Pedro do Coutto
No Oriente Médio as bombas continuam a cruzar o espaço, explodindo e matando centenas de pessoas inocentes que nada tem a ver com o conflito entre o Hezbollah e Israel. A questão tem sido pauta de preocupação de outras nações, inclusive constando no discurso feito pelo presidente Lula da Silva que foi foi o primeiro chefe de Estado a discursar na 79ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
Lula abordou os conflitos não só do Oriente Médio, mas também na Ucrânia, criticando o crescente gasto com ativos militares mundialmente. O presidente pontuou que esses recursos poderiam ser utilizados para combate à fome e à mudança climática e que o “uso da força sem amparo no direito internacional está se tornando regra”.
“O que começou com ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes se tornou uma punição coletiva do povo palestino”, afirmou Lula, adicionando que “o direito de defesa se tornou em direito de vingança”. Já sobre a crise na Europa, o presidente brasileiro destacou que é crucial criar condições para que Ucrânia e Rússia retomem o diálogo direto. Ele pontuou que essa é a “mensagem” da proposta de Brasil e China para o conflito, que foi rejeitada por Volodymyr Zelensky.
SEM PREVISÃO – “Na Ucrânia, é com pesar que vemos a guerra se estender sem perspectiva de paz. O Brasil condenou de maneira firme a invasão do território ucraniano. Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar”, comentou.
Lula citou ainda o que chamou de “conflitos esquecidos” no Sudão e no Iêmen.“Em tempos de crescente polarização, expressões como ‘desglobalização’ se tornaram corriqueiras. Mas é impossível ‘desplanetizar’ nossa vida em comum”, observou, tomando com suas palavras um forte posicionamento de condenação dos confrontos que se estendem ao longo do tempo.