliação é do jurista e professor da Universidade de São Paulo Dalmo Dallari, para quem o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o empresário Daniel Dantas, do Banco Opportunity, deveriam estar entre os denunciados. O autor da denúncia, o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, concluiu que o "embrião" do esquema foram irregularidades no financiamento da campanha de Azeredo em 1998, quando ele concorria à reeleição ao governo de Minas Gerais. No entanto, Fernando de Souza não inclui o senador na denúncia porque, segundo ele, já existe um inquérito específico sobre o assunto no Supremo Tribunal Federal (STF). "Não vi lógica nesse comportamento porque o próprio procurador afirma textualmente que o sistema foi inaugurado em Minas Gerais, na campanha de Eduardo Azeredo. E assim o fato de ele ter excluído alguns dos envolvidos – empresários e banqueiros –, mencionados no relatório final da CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito], como o caso do banqueiro Daniel Dantas", disse Dallari, em entrevista quinta-feira (13) à Rádio Nacional. O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios sugere ao Ministério Público o indiciamento de Daniel Dantas por tráfico de influência, sonegação fiscal e corrupção ativa, segundo o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). "São escorregões, omissões, que de certo modo enfraquecem, tiram uma parte da força das afirmações do procurador. De qualquer maneira, ele cumpriu seu papel, ofereceu a denúncia e cabe agora ao Judiciário dar seguimento, ouvindo os acusados, dando oportunidade de ampla defesa para depois decidir se acolhe ou não as denúncias", destacou Dallari. Indiciamento Entre as mudanças feitas pelo relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio, estão o pedido de indiciamento do empresário Daniel Dantas, do Banco Opportunity, e da ex-presidente da Brasil Telecom Carla Cicco, por tráfico de influência, sonegação fiscal e corrupção ativa. "Aceitei as críticas de que a referência à Brasil Telecom estava incompleta e acolhi esta parte do relatório do PT", afirmou Serraglio.
Agência Brasil
A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra 40 pessoas suspeitas de envolvimento no chamado de "mensalão" tem omissões que enfraquecem as investigações. A avaliação é do jurista e professor da Universidade de São Paulo Dalmo Dallari, para quem o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o empresário Daniel Dantas, do Banco Opportunity, deveriam estar entre os denunciados. O autor da denúncia, o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, concluiu que o "embrião" do esquema foram irregularidades no financiamento da campanha de Azeredo em 1998, quando ele concorria à reeleição ao governo de Minas Gerais. No entanto, Fernando de Souza não inclui o senador na denúncia porque, segundo ele, já existe um inquérito específico sobre o assunto no Supremo Tribunal Federal (STF). "Não vi lógica nesse comportamento porque o próprio procurador afirma textualmente que o sistema foi inaugurado em Minas Gerais, na campanha de Eduardo Azeredo. E assim o fato de ele ter excluído alguns dos envolvidos – empresários e banqueiros –, mencionados no relatório final da CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito], como o caso do banqueiro Daniel Dantas", disse Dallari, em entrevista quinta-feira (13) à Rádio Nacional. O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios sugere ao Ministério Público o indiciamento de Daniel Dantas por tráfico de influência, sonegação fiscal e corrupção ativa, segundo o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). "São escorregões, omissões, que de certo modo enfraquecem, tiram uma parte da força das afirmações do procurador. De qualquer maneira, ele cumpriu seu papel, ofereceu a denúncia e cabe agora ao Judiciário dar seguimento, ouvindo os acusados, dando oportunidade de ampla defesa para depois decidir se acolhe ou não as denúncias", destacou Dallari. Indiciamento Entre as mudanças feitas pelo relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio, estão o pedido de indiciamento do empresário Daniel Dantas, do Banco Opportunity, e da ex-presidente da Brasil Telecom Carla Cicco, por tráfico de influência, sonegação fiscal e corrupção ativa. "Aceitei as críticas de que a referência à Brasil Telecom estava incompleta e acolhi esta parte do relatório do PT", afirmou Serraglio.
Procurador-geral passou de indicado a algoz do Planalto
Por: O Liberal
A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, com a citação de 40 pessoas que estariam envolvidas no chamado mensalão, engrossou a lista de pessoas que, aparentemente próximas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, acabam agindo como algozes do governo. Indicado para a Procuradoria-Geral pelo próprio Lula, Souza conduziu toda a investigação sobre o mensalão e optou ao final por uma denúncia, não hesitando em investir contra políticos do alto escalão petista, como o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o deputado e ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (SP). Não foi a primeira vez que se viu esse tipo de situação no atual governo. O senador Delcídio Amaral (PT-MS) era líder do PT no Senado quando recebeu a indicação para presidir a CPI dos Correios. Na época, a oposição temia que ele usasse o posto para criar uma espécie de blindagem em torno do governo e do presidente Lula, dificultando as investigações. Antes de aceitar o cargo, Delcídio chegou a se reunir com Lula para discutir o assunto. Mas depois que assumiu a direção da comissão, acabou tomando rumo próprio, o que lhe rendeu pesadas acusações entre seus próprios pares do PT. Chegaram a classificar sua atuação de antigovernista e antipetista. As tensões entre Delcídio e o seu partido ficaram mais evidentes na votação do relatório final. Ele foi pressionado pelo deputado Jorge Bittar (PT-RJ), a quem acusou de tê-lo xingado no final da sessão. O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), também tinha sido indicado para a função pela ala governista do PMDB, próxima do Palácio do Planalto. Por causa disso também carregou por algum tempo a suspeita de ser aliado do governo. Em poucas semanas de trabalho da comissão, porém, o deputado paranaense deixou claro que não mantinha nenhum tipo de alinhamento com a bancada governista. No relatório que apresentou ao final dos trabalhos, pediu o indiciamento de políticos e dirigentes petistas - o que também lhe rendeu críticas nas hostes governista. O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF) pode ser o próximo da lista. Também nomeado por Lula, ele é o encarregado de relatar a denúncia apresentada pelo procurador-geral.
A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, com a citação de 40 pessoas que estariam envolvidas no chamado mensalão, engrossou a lista de pessoas que, aparentemente próximas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, acabam agindo como algozes do governo. Indicado para a Procuradoria-Geral pelo próprio Lula, Souza conduziu toda a investigação sobre o mensalão e optou ao final por uma denúncia, não hesitando em investir contra políticos do alto escalão petista, como o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o deputado e ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (SP). Não foi a primeira vez que se viu esse tipo de situação no atual governo. O senador Delcídio Amaral (PT-MS) era líder do PT no Senado quando recebeu a indicação para presidir a CPI dos Correios. Na época, a oposição temia que ele usasse o posto para criar uma espécie de blindagem em torno do governo e do presidente Lula, dificultando as investigações. Antes de aceitar o cargo, Delcídio chegou a se reunir com Lula para discutir o assunto. Mas depois que assumiu a direção da comissão, acabou tomando rumo próprio, o que lhe rendeu pesadas acusações entre seus próprios pares do PT. Chegaram a classificar sua atuação de antigovernista e antipetista. As tensões entre Delcídio e o seu partido ficaram mais evidentes na votação do relatório final. Ele foi pressionado pelo deputado Jorge Bittar (PT-RJ), a quem acusou de tê-lo xingado no final da sessão. O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), também tinha sido indicado para a função pela ala governista do PMDB, próxima do Palácio do Planalto. Por causa disso também carregou por algum tempo a suspeita de ser aliado do governo. Em poucas semanas de trabalho da comissão, porém, o deputado paranaense deixou claro que não mantinha nenhum tipo de alinhamento com a bancada governista. No relatório que apresentou ao final dos trabalhos, pediu o indiciamento de políticos e dirigentes petistas - o que também lhe rendeu críticas nas hostes governista. O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF) pode ser o próximo da lista. Também nomeado por Lula, ele é o encarregado de relatar a denúncia apresentada pelo procurador-geral.
Nas mãos do STF
Por: Correio Braziliense
A denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra os implicados no esquema de corrupção montado pelo PT e núcleo do governo federal é uma peça lastreada em irreplicáveis fundamentos técnicos e jurídicos. Enquadra com precisão na lei os crimes cometidos por agentes flagrados nas investigações realizadas pela CPI dos Correios em quase 10 meses de funcionamento. O relatório do chefe do Ministério Público constitui resposta fulminante aos hierarcas petistas que atribuíam à conspiração das elites, à intolerância da mídia, ao ódio de adversários e a outros embustes a enormidade dos delitos afinal comprovados pela CPI. Não se limitou o instrumento acusatório em demonstrar que a compra de consciências parlamentares pelo governismo — o mensalão — converteu em criminosos a cúpula do PT e vários personagens instalados em cargos estratégicos do governo. Tipificou a vinculação de uns com outros como "formação de quadrilha". Em semelhante cenário, além da associação de celerados, identificou a prática de vários crimes, entre outros os de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e peculato. O ponto mais destacado do relatório coloca o PT em posição equivalente à de uma organização marginal ao revelar os objetivos da operação para subornar parlamentares e empalmar recursos públicos mediante fraudes. O que se pretendia — sublinha o procurador-geral — era "garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores mediante a compra de suporte político de outros partidos e do financiamento futuro e pretérito das próprias campanhas eleitorais". Aí, sim, configura-se verdadeira conspiração, no caso, contra o regime democrático. Ao contrário da arenga petista articulada para demover a CPI de incluir no relatório final a movimentação de dinheiro público na engrenagem das falcatruas, a denúncia foi taxativa: "Estabeleceram um engenhoso esquema de desvio de recursos de órgãos públicos e de empresas estatais e também de concessões de benefícios diretos ou indiretos a particulares em troca de ajuda financeira". Quanto ao empresário Marcos Valério de Souza, apontado pela CPI como principal operador das trapaças arquitetadas pelo PT, foi considerado "verdadeiro profissional do crime", capitaneava as manobras fraudulentas e era compensado com retribuição financeira do governo. Não faltou ao relatório o enquadramento de José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil da Presidência da República, de José Genoino, Delúbio Soares e Silvio Pereira, respectivamente presidente, tesoureiro e secretário-geral do PT à época dos desvios, como chefes do "núcleo político-partidário" responsável pelos desmandos do partido. Os bancos e responsáveis envolvidos na tramóia vão responder no STF por aquilo que Souza qualifica de "ingresso na organização criminosa" com o propósito de lavar dinheiro e obter vantagens indevidas. Como são 40 as pessoas denunciadas, a Corte Suprema tem pela frente a árdua tarefa de julgar e emitir veredictos em prazo útil. A expectativa do povo é que trabalhe em regime de mutirão para que os culpados sejam punidos com a brevidade necessária. Justiça tardia — vale a lição de Rui — é injustiça.
A denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra os implicados no esquema de corrupção montado pelo PT e núcleo do governo federal é uma peça lastreada em irreplicáveis fundamentos técnicos e jurídicos. Enquadra com precisão na lei os crimes cometidos por agentes flagrados nas investigações realizadas pela CPI dos Correios em quase 10 meses de funcionamento. O relatório do chefe do Ministério Público constitui resposta fulminante aos hierarcas petistas que atribuíam à conspiração das elites, à intolerância da mídia, ao ódio de adversários e a outros embustes a enormidade dos delitos afinal comprovados pela CPI. Não se limitou o instrumento acusatório em demonstrar que a compra de consciências parlamentares pelo governismo — o mensalão — converteu em criminosos a cúpula do PT e vários personagens instalados em cargos estratégicos do governo. Tipificou a vinculação de uns com outros como "formação de quadrilha". Em semelhante cenário, além da associação de celerados, identificou a prática de vários crimes, entre outros os de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e peculato. O ponto mais destacado do relatório coloca o PT em posição equivalente à de uma organização marginal ao revelar os objetivos da operação para subornar parlamentares e empalmar recursos públicos mediante fraudes. O que se pretendia — sublinha o procurador-geral — era "garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores mediante a compra de suporte político de outros partidos e do financiamento futuro e pretérito das próprias campanhas eleitorais". Aí, sim, configura-se verdadeira conspiração, no caso, contra o regime democrático. Ao contrário da arenga petista articulada para demover a CPI de incluir no relatório final a movimentação de dinheiro público na engrenagem das falcatruas, a denúncia foi taxativa: "Estabeleceram um engenhoso esquema de desvio de recursos de órgãos públicos e de empresas estatais e também de concessões de benefícios diretos ou indiretos a particulares em troca de ajuda financeira". Quanto ao empresário Marcos Valério de Souza, apontado pela CPI como principal operador das trapaças arquitetadas pelo PT, foi considerado "verdadeiro profissional do crime", capitaneava as manobras fraudulentas e era compensado com retribuição financeira do governo. Não faltou ao relatório o enquadramento de José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil da Presidência da República, de José Genoino, Delúbio Soares e Silvio Pereira, respectivamente presidente, tesoureiro e secretário-geral do PT à época dos desvios, como chefes do "núcleo político-partidário" responsável pelos desmandos do partido. Os bancos e responsáveis envolvidos na tramóia vão responder no STF por aquilo que Souza qualifica de "ingresso na organização criminosa" com o propósito de lavar dinheiro e obter vantagens indevidas. Como são 40 as pessoas denunciadas, a Corte Suprema tem pela frente a árdua tarefa de julgar e emitir veredictos em prazo útil. A expectativa do povo é que trabalhe em regime de mutirão para que os culpados sejam punidos com a brevidade necessária. Justiça tardia — vale a lição de Rui — é injustiça.
Tucanos em busca de reais
Por : Tribuna da Imprensa
SÃO PAULO - Enquanto um busca eventos públicos para aparecer na mídia e crescer na preferência popular, o outro procura fugir dos eventos e encurtar a campanha. Separados nas estratégias, o ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-prefeito José Serra se unem numa dificuldade: a falta de recursos para a campanha eleitoral.
Alckmin, com aproximadamente metade dos percentuais de preferência do seu adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é obrigado a "correr atrás" e buscar ampla exposição pública para conquistar votos. Serra, ao contrário, favorito ao governo estadual, segundo todas as pesquisas de opinião, não tem necessidade de se expor muito e até aproveitou a semana com feriados para fazer uma cirurgia e aproveitar a fase de recuperação para organizar a sua campanha.
As dificuldades dos dois são as mesmas dos candidatos que não concorrem à reeleição: têm de descobrir um ritmo e uma estruturação de campanha adaptados aos novos tempos, que reservam poucos recursos para a fase de busca do voto.
Alckmin tem aproveitado as viagens a Brasília para, com o suporte natural do PSDB, conseguir criar fatos políticos para aparecer na mídia sem maiores gastos. Mas ainda está viajando pouco, improvisando roteiros, já que sua estrutura de campanha não está pronta e não há recursos para grandes eventos, enquanto seu adversário, Lula, tem contínua cobertura de mídia em suas atividades usuais. Na viagem a Pernambuco, ontem, o roteiro foi improvisado pelo coordenador de campanha, senador Sérgio Guerra.
Já Serra vive uma realidade diferente, embora com problemas semelhantes. No dia 10, quando se internou no Hospital Sírio e Libanês para refazer uma cirurgia de hérnia, seus médicos previram a alta para o dia seguinte, mas Serra só saiu na noite de quinta-feira. Não houve problemas na cirurgia: a alta foi adiada porque ex-prefeito preferiu continuar internado para descansar, antes da maratona da campanha.
Ele explicou a assessores que optou por ficar no hospital mais dois dias para evitar a procissão de visitas que fatalmente ocorreria se voltasse logo para casa. Agora, já em casa, Serra vai aproveitar o descanso para estruturar a sua campanha. O principal desafio é o mesmo que tem feito Alckmin penar: a falta de um padrão de campanha.
O ex-prefeito tem dito a assessores que, a seu ver, a campanha será extremamente curta e terá poucos eventos públicos. Para ele, acabou a era dos grandes showmícios e carreatas e começou um novo tempo, em que a televisão será absolutamente vital para os candidatos. Mas mesmo a televisão deverá ser usada de forma inteligente, para não demandar grandes orçamentos que já não são viáveis.
SÃO PAULO - Enquanto um busca eventos públicos para aparecer na mídia e crescer na preferência popular, o outro procura fugir dos eventos e encurtar a campanha. Separados nas estratégias, o ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-prefeito José Serra se unem numa dificuldade: a falta de recursos para a campanha eleitoral.
Alckmin, com aproximadamente metade dos percentuais de preferência do seu adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é obrigado a "correr atrás" e buscar ampla exposição pública para conquistar votos. Serra, ao contrário, favorito ao governo estadual, segundo todas as pesquisas de opinião, não tem necessidade de se expor muito e até aproveitou a semana com feriados para fazer uma cirurgia e aproveitar a fase de recuperação para organizar a sua campanha.
As dificuldades dos dois são as mesmas dos candidatos que não concorrem à reeleição: têm de descobrir um ritmo e uma estruturação de campanha adaptados aos novos tempos, que reservam poucos recursos para a fase de busca do voto.
Alckmin tem aproveitado as viagens a Brasília para, com o suporte natural do PSDB, conseguir criar fatos políticos para aparecer na mídia sem maiores gastos. Mas ainda está viajando pouco, improvisando roteiros, já que sua estrutura de campanha não está pronta e não há recursos para grandes eventos, enquanto seu adversário, Lula, tem contínua cobertura de mídia em suas atividades usuais. Na viagem a Pernambuco, ontem, o roteiro foi improvisado pelo coordenador de campanha, senador Sérgio Guerra.
Já Serra vive uma realidade diferente, embora com problemas semelhantes. No dia 10, quando se internou no Hospital Sírio e Libanês para refazer uma cirurgia de hérnia, seus médicos previram a alta para o dia seguinte, mas Serra só saiu na noite de quinta-feira. Não houve problemas na cirurgia: a alta foi adiada porque ex-prefeito preferiu continuar internado para descansar, antes da maratona da campanha.
Ele explicou a assessores que optou por ficar no hospital mais dois dias para evitar a procissão de visitas que fatalmente ocorreria se voltasse logo para casa. Agora, já em casa, Serra vai aproveitar o descanso para estruturar a sua campanha. O principal desafio é o mesmo que tem feito Alckmin penar: a falta de um padrão de campanha.
O ex-prefeito tem dito a assessores que, a seu ver, a campanha será extremamente curta e terá poucos eventos públicos. Para ele, acabou a era dos grandes showmícios e carreatas e começou um novo tempo, em que a televisão será absolutamente vital para os candidatos. Mas mesmo a televisão deverá ser usada de forma inteligente, para não demandar grandes orçamentos que já não são viáveis.
