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segunda-feira, setembro 27, 2010

Destaque nas revistas: O Congresso Tiririca

Epoca

O Congresso Tiririca

Desde o início da propaganda eleitoral na TV, o palhaço Tiririca, nome artístico do humorista Francisco Oliveira Silva, de 45 anos, candidato a deputado federal em São Paulo pelo PR, repete dois slogans que viraram as marcas de sua campanha. O primeiro é “Vote em Tiririca. Pior que está não fica”. O segundo é “Você sabe o que faz um deputado federal? Eu não sei, mas vote em mim que eu te conto”.

O próprio sucesso eleitoral de Tiririca, um dos prováveis campeões de voto para deputado federal, sugere a nulidade do primeiro bordão. Com uma campanha rica e organizada, Tiririca é incapaz de defender ou formular minimamente qualquer proposta e debocha acintosamente do sistema eleitoral.

Estima-se que, em números absolutos, Tiririca poderá ser o parlamentar mais votado do Brasil, com potencial para atingir mais de 1 milhão de sufrágios. Esse índice seria suficiente para levar em sua garupa mais quatro ou cinco deputados para Brasília, beneficiando candidatos menos votados da coligação, que inclui PT, PCdoB, PRB e PTdoB.

Enquanto o primeiro bordão de Tiririca tende a ser desmentido pelos fatos, o segundo resume com precisão um tipo de deficiência que parece generalizado entre os eleitores. Uma pesquisa inédita feita pelo Ibope sobre o grau de conhecimento a respeito das funções de deputados e senadores mostra exatamente aquilo que Tiririca não para de repetir: a maior parte das pessoas aptas a votar não sabe bem ao certo para que serve um congressista.

O questionário da pesquisa foi elaborado por ÉPOCA com o auxílio do cientista político Fernando Abrucio e de profissionais do Ibope. A pesquisa mostra que a maioria dos eleitores é capaz de identificar corretamente algumas atribuições dos parlamentares. Quase 90% concordam que “votar pela criação ou reforma de leis” é função de um deputado. Além disso, 83% responderam positivamente à questão sobre a fiscalização do governo federal pelo Legislativo. Mas, em geral, prevalece na cabeça do eleitor a confusão.

Vale tudo por este malote

Em junho, em uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e o então presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, a então chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, afirmou que os Correios enfrentavam uma crise operacional. Para exemplificar o quadro e constranger Custódio, Erenice contou a história de um envelope enviado por Sedex a ela a partir de Santo Antônio de Posse, no interior de São Paulo, para Brasília. Segundo ela, o pacote teria demorado entre quatro e cinco dias para chegar. Lula ficou mais impressionado com a origem do documento do que com a informação da demora do Sedex.

“Santo Antônio de Posse é a terra do Neto (ex-jogador do Corinthians e comentarista de futebol)”, disse Lula. “Mas o que é que você tem lá?” Erenice afirmou: “Meu marido é de lá”. Há pouco tempo, soube-se que o marido de Erenice, o empresário José Roberto Camargo Campos, foi beneficiado por decisões da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e tem cinco empresas de consultoria de telecomunicações e energia em Santo Antônio de Posse, a “cidade do Neto”.
Renato de Oliveira/BG Press, Frederico Haikal/Hoje Em Dia/AE e André Dusek/AE (2)

A provocação de Erenice foi considerada parte de uma estratégia para afastar a diretoria dos Correios. No loteamento da administração pública, o setor estava nas mãos do PMDB. Custódio havia sido indicado pelo ex-ministro das Comunicações Hélio Costa e por políticos do partido. Erenice queria derrubar a turma do PMDB e distribuir os cargos para o PT. Pouco tempo após a reunião, o primeiro passo foi dado. Um dos protegidos de Hélio Costa, Marco Antônio Oliveira, foi exonerado da diretoria de Operações, área que mantém contratos bilionários. Três meses depois, surgiram as denúncias de que o filho de Erenice, Israel Guerra, atuou como lobista entre o governo e a MTA, empresa aérea que presta serviços de transporte de carga dos Correios. Era a deflagração da guerra entre PT e PMDB. A mesma que ensaia contaminar a montagem de um eventual governo Dilma Rousseff.

Marco Antônio Oliveira não foi o primeiro diretor dos Correios a perder o emprego por acaso. Sob sua responsabilidade estava um negócio promissor. Tratava-se de substituir as empresas aéreas que prestam serviço para os Correios pela criação de uma nova estatal. A empresa se dedicaria a transportar cargas dos Correios. A justificativa, no argumento de Hélio Costa, é que essa seria a solução para contornar as persistentes falhas nas aeronaves das prestadoras de serviços e, portanto, os atrasos na entrega de correspondências. Nos últimos dez anos, algumas empresas contratadas pelos Correios têm sido investigadas pelo Ministério Público e Polícia Federal por envolvimento em possíveis irregularidades. As empresas são acusadas de conluio para fraudar concorrências e suspeitas de pagar propina para obter contratos com a empresa estatal.

Veja

Os segredos do lobista

Olhando nervosamente para os lados, Marco Antônio de Oliveira, ex-diretor dos Correios e discreto lobista do grupo que tomou de assalto a Presidência da República, inclina-se na cadeira, aproxima-se do interlocutor e sentencia a meia voz: “A Casa Civil virou uma roubalheira”.

Marco Antônio é tio de Vinícius Castro, o ex-assessor da Casa Civil que, ao encontrar 200 mil reais em propina em sua gaveta na Presidência, exclamou: “Caraca! Que dinheiro é esse?”.

Embora desconhecido do grande público, trata-se de um personagem influente no governo Lula. Já foi diretor da Infraero no primeiro mandato do petista, quando a estatal reluzia no noticiário policial, e, desde 2008, ocupava a estratégica Diretoria de Operações dos Correios. Em ambos os cargos, sempre conviveu com acusações de malfeitorias.

A relativa má fama nunca foi obstáculo para que ele mantivesse uma inexplicável proximidade com a cúpula do governo Lula – proximidade que se revelava em conversas freqüentes com próceres da administração petista, como o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Também eram recorrentes os encontros no apartamento funcional de Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil, quando ela era braço-direito da candidata petista Dilma Rousseff.

Marco Antônio, o tio, e Vinícius Castro, o sobrinho, integram, numa rentável associação com outra família, a Guerra, a turma que, até recentemente, fazia e acontecia na Casa Civil.

Conforme revelou VEJA em suas duas últimas edições, esse grupo – cujo poder de barganha provinha da força política da agora ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra e de sua ex-chefe, Dilma Rousseff – montou uma central de negócios dentro do Palácio do Planalto, com atuação conhecida nos Correios, no BNDES, na ANAC, na Anatel e na Infraero.

