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terça-feira, dezembro 26, 2006

Oposição quer investigar Gamecorp

Empresa do filho de Lula registra prejuízo no mesmo ano em que Telemar injetou R$ 5 milhões
BRASÍLIA - A divulgação do balanço de 2005 da Gamecorp, que tem entre seus sócios Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Lula, levou a oposição a pedir investigações no Congresso sobre a empresa. A companhia registrou prejuízo de R$ 3,479 milhões no mesmo ano em que o grupo Telemar injetou R$ 5 milhões na empresa. A Telemar é concessionário do serviço público de telefonia, regulado pelo governo federal.

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou que, na sua opinião, um contador ligado ao valerioduto deve ter sido o responsável pelo balanço da Gamecorp. Foi uma referência às operações financeiras feitas pelo empresário Marcos Valério e pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para patrocinar o esquema do mensalão no Congresso.

ACM tem sido um severo crítico da transação entre Gamecorp e Telemar. Em discursos seguidos no plenário do Senado, ele costuma levantar suspeitas sobre a operação. Ontem, o senador disse que o balanço reforça essas suspeitas. "É inacreditável que tenha havido prejuízo. Pelo que sabemos, a empresa está envolvida em muitos projetos e deveria ter lucros muito grandes. Acho que tem algo errado aí e o contador que conseguiu registrar esse prejuízo deve ser o mesmo do valerioduto", disse o senador.

José Aníbal, eleito deputado federal pelo PSDB em São Paulo, também levantou suspeitas sobre a operação da Gamecorp. Para ele, "o caso dessa empresa do Lulinha é um a mais nessa onda toda de licenciosidade, que tem sido uma marca tão forte do governo Lula".

O deputado eleito cobrou de seu partido uma postura oposicionista mais firme e atuante para o próximo mandato e propôs questionar no Congresso as contas da Gamecorp. "Temos que analisar bem essa contabilidade, porque eles tiveram um crescimento enorme e agora apresentam prejuízo", disse.

"A imprensa tem feito um trabalho importante de acompanhar, de fiscalizar e denunciar. Agora, isso é o máximo que ela pode fazer", avaliou o futuro congressista tucano. "Quem tem condições, quem pode cobrar, exigir depoimento e tudo, é o Parlamento, é a oposição política. E o PSDB em janeiro tem que assumir isso para valer. A oposição tem essa responsabilidade e o PSDB precisa assumir isso, estar mais atento a essas questões", concluiu Aníbal.

Empresa
A Gamecorp nasceu com capital de R$ 10 mil, em 2004. No ano seguinte, houve a operação de compra de parte da empresa pela Telemar e os sócios originais - entre eles o filho de Lula - aumentaram o capital da companhia em mais R$ 2,7 milhões. A Telemar injetou mais R$ 2,5 milhões na empresa, para adquirir exclusividade sobre seus projetos e produtos.

Em 2006, apesar do prejuízo do ano anterior, a Telemar destinou mais R$ 5 milhões à Gamecorp, dessa vez como verba publicitária. Anteontem, Leonardo Eid, sócio do filho de Lula, revelou que também neste ano deve ser registrado prejuízo.

A Gamecorp produz conteúdo para o público jovem, principalmente dicas para jogos de videogame. Ela aluga espaço na grade da PlayTV, antiga Rede21, da TV Bandeirantes. Os representantes da empresa não foram localizados para comentar as declarações da oposição a Lula.
Fonte: Tribuna da Imprensa

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Aeroportos registram atrasos e confusões

Em mais um dia de caos nos aeroportos, foram registrados atrasos em 44% dos vôos. O presidente Lula cobrou soluções da FAB, Anac e Decea e disse que o povo espera ser tratado com respeito



22/12/2006 02:00

Em São Paulo, policiais ameaçaram usar gás pimenta para conter tumulto na sala de embarque do Aeroporto de Congonhas. No Rio, um passageiro foi detido no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim após quebrar um computador de uma empresa aérea. Em Brasília, um grupo invadiu a pista e teve de ser contido pela Polícia.

Em mais uma jornada de caos nos aeroportos do País, houve da noite de quarta-feira para ontem 44% de atrasos em vôos com aviões de passageiros. A taxa de ocupação dos vôos, neste mês, está em 70%. Normalmente, o previsto para este período do ano chegaria a 75%. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), dos 1.227 vôos previstos no País, 539 causaram esperas de mais de uma hora e 47 foram cancelados.

