Fernanda Chagas
A capital baiana ontem serviu de palco para a largada oficial de apoio à candidatura da petista Dilma Rousseff rumo ao Palácio do Planalto. Nada menos que dois atos deram a dimensão da adesão que a ex-ministra conta no estado. De um lado o PT, capitaneado pelo governador reeleito, Jaques Wagner, e de outro, o PMDB de Geddel Vieira Lima, que, mágoas à parte, reuniu lideranças e também o PR, do senador César Borges, em ato pró-Dilma.
O destaque, entretanto, foi para a aparição do prefeito João Henrique (PMDB) nos dois eventos. O prefeito, após dar o ar da graça nas hostes gedellistas, onde chegou a ser hostilizado pela falta de apoio à campanha do líder peemedebista, rumou para os braços petistas, acompanhado da primeira-dama Maria Luiza, que não esconde sua “aversão” ao ex-ministro.
Outro detalhe foi o casal estar acompanhado, no encontro petista, do presidente do PSC, Eliel Santana, que no primeiro turno chegou a ser cogitado a vice de Geddel. O fato, só reforça a informação divulgada pela Tribuna da Bahia, de que o PSC, partido da primeira-dama, nos próximos dias deve rumar para os braços governistas.
O gestor de Salvador minimizou, enquanto Maria Luiza apimentou os rumores de rompimento com o PMDB e namoro com o PT. “Este é o momento de unirmos forças para que o Brasil possa confirmar seu futuro com Dilma na presidência”, disse João, enquanto a primeira-dama disparou que “estou aqui para defender o lado honesto da política. A eleição de Dilma significa a continuidade da inclusão social do país”. Eliel, por sua vez, preferiu o silêncio.
O governador agradeceu a presença do prefeito, mas deixou claro que não se envolverá em questões partidárias. “Agradeço a vinda dele, na medida em que ele é prefeito da capital baiana e declara apoio a Dilma. Afinal, esse espaço, que hoje nós construímos, é de todos aqueles que querem, independentemente, da fidelidade partidária, eleger a nossa companheira. No entanto, ele acompanha o PMDB e se houve desentendimentos cabe a eles responder e eu não tenho porque me movimentar”, destacou, complementando que respeita tanto o PMDB quanto João Henrique.
Meta é obter 70% dos votos
No que diz respeito à campanha de Dilma, Wagner classificou de “falsa polêmica” o fato de a oposição procurar difundir que há diferenças entre a petista e grupos religiosos e lembrou que o Partido dos Trabalhadores sempre teve em suas fileiras líderes das mais diversas crenças.
“O PT nasceu repleto de lideranças religiosas e sempre dialogou com todas religiões. Sou judeu, dialogo com mãe de santo, com pai de santo, com padre, com pastor, com líderes espiritualistas. Eu duvido que tenha outro partido com tantos católicos e evangelistas praticantes como o PT. Nós fomos nascidos nas comunidades eclesiais de base. Alguém desconhece Leonardo Boff?”, perguntou.
Wagner criticou ainda a boataria em relação à posição de Dilma sobre o aborto. “Eu acho sinceramente que certas pessoas estão tentando fazer uma coisa fascista. Eu não conheço ninguém que possa defender o aborto. Eu acho o aborto abominável, ruim para mulher, fisicamente e psicologicamente. O que nós defendemos é o planejamento familiar, acesso à educação sexual a todos, para que as pessoas possam decidir qual o tamanho de suas respectivas famílias”, afirmou.
Comemorando o evento, que reuniu cerca de duas mil pessoas, o governador reforçou que a meta do PT baiano é dar a Dilma 70% de votos na Bahia. Toda a chapa da coligação “Para Bahia Seguir em Frente”, com Otto Alencar, vice-governador e Lídice da Mata e Walter Pinheiro, senadores eleitos, compareceu para reforçar o compromisso de eleger Dilma com expressiva vitória no estado.
Ao evento compareceram ainda a prefeita Moema Gramacho, de Lauro de Freitas, uma das coordenadoras da campanha de Dilma, parlamentares, presidentes de partidos que compuseram a coligação “Pra Bahia Seguir em Frente” e outros que não a integravam.
Por fim, o governador declarou que é de opinião que Dilma incorpore ao seu programa de governo projetos de Marina Silva, candidata do PV, terceira colocada no primeiro turno. “Nós temos que reafirmar o nosso projeto político que está em curso no Brasil há oito anos e na Bahia, há quatro anos. Dilma representa um projeto em que eu acredito e o outro candidato representa um projeto, no qual eu não acredito. Tenho certeza das afinidades de pensamento entre Dilma e Marina e acredito que teremos acima de 70% da votação, no segundo turno, pelo menos aqui na Bahia”, reforçou.
Sobre a sua vitória com folga, Wagner disse não estar envaidecido. “Essa coisa de que fulano é campeão de votos não enche a minha cabeça”, declarou. (FC)
Pinheiro diz que petista não é candidata a líder religiosa
Durante o encontro, o deputado federal e senador eleito Walter Pinheiro (PT), reforçando o discurso de Wagner, afirmou que a colega petista Dilma Rousseff não é candidata a líder religiosa, mas sim à Presidência da República.
“Fé é uma questão de caráter individual, cada um tem sua opção e partidos e governo não podem se intrometer. Até porque, Dilma não é candidata a pastora, rabina ou mãe de santo, e sim a presidente do Brasil”, afirmou.
A declaração de Pinheiro, que é evangélico, acontece no momento em que diversos segmentos cristãos fazem campanha contra a eleição da petista, por alegar que ela já havia se declarado ateia, além de favorável ao aborto e ao casamento gay.
O senador eleito disse ainda que “essa não é uma vitória pessoal, é uma vitória daqueles que abraçaram o projeto. Agora é o momento de uma nova caminhada para celebrar a vitória do povo da Bahia e o melhor para a Bahia é Dilma presidente!”, disse.
Segundo Pinheiro, a representatividade do evento demonstra a forma democrática e respeitosa com que o governador Jaques Wagner conduziu o governo. “O governador trata todas as forças políticas do estado de forma democrática e respeitosa. Não colhe respeito quem não dá respeito. Ele teve a capacidade de fazer um governo enxergando as diferenças", disparou num claro recado aos adversários. (FC)
Fonte: Tribuna da Bahia
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