A antecipação do processo de articulação para disputa na Assembleia Legislativa tem avançado as estratégias para revelação de apoios à permanência do deputado Marcelo Nilo (PDT) no cargo de presidente da Casa. A eleição, que só acontece no prazo de três meses, tem movimentado as bancadas e representações partidárias que analisam cada passo na construção do apoio ao pedetista. O PCdoB é o primeiro partido a anunciar oficialmente o apoio à reeleição de Nilo.
Ontem, a bancada que será composta no Legislativo em 2011 por três integrantes, se reuniu e decidiu oficializar o apoio ao atual presidente. A adesão ao projeto de Marcelo Nilo isola o PT, que tenta amadurecer a tese de lançar um candidato próprio. Um dos que já assumiu o desejo de se lançar na briga foi o líder, deputado Paulo Rangel.
Os comunistas seguem no fortalecimento ao time de Nilo, que, segundo eles, “oferece as melhores condições para unificar a bancada do governo” e continuar no domínio administrativo do parlamento.
Conforme o deputado Álvaro Gomes (PCdoB), a bancada reitera o nome de Nilo para o comando da AL para o mandato 2011/2012, a partir de uma conclusão de que a base governista precisa apresentar um único candidato. “Entendemos que ele é a melhor alternativa, tendo em vista que é preciso manter a unidade do bloco de apoio ao governador Jaques Wagner (PT)”, ressaltou Álvaro.
O comunista destacou, no entanto, que defende a não continuidade da reeleição. “Inclusive na próxima segunda-feira iremos protocolar um projeto sugerindo medidas de reformulação no regimento da Casa; dentre as quais, o fim da reeleição dentro de uma mesma legislatura para evitar que haja uma perpetuação no poder”, afirmou.
Embora condene a reeleição na presidência do parlamento, o deputado disse que isso não é condição de apoio a Nilo. “Apenas entendemos que esse é o sentimento da Assembleia”, acrescentou. A conclusão é contrária a do PT que colocou como condição no apoio a Marcelo, a extinção da reeleição.
CONDIÇÕES - Outro aspecto colocado pela bancada do PCdoB é a necessidade de normalização das votações, com chance maior para apreciação dos projetos originados pelos deputados.
“A votação por acordo é bastante limitada; é preciso que haja uma votação permanente e uma tramitação regular dos projetos,” frisou. Álvaro defende ainda uma aproximação maior do Legislativo com a sociedade baiana. Segundo ele, é preciso que a Assembleia aposte em mecanismos que tornem o parlamento mais visto pela população. “É preciso tornar a TV Assembleia aberta. Isso faz parte desse processo”, sugeriu.
Em caminhos diferentes
Conforme nota divulgada pela bancada do PCdoB, a decisão foi unânime e ratificada pela direção estadual do partido. “O que estamos discutindo são os critérios para a Assembleia Legislativa que nós queremos. Uma Assembleia forte, atuante, respeitada, com funcionamento regular, com a presença constante de parlamentares na elaboração de leis, na votação de projetos e que, efetivamente, cumpra um papel relevante junto à sociedade”.
Questionado se haveria conversado com o PT, considerado aliado histórico antes da decisão, o deputado Álvaro disse que não. “Não chegamos a discutir sobre isso”, desconversou. Consta nos bastidores que a resolução dos comunistas foi um “banho de água fria” para os petistas, que tentam se articular para não levar a diante a aposta em Nilo.
A ala mais contrária à reeleição de Nilo seria a do líder Paulo Rangel, que tem como integrantes reeleitos os deputados Fátima Nunes e J. Carlos.
Fonte: Tribuna da Bahia