Em Congonhas, na quarta-feira à noite, o painel da Infraero mostrava que, dos 50 vôos previstos para o momento, 24 tinham mais de uma hora de atraso: 17 da TAM, seis da Gol e um da Varig. Em Cumbica, algumas das aeronaves da TAM decolaram com seis horas de atraso.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou das autoridades envolvidas com a crise aérea do País (Ministério da Defesa, FAB, Anac e Decea) respostas rápidas aos passageiros e maior fluxo de informações sobre os motivos que provocaram um novo caos nos aeroportos. Lula ficou irritado ao constatar que passageiros não conseguiram ser informados pelas empresas aéreas a respeito dos motivos dos atrasos nos vôos.

"O mínimo que o povo espera é ser tratado com respeito. É isso que nós temos que fazer. Não pode continuar com isso", disse o presidente em Brasília. Segundo Lula, o governo tem como principal objetivo encontrar soluções para a crise o mais rápido possível.

Lula se reuniu ontem com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef; o ministro da Defesa, Waldir Pires; o presidente da Anac, Milton Zuanazzi; e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Luiz Carlos Bueno. No encontro, o governo responsabilizou as empresas aéreas pela nova crise aérea, uma vez que a TAM retirou de circulação quarta-feira seis aeronaves que precisaram passar por revisão de segurança.

O relatório final da comissão criada na Câmara dos Deputados para acompanhar a crise aérea responsabilizou o Comando da Aeronáutica e o Ministério da Defesa sobre o caos nos últimos meses. Segundo o relator, deputado federal Carlos Willian (PTC-MG), os problemas no controle de tráfego aéreo são responsabilidade das duas instituições.

Embora tenha sido lido, o documento não deverá ser votado. Durante a sessão de ontem, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pediu vista do documento, o que adia a votação por duas sessões. Como o recesso legislativo começa hoje, não há mais tempo para que o texto seja aprovado na comissão, e ela será extinta dia 31 de janeiro, pois o regimento da Casa Legislativa não permite a prorrogação dos trabalhos para comissões temporárias. (da Folhapress)

Zona aérea! eu quero o aerolula!

Por: José Simão

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! E esses são os votos de ano novo dos Irmãos Bacalhau: 'Feliz 007'. E com a foto do Daniel Craig e Eva Green transando n'água!

Eu queria um feliz 007: o cara é bonitão, elegante, só se dá bem e é o objeto sexual do ano! Todo mundo quer transar com ele! Feliz 007!

E uma amiga foi pro aeroporto embarcar pra Salvador: check-in uma hora e meia. Antes do check-in sugiro um check-up! Pra agüentar o tranco!

E o cartão de embarque? no lugar de 'portão 21', 'portão 17', eles botaram um ponto de interrogação. É verdade! Portão de embarque: '?!'. Senhores passageiros, favor se dirigir ao portão de embarque ponto de interrogação!

E o vôo atrasou duas horas. Aí ela ficou louca e começou a bater na vidraça: 'EU QUERO O AEROLULA! EU QUERO O AEROLULA!'.
Rarará!

E diz que o Ministro da Defesa (do Palmeiras) não sabe nada de avião porque Pires não tem asa! E não se esqueça do kit aeroporto: saco de dormir, Lexotan, camisinha e sundown! E leva um peru na mochila! Se o vôo atrasar muito, você puxa o peru e espanca qualquer um! O peru vai apitar no aeroporto.
Zona aérea! Guerrilha nas Estrelas! Rarará!

E adorei a charge do Moa: Aldo Rebelo e Renan Calheiros lançando mais um livro de AUTO-AJUDA! Auto-ajuda de 91% de aumento no salário! Esse até Papai Noel ficou vermelho! Eles deviam percorrer o país dando palestras de auto-ajuda. Iam ficar 91% mais ricos. Rarará!

É mole? É mole, mas sobe! Ou como diz o outro: é mole, mas chacoalha pra ver o que acontece!

Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha 'Morte ao Tucanês'. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Salvador, no Shopping Barra, tem uma barraquinha de cachorro-quente chamada 'O Cachorro do Lula'. Rarará. Mais direto impossível.

