Publicado em 1 de julho de 2023 por Tribuna da Internet
Julia Affonso e Vinícius Valfré
Estadão
Os dois nomes mais poderosos do Centrão mantêm uma rede de aliados em postos estratégicos de ministérios, superintendências e até de tribunais regionais eleitorais. Apesar da cobiça do grupo por mais espaço no governo Lula, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) já contam com ao menos 47 controladores da máquina pública. Metade delas em funções que influenciam a destinação de aprooximadamente R$ 15 bilhões em verbas federais.
Na transição do governo de Jair Bolsonaro (PL) para a gestão petista, Lira e Alcolumbre mantiveram o controle sobre esses cargos, segundo levantamento feito pelo Estadão. São postos-chave pelos quais escoam verbas do Orçamento federal e também as finanças de seus respectivos partidos nos Estados. E o domínio dos diretórios regionais lhes garante poder sobre o rateio dos fundos partidário e eleitoral e os diferencia de outros parlamentares.
TUDO DOMINADO – Durante o governo Bolsonaro, os dois parlamentares tinham poder para direcionar bilhões dos cofres públicos.
Com o fim do orçamento secreto e a transferência de R$ 9,8 bilhões do mecanismo para o balanço dos ministérios, o Centrão perdeu o controle direto do dinheiro e passou a exigir mais espaço na Esplanada. Com orçamento de R$ 189 bilhões, o Ministério da Saúde é a meta de Lira.
O senador do Amapá saiu na frente do colega do Centrão e conseguiu emplacar dois ministros na transição, o que lhe garantiu mais influência nas verbas do orçamento desde o começo do governo Lula.
ALCOLUMBRE REINA – Com isso, a rede de aliados de Alcolumbre vai da cúpula do poder em Brasília até gestores de órgãos federais e de prefeituras no Estado que serão responsáveis pela contratação de empresas e realização dos serviços.
Alcolumbre apadrinhou, por exemplo, a escolha do ex-governador do Amapá Waldez Góes para o comando do Ministério do Desenvolvimento Regional, pasta com orçamento de R$ 11,2 bilhões.
O senador também conseguiu acomodar outro aliado como número 2 da pasta. Valder Ribeiro de Moura, que havia sido diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) com Bolsonaro, tornou-se secretário-executivo do ministério.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O mundo gira, o tempo voa, mas Lira e Alcolumbre continuam numa boa. Antes mesmo de o semipresidencialismo ser adotado eles já tomaram conta de tudo. Lula é uma espécie de serviçal deles. (C.N.)