Garotinho prepara reação à "surpresa Itamar"
Por: Tribuna da Imprensa
O feriado da Sexta-Feira Santa foi de silêncio no Palácio Laranjeiras, onde o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, e a governadora Rosinha Matheus se reuniram com a família. Segundo assessores, ainda consternado com a morte de um tio, Garotinho optou pelo recolhimento e não quer comentar a decisão do ex-presidente Itamar Franco de disputar com ele a candidatura à Presidência da República na convenção do PMDB em junho.
No entanto, colaboradores indicaram que, na verdade, garotinho se prepara para a reunião dos candidatos a governador do partido em Brasília, na quarta-feira. Do outro lado, amigos de Itamar também dão conta de que o ex-presidente espera a reunião para sentir o terreno onde vai pisar.
Garotinho pretende apostar todas as suas fichas na conversa com os candidatos do PMDB para que eles levem para os estados não só a tese de que a candidatura própria não prejudicará as campanhas regionais diante da verticalização, mas que ele é o candidato mais viável para um palanque nacional forte.
Crescendo nas pesquisas de opinião, ele usará o argumento de que Itamar pode até ser uma importante liderança do partido, mas não tem votos. Sobre as limitações de alianças regionais que a verticalização impede, Garotinho vai sustentar que o PMDB tem como certa a eleição dos candidatos pelo menos em 15 estados e a liberdade para fechar coligações não vai fazer diferença.
Itamar, que deve desembarcar em Brasília na terça-feira, também vai usar a reunião para testar a viabilidade da sua candidatura. A mesma surpresa que Garotinho manifestou diante do anúncio da pré-candidatura de Itamar em Juiz de Fora na última quarta-feira é experimentada por muitos dos aliados do ex-presidente.
"Falei com ele há dez dias e ele estava firme em concorrer ao Senado. Também fiquei surpreso quando ele anunciou a decisão", afirmou um integrante antigo do grupo de Itamar que tem trânsito no governo Lula.
Dirceu o Quércia?
Consciente do grau de imprevisibilidade que cerca a personalidade do ex-presidente, o amigo não sabe até que ponto o ex-ministro José Dirceu poderia influenciá-lo decisivamente e atribui mais a idéia ao ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, com quem Itamar estava conversando intensamente nos últimos 20 dias.
No grupo de Garotinho no PMDB fluminense, a influência de Dirceu é tida como certa, mas não decisiva. "Não temos dúvida de que Itamar está a serviço do presidente Lula, que é o maior interessado em tirar Garotinho da disputa.
Dirceu pode não ter interferido diretamente, mas apelou para a amizade e inflou a vaidade de Itamar, classificando-o como forte liderança", disse um dos que trabalham ativamente na pré-campanha de Garotinho no Rio. Na avaliação dele, pode estar na mesa de negociação a desistência do PT de lançar um candidato ao Senado em Minas, facilitando para Itamar.
"Não existe uma razão única. Há uma confluência de interesses diferentes. Quércia quer se fortalecer e se tornar interlocutor com o PSDB, Dirceu viu nisso uma oportunidade de barrar o Garotinho. Itamar também quer resolver sua questão dentro do PMDB de Minas", analisou outro colaborador de Garotinho, referindo-se a resistências pontuais no diretório mineiro do partido à candidatura do ex-presidente ao Senado, que seria o seu verdadeiro objetivo.
Senado
O correligionário de Itamar consultado pela reportagem concorda. Ele acredita que o ex-presidente está aproveitando o momento para testar a sua popularidade e vai a Brasília sentir entre os candidatos dos estados o clima que pode encontrar na convenção.
Caso sinta muitas dificuldades, usará a exposição para catapultar sua candidatura ao Senado. "Pelo que conheço do Itamar, ele só vai bater o pênalti se sentir que não tem goleiro. Se souber que tem 50% de chance, ou 60%, desiste e sai para o Senado", afirmou a fonte.
O feriado da Sexta-Feira Santa foi de silêncio no Palácio Laranjeiras, onde o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, e a governadora Rosinha Matheus se reuniram com a família. Segundo assessores, ainda consternado com a morte de um tio, Garotinho optou pelo recolhimento e não quer comentar a decisão do ex-presidente Itamar Franco de disputar com ele a candidatura à Presidência da República na convenção do PMDB em junho.
No entanto, colaboradores indicaram que, na verdade, garotinho se prepara para a reunião dos candidatos a governador do partido em Brasília, na quarta-feira. Do outro lado, amigos de Itamar também dão conta de que o ex-presidente espera a reunião para sentir o terreno onde vai pisar.
Garotinho pretende apostar todas as suas fichas na conversa com os candidatos do PMDB para que eles levem para os estados não só a tese de que a candidatura própria não prejudicará as campanhas regionais diante da verticalização, mas que ele é o candidato mais viável para um palanque nacional forte.
Crescendo nas pesquisas de opinião, ele usará o argumento de que Itamar pode até ser uma importante liderança do partido, mas não tem votos. Sobre as limitações de alianças regionais que a verticalização impede, Garotinho vai sustentar que o PMDB tem como certa a eleição dos candidatos pelo menos em 15 estados e a liberdade para fechar coligações não vai fazer diferença.
Itamar, que deve desembarcar em Brasília na terça-feira, também vai usar a reunião para testar a viabilidade da sua candidatura. A mesma surpresa que Garotinho manifestou diante do anúncio da pré-candidatura de Itamar em Juiz de Fora na última quarta-feira é experimentada por muitos dos aliados do ex-presidente.
"Falei com ele há dez dias e ele estava firme em concorrer ao Senado. Também fiquei surpreso quando ele anunciou a decisão", afirmou um integrante antigo do grupo de Itamar que tem trânsito no governo Lula.
Dirceu o Quércia?
Consciente do grau de imprevisibilidade que cerca a personalidade do ex-presidente, o amigo não sabe até que ponto o ex-ministro José Dirceu poderia influenciá-lo decisivamente e atribui mais a idéia ao ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, com quem Itamar estava conversando intensamente nos últimos 20 dias.
No grupo de Garotinho no PMDB fluminense, a influência de Dirceu é tida como certa, mas não decisiva. "Não temos dúvida de que Itamar está a serviço do presidente Lula, que é o maior interessado em tirar Garotinho da disputa.
Dirceu pode não ter interferido diretamente, mas apelou para a amizade e inflou a vaidade de Itamar, classificando-o como forte liderança", disse um dos que trabalham ativamente na pré-campanha de Garotinho no Rio. Na avaliação dele, pode estar na mesa de negociação a desistência do PT de lançar um candidato ao Senado em Minas, facilitando para Itamar.
"Não existe uma razão única. Há uma confluência de interesses diferentes. Quércia quer se fortalecer e se tornar interlocutor com o PSDB, Dirceu viu nisso uma oportunidade de barrar o Garotinho. Itamar também quer resolver sua questão dentro do PMDB de Minas", analisou outro colaborador de Garotinho, referindo-se a resistências pontuais no diretório mineiro do partido à candidatura do ex-presidente ao Senado, que seria o seu verdadeiro objetivo.
Senado
O correligionário de Itamar consultado pela reportagem concorda. Ele acredita que o ex-presidente está aproveitando o momento para testar a sua popularidade e vai a Brasília sentir entre os candidatos dos estados o clima que pode encontrar na convenção.
Caso sinta muitas dificuldades, usará a exposição para catapultar sua candidatura ao Senado. "Pelo que conheço do Itamar, ele só vai bater o pênalti se sentir que não tem goleiro. Se souber que tem 50% de chance, ou 60%, desiste e sai para o Senado", afirmou a fonte.
.Homem se mata após enforcar a mulher e envenenar os filhos em BH
Por: Do Diário OnLine Com Agências
Um homem de 35 anos suicidou-se na madrugada desta sexta-feira após enforcar a esposa e envenenar os dois filhos, uma menina de 12 anos e um menino de 2 anos, em Belo Horizonte (MG). Segundo a polícia, Wilson de Souza enforcou Marli de Souza Lemos, 31 anos, deu chumbinho (agrotóxico usado como raticida) para os seus filhos e ingeriu o veneno logo em seguida. Souza foi encontrado dentro de seu carro em estado grave, e morreu no hospital.O motivo do crime seria a separação do casal, que vivia junto há 17 anos. As duas crianças permanecem internadas em estado grave no Hospital Júlia Kubitschek.
Diário do Grande ABC Copyright ©2006
Um homem de 35 anos suicidou-se na madrugada desta sexta-feira após enforcar a esposa e envenenar os dois filhos, uma menina de 12 anos e um menino de 2 anos, em Belo Horizonte (MG). Segundo a polícia, Wilson de Souza enforcou Marli de Souza Lemos, 31 anos, deu chumbinho (agrotóxico usado como raticida) para os seus filhos e ingeriu o veneno logo em seguida. Souza foi encontrado dentro de seu carro em estado grave, e morreu no hospital.O motivo do crime seria a separação do casal, que vivia junto há 17 anos. As duas crianças permanecem internadas em estado grave no Hospital Júlia Kubitschek.