Participavam também Israel Guerra, um dos filhos da ex-ministra, familiares dela e Stevan Knezevic, outro assessor da Casa Civil. Todos caíram – ou quase todos. Marcelo Moreto, um soldado-raso da turma, continua com um carguinho na Presidência.

“Essa roubalheira levou minha família à ruína”, admite Marco Antônio, em conversas gravadas com a reportagem no Rio de Janeiro e em Brasília. O lobista Marco Antônio, como se nota, é um homem amargurado, disposto, talvez, a usar as informações que dispõe para se vingar das tais pessoas que levaram sua família à ruína.

Ele guarda muitos segredos -- alguns já revelados e confirmados pelos fatos, como a participação da ex-ministra Erenice Guerra e seu filho em achaques a empresários que pretendiam ganhar contratos no governo.

Marco Antônio também é um personagem-chave para esclarecer uma grande interrogação que ainda existe desde o início do escândalo: a suspeita de que os dividendos resultantes das traficâncias da Casa Civil também abasteciam o caixa da campanha do PT.

Todos os episódios de lobby conhecidos até o momento tiveram o ex-diretor dos Correios, um confesso “prospectador de clientes”, como facilitador.

Em todos eles também surgiram versões segundo as quais parte do dinheiro captado pela família Guerra e seus sócios serviria ora para saldar “compromissos políticos”, ora “para a campanha de Dilma Rousseff”.

Ao menos foi isso o que afirmaram os empresários Fábio Baracat e Rubnei Quícoli. Baracat, em entrevista a VEJA e em depoimento à Polícia Federal na última quinta-feira, contou que pagou propina ao grupo para resolver pendências da MTA Linhas Aéreas junto a ANAC e a Infraero – e também para conseguir mais contratos dessa empresa com os Correios, sempre sob os cuidados da diretoria comandada precisamente por Marco Antônio.

Carta Capital

Petrobras levanta R$ 120,361 bilhões na oferta de ações

A Petrobras anunciou na noite desta quinta-feira (23) que estipulou em R$ 29,65 os preços das ações ordinárias (PETR3) e em R$ 26,30 os dos papéis preferenciais (PETR4) em sua megaoferta de ações.

A informação foi divulgada no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

É a maior oferta de ações da história. A estatal petrolífera vai captar R$ 120,361 bilhões, superando todas as emissões de ações já realizadas em 2010.

Convertendo este total em dólares, a operação ficou em US$ 69,977 bilhões (considerando o fechamento da divisa americana nesta quinta-feira), superando os US$ 22,1 bilhões levantados pelo Agricultural Bank of China.

Os valores foram cerca de 2% abaixo da cotação de fechamento desta quinta-feira na BM&F Bovespa, quando a PN fechou a R$ 26,80 e a ON a R$ 30,25. Isso porque a expectativa em relação à fixação do preço por ação levou as ações preferenciais da Petrobras a encerrarem o dia em alta de 3,15%, com volume de R$ 1,49 bilhão.

Na semana passada, a companhia informou que elevou de 10% para 20% da oferta inicial o lote adicional, e tem ainda mais 5% de lote suplementar que pode ofertar no mercado.

Entretanto, pelos dados informados à CVM, apenas 470 milhões de ações deste lote foram reservadas. A empresa tem ainda a possibilidade de colocar os 5% do lote suplementar (correspondente a 188 milhões de ações).

A oferta tem como coordenador líder o Bradesco BBI e outros 13 bancos participaram da distribuição.

Hoje, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) reafirmou os ratings de crédito corporativo “BBB-” atribuídos à estatal brasileira Petrobras, com perspectiva é estável.

Cureau, a censora

Permito-me sugerir à doutora Sandra Cureau, vice-procuradora-geral da Justiça Eleitoral, que volte a se debruçar sobre os alfarrábios do seu tempo de faculdade, livros e apostilas, sem esquecer de manter à mão os códigos, obras de juristas consagrados e, sobretudo, a Constituição da República. O erro que cometeu ao exigir de CartaCapital, no prazo de cinco dias, a entrega da documentação completa do nosso relacionamento publicitário com o governo federal nos leva a duvidar do acerto de quem a escolheu para cargo tão importante.

Refiro-me, em primeiro lugar, ao erro, digamos assim, técnico. Aceitou uma denúncia anônima para proceder contra a revista e sua editora. Diz ela conhecer a identidade do denunciante, acoberta-o, porém, sob o manto do sigilo condenado pelo texto constitucional e por decisões do Supremo Tribunal Federal. Protege quem, pessoa física ou jurídica, condiciona a denúncia ao silêncio sobre seu nome. Ou seja, a vice-procuradora comete uma clamorosa ilegalidade.

Há outro erro, ideológico. Quem deveria zelar pela lisura do embate eleitoral endossa a caluniosa afronta que há tempo é cometida até por colegas jornalistas ardorosamente empenhados na campanha do candidato tucano à Presidência. A ilação desfraldada a partir do apoio declarado, e fartamente explicado por CartaCapital, à candidatura- de Dilma Rousseff revela a consistência moral e ética, democrática e republicana dos acusadores, ou por outra, a total inconsistência. A tigrada não concebe adesão a uma candidatura sem a contrapartida em florins, libras, dracmas. Reais justificados por abundante publicidade governista.

“Não aceitamos candidatos”

Passar três meses em viagem pelo País e ser obrigado a pagar todas as suas contas somente com cheque. O que parece o roteiro de um bizarro reality show patrocinado pelo sistema bancário é a rotina de campanha imposta aos candidatos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Lei 9.504, de 1997, e a Resolução do TSE 23.217, deste ano, sustentam o surrealismo que acompanha os postulantes a uma vaga no Executivo ou no Legislativo.

Segundo consta do Manual de Arrecadação e Aplicação de Recursos, “os gastos eleitorais de natureza financeira só poderão ser efetuados por meio de cheque nominal ou de transferência bancária”. A segunda permissão não ajuda em quase nada – difícil imaginar que até o tesoureiro mais previdente consiga programar uma transferência para a churrascaria onde a comitiva resolva almoçar nos próximos dias.
CartaCapital acompanhou uma viagem de Ricardo Young, candidato do Partido Verde ao Senado por São Paulo, a Campinas, a uma hora da capital. Entre compromissos com eleitores, palestras e encontros em companhia da candidata à Presidência, Marina Silva, cada folha de cheque carrega o visco do tormento para os integrantes da comitiva.

