Ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) resolveu aparecer na campanha do tucano José Serra. Em um discurso inflamado, ele chamou o presidente Lula de “mesquinho” por atribuir ao atual governo as conquistas nas áreas social e econômica que, segundo FHC, seriam de sua gestão na presidência.
– Quero ver o Lula que fez o PT votar contra o (plano) Real dizer que estabilizou o Brasil. Pra que ser tão mesquinho? – questionou o tucano.
Durante o encontro, que reuniu dezenas de prefeitos e candidatos eleitos e não eleitos do PSDB em um hotel luxuoso de São Paulo, o sociólogo aposentado rebateu duramente as declarações da presidenciável petista Dilma Rousseff sobre a possibilidade de o tucano privatizar a Petrobras, caso eleito.
– Agora vem falar que eu quero privatizar a Petrobras? Quem é esse (presidente da Petrobras) Gabrielli para falar que eu queria privatizar a Petrobras? Essa senhora que é candidata, essa das duas caras, disse outro dia que nós vendemos refinarias. É mentira – bradou o tucano.
Durante o discurso, Fernando Henrique, exaltado, pediu inúmeras vezes votos a Serra e não abriu mão da bravata:
– Presidente Lula, terminadas as eleições, quando você estiver de pijama, vamos conversar cara a cara. Eu vou dizer a ele: ‘você fez muita coisa boa, mas não precisava ser tão mesquinho, rapaz’.
O ex-presidente também criticou o atual governo, afirmando que prevaleceram as indicações partidárias aos cargos de diretoria e detrimento ao mérito.
Ainda sobre o PT, FHC disse que os partidários de Dilma “caíram da cadeira” e não esperavam o segundo turno.
– Este governo, esse partido chamado PT, acha que o eleitorado é criança. É bobo. Acha que é só ir na TV falar um monte de mentira que todo mundo acredita – diz ele.
Fernando Henrique, em seguida, pediu desculpas e deixou o local assim que Geraldo Alckmin (PSDB), governador eleito por São Paulo, Aloysio Nunes (PSDB), senador eleito por São Paulo, e Gilberto Kassab (DEM), prefeito da capital paulista, subiram ao palco, alegando que tinha outros compromissos.
Fonte: Correio do Brasil