A prefeita do município de Itaporanga D’Ajuda, Maria das Graças, determinou a redução do seu próprio salário até o final deste ano devido aos impactos da crise na receita do município. Ela também determinou a redução do salário dos secretários e dos demais ocupantes de cargos de confiança.
O decreto, assinado no dia 22 de setembro, vale até o dia 31 de dezembro e determina a suspensão das concessões de férias, a partir de 1º de outubro, concessões de horas extras, exceto maternidade, e concessões de diárias. Fica implantado o horário corrido nas repartições públicas municipais, das 7h às 13h.
Maria autorizou a Secretaria Municipal de Administração a efetuar reduções nas vantagens temporárias, a exemplo de título de gratificações, desempenhos e serviços extraordinários, dos demais servidores até o limite de 50% das mesmas, garantindo ao mesmo a irredutibilidade de seu salário base. “Eu espero que esse sacrifício que estamos fazendo seja até o final do ano, mas se a economia não melhorar a gente vai ter que manter essa decisão por mais tempo”, afirma a prefeita.
Nota da redação deste Blog - Não seria mais lógico e até um ato de nobreza, se a prefeita de Jeremoabo ao invés de ficar chorando por falta de recursos (o que não é verdade), entrasse em acordo com os vereadores e tomasse uma atitude semelhante a da prefeita de Itaporanga D'Ajuda (SE) e outras cidades da Bahia.
A crise econômico-financeira chegou aos bolsos de prefeitos e vereadores de várias cidades do Brasil, obrigando-os a cortarem na própria pele.
Já pensou se pelo bem de Jeremoabo a prefeita Anabel, os secretários e vereadores engrossassem essa relação, além de ser um ato digno de registro, o município sairia ganhando, pois esse dinheiro reposto daria pelo menos para tapar alguns buracos da cidade.
Veja como FHC derrubou o pedido de impeachment em 1999
Fernando Rodrigues
Imagens mostram PT e PSDB em papéis trocados
UOL recuperou os vídeos gravados 16 anos atrás
Tucanos falavam em “assegurar a democracia''
PT falava em “estelionato eleitoral'' e pedia “fora FHC”
1999: PT pedia impeachment de Fernando Henrique Cardoso - 10 vídeos
Dirigentes de partidos de oposição, sobretudo do PSDB e do DEM, defendem hoje levar adiante um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
Há 16 anos, deu-se uma cena muito parecida no plenário da Câmara. Mas os papéis eram invertidos em relação ao que se dá agora, em 2015.
No começo de 1999, era o PT quem trabalhava pela saída do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Meses antes, em outubro de 1998, Fernando Henrique havia sido reeleito derrotando Lula (PT) e Ciro Gomes (então filiado ao PPS). O tucano saiu-se vitorioso no 1º turno, com 53,06% dos votos.
Meses depois da posse de FHC para seu 2º mandato foram apresentados 4 pedidos de impeachment. O então presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), mandou todos para o arquivo. O primeiro pedido de impedimento havia sido formulado pelo então deputado Milton Temer (que era filiado ao PT), em 29.abr.1999. Quando o requerimento foi arquivado, a oposição recorreu ao plenário.
É exatamente essa a estratégia da oposição no momento: esperar que o atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), arquive um pedido de impeachment com alguma consistência. Em seguida, haverá um recurso ao plenário –este post descreve em detalhes a estratégia.
O Blog foi até os arquivos da Câmara e recuperou as imagens produzidas na sessão em que os deputados votaram o recurso da oposição há 16 anos. Foi na noite de 18.mai.1999. Depois de 1 hora e 42 minutos de discussão, o governo sepultou o pedido por 342 votos a 100. Houve 3 deputados que se abstiveram.Saiba aqui como cada deputado votou naquela ocasião. A apuração é do repórter do UOL André Shalders.
No pedido de 1999, Milton Temer acusava Fernando Henrique de ter cometido crimes de responsabilidade durante a execução do Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro Nacional, o Proer. O programa foi iniciado em 1995, no primeiro mandato de FHC. Havia também a acusação –negada pelo tucano– de que o Planalto teria constrangido o Ministério Público e outros órgãos durante a investigação do que havia se passado.
Fernando Henrique também enfrentava baixas taxas de popularidade, decorrentes de dificuldades na economia e dos efeitos da desvalorização do real ocorrida no começo do 2º mandato. Em setembro de 1999, a aprovação do governo de FHC caiu a 13%.
Os argumentos usados pela oposição em 1999 eram semelhantes aos usados hoje pelo grupo que deseja a queda de Dilma Rousseff. “E não venham dizer que a oposição quer apenas fazer a denúncia. Nós estamos com propostas, estamos com alternativas. Mas a oposição tem o dever de dizer a outro poder (o Executivo) que não pode exercê-lo de maneira absoluta'', dizia José Genoíno, então deputado.
Aécio Neves (PSDB-MG), então líder da bancada tucana na Câmara (e hoje na oposição), pediu em 1999 ao grupo anti-FHC que trabalhasse para “assegurar a democracia''. Aécio acusou o PT de não aceitar o resultado das eleições. Exatamente como faz hoje o PT.
“Na verdade, o que presumo é que existe ainda uma frustração enorme na alma e no peito desses ilustres parlamentares [da oposição], que não concordam ou não aceitam a deliberação majoritária da sociedade brasileira'', disse Aécio na ocasião.
Essa frase de Aécio é muito parecida à usada neste ano de 2015 pelos dilmistas. “Parece que o senador Aécio perdeu em 2014 e agora não aceita mais derrota'',disse em fevereiro o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Além das supostas irregularidades, a oposição acusava FHC de ter cometido “estelionato eleitoral'' e de ter tentado impedir as investigações em curso no Ministério Público Federal (MPF) e na chamada “CPI dos Bancos''. Dias antes, FHC havia criticado a Polícia Federal e o MPF por terem realizado uma operação de busca e apreensão na casa do então presidente do Banco Central, Francisco Lopes.
“Não vamos discutir aqui o estelionato eleitoral de Fernando Henrique Cardoso, ao prometer um 2º mandato de crescimento e criação de empregos, ao tempo em que negociava com o Fundo Monetário Internacional a política de recessão em que nos encontramos'', disse Milton Temer.
Na propaganda partidária divulgada nesta 2ª feira (28.set.2015), é o próprio FHC quem acusa os petistas de “estlionato eleitoral''. Segundo ele, o PT prometeu “o céu'' ao povo, e “não teve a competência para gerir a economia. E hoje oferece o inferno da crise e do desemprego''.
A seguir, os vídeos da votação (rodam em smartphones e tablets, com opção de assistir em HD):