No caminho, dois pedágios. No caso, ainda é possível usar dinheiro vivo e justificar os gastos com recibo. O limite, diário, para pagamentos em dinheiro é de 100 reais. Como a conta aberta em nome da campanha não pode ter cartões, o saque deve ser feito com cheque. E a pequena verba só pode ser utilizada para despesas de deslocamento. Resumindo: continua a equipe refém do talão.

Primeiro obstáculo, o posto de gasolina. Apesar do onipresente aviso “Não aceitamos cheques. A direção”, nenhum problema ao pagar o abastecimento dos carros de campanha – cerca de 250 reais. Explica-se: o estabelecimento fica próximo de um comitê campineiro, logo, já desistiu de aplicar a regra durante o período eleitoral.

Fonte: Congressoemfoco

Juízes repudiam declarações de Roriz

Segunda-Feira, 27 de Setembro de 2010

25/09/2010 - 19h22 | Atualizada em 25/09/2010 - 21h35

Juízes repudiam declarações de Roriz

Rudolfo Lago

Com a candidatura barrada com base na Lei da Ficha Limpa, o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) resolveu dar um drible na Justiça,trocando seu lugar com o de sua mulher, Weslian. Diante da possibilidade - que ficou concreta após o empate em 5 a 5 no Supremo Tribunal Federal sobre a hipótese de a ficha limpa valer nas eleições deste ano - de barração, ele renunciou e tornou sua mulher candidata. Ao fazer o anúncio da troca, porém, Roriz posou de vítima, e resolveu atacar os magistrados que barraram a sua candidatura, dizendo que tinha a ficha mais limpa que "a de alguns juízes".

Em resposta ao ataque de Roriz, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou uma nota de repúdio. "As declarações são levianas e irreponsáveis, pois lançam suspeitas infundadas sobre a conduta dos julgadores do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal, que apreciaram os processos judiciais contra o então candidato", diz a nota.

Mesmo após a renúncia de Roriz, o STF deve, na próxima quarta-feira (29) proclamar qual foi o resultado do julgamento, após o empate em 5 a 5. Essa proclamação é importante, porque ela servirá de balizamento para a situação dos demais candidatos barrados pela Ficha Limpa. Se o STF entender que, diante do empate, a lei valerá para as eleições deste ano, todos aqueles que, como Roriz, foram barrados, estarão fora das eleições.

Leia a íntegra da nota da AMB:

"A Associação dos Magistrados Brasileiros, entidade que congrega quase 14 mil juízes em todo o país, vem a público manifestar veemente repúdio às declarações de Joaquim Roriz, em manifesto divulgado nesta sexta-feira (24), após anunciar o fim de sua candidatura ao governo do Distrito Federal.
No documento, Roriz atacou injustamente a magistratura ao afirmar que tem a ficha mais limpa do que a de alguns juízes que o julgaram apenas com base em sofismas. Para a AMB, as declarações são levianas e irresponsáveis, pois lançam suspeitas infundadas sobre a conduta dos julgadores do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, Tribunal Superior Eleitoral e Supremo Tribunal Federal, que apreciaram os processos judiciais contra o então candidato.
Se o então candidato tem conhecimento de algum fato que desonre a conduta de algum magistrado, que o apresente com as respectivas provas, e não lance suspeitas genéricas com o objetivo de mudar o foco do noticiário nacional.
A busca pela ética na política é um pleito da sociedade ao qual a AMB tem se solidarizado. Por essa razão, a entidade lançou este ano a terceira edição da Campanha Eleições Limpas, desenvolvida em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral, e é totalmente favorável a aplicação imediata da Lei da Ficha Limpa, que visa barrar candidaturas de pessoas que não apresentam comportamento ético adequado para a democracia brasileira.

Mozart Valadares Pires
Presidente da AMB"

O manifesto de Roriz, criticado pela AMB

Manifesto de Roriz ao povo de Brasília
Minha ficha é limpa e minha consciência mais limpa do que a consciência dos que me acusam sem provas; e até mesmo do que a de alguns juízes que me julgaram apenas com base em sofismas, muito mais apegados às luzes dos holofotes do que ao espírito das leis.
Para isso valeu tudo: rasgaram a Constituição; jogou-se no lixo os princípios gerais do Direito; construíram interpretações, e, no meu caso particular, ignoraram que nunca foi aberto contra mim qualquer processo com base “quebra de decoro parlamentar” e jamais sofri condenação transitada em julgado em qualquer esfera do Judiciário.
Do que me acusam? Nunca avancei sobre o patrimônio público, nunca sujei minha mão na lama onde chafurdam os corruptos que infelicitam Brasília e o Brasil. Meu patrimônio, graças a Deus, tem a marca da honradez de uma família que há mais de século nesta região fez do trabalho honesto seu meio de vida.
Os antigos “ermos e gerais” que hoje hospedam o centro dos Três Poderes eram fazendas de meus pais e avós, do meu sogro, onde, menino ainda, com os mais velhos, saía para o campeio, dormindo ao relento, comendo frugalmente, como todos os sertanejos de então, enfrentando as intempéries da natureza hostil, demorando às vezes mais que semana para a volta ao lar.
Talvez, venham dessas raízes, esse apego e amor intenso por Brasília e nosso povo que me enche a alma e os sentidos, me tornando escravo do desejo de resgatá-la do caos em que se encontra, preparando-a para o futuro dos próximos 50 anos, com melhora radical na qualidade de vida de nossa gente, principalmente dos mais humildes, que sempre se constituíram na razão maior da minha vida pública.
Os meus adversários chegam ao absurdo de dizerem que enchi Brasília de favelas, quando, na verdade, fiz aqui reforma urbana, erradicando favelas e dando dignidade, endereço e cidadania a centenas de milhares de famílias. De toda a imensidão de obra que construí como a Ponte JK, o metrô e a Usina Hidrelétrica de Corumbá IV, a reforma urbana é a que mais me gratifica e envaidece.
Tentam, de todas as maneiras de me impedir de ser candidato. Criaram novas leis, novas regras e sequer decidiram sobre elas, numa atitude medrosa. Me tornaram vítima de uma brutal injustiça! O povo reconhecerá isso e dará a resposta nas urnas.
Em respeito a Democracia, a eleição correrá em meu nome e o povo de Brasília me honrará, elegendo Governadora minha amada esposa, companheira de cinqüenta anos, Weslian Roriz. Competente, honrada, humana e digna. Estarei com ela a cada minuto, como ela a cada minuto sempre esteve comigo, e foi a grande responsável pela alta dose de humanismo dos quatro períodos de governo que chefiei.
Peço ao povo que nos dê também maioria nas Câmaras Distrital e Federal, além de consagrar a eleição dos dois Senadores: Maria Abadia e Alberto Fraga. A vitória contra meus adversários me lavará a alma das injustiças que sofri, e fará com que eu não tenha que repetir o grito de revolta do grande humanista Camus: “O pior dos tormentos humanos é ser julgado sem lei.”
Brasília, setembro de 2010.
Joaquim Roriz

Fonte: Congressoemfoco

Procuradora Sandra Cureau vai ter que se explicar pela tentativa de censura à revista Carta Capital

A vice- procuradora da Justiça eleitoral, Sandra Cureau, virou protagonista da mais direta ação de censura a um órgão de imprensa no Brasil. O alvo é a revista Carta Capital. Com base em uma denúncia anônima, ela exigiu, num prazo de cinco dias, que a revista entregasse documentação completa sobre o relacionamento publicitário da revista com o governo federal.

