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quinta-feira, outubro 03, 2019

Na equipe de Guedes, ninguém se entende sobre previsões econômicas


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Charge do Davilson (Arquivo Google)
Rosana HesselCorreio Braziliense
As projeções da equipe econômica e de vários órgãos do governo estão bastante divergentes em meio às turbulências internas e externas, mostrando que não há um consenso. Enquanto o Ministério da Economia elevou recentemente de 0,8% para 0,85% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, o Banco Central, mostrou-se mais otimista, revisando de 0,8% para 0,9% a previsão de avanço do PIB de 2019, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado no último dia 26. A mediana das projeções do mercado, que constam no boletim Focus semanal do BC, autarquia sob o guarda-chuva da pasta, está em 0,87%.
Essa divergência de números também pode ser vista nas previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também ligado ao Ministério da Economia, e presidido por um dos conselheiros do ministro Paulo Guedes: Carlos Von Doellinger.
DIZ O IPEA – O órgão preferiu ser mais conservador e manteve em 0,8% a estimativa de avanço da atividade econômica em 2019, conforme dados da Carta de Conjuntura. De acordo com o documento, a trajetória de evolução da confiança da indústria “está pior do que se esperava”. O Indicador Ipea de Hiato do Produto, que mede o grau de ociosidade da economia brasileira, foi estimado em 3%, em 2019, e deve fechar 2020, em 2%.
Para 2020, expectativa de expansão do PIB foi revisada pelo Ipea de 2,5% para 2,1%, dado mais otimista do que o do mercado e o do Banco Central.  A mediana das projeções para o PIB do ano que vem que constam no boletim Focus, está em 2%, mas há várias instituições financeiras prevendo que o PIB ficará abaixo desse patamar. Não à toa, o relatório de inflação do BC apontou uma previsão de crescimento real de 1,8% para 2020, reconhecendo ainda “elevado grau de incerteza”.
RETOMADA LENTA – Apesar dessa falta de convergência nas projeções é possível ver uma semelhança: os dados mostram que a retomada ainda será lenta. Logo, o cenário para o processo de retomada da economia ainda não é animador para os investidores.
Vale lembrar que, no relatório de inflação, o Banco Central também revisou a estimativa para o déficit em transações correntes em 2019, de US$ 19,3 bilhões para US$ 36,3 bilhões.
A autoridade monetária ainda reduziu a projeção para o Investimento Direto no País (IDP) no ano, de US$ 90 bilhões para US$ 75 bilhões, uma diferença expressiva mostrando que o fluxo de entrada de dinheiro externo no país está bem menor do que se esperava pelo governo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Esses números mostram que a crise continua grave, apesar do otimismo que cercou a posse do presidente Bolsonaro. E ainda há o agravante externo, pois a previsão do crescimento do comércio mundial caiu de 2,6% para 1,2%, o que é uma péssima notícia para o Brasil. Haja sal grosso!!! (C.N.)

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