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Política partidária – crença em uma ideologia e defesa de uma proposta de
governo estabelecida por um Partido Político, consequentemente, uma boa
proposta em nome da sociedade, pois se assim não fosse, não haveria razão de
existir, já que a premissa é fazer com que o possível eleitor, estabeleça afinidade
com essa ou aquela proposta.
Concretizada essa proposta e tornada pública se estabelece uma relação de oferta
e demanda, gerando uma entrega que se torna objeto da análise pública, com
reflexos traduzidos entre críticas e elogios, princípio normal do julgamento
popular.
Da análise dessa proposta surgem variáveis alinhadas com cada ação executada
e sua correlação com a proposta estabelecida previamente, daí as derivações
afloram em oposição aos princípios propostos e que deveriam se contrapor aos
combatidos, eis que quando comparados, tudo é igual, nada diferente.
Por esta linha de raciocínio lógico, percebemos que não aprendemos ainda a
fazer bom uso do voto, seja por não fazer um diagnóstico do passado, ignorar o
presente ou por desrespeito ao futuro, mas o certo é que: terminamos votando
em um por dizer não gostar do outro, com isso, mais uma vez levamos o pé de
apoio para a beira do poço, e juntos, contribuímos em maioria para mais uma
bancarrota.
Há um dito popular que diz: ou é homem ou é político! A princípio um linguajar
simples, mas quando analisado em pé da letra e voltando aos conceitos de
outrora, pode-se entender como: ao homem – atribuía-se a palavra com valor de
documento, já ao político, nem a palavra nem o documento gerado eram dignos
de serventia, assim explicado a diferença.
Essa verdade é tão frequente quanto à presença do Sol em cada novo dia, mas
não serve de lição, fato notório e registrado, assim materializado por erros que
se sucedem e apoios concretizados a cada momento político, daí a pergunta:
porque conscientes nos deixamos enganar, mesmo quando do sistema não se
espera nenhum benefício, não se é submisso e nem subserviente, então, arrisco a
dizer: é que ainda não aprendemos a votar!
Tendo esta premissa como verdadeira e não se abrindo mão da vontade de
querer gestores melhores, percebe-se que a terceira via, anda totalmente
esquecida, restando então, que essa mesma sociedade se conscientize do poder
que tem para: quando não satisfeita com as partes tradicionalmente envolvidas,
proponham sua própria opção e siga em frente, permitindo que a nova opção
seja o caminho para aqueles que buscam uma mudança não viciada, onde seja
possível remodelar o ambiente em conflito e que de mãos em mãos, continua na
contramão do progresso, da legitimidade, impessoalidade e outros tantos bons
princípios que ora tão esquecidos.
Clama-se pelo fim da corrupção, mas vias de regra, até os supostos bons se
calam quando do bolo, algumas migalhas lhes são atiradas aos pés, momento em
que, infelizmente, percebe-se que a maioria reclama que do bolo não lhe sobrou
nem migalhas, já que a fatia do bolo, de sonho não passou, mas que outros,
mesmo sem direito por quaisquer vínculos de contribuição, servem-se e
banqueteiam-se como se o dono fosse, enquanto que aqueles carregadores dos
fardos, muitas vezes apedrejados, já da porta não lhe é permitido passar, pois se
o Senhor já foi atendido, Servo se torna esquecido...
J. M. Varjão.
Jeremoabo/BA
06/08/2018.