Não passa de uma tentativa de censura à revista editada pelo jornalista Mino Carta, um verdadeiro assalto à liberdade de imprensa.

Todas as revistas e jornais do Brasil mantêm contratos com os governos federal e estaduais. O governo de São Paulo, por exemplo, do PSDB, mantém contratos com grandes grupos de comunicação do país, como Editora Abril, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo.

Da Editora Abril, o governo paulista adquire assinaturas das revistas Nova Escola, Veja, Guia do Estudante e Recreio. Pelo contrato com a Nova Escola, por exemplo, o governo paulista adquire 220 mil assinaturas para Unidades Escolares da Rede Estadual de Ensino, no valor de R$ 3.740.000,00. Já a Veja soma 5.449 assinaturas no valor de R$ 1,16 milhão. É muito dinheiro.

Além da Editora Abril, os jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Editora Globo também mantém contratos com o governo paulista. A Folha vendeu 5.200 assinaturas anuais para escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo com valor de R$ 2,5 milhões. O Estado de S. Paulo também vendeu 5.200 assinaturas do jornal destinadas às escolas estaduais no valor de R$ 2,5 milhões. Já a Editora Globo tem um contrato de 5.200 assinaturas para as escolas da revista Época de R$ 1,2 milhão.

O que há de errado nisso? O governo de São Paulo pode, através de licitações ou mesmo por inexigibilidade de licitação, conforme a especialização do material, adquirir as publicações. Se tudo isso é necessário é outra história.

A revista Carta Capital, como toda imprensa, pode receber anúncios do governo federal. Não receber anúncios é que seria muito estranho. Com razão a carta Capital protesta.

Tudo isso é normal. O que não é normal é uma vice-procuradora da Justiça Eleitoral pressionar, de maneira tão acintosa, uma revista independente. É um assalto à liberdade de imprensa.

Essa mulher tem que se explicar ao Brasil.
# posted by Oldack Miranda/Bahia de Fato

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Limpe seu nome e tenha crédito no Natal

Renato Brandão
do Agora

Os pedidos de renegociação de dívida costumam aumentar nos últimos meses do ano, especialmente quando os trabalhadores recebem a grana do 13º salário.

Segundo a ACSP (Associação Comercial de São Paulo), a previsão é que mais de 500 mil consumidores procurem limpar o nome em dezembro.

A grana da restituição do Imposto de Renda também pode ajudar o consumidor a quitar dívidas. "O momento em que entra um dinheirinho a mais é ideal para acertar as contas", aconselha Váleria Cunha, assistente de direção do Procon-SP.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta segunda

Aposentado por invalidez em 2005 tem revisão

Gisele Lobato
do Agora

Os aposentados por invalidez que tiveram o benefício concedido entre março e julho de 2005 podem conseguir uma revisão na Justiça. Quem começou a receber auxílio-doença no período também pode ser beneficiado. A decisão é do TRF 4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que atende os Estados do Sul.

Nesse período, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) concedeu quase 90 mil benefícios por invalidez e 572 mil auxílios-doença.

O tribunal entendeu que quem foi prejudicado pela MP (medida provisória) 242, de 24 de março de 2005, deve ter correção --o índice varia de acordo com as contribuições do segurado.
A MP mudou a forma de calcular o valor desses benefícios por incapacidade. A regra anterior mandava o INSS apurar o salário de benefício pela média dos 80% maiores pagamentos de todo o período de contribuições do segurado.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta segunda,

Justificativa eleitoral pode ser preenchida pela internet

Agência Brasil

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresentou mais uma ferramenta que vai facilitar a vida dos eleitores que estarão fora do domicílio eleitoral no dia das eleições no primeiro e segundo turnos. É o preenchimento on-line e a impressão do Requerimento de Justificativa Eleitoral.

Para acessar o documento, o eleitor deve entrar na página inicial do TSE, clicar no link Serviços ao Eleitor e depois em Justificativa Eleitoral. O tribunal ressalta, no entanto, que o eleitor só deve assiná-lo na presença de um mesário, no dia da votação, nos locais destinados ao seu recebimento.

Na entrega do requerimento, o eleitor deve apresentar o título ou um dos seguintes documentos com foto: carteira de identidade ou documento de valor legal equivalente (identidades funcionais), certificado de reservista, carteira de trabalho e carteira nacional de habilitação.

O eleitor que não puder realizar a justificativa no dia da votação tem até 60 dias após o pleito para entregar o requerimento em qualquer cartório ou posto de atendimento eleitoral. Além disso, ainda pode encaminhá-lo, via postal, ao cartório da zona eleitoral onde for inscrito.

O cidadão que não votar nem justificar fica impedido de tirar passaporte, inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, ou empossar-se neles, renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo e obter certidão de quitação eleitoral.

Fonte: Tribuna da Bahia

Roriz tinha certeza de que ganharia no Supremo. Mandou imprimir dezenas de milhares de folhetos: “O Supremo ratificou MINHA CANDIDATURA”. Horas depois, RENUNCIOU, é o verbo que MAIS ADMIRA. O TSE não pode aceitar sua mulher, uma semana antes da eleição. Absurdo, os votos dele vão para ela.

Como a questão é de importância extraordinária, 72 horas depois da badalada (vá lá essa palavra amena e não correspondendo ao que houve realmente, nas 9 horas de discussão e votação), volto ao assunto. Fui o único que acompanhou o julgamento do princípio ao fim, terminou quase às duas da madrugada de sexta, às 7 da manhã a matéria já podia ser lida na íntegra.

Eram fatos, fatos, palavras, palavras, tudo escrito em cima da hora. Agora interpretação minuciosa. E os 10 ministros são CULPADOS e CULPÁVEIS, por terem gasto 9 horas para resolver o que já estava resolvido.