Deviam armar essa barraquinha no aeroporto. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Comensal': companheiro que come uma vez por mês! O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre mas nóis goza. Hoje só amanhã.

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E quem não tiver colírio pode usar botox com Fanta Uva!


simao@uol.com.br

Travestis são "exportados" para Europa

Duas rotas de tráfico de seres humanos estão levando travestis brasileiros para países europeus. Uma delas já levou 50 pessoas aliciadas em Fortaleza e Brasília para cidades italianas. Outra, descoberta pelo escritório de prevenção ao tráfico de seres humanos no Estado e Polícia, já conduziu cinco travestis naturais de Juazeiro do Norte para Lisboa, em Portugal



22/12/2006 02:00

Redes internacionais especializadas no tráfico de seres humanos estão levando travestis do Brasil para a Europa. Duas rotas já confirmadas partem de Fortaleza com destino às cidades de Bérgamo e Milão, no norte da Itália, e à Lisboa, em Portugal. A primeira foi descoberta na operação "Brasília", como é chamada pela polícia italiana. No esquema, 50 travestis de Fortaleza e Brasília já teriam sido aliciados e enviados. Segundo informações da Agência Nacional Stampa Associada (Ansa), empresa de notícias, 15 pessoas foram presas na Itália.

A rede de tráfico seria chefiada pelo brasileiro Sérgio Ricardo Farias, 36, conhecido por "Joana", que encontra-se foragido. Segundo informações da polícia italiana passadas à agência Ansa, os travestis, com idades entre 18 e 20 anos, eram aliciados nas periferias de Brasília e Fortaleza e negociados no mercado internacional com preços que variavam de 10 mil (R$ 29 mil) a 15 mil euros (R$ 44 mil). Uma vez na Itália, os travestis eram vigiados para fazer pontos nas ruas da cidade

A quadrilha, composta por brasileiros, italianos e romenos começou a ser investigada depois da morte de um travesti brasileiro William dos Santos, 28, morto a pedradas em 1º de setembro do ano passado por um pedreiro, crime ocorrido na periferia de Bérgamo. Os presos, segundo a Ansa, deverão responder na Itália pelos crimes de extorsão, facilitação à entrada de estrangeiros e favorecimento e exploração da prostituição.

No Brasil, o escritório de prevenção ao tráfico de seres humanos do Ceará e a Polícia descobriram uma outra rede de aliciadores que leva travestis de Juazeiro do Norte (563 quilômetros de Fortaleza) para Lisboa, capital de Portugal. Segundo Eline Marques, coordenadora do escritório, já foram identificados cinco travestis que teriam partido nesta rota, há mais de um mês. A denúncia chegou ao escritório através do Conselho Tutelar da cidade, que resolveu intervir no caso.

Os brasileiros, segundo as investigações, são mantidos em cárcere privado em uma boate comandada por um travesti português. "Eles saem de Juazeiro do Norte, vêm para Fortaleza e ficam hospedados em um hotel até embarcarem. Daqui, seguem para Portugal. Sabemos quem são os agenciadores em Juazeiro, onde existe uma agência envolvida, e as pessoas que fazem o esquema em Portugal", explica Eline. "Na verdade, são duas rotas, uma doméstica, que vem para Fortaleza, e outra internacional", completa, lembrando que as investigações desta última competem à Polícia Federal e à Polícia Internacional (Interpol).


ROTA DO TRÁFICO HUMANO PARA EUROPA

50 travestis aliciados em Fortaleza e Brasília foram levados para a Itália. No esquema, jovens de 18 a 20 anos eram negociados por preços que variam de 10 mil (R$ 29 mil) a 15 mil euros (R$ 44 mil).

Uma segunda rota para a Europa levava jovens em Juazeiro do Norte, no Cariri, para Lisboa (Portugal). Até agora se sabe que cinco travestis foram aliciados e levados pelo esquema. De acordo com Escritório de Repressão ao Tráfico de Seres Humanos no Ceará, alguns deles chegaram a ficar em cárcere privado na boate portuguesa.

