Carlos Chagas
A pergunta continua solta no espaço: e se Dilma Rousseff não emplacar? Primeiro, é preciso fixar um prazo, que pode ser junho ou julho. Até lá todos os esforços se farão, inclusive junto aos institutos de pesquisa, para que a candidata mantenha seus 20% nas preferências do eleitorado. Não parece tão difícil assim, em se tratando, as pesquisas, de uma atividade comercial como qualquer outra.
O presidente Lula já retomou, no fim de semana, novos périplos pelo país, levando Dilma a tiracolo. Até nos funerais de Zilda Arns ela apareceu ao lado do chefe. Estará em todas as inaugurações e fiscalizações de obras, bem como em reuniões variadas, de conselhos governamentais ao diálogo com os diversos setores da sociedade. O objetivo é mantê-la nos patamares atuais, coisa que, ironicamente, acontece com José Serra sem que ele precise esforçar-se.
Vamos, porém, seguir em frente: e se quando chegar o meio do ano, nada tiver mudado? Adiantará aumentar a cadência da desmotivada tropa que desfila, ou seja, multiplicar manifestações do PT e penduricalhos? Há quem proponha a guerra em duas frentes, quer dizer, além da exaltação dos méritos da candidata, a saída seria bater firme no governador de São Paulo. Identificar e divulgar seus defeitos, a começar pela identidade com Fernando Henrique e o anterior modelo tucano de governar. Espalhar que com o adversário eleito a Petrobrás será privatizada por inteiro, assim como o petróleo do pré-sal, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e até o ar que a gente respira. Só que pode não dar certo, porque José Serra tem cada vez menos a ver com o sociólogo. Basta atentar para sua performance no palácio dos Bandeirantes e a distância que ele vai ampliando do Alto Tucanato.
Sendo assim, volta a questão: e se nada dessa estratégia tiver dado certo, fazer o que diante de uma presumida derrota de Dilma Rousseff? Redescobrir Ciro Gomes ou apoiar Marina Silva parece inviável, já que o problema estará mais na força de Serra do que na fragilidade de Dilma. A tão propalada popularidade do Lula terá esbarrado na impossibilidade de ser transferida.
Então… Então, como a premissa da equação sucessória, para os atuais detentores do poder, repousa na impossibilidade de entrega-lo, quem quiser que conclua. Mais de 80% da população apoiariam aquela solução que preferimos não referir, pelo inusitado e o horror que seria para nossa frágil democracia…
Fomos sem querer, ficamos por dever
Há cinco anos, foi como sacrifício que aceitamos o convite dos Estados Unidos para chefiarmos as tropas das Nações Unidas no Haiti. Além do risco, as despesas. Como a missão exprimiria galgar mais um degrau no rumo da afirmação do Brasil como potência emergente, fomos, mesmo verificando que os americanos procuravam tirar as castanhas do fogo com a mão do gato. Não precisariam enviar soldados já espalhados pelo planeta quase inteiro.
Agora, diante da tragédia verificada naquele país, e sem maiores consultas à ONU, à OEA e sucedâneos, os Estados Unidos acabam de ocupar política e militarmente o Haiti. Dois porta-aviões, tropas especiais, equipamento aos montes, navios sem conta carregados de gêneros, remédios e 150 milhões de dólares.
Fizeram muito bem, por estarem lá perto, porque dispõem dos meios, porque sua ação ajuda a recuperar a popularidade de Barack Obama e, mais do que tudo, porque a população local entrava em ritmo de dissolução completa, já dissolvido há muito o seu governo.
Qual o papel do Brasil diante desse novo cenário? Só pode ser permanecer lá e, na medida do possível, contribuir para o combate ao caos e para a recuperação do país. Ficar, agora, é um dever.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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