E ninguém imaginava, (muito menos esse repórter) que ministros vetustos (data venia) levantassem a voz para dizer ou perguntar, “citar Direito alemão por causa de apenas um réu, é válido ou justo?” Ou mais: “Uma hora em média para julgar um corrupto, que está ELOGIANDO O SUPREMO nas ruas de Brasília?”

Gilmar Mendes falou 1 hora e 40, terminou explicando: “Tenho que suspender as análises por causa do adiantado da hora”.

O projeto da ficha-limpa foi criado, aprovado e colocado em vigor também para impedir possíveis candidaturas, de parlamentares que RENUNCIARAM PARA NÃO SEREM CASSADOS.

Eram apenas quatro e todos senadores. Um está morto fisicamente. Outro morreu politicamente quando era governador, outro no “inferno eleitoral” do Pará. Sobrou Roriz. Corrupto desde a primeira vez que foi interventor em Brasília, e se eternizou não pelo VOTO VOTADO, mas pelo VOTO COMPRADO.

Só tinham que examinar isso e mais nada: RORIZ FOI ELEITO SENADOR POR 8 ANOS, cumpriu pouco mais de seis meses, RENUNCIOU. O que se queria saber, apenas isto: RENUNCIARA A UM MANDATO ILÍCITO? 10 ou 15 minutos para cada ministro, em uma hora ou pouco mais, estaria tudo examinado, concluído, votado e o resultado proclamado. Mas na ERA da televisão não é assim, não pode ser assim, tem que ser assim?

Não havia MONUMENTAL problema de ANTERIORIDADE, de PÂNICO para a coletividade, que o ficha-limpa, que surgira de MANIFESTO POPULAR, referendado pela Câmara e Senado, pudesse ferir os DIREITOS de toda a população brasileira. Portanto, os que tinham que examinar era o comportamento de Roriz, que acusado e provado como CORRUPTO, RENUNCIARA AO MANDATO PARA NÃO SER CASSADO.

E agora pretende (ou pretendia) VOLTAR com o “EMPURRÃO” do Supremo. (Só que RENUNCIAR é o seu lema, poucas horas depois do empate, desistiu, colocou a mulher no lugar).

Vejamos alguns votos, começando por Celso de Mello, grande surpresa-decepção da noite. Levou 300 laudas que não pôde ler, “compreendam, é muito tarde”. Depois de citar centenas de tratadistas, suprimindo outros, afirmou: “RENUNCIAR não é ilegítimo, é um ato UNILATERAL”.

E é mesmo. Mas quando alguém RENUNCIA para não ser cassado, pelo menos necessita de uma explicação. Condescendente, Celso de Mello absolveu Roriz, um direito seu, de magistrado. Convencido da sua inocência, INOCENTÁ-LO. Por que não disse logo? A função do magistrado é MAGISTRAR E NÃO PERDER TEMPO em falatórios e em citar juristas que DECIDIRAM NO PASSADO E NÃO HOJE.

Não ocorreu ao notável Celso de Mello, perguntar (mesmo que fosse a si mesmo) a razão da renúncia? Um cidadão gasta dinheiro, tempo, o esforço quase de uma vida para conquistar mandato importante de 8 anos, cumpre pouco mais de seis meses e vai embora? Isso é ATO DE VONTADE UNILATERAL? Ah! Ministro.

Carmem Lúcia também não achou ILEGÍTIMA a RENÚNCIA, condenou Roriz. Idem, idem, para Ellen Gracie, que “andou justificando perigosamente” Roriz, acabou por condená-lo.

O relator Ayres Brito. Voto magistral, e passou a noite contestando os que ABSOLVIAM RORIZ, lógico, com falsas razões HUMANITÁRIAS. Toda a CORRUPÇÃO É DESUMANA, não existe exemplar mais digno desse rótulo do que o ex-governador.

Lewandowski e Marco Aurélio, já haviam votado no TSE. De forma contraditória, confirmaram o voto, um para cada lado. Portanto, “VOTANDO DE FORMA IGUAL NO RESULTADO, EMBORA TOTALMENTE DESIGUAIS NAS PALAVRAS E NAS ANÁLISES”.

Dos melhores votos, o de Joaquim Barbosa. Sou insuspeito no seu caso e em todos os casos, erro e acerto até contra mim. Joaquim Barbosa levou 12 minutos, se livrou das filigranas, votou impiedosamente pela CONDENAÇÃO (a cassação) de um corrupto-CORRUPTOR. Não é redundância e sim dupla pena, pelos crimes que não estavam sendo julgados.

Restam, então, Gilmar Mendes e Cezar Peluso. O primeiro, o mais longo, mais cansativo, provavelmente o mais chato, principalmente pela arrogância. Como ninguém tinha dúvida sobre seu voto, poderia ter resolvido logo. E a televisão? Câmeras em cima dele durante 1 hora e 40 minutos. Desprezou a opinião pública, textual: “Dizem que esse projeto ficha-limpa teve 1 milhão e 600 mil assinaturas populares”

Testemunho imediato, sem hesitação: “Não me interessa a origem popular. E poderia ter 2, 3 ou 5 milhões de assinaturas, não me influenciariam”. Reacionário e assumido, como se isso fosse uma glória, glorificou Roriz.

Falam tanto e contestam a tão apregoada votação do Tiririca para a Câmara, e permitem que um outro Tiririca ocupe cadeira no mais alto tribunal do país? E a exigência do NOTÁVEL SABER JURÍDICO E ILIBADA REPUTAÇÃO, vão exigir do TIRIRICA?

(Não inovei no julgamento-apreciação de Gilmar. Disse a mesma coisa com outras palavras, não gosto de me repetir, embora Gilmar se repita no exibicionismo e na afronta ao Direito).

O último, Peluso, presidente (por rodízio) jamais me enganou. Sabia que votaria a FAVOR DA CANDIDATURA Roriz, mas poderia se materializar uma dúvida, difícil, quem sabe não impossível? Mas o próprio Peluso, quase a 1 hora da madrugada, começou a falar.

E disse como PREÂMBULO ou PRÓLOGO, embora eu soubesse que isso era a confirmação, de que “és pó e ao pó retornarás”. O presidente (por rodízio) jamais SAIU, portanto continuará.

A afirmação que definiu, esclareceu e identificou o voto de Peluso: “Tenho 40 anos de magistratura e jamais fiz qualquer concessão”. Comecei a analisar seu voto, sabia que não erraria um milímetro. Não errei. Que República.

***

PS – Terminando o julgamento, mesmo na madrugada, o Supremo “se transferiu para o Rio”. No feirão da Rua da Alfândega, falavam ao mesmo tempo. Quase todos excitados.