Fonte: Jornal O POVO

O banquete da inconseqüência

Por: Carlos Chagas (Tribuna da Imprensa)

BRASÍLIA - Motivos, todos possuem para dar o dito pelo não dito, mas, convenhamos, assim está demais. Não mudou nada. O desempenho do governo é o mesmo dos últimos quatro anos. Hesitações, promessas não cumpridas, cabeças batendo a todo instante. Não era o que foi anunciado logo após a reeleição do presidente, aliás, pelo próprio.

Esta semana, depois de sucessivas proclamações no sentido de destravar o Brasil, o Palácio do Planalto voltou atrás mais uma vez, divulgando ter ficado para o próximo ano o pacote econômico da retomada do crescimento. Há mais de um mês que a equipe econômica se reúne com o chefe do governo, sob o controle austero da chefe da Casa Civil. A última notícia era de que hoje, sexta-feira, o País tomaria conhecimento das renúncias fiscais, do auxílio às empresas, da diminuição de impostos e toda uma parafernália otimista.

Continua tudo como estava
Ficou acertado até mesmo que, ontem, o recém-criado Conselho Político tomaria conhecimento do pacote, mesmo impedidos os presidentes de partidos de dar sugestões antecipadas. Pois bem. A reunião do Conselho Político ficou para depois das calendas e o pacote, aqui chamado de "Conceição", aquele que se subiu, ninguém sabe, ninguém viu, continua nas profundezas.

O novo ministério era para ser conhecido em dezembro. Isso às segundas, quartas e sextas-feiras, porque às terças, quintas e sábados o presidente dizia não ter pressa. Agora o ministro demissionário da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, recebeu apelo para ficar até 31 de janeiro. Um ou outro colega estaria sendo sondado para continuar. Outros não recebem qualquer sinal.

Continua tudo como estava: perplexidades, tiros dados a esmo, fogo amigo atingindo o governo e a sociedade na ignorância do que serão os próximos quatro anos. Serão iguaizinhos aos que se encerram, propícios a pressões fisiológicas dos partidos aliados ávidos de participar do banquete da inconseqüência...

Data marcada
O que significaram os debates parlamentares deste meio de semana, depois que a opinião púbica insurgiu-se contra o abusivo aumento de 91% dos vencimentos de deputados e senadores? Apenas, cortinas-de-fumaça. Enrolações para que, a partir de fevereiro, já tendo a população esquecido a própria indignação, venha a ser placidamente aprovado o aumento de R$ 12 mil para 24 mil para cada parlamentar, mantendo-se, é claro, todas as demais benesses e privilégios com que se aquinhoaram há anos. Trata-se de um golpe explícito, com data marcada. Não há nada que resista às festas de Natal, de Ano Novo e às férias de janeiro para amolecer o coração dos povos.

Não apenas o baixo clero, mas até as lideranças dos principais partidos chegarão para abrir a nova legislatura, em fevereiro, dispostos a equiparar seus subsídios aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Que de tabela também verão aprovado o projeto destinado a elevar os vencimentos dos Meritíssimos, obviamente logo depois seguidos pelos vencimentos parlamentares.

Só falta mesmo cuidar do Poder Executivo, e ninguém duvide de que em agradecimento às vagas abertas no futuro ministério não faltarão dirigentes partidários decididos a estender também ao presidente, aos ministros e principais funcionários federais os vencimentos de R$ 24 mil. Até a próxima indignação popular, muita água barrenta passará sob a ponte.

Apoio de Lula
Importa começar com a premissa de que em sua vida pública o deputado Aldo Rebelo conquista, entre os 512 colegas, a pole-position. Poucos parlamentares terão apresentado folha de trabalho tão profícua quanto a desse comunista que, além de acreditar, vive invocando Deus. O diabo, para ficar nos contrários, é que Aldo se viu envolvido em manobras que até agora não havia praticado.

Pretendendo, com muita justiça, continuar na presidência da Câmara, deixou-se levar pelo canto da sereia do baixo clero. Aderiu ao inexplicável aumento de 91% para os companheiros e até se viu apoiado no pincel, quando Renan Calheiros levou-lhe a escada. Tudo indica que Aldo será reconduzido ao cargo que ocupa.

Mas ninguém se iluda quando explosões de júbilo se registrarem no Planalto, a pretexto de ter sido o apoio de Lula o principal fator da reeleição. O responsável pela vitória será o presidente da Câmara. Desafortunadamente, respaldado pelos que pretendem ter aumentados abusivamente os salários.

