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segunda-feira, novembro 01, 2010

RESCALDO ELEITORAL

Placar final do 2º turno segundo números oficiais divulgados pelo TSE: Dilma Rousseff 55.752.092 (56,05%); José Serra: 43.710.422 (43,95%). Na Bahia Dilma 4.737.079 (70,85%) e Serra 1.948.584 (29,15%). Em Paulo Afonso Dilma 41.813 (81,34%) e Serra 9.590 (18,66%).

Com os números definitivos me aguçou a curiosidade sobre as previsões dos mais importantes institutos de opinião nos dias que antecederam ao pleito, é que em toda divulgação repudiamos os números quando é desfavorável a nossa posição política. No último dia 30 o IBOPE e o Datafolha apresentaram os seguintes números: Datafolha – Dilma 55% e Serra 45%. IBOPE – Dilma 56% e Serra 44%. Ambos os institutos cravaram na mosca e as pequenas variações estão dentro da margem de erro.

Divulgados os números aconteceu que sempre acontece, aos vencedores as batatas e aos perdedores as avaliações intermediárias. Avaliações de cientistas políticos, sociólogos e políticos de ambos os lados convidados pelos canais televisivos e suas previsões sobre os governos recém eleitos.

Se para muitos Serra é um democrata há tempos deixou de ser. O homem tem ego que não tem tamanho, na base do “é eu ou mais ninguém” e a convivência com seus pares sempre é problemática. Na entrevista da pós-derrota parecia mais um leão ferido do que um político republicano. Na omissão defenestrou Aécio Neves e deu a entender que deverá guiar a oposição. O PSDB fez 08 governadores e reúne Estados com eleitorado de 52.000.000 de eleitores, não significando que seja dono do pedaço que foi quase que partilhado com Dilma.

Por outro lado, nas hostes governistas, já começaram as especulações sobre o provável ministério de Dilma até com menção de nomes e se discute qual será a figura de Lula no futuro governo. Lula como responsável pelo Brasil que recuperou ou adquiriu a auto-estima do país que cresceu aprovado por mais de 87% dos brasileiros, será sempre o grande timoneiro. Não há porque Dilma não ouvi-lo, cabendo a ela impor no curso da administração sua marca própria.

Toda e qualquer avaliação agora não deixará de ser prematura. As eleições presidenciais são distintas das estaduais que por sua vez são distintas das municipais. Quando se elege um prefeito se elege pensando nas coisas mais imediatas e quando se elege um presidente a opção é feita por quem sentiu ganhos para o seu bolso e sua estabilidade.

O desempenho do PSDB elegendo 8 governadores foi importante para evitar o risco da mexicanização do país, o que seria horrível para a democracia.

A vitória não foi de Dilma, pessoa que até passado recente não existia politicamente. Dilma vinha com uma imagem de técnica eficiente. Até quando Chefe da Casa Civil da Presidência da República não exerceu a intermediação política, recebendo de Lula a incumbência de gerir o PAC e o plano habitacional do país. Nisso a mulher é fera.

A vitória foi de Lula e não é preciso explicar com a própria história que construiu e sua capacidade de conciliar.

Os índices de aprovação ao seu governo não deixam dúvidas. Lula nasceu no sindicalismo, enveredou pelo mundo político inovando, quando resolveu percorrer todo o país como uma espécie de Coluna Prestes moderna e foi capaz de mudar os rumos da política nacional. Elegeu-se Presidente, foi reeleito e elegeu sua sucessora. O prestígio internacional, a consolidação de economia nacional e as políticas públicas voltadas para a educação e a inclusão social foram o suficientes para indicar Dilma como candidata, sem ter que ouvir os partidos políticos de sua base de sustentação.

O mapa político resultante das urnas no segundo turno revelou um país sulista de oposição, incluindo-se São Paulo, do sudeste, e um Brasil governista baseado no Norte e Nordeste, assomando-se ai Rio de Janeiro e Minas Gerais. Embora o mapa tenha revelado isso, em tese, isso não verdade.

Mesmo nos Estados onde Serra venceu Sul e o centro-oeste e região do agronegócio, as vitórias não foram suficientes, o que revela que as políticas de Lula de combate a pobreza e de inclusão social tiveram efeitos positivo.

No segundo turno há uma eleição diferente e por se tratar de opção de vida, o eleitorado decide se deve continuar com a situação atual ou se pretende mudar.

Dilma herdou expressivas maiorias no Senado e na Câmara dos deputados. O PMDB, individualmente, tem a maioria no Senado e o PT na Câmara dos Deputados. Nem por isso terá vida fácil na composição dos cargos e nas votações O PMDB se tornou profissional em composições políticas e os partidos camaleônicos como PP, PTB e outras legendas irão querer um naco na Administração Pública. Eles são vorazes.

E o futuro? O futuro só Deus é capaz de antever. Dilma se fizer uma boa administração poderá tentar a reeleição. Lula fica de prontidão. Na dúvida de se por em risco o projeto político ele será a opção, embora eu defenda que ocorra no Brasil o que ocorre nos Estados Unidos. O Presidente reeleito não mais poderá se candidatar e nem se intromete nas administrações.

Do lado oposicionista Serra quebrou o acordo com Aécio que tinha o aval de Fernando Henrique de realizar prévias. Serra sempre entendeu ser maior do que Fernando Henrique Cardoso. Creio que um futuro embate interno no PSDB para eleições futuras será entre Alckmin e Aécio. Aécio com mais dinamismo e capacidade de aglutinar. Poderá vir a ser um osso duro nas próximas eleições presidenciais. Transita por todos os segmentos, sabe dialogar e repousa no 2º maior colégio eleitoral do País. Bem, isso fica para o PSDB.

Creio que Dilma poderá fincar seu nome na história não somente por ser eleita Presidente da República Federativa do Brasil e por ser a 1ª mulher eleita para o cargo. Ela contribuiria muito para a consolidação da democracia brasileira se propusesse uma ampla reforma política, limitando um mandato de 05 anos, sem reeleição, uma reforma fisco-tributária para melhor partilhar o bolo e racionalizar a carga tributária e uma reforma do Poder Judiciário, sintonizando-o e aproximando-o mais aos interesses da população, sem concessão de excesso de poder aos Tribunais que se julgam hoje um sobrepoder. Nas atuais eleições, o Poder foi incapaz de decidir grandes temas, como da ficha limpa, deixando as atuais eleições ainda pendentes de resultados.

Paulo Afonso, 01 de novembro de 2010.

Fernando Montalvão.

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