PS2 – A solução seria proclamar a decisão do TSE, o mais alto tribunal eleitoral do país, mas Peluso e Gilmar se opunham. Depois das propostas mais esdrúxulas, absurdas e escalafobéticas, resolveram: “Vamos esperar o presidente Lula preencher a vaga”.

PS3 – Estamos na véspera da eleição. O presidente tem que enviar um nome ao Senado, ser examinado nas Comissões, no plenário do Senado. Tudo isso com o Senado fechado, pelo menos 54 senadores acabam o mandato.

PS4 – Como Lula queria nomear Asfor Rocha, (presidente do STF, fulminado pelo ABECEDÁRIO de suas irregularidades) pode decidir “EMPURRÁ-LO”. A hora é agora.

PS5 – Nos últimos dias, Roriz fazia campanha exaltando o Supremo, mandou até imprimir folhetos, assim: “O SUPREMO ABSOLVEU RORIZ, O PRÓXIMO GOVERNADOR”.

PS6 – Horas depois, desanimado e desesperado, RENUNCIOU, queria colocar a filha no lugar. Já eleita deputada distrital, recusou, colocou no seu blog, “CONTINUO CANDIDATA A DEPUTADA”.

PS7 – Roriz colocou então a mulher, e quer que o tribunal mande CONTAR para ELA os possíveis votos dados a ELE. Ignomínia que o TSE não pode admitir. Afinal, o TSE considerou Roriz INELEGÍVEL, como pode aceitar que outra pessoa RECEBA esses votos?

Helio Fernandes/Tribuna da Imprensa

Insossos, amorfos e inodoros debates

Carlos Chagas

No passado foi sinal de prestígio para as redes de televisão promover debates entre os candidatos presidenciais. Positivamente, hoje não é mais. Pudessem ser realizadas e divulgadas pesquisas amplas, em todo o território nacional, a respeito dos índices de audiência desses debates, e os partidos se surpreenderiam pelo baixo nível de atenção do cidadão comum diante da repetição das mensagens de cada candidato. Verificariam o esgotamento do formato já ultrapassado de um perguntar para o outro, com tempo restrito para réplicas e tréplicas onde apenas chavões e pegadinhas vão ao ar.

A turma do faturamento das emissoras através da publicidade não anda nada satisfeita. Até os barões-proprietários começam a duvidar da eficácia de sua presença na portaria e nos corredores das emissoras, recebendo os participantes, como forma de mais tarde serem recebidos por um deles, o vencedor, quando chegar ao palácio do Planalto.

É preciso repensar essa monótona tentativa de angariar votos, por parte de uns, e de programar influência, pelos outros. Um único debate realizado em pool ainda passaria, pela curiosidade do eleitor. Cinco, seis e mais encontros dos mesmos, falando as mesmas coisas, só faz despertar sono no telespectador. Mais evidências do desinteresse popular tivemos ontem, no debate da Record, e teremos quinta-feira, na Globo, como aconteceu antes na Bandeirantes, na Rede-TV, na Rede Vida e outras. Bem agiu o SBT em não pleitear o seu debate, limitando-se a abrir espaço para entrevistas isoladas de cada candidato.

Repetir no futuro as mesmas insossas, amorfas e inodoras apresentações equivalerá a desestimular eleitores e candidatos.

SINCERIDADE FAZ MAL, DE MAIS OU DE MENOS

Ao disputar a presidência da República em 1960, o marechal Henrique Lott caracterizou-se pela sinceridade de suas mensagens e pronunciamentos. Não fazia concessões a temas e situações. Vinha defendendo a estatização completa do ensino primário e médio, com o fim das escolas privadas. Chegando em Santa Catarina, foi procurado ainda no aeroporto de Florianópolis por uma comissão do PSD, maior partido nacional, que o apoiava. Com muito jeito, Celso Ramos, cacique local, chamou-o de lado e apelou para que não abordasse o assunto, no comício daquela noite. Não pedia que mudasse de proposta, mas, simplesmente, que a omitisse, porque no estado o ensino privado ultrapassava 80% das escolas.

O marechal não disse nada, pareceu concordar. No palanque, depois de pronunciar-se sobre montes de projetos nacionalistas, preparava-se para encerrar sua fala e não havia tocado na questão do ensino. Todos pareciam satisfeitos quando, puxando Celso Ramos para o seu lado, disse ao microfone suas últimas palavras: “quero demonstrar como sou sincero. Meu amigo Celso pediu-me para silenciar quanto às escolas, mas não tenham dúvidas, se eleito, vou estatizar todas elas!” Perdeu de lavada a eleição em Santa Catarina.

Essa historinha se conta em função da teoria dos contrários. Um pouquinho de sinceridade faria bem aos atuais candidatos, mestres em omitir temas capazes de tirar-lhes votos. Dilma não fala no lucro dos bancos, Serra silencia diante das privatizações do governo Fernando Henrique, Marina evita abordar o asfaltamento da rodovia Manaus-PortoVelho e Plínio esquece de lembrar que o comunismo saiu pelo ralo…

Fonte: Tribuna da Imprensa

O enigma Geddel

postado por Paixão Barbosa @

Para mim, a eleição baiana deste ano, tem, até agora, um grande enigma a ser decifrado, que é a situação do candidato a governador pelo PMDB, Geddel Vieira Lima. Restando apenas dez dias para a decisão definitiva das urnas, o candidato peemedebista aparece nas pesquisas de opinião exatamente no mesmo patamar com que começou a sua pré-campanha, apesar de todos os recursos que empregou neste período.

Ex-ministro da Integração Nacional, o deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB) decidiu fazer uma aposta arriscada quando, em 2009, optou pelo rompimento da aliança do seu partido com o PT, aliança que teve grande parcela de responsabilidade na histórica e surpreendente vitória de Jaques Wagner (PT) sobre Paulo Souto, derrotando a máquina carlista. Com uma base de 114 prefeitos e mais de mil vereadores, o PMDB baiano constituía uma estrutura sólida, garantindo a ele uma grande penetração em todas as regiões do Estado, o que era reforçado pela sua atuação no Ministério, com um elenco significativo de obras em mais de 100 municípios.

Mesmo sabendo que sempre é uma aposta arriscada concorrer contra a máquina governista e tendo ainda que enfrentar o que restou da estrutura carlista, Geddel decidiu apostar na sua capacidade de trabalho e foi à luta, formalizando a candidatura. Tinha, como estratégia, crescer no espaço entre o governador e Paulo Souto, apresentando-se como uma alternativa nova, contrapondo-se ao que já tinha sido e ao que está sendo, qualificando-se para ir ao segundo turno contra qualquer um dos dois.

