Por`redação
A vergonha de ser honesto": uma reflexão urgente para o Brasil de hoje
Estamos em 2025, e por ironia do destino — ou talvez por um chamado da consciência — somos levados a recordar o passamento de Ruy Barbosa, ocorrido em 1º de março de 1923. Há mais de um século, esse gigante da inteligência brasileira — jurista, parlamentar, diplomata, e sobretudo um incansável defensor da ética e da justiça — já apontava com precisão os males que continuam vivos em nosso país e em nossa Jeremoabo.
Ruy foi um homem à frente do seu tempo. Na Conferência da Paz em Haia, em 1907, representou o Brasil com uma eloquência que ecoou entre as nações, defendendo a igualdade e a dignidade dos povos. Já em 1889, ao publicar um artigo severo contra a monarquia, mexeu com as estruturas do poder. Tão poderoso foi o texto que Benjamin Constant afirmou: “Foi o artigo de Ruy Barbosa que derrubou o Império.”
Mais de 100 anos depois, as palavras de Ruy seguem proféticas. Vivemos ainda em um Brasil e em Jeremoabo onde nulidades continuam a ocupar cargos de destaque, onde a desonra é premiada, onde a justiça é seletiva, e onde a honestidade é vista como ingenuidade.
E não é só em Brasília ou nos grandes centros. A injustiça também se manifesta em lugares como Jeremoabo. Sim, mesmo nos rincões do nosso interior, onde o povo clama por dignidade, continuam a se repetir os mesmos vícios: perseguições políticas, impunidade, desvio de recursos públicos, assistencialismo que mascara a ausência de políticas reais, e o enfraquecimento das instituições que deveriam proteger o cidadão.
Quantos homens e mulheres de bem, em Jeremoabo e em tantos outros municípios, desanimam da virtude ao verem os maus sendo exaltados, os corruptos sendo protegidos, e os justos sendo silenciados ou ignorados?
O que era um alerta no tempo de Ruy Barbosa, hoje se impõe como denúncia. Mas também como convite à resistência. Ainda é possível — e necessário — reacender a coragem de ser honesto. Honrar quem trabalha com seriedade. Valorizar a ética na vida pública, nos governos, nas câmaras municipais, nas escolas, nas igrejas e nas famílias.
Neste 2025, ao lembrar o centenário da morte de Ruy Barbosa, que não seja apenas uma lembrança protocolar. Que seja um compromisso vivo com o seu legado. Que sua voz continue ecoando, inclusive em Jeremoabo, para inspirar aqueles que ainda acreditam que vale a pena lutar por um país — e uma cidade — onde a virtude, a honra e a justiça voltem a ser motivo de orgulho.
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