Diário do Grande ABC Copyright ©2006
Suzane é transferida da cadeia de Santana
Por: Diário OnLine
A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) informou nesta sexta-feira que Suzane Von Richthofen, ré confessa de ter participado do assassinato dos próprios pais outubro de 2002, foi transferida da penitenciária Feminina de Santana, na zona norte de São Paulo. Para a segurança da ex-universitária, a SAP não vai informar em qual cadeia ela ficará presa. Segundo informações do Jornal Nacional, da Rede Globo, Suzane ficará em uma das 10 unidades priosionais femininas do Estado de São Paulo.O pedido de prisão contra a ex-universitária foi movido pelo promotor Roberto Tardelli, que temia que ela fugisse após a má repercussão da entrevista concedida ao Fantástico, da Rede Globo. Ao acatar o pedido, o juiz Richard Chequini argumentou que a prisão de Suzane é necessária para proteger o irmão Andreas. Os dois brigam na Justiça pela herança dos pais assassinados, Marísia e Manfred von Richthofen. Suzane se apresentou à polícia na noite de segunda, por determinação da 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Paulo.O promotor também afirmou que Suzane tentou obter cidadania alemã em 2005, quando conseguiu liberdade provisória. Segundo Tardelli, a ex-estudante não conseguiu a cidadania porque perdeu o prazo para a entrega dos documentos. Caso viajasse para a Alemanha, Suzane não poderia ser extraditada para o Brasil. O consulado alemão não confirma as informações.Hábeas corpus - Na próxima segunda-feira, o advogado dela, Mário Sérgio de Oliveira, deve entrar com um pedido de hábeas corpus (liberdade) no Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele acredita que não existe nenhum motivo para a prisão da ex-universitária, já que ela possui endereço fixo, está contribuindo com o processo e não representa uma ameaça ao seu irmão Andréas, como alegou o promotor Roberto Tardelli na segunda-feira, dia em que Suzane foi presa.
Diário do Grande ABC Copyright ©2006
A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) informou nesta sexta-feira que Suzane Von Richthofen, ré confessa de ter participado do assassinato dos próprios pais outubro de 2002, foi transferida da penitenciária Feminina de Santana, na zona norte de São Paulo. Para a segurança da ex-universitária, a SAP não vai informar em qual cadeia ela ficará presa. Segundo informações do Jornal Nacional, da Rede Globo, Suzane ficará em uma das 10 unidades priosionais femininas do Estado de São Paulo.O pedido de prisão contra a ex-universitária foi movido pelo promotor Roberto Tardelli, que temia que ela fugisse após a má repercussão da entrevista concedida ao Fantástico, da Rede Globo. Ao acatar o pedido, o juiz Richard Chequini argumentou que a prisão de Suzane é necessária para proteger o irmão Andreas. Os dois brigam na Justiça pela herança dos pais assassinados, Marísia e Manfred von Richthofen. Suzane se apresentou à polícia na noite de segunda, por determinação da 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Paulo.O promotor também afirmou que Suzane tentou obter cidadania alemã em 2005, quando conseguiu liberdade provisória. Segundo Tardelli, a ex-estudante não conseguiu a cidadania porque perdeu o prazo para a entrega dos documentos. Caso viajasse para a Alemanha, Suzane não poderia ser extraditada para o Brasil. O consulado alemão não confirma as informações.Hábeas corpus - Na próxima segunda-feira, o advogado dela, Mário Sérgio de Oliveira, deve entrar com um pedido de hábeas corpus (liberdade) no Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele acredita que não existe nenhum motivo para a prisão da ex-universitária, já que ela possui endereço fixo, está contribuindo com o processo e não representa uma ameaça ao seu irmão Andréas, como alegou o promotor Roberto Tardelli na segunda-feira, dia em que Suzane foi presa.
Diário do Grande ABC Copyright ©2006
PF investiga nova lista de mensaleiros
Por: Estadão
A CPI dos Correios - após a aprovação de seu relatório final - enviou à Polícia Federal uma lista com nomes de mais 5 deputados, incluindo o ex-ministro Eunício Oliveira (PMDB-CE), sob suspeita de terem recebido dinheiro do valerioduto, esquema operado pelo publicitário Marcos Valério. O Ministério Público também recebeu o documento, apontando 100 saques no valor de R$ 7,5 milhões, feitos no Banco Rural em Brasília, no período de 2003 a 2004.
A CPI dos Correios - após a aprovação de seu relatório final - enviou à Polícia Federal uma lista com nomes de mais 5 deputados, incluindo o ex-ministro Eunício Oliveira (PMDB-CE), sob suspeita de terem recebido dinheiro do valerioduto, esquema operado pelo publicitário Marcos Valério. O Ministério Público também recebeu o documento, apontando 100 saques no valor de R$ 7,5 milhões, feitos no Banco Rural em Brasília, no período de 2003 a 2004.
.Dirceu de volta à mira da oposição
Por: Estadão
Parlamentares querem saber como Dirceu alugou jatinho usado para a visita a Itamar
A visita do ex-ministro José Dirceu (PT) ao ex-presidente Itamar Franco (PMDB), em Juiz de Fora, usando um jatinho fretado expõe, segundo a oposição, o papel que o ex-deputado mantém na articulação política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo após ter sido cassado pela Câmara. E levanta suspeita sobre como Dirceu - acusado de comandar o esquema de mensalão - tem custeado despesa de aluguel de avião.
"Ele (Dirceu) disse que não tem que dar satisfações sobre seus gastos porque não é político. Mas, a menos que Itamar seja um cliente dele, a conversa entre os dois foi para tratar de política, sim", afirmou o líder do PFL, deputado Rodrigo Maia. "E as pessoas ficam intrigadas em saber como ele paga um jatinho para participar do encontro."
Para o secretário-geral do PSDB, deputado Eduardo Paes, está claro que Dirceu continua sendo "um ator poderoso" na articulação política do governo Lula. "Ele continua recebendo tratamento de amigo do rei", disse o tucano. "Isso tudo só mostra que a organização criminosa continua operando no governo."
Dirceu foi denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, por formação de quadrilha e corrupção ativa. Segundo a denúncia, "sofisticada organização criminosa" montada por integrantes do PT estabeleceu esquema de desvio de recursos de órgãos públicos e estatais, para manter o partido no poder.
O uso de jatinho pelo ex-ministro também chamou a atenção do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo no Conselho de Ética da Câmara que resultou na cassação de Dirceu. "É no mínimo estranho uma pessoa que saiu, após o processo, afirmando que iria escrever para se sustentar porque estava quebrado e, mesmo sem o livro, o que se viu foi uma seqüência de viagens e um estilo de vida que não se sabe de onde vem a sustentação para fazê-lo", disse Delgado. "A não ser que ele tenha um amigo disposto a manter a articulação política que ele está fazendo."
A reação do ex-deputado foi irônica. "Quem pode, pode, quem não pode se sacode". Ele rebateu críticas da oposição sobre a sua visita a Itamar e o aluguel de jatinho. "Se aluguei, é porque eu posso", disse, sem dar detalhes da transação. De acordo com Dirceu, integrantes do PSDB e PFL estão criando polêmica em torno de sua viagem por "falta de assunto". "Eles estão muito mal nas pesquisas e vão perder a eleição", afirmou.
Dirceu reafirmou que não deve satisfações a ninguém. "O Itamar é meu amigo, eu estava indo trabalhar em Belo Horizonte. Não sou mais ministro, deputado, não sou mais presidente do PT. Sou advogado, tenho clientes e faço consultoria", afirmou o ex-ministro.
Parlamentares querem saber como Dirceu alugou jatinho usado para a visita a Itamar
A visita do ex-ministro José Dirceu (PT) ao ex-presidente Itamar Franco (PMDB), em Juiz de Fora, usando um jatinho fretado expõe, segundo a oposição, o papel que o ex-deputado mantém na articulação política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo após ter sido cassado pela Câmara. E levanta suspeita sobre como Dirceu - acusado de comandar o esquema de mensalão - tem custeado despesa de aluguel de avião.
"Ele (Dirceu) disse que não tem que dar satisfações sobre seus gastos porque não é político. Mas, a menos que Itamar seja um cliente dele, a conversa entre os dois foi para tratar de política, sim", afirmou o líder do PFL, deputado Rodrigo Maia. "E as pessoas ficam intrigadas em saber como ele paga um jatinho para participar do encontro."
Para o secretário-geral do PSDB, deputado Eduardo Paes, está claro que Dirceu continua sendo "um ator poderoso" na articulação política do governo Lula. "Ele continua recebendo tratamento de amigo do rei", disse o tucano. "Isso tudo só mostra que a organização criminosa continua operando no governo."
Dirceu foi denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, por formação de quadrilha e corrupção ativa. Segundo a denúncia, "sofisticada organização criminosa" montada por integrantes do PT estabeleceu esquema de desvio de recursos de órgãos públicos e estatais, para manter o partido no poder.
O uso de jatinho pelo ex-ministro também chamou a atenção do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo no Conselho de Ética da Câmara que resultou na cassação de Dirceu. "É no mínimo estranho uma pessoa que saiu, após o processo, afirmando que iria escrever para se sustentar porque estava quebrado e, mesmo sem o livro, o que se viu foi uma seqüência de viagens e um estilo de vida que não se sabe de onde vem a sustentação para fazê-lo", disse Delgado. "A não ser que ele tenha um amigo disposto a manter a articulação política que ele está fazendo."
A reação do ex-deputado foi irônica. "Quem pode, pode, quem não pode se sacode". Ele rebateu críticas da oposição sobre a sua visita a Itamar e o aluguel de jatinho. "Se aluguei, é porque eu posso", disse, sem dar detalhes da transação. De acordo com Dirceu, integrantes do PSDB e PFL estão criando polêmica em torno de sua viagem por "falta de assunto". "Eles estão muito mal nas pesquisas e vão perder a eleição", afirmou.