Naquele momento da pré-campanha (fevereiro e março), recebia entre 8 e 10% das intenções de voto, na média das pesquisas eleitorais. Ele e sua equipe acreditavam, então, que sua performance devia ser debitada ao fato de ser menos conhecido do que os outros dois principais adversários, Souto e Wagner, e que isto iria mudar à medida que o eleitoradi tomasse conhecimento de suas propostas.

Profissional, montou uma boa estrutura para gerir a campanha, conseguiu reunir dez partidos em torno do PMDB e disparou emissários e aliados para todos os municípios baianos. Contratou uma equipe vitoriosa (em 2008) para conduzir o marketing eleitoral e jogou suas fichas na boa presença que tem frente aos microfones e câmeras.

Conseguiu garantir a teoria dos dois palanques na Bahia, com que procurou dividir as atenções do presidente Lula e da candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT). E, principalmente, nesta linha, buscou reforçar a mensagem de que também era candidato de Lula e de Dilma na Bahia, tentando garantir para si um pouco do peso da popularidade do ocupante do Palácio do Planalto ou, pelo menos, dividir a influência positiva com o governador Jaques Wagner.

Apesar do esforço, iniciou o horário eleitoral gratuito (em 17 de agosto), no mesmo patamar das intenções de voto, subindo apenas um pouco para 11%, mas dentro das margens de erro dos diversos institutos de pesquisa. A justificativa era que os adversários tinham maior visibilidade anterior, o governador pela exposição própria do cargo e o candidato do DEM pelo fato de já ter sido governador duas vezes.

A aposta passou a ser, então, a propaganda no Rádio e na TV. Sua equipe de marketing produziu boas peças, fortes na mensagem e leves na apresentação, a música da campanha não é ruim e o próprio candidato, como já se esperava, não foi mal nas suas aparições, com um discurso direto, frases objetivas e muitas críticas ao governo estadual.

Nada disto, porém, foi capaz de fazer o candidato subir nas pesquisas eleitorais e ele continua, a dez dias da eleição, estacionado nos mesmos patamares do início da campanha eleitoral, de acordo com os levantamentos de todos os institutos de pesquisa. Fato que foi usado até por Dilma Rousseff para anunciar publicamente que só tem, agora, um candidato a governador da Bahia, Jaques Wagner, jogando para o alto o compromisso anterior, de ficar de braços dados com o ex-ministro.

No futuro, quem analisar esta campanha baiana, poderá ter um bom material para estudar e tentar explicar porque um candidato que, aparentemente fez tudo certo, seguindo todo o receituário do marketing eleitoral, não conseguiu sequer mudar de patamar nas pesquisas eleitorais.

Como recomenda a prudência, repito que ainda faltam dez dias para a eleição e o quadro ainda pode mudar, uma vez que pesquisa não é urna e só esta dá os números reais de cada candidato. E, quem sabe, o esforço de Geddel e de sua equipe possa, ainda, dar algum resultado positivo? Aliás, se isto acontecer, será um caso ainda mais interessante para estudo dos especialistas.

Fonte: A Tarde

Candidatos à Presidência confrontam propostas em debate

Ricardo Moraes, Bruno Domingos e Nacho Doce / Reuters /

Dilma, Serra, Marina e Plínio participaram de programa na TV Record. Políticas sociais e casos de corrupção foram discutidos por candidatos

26/09/2010 | 23:48 | G1 / Globo.com

Os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) participaram na noite deste domingo (26) de debate promovido pela TV Record.

O debate teve quatro blocos. No primeiro bloco, os candidatos se apresentaram e fizeram perguntas entre si. As respostas eram comentadas por outro candidato, com réplica e tréplica. No segundo bloco, jornalistas fizeram questões aos candidatos, com comentários de outro candidato e direito a réplica e tréplica.

No terceiro bloco do encontro, houve duas rodadas de perguntas entre os candidatos, também com réplica e tréplica. No último bloco, cada candidato teve dois minutos para considerações finais.

Temas e embates

O debate, que durou cerca de duas horas, abordou os seguintes temas: política externa, emprego, corrupção, exclusão social, programas ProUni (Programa Universidade para Todos) e Reuni (Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), gestão pública, agências reguladoras, papel de Fernando Henrique Cardoso na campanha de José Serra, moradia popular, mensalão do PT e do DEM-DF, capacidade administrativa, "tática do medo" na campanha, impactos ambientais de obras do Plano de Aceleração do Crescimento, cobertura das eleições pela imprensa, educação em São Paulo, políticas antidrogas, salário mínimo, analfabetismo, ensino técnico, capitalização da Petrobras e impostos.

Logo no primeiro bloco, a crise na Casa Civil que resultou na demissão da ex-ministra Erenice Guerra opôs Plínio a Dilma. Para o candidato do PSOL, o episódio mostrou que a petista é "conivente ou incompetente". "Você tem competência para escolher ou vai escolher outras Erenices por aí?", questionou. Dilma defendeu apuração do caso e da quebra de sigilo fiscal de tucanos. "Até o momento em que for eleita, se o governo não concluir a apuração da Receita e da Casa Civil, te asseguro que irei investigá-lo até o fim", disse a petista.

O tema políticas sociais expôs divergências entre Serra e Marina. A candidata do PV o questionou sobre exclusão e disse que a gestão tucana em SP cortou recursos da área social. "As promessas que estão sendo feitas [por Serra] não encontram respaldo na realidade", afirmou. Serra disse que irá "fortalecer" o Bolsa Família, que classificou como “junção de bolsas criadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso”. Negou corte na área social em SP e afirmou que o setor inclui outras áreas, como saúde e educação.

Serra criticou loteamento político de agências reguladoras como Anvisa (vigilância sanitária) e ANS (planos de saúde) em questionamento a Dilma. A petista disse defender a meritocracia no serviço público e rebateu citando precarização do trabalho na educação em São Paulo e o racionamento de energia de 2001/02. "Quarenta e dois por cento das professoras do estado mais rico do país tinham vínculos precários, foi feito concurso e houve reprovação muito grande. Nao acho isso eficiente", disse Dilma. O tucano disse que informações de Dilma sobre SP são "sistematicamente erradas". Afirmou que a Anvisa foi "totalmente loteada". "O tempo de aprovação de um genérico [pela Anvisa] triplicou."

Ao comentar questão proposta por jornalista sobre a capacidade de gestão de Marina, Plínio disse faltar "coragem" à candidata do PV para "enfrentar interesses poderosos". "Engoliu [durante gestão no ministério do Meio Ambiente] transgênicos, transposição do São Francisco, as florestas. Como é que vem a agora dizer que vai enfrentar poderosissímos interesses?", questionou. Marina citou números (725 presos por crimes ambientais, 1.500 empresas irregulares fechadas e 36 mil áreas de grilagem inibidas) para defender sua gestão. "Isso é uma questão de compromisso.[...] Isso eu estou perfeitamente preparada para fazer", afirmou.

