Um fato curioso — para não dizer estranho — chamou atenção recentemente no cenário político da Bahia. O ex-prefeito de Jeremoabo, conhecido pelo seu entusiasmo com festas e eventos — a ponto de não perder nem batizado de boneca — simplesmente não deu as caras na comemoração do aniversário do governador Jerônimo Rodrigues, realizada com pompa no município de Glória, onde a prefeita é ninguém menos que a mãe do deputado estadual do seu próprio grupo político.
Sim, você não leu errado. O dançador de forró, o incansável agitador de palanques e beija-mãos, aquele que sempre fez questão de marcar presença até em jogo de dominó de interior, simplesmente desapareceu na hora de homenagear o governador que, até pouco tempo, dizia apoiar.
O silêncio ensurdecedor da ausência alimentou ainda mais os burburinhos nos bastidores da política regional. Afinal, o evento reuniu figuras importantes da base governista, prefeitos aliados, deputados, lideranças locais — e a cadeira do ex-prefeito estava vazia.
Estaria o ex-prefeito sendo “escanteado” pelo grupo? Ou será que resolveu dar um “chá de sumiço” estratégico, após a sequência de derrotas e escândalos envolvendo sua antiga gestão? Ou, quem sabe, a ausência seja um sinal claro de que a relação política com o governo estadual já não é mais a mesma?
A verdade é que, para um político que sempre se destacou mais pela presença em festas do que por realizações administrativas, essa ausência foi, no mínimo, simbólica. Quando até o dançarino para de dançar, é porque o baile já acabou — ou a música mudou.
Resta saber se o ex-prefeito está apenas descansando os pés... ou se perdeu o compasso de vez.