Dirceu reafirmou que não deve satisfações a ninguém. "O Itamar é meu amigo, eu estava indo trabalhar em Belo Horizonte. Não sou mais ministro, deputado, não sou mais presidente do PT. Sou advogado, tenho clientes e faço consultoria", afirmou o ex-ministro.
MP confirmou existência de quadrilha, diz Busato
Por: Arquivo JC
SÃO PAULO (AE) - A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que o esquema do mensalão era operado por uma "sofisticada organização criminosa" comandada pelo PT é uma confirmação do que a OAB já vinha denunciando há tempos.
A afirmação é do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato. Segundo ele, "havia uma verdadeira quadrilha assaltando o Estado brasileiro". Na sua avaliação, a denúncia apresentada por Fernando de Souza "foi uma peça muito bem elaborada que a cidadania brasileira estava esperando ansiosamente".
O procurador aponta o ex-ministro José Dirceu como "chefe do organograma delituoso" e três ex-dirigentes petistas - José Genoino, Delúbio Soares e Silvio Pereira - como integrantes do "núcleo principal da quadrilha".
O presidente nacional da OAB reitera que a denúncia do procurador-geral ao STF "foi muito importante por sustentar às claras que havia uma verdadeira quadrilha agindo no governo". Busato lembrou que a OAB denunciou também o mesmo tipo de prática em algumas prefeituras administradas pelo PT.
Ainda sobre a denúncia apresentada pelo procurador-geral, o presidente da OAB destacou que os cidadãos brasileiros estavam precisando desse tipo de providência.
"Já estávamos absolutamente desiludidos com relação ao Congresso Nacional e sua incapacidade de punir politicamente todos aqueles que estão envolvidos com esse escândalo que estamos presenciando há mais de dois anos."
"Responsável pela formação da quadrilha é Lula"
Brasília (AE) - O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser o responsável pela "quadrilha e a organização criminosa" denunciada ontem ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.
"O grande responsável pela formação da quadrilha é o presidente da República, e é isso que está dito de uma maneira explícita politicamente na denúncia do procurador", afirmou Tasso, em aparte ao discurso do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), no plenário do Senado.
"Estou provocando senadores do PT que se manifestem sobre isso", desafiou Tasso. Ontem, nenhum dos senadores que participaram da CPI os Correios quis comentar a denúncia do procurador-geral. No momento, só estava no plenário o petista Sibá Machado (AC), que integrou a CPI dos Correios e escutou calado o desafio de Tasso.
O presidente do PSDB disse, ainda, que é uma organização criminosa, montada pelo núcleo central do PT, a partir do governo Lula", que está sendo denunciada, e enfatizou: "Isso talvez tenha sido a denúncia mais grave já feita na história do Brasil, em termos de governo federal. O PT montou uma quadrilha a partir do governo federal".
Segundo Tasso, a situação é grave e envolve diretamente o presidente Lula. "Uma denúncia como esta não pode deixar de envolver o presidente, que é o responsável pelo governo federal", acentuou.
Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) concordou com Tasso, observando que o procurador-geral só não citou o nome de Lula porque não quis. "Mas ele (Lula) é o grande responsável, sim. Tudo isso aconteceu em volta dele, e parece que ele não sabe o que acontece em volta dele", afirmou o senador gaúcho. Segundo ele, se ele não sabe o que está acontecendo ao lado dele, seria o caso de ser pedida uma análise psiquiátrica dele, para ver se ele pode ou não presidir o País.
Simon elogiou o procurador-geral da República, dizendo que ele teve coragem de dizer as coisas, destacando a diferença entre ele e seu antecessor, Geraldo Brindeiro, que tinha fama de "engavetador de processos".
Líder do PT acusa procurador-geral
BRASÍLIA (AE) - O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), reagiu, ontem, com críticas e cobranças à denúncia encaminhada ontem pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF), apontando a existência de uma organização criminosa que operou o chamado mensalão para garantir a manutenção do PT no poder.
Chinaglia acusou o procurador de ter sido "mordido pela mosca azul" - expressão utilizada em relação a pessoas que passam a ambicionar o poder - e cobrou investigação sobre suposto superfaturamento na construção do prédio-sede do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília. Em discurso no plenário da Câmara, pontuado por ironias, o líder do governo contestou também conclusões da CPI Mista dos Correios.
"Usando a palavra da moda, causou-me estranheza que o procurador-geral da República chamasse o presidente da CPI dos Correios (senador Delcídio Amaral), bem como o seu relator (deputado Osmar Serraglio) e outros para anunciar à imprensa o seu trabalho. Penso que ali Sua Excelência talvez tenha sido mordido pela mesmíssima mosca azul de alguns que entram (na condição de) minhoca na CPI e imaginam saírem de lá como se fossem najas (espécie de cobra)", discursou Chinaglia.
"Homem destemido"
O deputado levantou suspeita sobre a conduta do relator da CPI Mista dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), acusando-o de ter excluído do seu relatório tudo que foi produzido na comissão sobre as franquias da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
"O sub-relator pediu a quebra do sigilo de oito franquias, obteve de apenas duas e, dessas, descobriu que, num prazo de cinco anos, foram sacados R$ 8 milhões da boca do caixa. Por que o relator excluiu isso do seu parecer final?", questionou Chinaglia. "Será que Sua Excelência (Serraglio) introjetou a denúncia da oposição de que o Correio era comandado pelo PMDB, e então ficou com medo? Sua Excelência é homem destemido", afirmou Chinaglia.
O líder do governo fez também elogios aos trechos em que a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) envolve o PSDB no esquema de Marcos Valério Fernandes de Souza e ao fato de o procurador Antonio Fernando ter deixado de fora do seu relatório o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chinaglia ressaltou que o trabalho do procurador foi feito com independência.
Investigações ainda não envolvem Lula
BRASÍLIA (AE) - O Procurador Geral da República, Antonio Fernando de Souza, disse que, até o momento, não há nada que envolva o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas investigações da Procuradoria a respeito do mensalão. Segundo a assessoria de imprensa, os procuradores estão realizando diligências para dar continuidade às investigações, mas isso não significa dizer que o objetivo seja o de atingir a figura do presidente Lula.
A Procuradoria deve denunciar novos envolvidos no esquema do mensalão, depois de receber os resultados dessas diligências. Fontes da Justiça admitem que o número de envolvidos pode chegar a 70 pessoas.
Ontem, o procurador divulgou oficialmente uma parte do seu trabalho, no qual denunciou 40 pessoas como participantes do esquema do mensalão.
Entre os denunciados estão os ex-ministros que já integraram o núcleo duro do governo: José Dirceu, Luiz Gushiken. Também foram denunciados o ex-presidente do PT, José Genoino; o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares; o dirigente do PT, Silvio Pereira; e os publicitários Marcos Valério e Duda Mendonça.
A denúncia do procurador traça o roteiro por meio do qual se processou a engenharia financeira que permitiu a existência do mensalão. Segundo o procurador, o esquema teve início logo após a eleição de Lula, em 2002, e objetivou garantir "a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político".
Fonte: Jornal da Cidade
SÃO PAULO (AE) - A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que o esquema do mensalão era operado por uma "sofisticada organização criminosa" comandada pelo PT é uma confirmação do que a OAB já vinha denunciando há tempos.
A afirmação é do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato. Segundo ele, "havia uma verdadeira quadrilha assaltando o Estado brasileiro". Na sua avaliação, a denúncia apresentada por Fernando de Souza "foi uma peça muito bem elaborada que a cidadania brasileira estava esperando ansiosamente".
O procurador aponta o ex-ministro José Dirceu como "chefe do organograma delituoso" e três ex-dirigentes petistas - José Genoino, Delúbio Soares e Silvio Pereira - como integrantes do "núcleo principal da quadrilha".
O presidente nacional da OAB reitera que a denúncia do procurador-geral ao STF "foi muito importante por sustentar às claras que havia uma verdadeira quadrilha agindo no governo". Busato lembrou que a OAB denunciou também o mesmo tipo de prática em algumas prefeituras administradas pelo PT.
Ainda sobre a denúncia apresentada pelo procurador-geral, o presidente da OAB destacou que os cidadãos brasileiros estavam precisando desse tipo de providência.
"Já estávamos absolutamente desiludidos com relação ao Congresso Nacional e sua incapacidade de punir politicamente todos aqueles que estão envolvidos com esse escândalo que estamos presenciando há mais de dois anos."
"Responsável pela formação da quadrilha é Lula"
Brasília (AE) - O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser o responsável pela "quadrilha e a organização criminosa" denunciada ontem ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.
"O grande responsável pela formação da quadrilha é o presidente da República, e é isso que está dito de uma maneira explícita politicamente na denúncia do procurador", afirmou Tasso, em aparte ao discurso do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), no plenário do Senado.
"Estou provocando senadores do PT que se manifestem sobre isso", desafiou Tasso. Ontem, nenhum dos senadores que participaram da CPI os Correios quis comentar a denúncia do procurador-geral. No momento, só estava no plenário o petista Sibá Machado (AC), que integrou a CPI dos Correios e escutou calado o desafio de Tasso.