Considerações finais

Marina Silva afirmou que há "pessoas no PT e no PSDB" que estão preocupadas com, respectivamente, as "alianças da Dilma" e o "promessômetro" do Serra. "Se querem uma mulher no segundo turno, vamos fazer justiça e colocar as duas no segundo turno", disse.

Plínio Sampaio pediu votos em candidatos do PSOL e para si. Prometeu desapropriar grandes fazendas, combater violência com "civilidade" e tornar saúde e educação "totalmente públicas" no país. "Não vote em mim pelo meu passado, mas pelo meu futuro", afirmou.

Dilma Rousseff afirmou representar o "projeto de transformação que mudou o Brasil de forma real e concreta". Citou números de mobilidade social no governo Lula e afirmou que o país passou a "não excluir ninguém". "Demos autoestima e orgulho para os brasileiros", disse.

José Serra afirmou que a eleição do próximo domingo decidirá "quem vai para o segundo turno". Citou sua biografia e pediu que seu eleitor tente conquistar mais um voto. "Ofereço a minha experiência e a minha vida limpa, íntegra, dedicada ao nosso povo", afirmou.

Fonte: Gazeta do Povo

Danielle Villela, do A Tarde On Line


Faltando apenas uma semana para as eleições, os candidatos Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) participaram neste domingo, 26, do penúltimo debate televisivo entre os presidenciáveis, promovido pela TV Record. Assim como nos demais encontros, a candidata petista deu ênfase às realizações do governo do presidente Lula, enquanto os adversários recorreram principalmente aos casos recentes de corrupção para criticá-la.

Debate entre os presidenciáveis na Record

Já no primeiro bloco, composto por perguntas diretas entre os candidatos, Plínio de Arruda Sampaio questionou Dilma Rousseff sobre o escândalo envolvendo a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. “A corrupção bateu na sala ao lado. Ou você é conivente ou você é incompetente”, acusou. A candidata petista respondeu defendendo o fortalecimento de instituições como a Polícia Federal e a investigação de todas as denúncias. "Ninguém está acima de qualquer suspeita. O importante é que não se deixe nada sem apurar", disse.

O candidato tucano também atacou a petista ao afirmar que as agências reguladores têm sofrido um processo de privatização e loteamento político. "O tempo de aprovação de um genérico triplicou da época em que estava no governo. É vender dificuldade para cobrar facilidade?". Dilma retrucou se dizendo a favor da "meritocracia e profissionalismo".

Ao responder uma pergunta formulada por Dilma Rousseff sobre geração de emprego, Marina Silva criticou os baixos índices de empregabilidade entre os jovens e os altos índices de emprego informal. "Em nome dos acertos, não podemos ser complacentes com os erros", alfinetou. A petista, por sua vez, deu destaque aos números relativos ao aumento da classe média, do salário mínimo e da conceção de crédito durante seus discursos.

Debate entre os presidenciáveis

Polêmica e aplausos - Mantendo o posicionamento irônico e polêmico dos demais debates, Plínio arrancou aplausos da plateia em diversos momentos. "Se os Estados Unidos e Israel têm bomba atomica, o Irã tem direito. Nós temos que parar com essa hipocrisia", provocou ao responder uma pergunta de Serra sobre a política externa do governo Lula. O candidato do PSOL classificou ainda como "megalomaníaco" e "ingênuo" o posicionamento de mediação do governo brasileiro em questões conflituosas, como no Haiti. O tucano aproveitou para censurar a relação de proximidade entre Brasil e Irã, considerado regime ditatorial.

Plínio também provocou Marina Silva, acusando-a de querer agradar a "gregos e troianos" e evitar posicionamentos sobre questões espinhosas como legalização de drogas, do aborto e do casamento homossexual. "Você está fazendo uma enorme demagogia aqui", pressionou. Na resposta, a candidata sustentou a realização de plebiscitos, alvo de críticas de Plínio e também arrancou aplausos da plateia. "Confio na democracia, confio na opinião publica para, a partir do debate, sem satanização, a gente encontrar uma solução", defendeu.

Debate presidenciáveis

Segundo bloco - No segundo bloco do debate, três jornalistas da Record formularam perguntas sobre papel de Fernando Henrique Cardoso na campanha de José Serra, construção de moradias populares, mensalão do PT e do DEM-DF, capacidade administrativa, "tática do medo" na campanha, impactos ambientais de obras do Plano de Aceleração do Crescimento e cobertura das eleições pela imprensa.

Serra negou que esteja escondendo o ex-presidente FHC de sua propaganda eleitoral e acusou o atual governo de adotar uma postura de "ingratidão" em relação ao antecessor. O tucano também desmentiu que esteja adotando uma estratégia de alimentar o medo contra Dilma Rousseff ao comentar pergunta sobre depoimento gravado por Regina Duarte na campanha de 2002.

A petista, por sua vez, sustentou a capacidade de realização das metas do programa "Minha Casa, Minha Vida" e voltou a defender investigações das denúncias do caso do mensalão, da quebra do sigilo fiscal na Receita Federal e os escândalos na Casa Civil. Plínio rebateu, acusando-a de ser uma pessoa "fabricada pelo Lula". O candidato do PSOL ainda atacou Marina Silva, afirmando que a ex-ministra do Meio Ambiente não tem "coragem para enfrentar os interesses dos poderosos".

Depois de responder e comentar os questionametos dos jornalistas, os candidatos voltaram a realizar perguntas entre si, abordando temas como educação, analfabetismo, segurança e meio ambiente. Dilma Rousseff adotou um posicionamento mais enfático e, por duas vezes, atacou a adversária do Partido Verde (PV). "A gente não pode falar o que acha, a gente tem que falar o que vai fazer", alfinetou. A petista ainda retrucou questionamento sobre corrupção afirmando que Marina Silva também conviveu com indicação de cargos e venda de madeira ilegal quando estava à frente do Ministério do Meio Ambiente.

Plínio voltou a arrancar aplausos da plateia ao propôr salário mínimo de R$2 mil reais e questionar a política de valorização salarial e os programas sociais do governo Lula. "Numa concorrência da Petrobras, ele [Eike Batista] ganhou mais do que um ano do Bolsa Família", ironizou.

O debate durou cerca de duas horas, divididas em quatro blocos. Os quatro principais candidatos à Presidência da República voltam a se encontrar suas propostas na próxima quinta-feira, 30, em debate realizado pela Rede Globo.

Fonte: A Tarde

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