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quarta-feira, dezembro 09, 2009

Márcio Thomaz Bastos “exigiu” 15 milhões para defender a Camargo Corrêa. Não é pouco? E o jornalista que assassinou a namorada pelas costas, pagou isso ou muito mais? Depois de Einstein é tudo relativo

A empreiteira Camargo Corrêa, responsável pela execução das maiores obras de infraestrutura e superestrutura existentes no Brasil e preocupada com o seu futuro e de alguns de seus diretores, não está fazendo economia para ser bem representada na Polícia e perante a Justiça Criminal.

Desejosa de se livrar das intermináveis acusações que diariamente estão sendo divulgadas por jornais (O inquérito não é sigiloso?) foi aconselhada a buscar assessoria jurídica de ninguém menos que o advogado criminalista Márcio Thomaz Bastos, ex-presidente da OAB nacional, ex-ministro da Justiça de Lula e seu principal conselheiro.

E segundo artigo publicado por Fernando de Barros e Silva, na “Folha de São Paulo”, citando a revista “Piauí”, “Bastos exigiu 15 MILHÕES para defender a empreiteira Camargo Corrêa, alvo da Operação Castelo de Areia da PF, que até março de 2007 se subordinava à sua pessoa. Sim, é espantoso, mas não é ilegal. Entre seus clientes atuais estão o empresário Eike Batista, que tenta se aproximar do governo, e o famoso doutor Roger Abdelmassih”. (Defender Eike Batista, é financeiramente suntuoso. Mas não é moralmente constrangedor?).

Para o citado articulista, “a advocacia criminal para empresas fez de Thomaz Bastos um homem rico. Ele ‘só fica triste quando acha que cobrou pouco’, diz uma ex-sócia”.

O atento e isento observador da vida nacional, no caso descrito, deve optar por uma de duas alternativas: ou os indícios de crime são graves, comprometedores e exigem jurisprudência especial, forte relacionamento e prestígio do advogado junto aos órgãos acusadores e julgadores ou a contratante perdeu noção do valor do real. Como lembrou a “Folha”, isso não é ilegal?

Não é ilegal, mas seria legítimo? O que diria de um advogado nessas circunstâncias, o ex-presidente da OAB nacional, o doutor Márcio? E o Ministro da Justiça e conselheiro do presidente da República, doutor Márcio? Para a empreiteira, tudo é “deduzível” e não no imposto de renda. E para o causídico?

Nos EUA, a “Emenda Miranda” deu mais direitos ao cidadão, inclusive este: “O senhor tem direito a um advogado, se não puder pagar o Estado lhe fornecerá um”. O doutor Márcio já esteve na condição de defender alguém, de graça? Defenderia?

Como foi presidente da OAB nacional, o doutor Márcio sabe muito bem, que lá, advogados e até juízes são julgados (e às vezes punidos severamente) por um órgão que se chama BAR OFFICE.

Aqui ninguém se intimida com a OAB, nem mesmo pela altura dos honorários. Lá a perda da carteira por advogados, e da toga por magistrados, é comum e assustadora.

* * *

PS- Que advertência o doutor Márcio, ex-OAB e ex-Ministro da Justiça, exigiria para um advogado que cobrasse tanto de tantos clientes? E o jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, há 10 anos em liberdade depois de assassinar a namorada pelas costas? Pode repetir, como Aldous Huxley, que o preço da liberdade está rigorosamente ligado ao prestígio do advogado?

PS2- Um famoso empreiteiro, não sei o nome, só que é rico e bem relacionado (todos são) foi acordado às 2 da manhã pelo gerente de uma obra, que lhe disse: “Perdemos dois funcionários, soterrados”. Antes de saber detalhes, reclamou, “soterrado não, empedrado”. Ele estava cobrando preço da movimentação de pedras, muito mais caro, embora deslocasse terra.

Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa

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