O presidente do PSDB disse, ainda, que é uma organização criminosa, montada pelo núcleo central do PT, a partir do governo Lula", que está sendo denunciada, e enfatizou: "Isso talvez tenha sido a denúncia mais grave já feita na história do Brasil, em termos de governo federal. O PT montou uma quadrilha a partir do governo federal".
Segundo Tasso, a situação é grave e envolve diretamente o presidente Lula. "Uma denúncia como esta não pode deixar de envolver o presidente, que é o responsável pelo governo federal", acentuou.
Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) concordou com Tasso, observando que o procurador-geral só não citou o nome de Lula porque não quis. "Mas ele (Lula) é o grande responsável, sim. Tudo isso aconteceu em volta dele, e parece que ele não sabe o que acontece em volta dele", afirmou o senador gaúcho. Segundo ele, se ele não sabe o que está acontecendo ao lado dele, seria o caso de ser pedida uma análise psiquiátrica dele, para ver se ele pode ou não presidir o País.
Simon elogiou o procurador-geral da República, dizendo que ele teve coragem de dizer as coisas, destacando a diferença entre ele e seu antecessor, Geraldo Brindeiro, que tinha fama de "engavetador de processos".
Líder do PT acusa procurador-geral
BRASÍLIA (AE) - O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), reagiu, ontem, com críticas e cobranças à denúncia encaminhada ontem pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF), apontando a existência de uma organização criminosa que operou o chamado mensalão para garantir a manutenção do PT no poder.
Chinaglia acusou o procurador de ter sido "mordido pela mosca azul" - expressão utilizada em relação a pessoas que passam a ambicionar o poder - e cobrou investigação sobre suposto superfaturamento na construção do prédio-sede do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília. Em discurso no plenário da Câmara, pontuado por ironias, o líder do governo contestou também conclusões da CPI Mista dos Correios.
"Usando a palavra da moda, causou-me estranheza que o procurador-geral da República chamasse o presidente da CPI dos Correios (senador Delcídio Amaral), bem como o seu relator (deputado Osmar Serraglio) e outros para anunciar à imprensa o seu trabalho. Penso que ali Sua Excelência talvez tenha sido mordido pela mesmíssima mosca azul de alguns que entram (na condição de) minhoca na CPI e imaginam saírem de lá como se fossem najas (espécie de cobra)", discursou Chinaglia.
"Homem destemido"
O deputado levantou suspeita sobre a conduta do relator da CPI Mista dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), acusando-o de ter excluído do seu relatório tudo que foi produzido na comissão sobre as franquias da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
"O sub-relator pediu a quebra do sigilo de oito franquias, obteve de apenas duas e, dessas, descobriu que, num prazo de cinco anos, foram sacados R$ 8 milhões da boca do caixa. Por que o relator excluiu isso do seu parecer final?", questionou Chinaglia. "Será que Sua Excelência (Serraglio) introjetou a denúncia da oposição de que o Correio era comandado pelo PMDB, e então ficou com medo? Sua Excelência é homem destemido", afirmou Chinaglia.
O líder do governo fez também elogios aos trechos em que a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) envolve o PSDB no esquema de Marcos Valério Fernandes de Souza e ao fato de o procurador Antonio Fernando ter deixado de fora do seu relatório o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chinaglia ressaltou que o trabalho do procurador foi feito com independência.
Investigações ainda não envolvem Lula
BRASÍLIA (AE) - O Procurador Geral da República, Antonio Fernando de Souza, disse que, até o momento, não há nada que envolva o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas investigações da Procuradoria a respeito do mensalão. Segundo a assessoria de imprensa, os procuradores estão realizando diligências para dar continuidade às investigações, mas isso não significa dizer que o objetivo seja o de atingir a figura do presidente Lula.
A Procuradoria deve denunciar novos envolvidos no esquema do mensalão, depois de receber os resultados dessas diligências. Fontes da Justiça admitem que o número de envolvidos pode chegar a 70 pessoas.
Ontem, o procurador divulgou oficialmente uma parte do seu trabalho, no qual denunciou 40 pessoas como participantes do esquema do mensalão.
Entre os denunciados estão os ex-ministros que já integraram o núcleo duro do governo: José Dirceu, Luiz Gushiken. Também foram denunciados o ex-presidente do PT, José Genoino; o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares; o dirigente do PT, Silvio Pereira; e os publicitários Marcos Valério e Duda Mendonça.
A denúncia do procurador traça o roteiro por meio do qual se processou a engenharia financeira que permitiu a existência do mensalão. Segundo o procurador, o esquema teve início logo após a eleição de Lula, em 2002, e objetivou garantir "a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político".
Fonte: Jornal da Cidade
Tarso Genro inicia costura da aliança da reeleição
Por: Josias de Souza
Sob o impacto da divulgação da denúncia do Ministério Público contra 40 personagens do mensalão, o ministro Tarso Genro (Articulação Política) inicia nesta semana uma reaproximação com os partidos que compõem o consórcio governista. Deseja lançar as bases para uma futura aliança em torno da campanha à reeleição de Lula.
Genro disse a um amigo que não fará “nenhum tipo de exclusão”. Significa dizer que vai buscar o diálogo inclusive com as legendas que, junto com o PT, estão no epicentro do escândalo. Se dependesse apenas do desejo do ministro e do Planalto a composição partidária de 2006 seria mais ampla do que a de 2002.
Entre os partidos que o ministro planeja procurar estão: PC do B, PSB, PTB, PP, PL e PMDB. Dessa lista, apenas o PC do B pende, por ora, para a aliança formal com Lula. Os demais ou trabalham com a hipótese concorrer às eleições sem se vincular a nenhum presidenciável (PSB, PTB, PP e PL) ou discutem a alternativa de ter candidato próprio (PMDB).
Em suas manifestações públicas, Genro é cauteloso ao referir-se à candidatura Lula. Seus comentários são sempre acompanhados de um aposto condicional: “Se o presidente for candidato...” Privadamente, porém, o ministro diz que passa da hora de rearticular as forças políticas para 2006. Uma tarefa que, segundo diz, está entre as suas “obrigações”.
Recém-empossado no posto de coordenador político do governo, Genro já elaborou o discurso que levará aos partidos. Segundo apurou o blog, ele dirá o seguinte:
1. para evitar a repetição dos erros que desembocaram nas perversões expostas na denúncia do Ministério Público, os acordos de 2006 terão de ser programáticos;
2. a plataforma de governo para um eventual segundo mandato de Lula será diferente do programa do PT, cujas diretrizes foram divulgadas no sítio do partido. “O presidente não adotará o programa de um partido só”, diz, reservadamente, o ministro;
Nas conversas com o PMDB, Genro adotará um discurso de respeito à economia doméstica do partido. Lula deseja ter o PMDB do seu lado ainda no primeiro turno. Mas o ministro dirá que, ainda que a legenda opte por lançar um candidato próprio ao Planalto, o presidente deseja pavimentar o caminho de um eventual acordo para o segundo turno e para o futuro governo.
Tarso Genro ignora a movimentação do ex-chefe do Gabinete Civil José Dirceu (PT-SP). Em diálogo telefônico que manteve na última quinta-feira, o ministro disse, de acordo com a apuração do blog, que não estava informado acerca de nenhuma delegação de Lula a Dirceu para negociar com o PMDB. A delegação, porém, existe. Conforme noticiado aqui, Dirceu reuniu-se com Lula no último dia 5 de abril.
Fonte: Folha Online
Sob o impacto da divulgação da denúncia do Ministério Público contra 40 personagens do mensalão, o ministro Tarso Genro (Articulação Política) inicia nesta semana uma reaproximação com os partidos que compõem o consórcio governista. Deseja lançar as bases para uma futura aliança em torno da campanha à reeleição de Lula.
Genro disse a um amigo que não fará “nenhum tipo de exclusão”. Significa dizer que vai buscar o diálogo inclusive com as legendas que, junto com o PT, estão no epicentro do escândalo. Se dependesse apenas do desejo do ministro e do Planalto a composição partidária de 2006 seria mais ampla do que a de 2002.
Entre os partidos que o ministro planeja procurar estão: PC do B, PSB, PTB, PP, PL e PMDB. Dessa lista, apenas o PC do B pende, por ora, para a aliança formal com Lula. Os demais ou trabalham com a hipótese concorrer às eleições sem se vincular a nenhum presidenciável (PSB, PTB, PP e PL) ou discutem a alternativa de ter candidato próprio (PMDB).
Em suas manifestações públicas, Genro é cauteloso ao referir-se à candidatura Lula. Seus comentários são sempre acompanhados de um aposto condicional: “Se o presidente for candidato...” Privadamente, porém, o ministro diz que passa da hora de rearticular as forças políticas para 2006. Uma tarefa que, segundo diz, está entre as suas “obrigações”.
Recém-empossado no posto de coordenador político do governo, Genro já elaborou o discurso que levará aos partidos. Segundo apurou o blog, ele dirá o seguinte:
1. para evitar a repetição dos erros que desembocaram nas perversões expostas na denúncia do Ministério Público, os acordos de 2006 terão de ser programáticos;
2. a plataforma de governo para um eventual segundo mandato de Lula será diferente do programa do PT, cujas diretrizes foram divulgadas no sítio do partido. “O presidente não adotará o programa de um partido só”, diz, reservadamente, o ministro;
Nas conversas com o PMDB, Genro adotará um discurso de respeito à economia doméstica do partido. Lula deseja ter o PMDB do seu lado ainda no primeiro turno. Mas o ministro dirá que, ainda que a legenda opte por lançar um candidato próprio ao Planalto, o presidente deseja pavimentar o caminho de um eventual acordo para o segundo turno e para o futuro governo.
