Evandro Matos
Depois de conversar com o presidente Lula e Michel Temer, vice na chapa da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, o ex-candidato do PMDB ao governo baiano Geddel Vieira Lima (PMDB) decidiu ontem, por deixar as mágoas de lado, e permanecer ao lado do PT, ao menos em âmbito nacional.
O PMDB baiano apoiará Dilma no segundo turno e amanhã mesmo, Temer volta a Salvador para participar de um encontro com prefeitos, lideranças e o líder peemedebista. O esperado encontro entre Geddel e a petista também aconteceu, superando a fase de desgaste marcada entre eles desde a véspera da eleição, quando a ex-ministra deu declarações em Salvador afirmando que o seu candidato ao governo do estado era Jaques Wagner, sem levar em conta a candidatura de Geddel.
Contudo, nesses últimos dias em Brasília, tudo indica que a roupa suja foi lavada e todo o mal estar foi resolvido. “Permaneço onde estava. Sou um homem de partido e Temer é meu amigo fraterno de mais de 20 anos. Havia uma mágoa, mas conversamos e tudo está resolvido.
Até porque, é aquilo que falo sempre: quero deixar um legado de lealdade aos meus amigos e meus filhos”, disse Geddel, logo após a rodada de conversas. Como deixou claro, o ex-ministro fez questão de atribuir à sua amizade com Temer e a uma posição de partido a decisão do apoio para superar as mágoas da campanha estadual.
Geddel voltou para a Bahia ontem à noite e hoje já começa a trabalhar pela campanha de Dilma no estado. “As lideranças serão convocadas para colocar a campanha de Dilma na rua e trabalhar para ganhar a eleição”, destacou Lúcio Vieira Lima, presidente do PMDB. Eleito para a Câmara Federal com a segunda maior votação dos baianos, Lúcio disse que tudo foi superado, mas também usou Michel Temer e a vinculação partidária para justificar a decisão.
“Michel Temer conversou tudo e, em nome do partido, Geddel vai apoiar Dilma, que já era a nossa candidata desde o primeiro turno”, lembrou. “Não tinha razão de descumprir o compromisso. O PMDB faz parte da chapa”, justificou.
Lúcio nega negociação de cargos
Lúcio também negou que a decisão tomada ontem em Brasília por Geddel tenha qualquer compromisso por cargos no governo. “O compromisso que nós tínhamos foi firmado no primeiro turno. Não tem nenhuma negociação. Apenas houve esse mal estar, porque tinha um compromisso que se quebrou”, explicou o peemedebista. “Então, foi preciso conversar para superar isso.
Só se resolve através de conversa, por isso conversamos com Temer”, acrescentou o novo parlamentar. O presidente do PMDB baiano também explicou que, em razão dos fatos ocorridos com o comando da campanha de Dilma, as conversas teriam que existir até mesmo para dar uma satisfação às bases do partido.
“Que houve um mal estar, ninguém nega. Então, tinha que ser superado para demonstrar fidelidade e compromisso. Tínhamos que dar uma satisfação às bases, que ficaram realmente chateadas”, frisou Wagner.
O governador Jaques Wagner (PT) também realiza nesta sexta-feira, em Salvador, um encontro com os prefeitos baianos para discutir a estratégia de apoio à candidata do PT à Presidência da República, Dilma Roussef. Os detalhes do local e o horário do evento ainda não foram definidos. Todas as lideranças dos partidos aliados, inclusive, deputados e vereadores, estão sendo convocados para o encontro.
Fonte: Tribuna da Bahia