Carlos Newton
O Jornal Nacional desta terça-feira publicou uma notícia bombástica, anunciando que a Divisão de Homicídios da Polícia Civil e promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro estão investigando o que aconteceu na casa do presidente Jair Bolsonaro na noite do crime. O porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde moram o chefe do governo, seu filho Carlos Bolsonaro e o policial militar reformado Ronnie Lessa, principal suspeito do assassinato da vereadora do PSOL, já prestou dois depoimentos que ligam o crime à casa do presidente.
Ao chegar ao condomínio, para se encontrar com o sargento Lessa, o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz disse ao porteiro que iria à casa de Jair Bolsonaro. O funcionário do condomínio então ligou para a casa, um homem atendeu o interfone e autorizou a entrada do visitante.
TUDO CERTO – Quando reparou que Elcio não se dirigiu à casa de Bolsonaro, mas à residência onde morava o sargento, ligou para os dois interfones e foi informado de que estava tudo certo.
Segundo o Jornal Nacional, o próximo passo da investigação é identificar quem estava na casa de Bolsonaro naquele momento e atendeu ao telefone, se identificando como “Jair”, porque naquele dia Bolsonaro estava em Brasília, onde participou de duas votações na Câmara, uma à tarde e a a outra, à noite.
A investigação dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes está cada vez mais complicada, porque o chefe da milícia do bairro de Rio das Pedras, Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba, afirmou em conversa telefônica com o vereador Marcelo Sicilliano (PHS) em fevereiro deste ano que o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSol, teria sido encomendado por Domingos Brazão ao “Escritório do Crime”, braço armado da milícia que atua na zona Oeste do Rio de Janeiro, que é comandada pelo ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, que está foragido.
CAPITÃO FORAGIDO – Adriano é amigo do policial militar reformado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O ex-capitão foragido chegou a ser homenageado pelo filho de Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e tinha a mulher e a mãe nomeadas no gabinete de Flávio, indicadas por Queiroz.
Na conversa com Sicilliano, Beto Bomba afirma que Marielle foi executada por integrantes do “Escritório do Crime”, mas sem o consentimento de Adriano. Mas parece ser conversa fiada, porque todos os caminhos da investigação levam aos ex-PMs Ronnie e Elcio, que continuam presos.
Agora, a grande expectativa é saber quem é o tal “Jair” que permitiu o ingresso do ex-PM Élcio no condomínio e por que o visitante mandou ligar para a casa do então deputado Jair Bolsonaro.
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P.S. – Último detalhe, a Polícia ainda não ouviu o áudio da conversa do ex-PM Élcio com o porteiro do condomínio, que foi toda gravada. (C.N.)
P.S. – Último detalhe, a Polícia ainda não ouviu o áudio da conversa do ex-PM Élcio com o porteiro do condomínio, que foi toda gravada. (C.N.)