Tarso Genro ignora a movimentação do ex-chefe do Gabinete Civil José Dirceu (PT-SP). Em diálogo telefônico que manteve na última quinta-feira, o ministro disse, de acordo com a apuração do blog, que não estava informado acerca de nenhuma delegação de Lula a Dirceu para negociar com o PMDB. A delegação, porém, existe. Conforme noticiado aqui, Dirceu reuniu-se com Lula no último dia 5 de abril.
Fonte: Folha Online
.Morre, aos 95 anos, jurista Miguel Reale
Por: site Diegocasagrande
O renomado jurista Miguel Reale faleceu na madrugada desta sexta-feira, em São Paulo, aos 95 anos. Reale morreu vítima de um enfarte, sofrido em sua casa, na região dos Jardins, no centro da capital paulista. O corpo já é velado na própria residência e o enterro acontece logo mais, às 16 horas, no Cemitério São Paulo.O jurista era Imortal da Academia Brasileira de Letras e colaborador do jornal O Estado de S. Paulo. Tido como referência no ensino de Direito no País, Reale era também um ícone da educação. Seu filho, o também jurista Miguel Reale Júnior, foi ministro do governo Fernando Henrique Cardoso. Miguel Reale era conhecido como o "pai" do novo Código Civil brasileiro, que foi finalmente sancionado em 2002, após décadas de tramitação no Congresso. Foi secretário de Justiça de São Paulo por duas vezes (anos 40 e 60) e também reitor da USP (Universidade de São Paulo) em 1949 e 1969.
O renomado jurista Miguel Reale faleceu na madrugada desta sexta-feira, em São Paulo, aos 95 anos. Reale morreu vítima de um enfarte, sofrido em sua casa, na região dos Jardins, no centro da capital paulista. O corpo já é velado na própria residência e o enterro acontece logo mais, às 16 horas, no Cemitério São Paulo.O jurista era Imortal da Academia Brasileira de Letras e colaborador do jornal O Estado de S. Paulo. Tido como referência no ensino de Direito no País, Reale era também um ícone da educação. Seu filho, o também jurista Miguel Reale Júnior, foi ministro do governo Fernando Henrique Cardoso. Miguel Reale era conhecido como o "pai" do novo Código Civil brasileiro, que foi finalmente sancionado em 2002, após décadas de tramitação no Congresso. Foi secretário de Justiça de São Paulo por duas vezes (anos 40 e 60) e também reitor da USP (Universidade de São Paulo) em 1949 e 1969.
.Diretoria da Varig aceita proposta de R$ 400 milhões pela companhia
Por: Diegocasagrande
A diretoria da Varig decidiu recomendar ao Conselho de Administração da companhia que aceite a nova proposta de compra apresentada nesta quinta-feira pela Varig Log. A oferta, de US$ 400 milhões, amplia em US$ 50 milhões a proposta anterior, feita em 9 de abril, e incorpora, segundo a Varig, algumas sugestões das partes envolvidas nas negociações. A transação ainda precisa passar pelo crivo da Justiça e da Agência Nacional de Aviação Civil, o que deve acontece até o início de maio, de acordo com a assessoria da Varig Log. Em nota, a compradora afirma que “a transação será realizada com recursos da Varig Log e não será financiada por créditos oficiais”. A Varig Log também garante que “uma vez concretizada, esta transação manterá a Varig em funcionamento, com a manutenção de suas rotas nacionais e internacionais operando dentro do padrão de qualidade que a tornou uma empresa líder de mercado”.De acordo com comunicado distribuído, a diretoria da Varig encara essa proposta de compra como uma “solução de mercado” para recuperar a companhia. Nesta quinta-feira, os funcionários da Varig assinaram protocolo de entendimento concordando com o corte de pessoal e redução salarial de 30%, conforme o plano emergencial da consultoria americana Alvarez & Marsal. O quadro da empresa deverá cair de 9,8 mil funcionários ativos para 6,9 mil – uma redução de 2,9 mil pessoas. A decisão foi considerada “histórica” entre lideranças sindicais. “Os trabalhadores não vão impedir que a empresa tenha o tamanho adequado à sua operação atual, desde que seja dentro das regras trabalhistas”, disse o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Gelson Fochesato. Presidente da Associação de Pilotos da Varig (Apvar) de 1991 a 2001, ele disse que nunca havia sido feito um acordo desse tipo. Desde o ano passado, o peso da companhia no mercado diminui. A Varig voa hoje com 54 dos 71 aviões da frota e ocupa 19% do mercado doméstico e 70% dos vôos internacionais feitos por empresas nacionais. Com o enxugamento, a relação empregados por avião, em 182, cairá para algo perto 120. O acordo foi definido em reunião na quinta, na sede da empresa. Novos planos de demissão voluntária e aposentadoria incentivada deverão ocorrer antes de iniciar as demissões.“É duro dizer. Ou fecha a Varig ou ela é salva com menos emprego”, disse a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino.
A diretoria da Varig decidiu recomendar ao Conselho de Administração da companhia que aceite a nova proposta de compra apresentada nesta quinta-feira pela Varig Log. A oferta, de US$ 400 milhões, amplia em US$ 50 milhões a proposta anterior, feita em 9 de abril, e incorpora, segundo a Varig, algumas sugestões das partes envolvidas nas negociações. A transação ainda precisa passar pelo crivo da Justiça e da Agência Nacional de Aviação Civil, o que deve acontece até o início de maio, de acordo com a assessoria da Varig Log. Em nota, a compradora afirma que “a transação será realizada com recursos da Varig Log e não será financiada por créditos oficiais”. A Varig Log também garante que “uma vez concretizada, esta transação manterá a Varig em funcionamento, com a manutenção de suas rotas nacionais e internacionais operando dentro do padrão de qualidade que a tornou uma empresa líder de mercado”.De acordo com comunicado distribuído, a diretoria da Varig encara essa proposta de compra como uma “solução de mercado” para recuperar a companhia. Nesta quinta-feira, os funcionários da Varig assinaram protocolo de entendimento concordando com o corte de pessoal e redução salarial de 30%, conforme o plano emergencial da consultoria americana Alvarez & Marsal. O quadro da empresa deverá cair de 9,8 mil funcionários ativos para 6,9 mil – uma redução de 2,9 mil pessoas. A decisão foi considerada “histórica” entre lideranças sindicais. “Os trabalhadores não vão impedir que a empresa tenha o tamanho adequado à sua operação atual, desde que seja dentro das regras trabalhistas”, disse o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Gelson Fochesato. Presidente da Associação de Pilotos da Varig (Apvar) de 1991 a 2001, ele disse que nunca havia sido feito um acordo desse tipo. Desde o ano passado, o peso da companhia no mercado diminui. A Varig voa hoje com 54 dos 71 aviões da frota e ocupa 19% do mercado doméstico e 70% dos vôos internacionais feitos por empresas nacionais. Com o enxugamento, a relação empregados por avião, em 182, cairá para algo perto 120. O acordo foi definido em reunião na quinta, na sede da empresa. Novos planos de demissão voluntária e aposentadoria incentivada deverão ocorrer antes de iniciar as demissões.“É duro dizer. Ou fecha a Varig ou ela é salva com menos emprego”, disse a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino.
BASTA, BASTOS!
Por: João Mellão Neto, jornalista, no Estadão
Caro ministro, sempre tive grande respeito por você. Desde meus tempos de universitário ouvia dizer que você, depois do grande Waldir Troncoso Peres, era um dos melhores advogados criminalistas de São Paulo. Já tive a oportunidade de entrevistar o dr. Waldir, quando eu trabalhava na TV Record, na década de 1980, e um aspecto nele me marcou profundamente. Mesmo quando não concordava com as idéias que ele desenvolvia, eu não conseguia rebatê-las à altura, tal o seu poder de argumentação e persuasão. Na saída do programa, já fora do ar, dei-lhe os parabéns e lhe perguntei como é que ele conseguia defender algumas teses em total contradição com o senso comum e, mesmo assim, ao menos no primeiro momento, convencer e seduzir os telespectadores. Ele me disse que devia sua retórica à experiência de meio século de incontáveis júris populares. Não foram poucas as vezes em que ele mudou a convicção dos jurados e logrou absolver réus, contra todas as evidências. Para provocá-lo indaguei-lhe se não sentia um certo desconforto ético ao salvar da prisão pessoas que ele sabia serem culpadas. Respondeu-me, com um sorriso maroto, que Deus lhe "concedera a graça de só defender inocentes..." Pois é, ministro, aprendi muito com o "príncipe dos advogados" e passei a entender um pouco como funciona a cabeça dos causídicos da área penal. Pouco importam as evidências. Para todos os crimes existe uma explicação atenuante, uma justificativa plausível, uma interpretação diferente e convincente. Os grandes mestres do júri são indivíduos extremamente sagazes e criativos, que conseguem elaborar versões fantásticas e verossímeis para todo e qualquer tipo de delito. Meu caro dr. Bastos, ao mesmo tempo em que o felicito por seu brilhantismo como advogado, só tenho a lamentar o fato de você, na condição de ministro, vir empenhando o seu inegável talento forense na defesa de atos e fatos políticos injustificáveis. Enquanto defensor de réus no Tribunal do Júri, é aceitável e até mesmo louvável que se valha de todos os argumentos possíveis para safar seus clientes. Mas na área pública é diferente. O seu compromisso, enquanto titular da pasta da Justiça, não é com os eventuais réus, mas sim com todo o povo brasileiro. Cabe-lhe defender, acima de tudo, a verdade, a transparência e o vigor das instituições democráticas. Você, infelizmente, está misturando as funções. Às vezes pontifica como um verdadeiro ministro, às vezes se comporta como um advogado qualquer. Os analistas políticos são unânimes em afirmar que é de sua autoria a genial versão do "caixa 2". Em vez de "mensalão" - que representa um grave crime de corrupção -, você teria tramado com o PT para que todos alegassem que aquela formidável movimentação de dinheiro não passou de "quitação de dívidas de campanha não contabilizadas". Um mero delito eleitoral, um crime leve, banal e já prescrito. Como estratégia de defesa, é impecável. Mas, lamentavelmente, aí, você confundiu a sua função de ministro com o seu ofício de advogado. Ao advogado, nota 10, com louvor. Ao ministro, nota zero, principalmente no quesito ética. Confesso que deixei de admirá-lo por conta dessa pantomima. Prestou um inestimável serviço advocatício ao partido, é verdade. Só que, ao fazê-lo, abdicou por completo de sua honorável condição de ministro da Justiça. Esta, com certeza, não foi a primeira nem a única vez em que você, como ministro de Estado, abriu mão da grandeza de seu cargo para se travestir de advogado criminalista. Os dois ofícios são respeitáveis, sem dúvida, porém em nada dignificam aqueles que pretendem exercê-los simultaneamente. De qualquer forma, eu ainda mantinha uma leve e respeitosa simpatia por sua eficiência e presteza. Não mais como ministro, é verdade, mas sim por seu trabalho a frente da Polícia Federal, que vem apresentando excelente desempenho. Mas eis que seu nome volta às manchetes, agora no escabroso caso da quebra do sigilo do caseiro Francenildo. Conforme noticiou a imprensa, você se teria reunido com Palocci e um renomado colega de profissão para engendrar uma versão fantasiosa que livrasse a cara do ex-prefeito de Ribeirão Preto e garantisse, assim, a permanência dele no ministério. Segundo a revista Veja, foi até cogitado o pagamento de R$ 1 milhão para que algum funcionário da Caixa Econômica Federal se dispusesse a assumir o papel de bode expiatório. O decoro que seu cargo requer não lhe permitiria jamais que, ciente da culpa do então ministro da Fazenda no episódio, ao invés de repudiá-lo, corresse até ele para oferecer os seus préstimos de criminalista. O fato de a Polícia Federal, responsável primeira pela investigação do ocorrido, estar sob seu comando agrava ainda mais a sua circunstância. Mais uma vez, o advogado-ministro deixou de ser ministro para ser apenas advogado. Na semana que vem você terá a oportunidade de participar do maior júri de sua vida. Irá ao Congresso Nacional tentar convencer 81 gabaritados jurados-senadores de sua total inocência. Sem dúvida, como brilhante causídico que é, você logrará deixá-los todos na dúvida... Se me permite a liberdade, eu vou dar-lhe uma sugestão. No início do atual governo, você declarou, em tom de lamúria, que para exercer o cargo de ministro estava abrindo mão de mais de R$ 250 mil mensais, que era quanto o seu escritório lhe rendia. Pois eis aqui a solução! Deixe o ministério e reassuma a sua banca de advocacia! Todos ganharão com isso! Você, os tribunais, os clientes e, principalmente, o Brasil! Quosque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? (*)Basta, Bastos! Se for por falta de até logo, adeus! (*) Até quando abusarás, Catilina, de nossa paciência? Cícero
Caro ministro, sempre tive grande respeito por você. Desde meus tempos de universitário ouvia dizer que você, depois do grande Waldir Troncoso Peres, era um dos melhores advogados criminalistas de São Paulo. Já tive a oportunidade de entrevistar o dr. Waldir, quando eu trabalhava na TV Record, na década de 1980, e um aspecto nele me marcou profundamente. Mesmo quando não concordava com as idéias que ele desenvolvia, eu não conseguia rebatê-las à altura, tal o seu poder de argumentação e persuasão. Na saída do programa, já fora do ar, dei-lhe os parabéns e lhe perguntei como é que ele conseguia defender algumas teses em total contradição com o senso comum e, mesmo assim, ao menos no primeiro momento, convencer e seduzir os telespectadores. Ele me disse que devia sua retórica à experiência de meio século de incontáveis júris populares. Não foram poucas as vezes em que ele mudou a convicção dos jurados e logrou absolver réus, contra todas as evidências. Para provocá-lo indaguei-lhe se não sentia um certo desconforto ético ao salvar da prisão pessoas que ele sabia serem culpadas. Respondeu-me, com um sorriso maroto, que Deus lhe "concedera a graça de só defender inocentes..." Pois é, ministro, aprendi muito com o "príncipe dos advogados" e passei a entender um pouco como funciona a cabeça dos causídicos da área penal. Pouco importam as evidências. Para todos os crimes existe uma explicação atenuante, uma justificativa plausível, uma interpretação diferente e convincente. Os grandes mestres do júri são indivíduos extremamente sagazes e criativos, que conseguem elaborar versões fantásticas e verossímeis para todo e qualquer tipo de delito. Meu caro dr. Bastos, ao mesmo tempo em que o felicito por seu brilhantismo como advogado, só tenho a lamentar o fato de você, na condição de ministro, vir empenhando o seu inegável talento forense na defesa de atos e fatos políticos injustificáveis. Enquanto defensor de réus no Tribunal do Júri, é aceitável e até mesmo louvável que se valha de todos os argumentos possíveis para safar seus clientes. Mas na área pública é diferente. O seu compromisso, enquanto titular da pasta da Justiça, não é com os eventuais réus, mas sim com todo o povo brasileiro. Cabe-lhe defender, acima de tudo, a verdade, a transparência e o vigor das instituições democráticas. Você, infelizmente, está misturando as funções. Às vezes pontifica como um verdadeiro ministro, às vezes se comporta como um advogado qualquer. Os analistas políticos são unânimes em afirmar que é de sua autoria a genial versão do "caixa 2". Em vez de "mensalão" - que representa um grave crime de corrupção -, você teria tramado com o PT para que todos alegassem que aquela formidável movimentação de dinheiro não passou de "quitação de dívidas de campanha não contabilizadas". Um mero delito eleitoral, um crime leve, banal e já prescrito. Como estratégia de defesa, é impecável. Mas, lamentavelmente, aí, você confundiu a sua função de ministro com o seu ofício de advogado. Ao advogado, nota 10, com louvor. Ao ministro, nota zero, principalmente no quesito ética. Confesso que deixei de admirá-lo por conta dessa pantomima. Prestou um inestimável serviço advocatício ao partido, é verdade. Só que, ao fazê-lo, abdicou por completo de sua honorável condição de ministro da Justiça. Esta, com certeza, não foi a primeira nem a única vez em que você, como ministro de Estado, abriu mão da grandeza de seu cargo para se travestir de advogado criminalista. Os dois ofícios são respeitáveis, sem dúvida, porém em nada dignificam aqueles que pretendem exercê-los simultaneamente. De qualquer forma, eu ainda mantinha uma leve e respeitosa simpatia por sua eficiência e presteza. Não mais como ministro, é verdade, mas sim por seu trabalho a frente da Polícia Federal, que vem apresentando excelente desempenho. Mas eis que seu nome volta às manchetes, agora no escabroso caso da quebra do sigilo do caseiro Francenildo. Conforme noticiou a imprensa, você se teria reunido com Palocci e um renomado colega de profissão para engendrar uma versão fantasiosa que livrasse a cara do ex-prefeito de Ribeirão Preto e garantisse, assim, a permanência dele no ministério. Segundo a revista Veja, foi até cogitado o pagamento de R$ 1 milhão para que algum funcionário da Caixa Econômica Federal se dispusesse a assumir o papel de bode expiatório. O decoro que seu cargo requer não lhe permitiria jamais que, ciente da culpa do então ministro da Fazenda no episódio, ao invés de repudiá-lo, corresse até ele para oferecer os seus préstimos de criminalista. O fato de a Polícia Federal, responsável primeira pela investigação do ocorrido, estar sob seu comando agrava ainda mais a sua circunstância. Mais uma vez, o advogado-ministro deixou de ser ministro para ser apenas advogado. Na semana que vem você terá a oportunidade de participar do maior júri de sua vida. Irá ao Congresso Nacional tentar convencer 81 gabaritados jurados-senadores de sua total inocência. Sem dúvida, como brilhante causídico que é, você logrará deixá-los todos na dúvida... Se me permite a liberdade, eu vou dar-lhe uma sugestão. No início do atual governo, você declarou, em tom de lamúria, que para exercer o cargo de ministro estava abrindo mão de mais de R$ 250 mil mensais, que era quanto o seu escritório lhe rendia. Pois eis aqui a solução! Deixe o ministério e reassuma a sua banca de advocacia! Todos ganharão com isso! Você, os tribunais, os clientes e, principalmente, o Brasil! Quosque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? (*)Basta, Bastos! Se for por falta de até logo, adeus! (*) Até quando abusarás, Catilina, de nossa paciência? Cícero
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