Mercadante deve ser indiciado em inquérito sobre dossiê

A Polícia Federal vai indiciar o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e o tesoureiro da campanha petista ao governo de São Paulo, José Giácomo Baccarin, por envolvimento na tentativa de compra do dossiê Vedoin, que supostamente comprometeria políticos tucanos. O delegado Diógenes Curado Filho entregará hoje o relatório final do inquérito à Justiça Federal. O indiciamento de Mercadante e Baccarin deve ocorrer com base nos artigos 20 e 21 do Código Eleitoral, que responsabilizam o candidato a cargo eletivo ou pessoa indicada por ele pela administração financeira de sua campanha.


Na avaliação da PF, Mercadante seria beneficiado pela divulgação de informações que supostamente vinculariam tucanos à máfia dos sanguessugas, comandada pelos empresários Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Darci Vedoin. A fraude usava recursos de emendas parlamentares para compra superfaturada de ambulâncias. Para Mercadante, o escândalo foi uma 'grande armadilha para prejudicar a vitória de Lula e a sua'. Baccarin foi ouvido pela PF e negou as acusações.

Fonte: Agência Estado

Presidente convence Gil a ficar

Por: Tribuna da Imprensa

BRASÍLIA - O presidente Lula confirmou ontem que Gilberto Gil continuará ministro da Cultura. Depois de dizer várias vezes que estava exausto, Gil saiu satisfeito da conversa com Lula, na manhã de ontem, no Planalto. Na prática, ele reforça a lista de auxiliares que estão fora da cota política a ser negociada com os partidos no governo de coalizão.

"O companheiro Gilberto Gil é uma unanimidade nacional. "Uma pessoa que construiu um ministério como o Gil construiu não tem por que sair. O Brasil e a cultura ganham com isso", disse Lula. Um dia depois da aprovação da Lei de Incentivo ao Esporte, ele procurou animar Gil, que busca mais recursos para a pasta. "Vamos trabalhar fortemente para que, num determinado momento, possamos chegar a 1% do PIB para a cultura, porque ela não só gera emprego como cidadania", disse.

Além dele, Lula já deu sinais de que manterá Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil), Walfrido Mares Guia (Turismo), Celso Amorim (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Educação), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Luiz Dulci (Secretaria-Geral) e Luiz Marinho (Trabalho) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Bem-humorado após tirar fotos com servidores do Planalto e receber cumprimentos na confraternização de Natal, Lula repetiu que não planeja fazer mudanças drásticas na equipe e tomará posse com o mesmo time. As trocas para acomodar aliados só serão feitas após a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, em fevereiro.

"Vocês me perguntarem sobre reforma ministerial é como chegar para o técnico do Internacional de Porto Alegre na hora em que terminou o jogo com o Barcelona e perguntar: você vai substituir alguém?", observou. "Ele acabou de ganhar o jogo. Eu acabei de ganhar as eleições. Não estou preocupado em mudar ministério agora." O presidente também disse que não haverá posse coletiva dos ministros. "Diferentemente de 2002, em que eu tinha de apresentar o ministério quando eu ia tomar posse, agora não, ninguém precisa tomar posse. Só eu. Só o meu mandato é renovado. O dos ministros não."

Lula ainda não definiu quem substituirá o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que ficará na pasta só até o fim de janeiro. O presidente também estuda um novo modelo para a articulação política do governo - que não vai bem - e mudanças na estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Lula 1.2 poderá importar trabalhadores

Por: ELIO GASPARI

Luís Marinho, ex-presidente da CUT e atual comissário do Trabalho de Nosso Guia, recebeu um pedido da siderúrgica ThyssenKrupp para a contratação de 600 trabalhadores chineses. Viriam para as obras de construção de uma usina no distrito industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. O investimento global da empresa na região vai a US$ 3,4 bilhões, sobre os quais a Viúva aspergirá as habituais isenções de impostos. Os operários chineses são parte de um contrato de US$ 425 milhões firmado com o grupo estatal Citic, de Pequim. Ele inclui a venda de equipamentos e de mão de obra. Inicialmente queriam embarcar para o Rio quatro mil trabalhadores, mas baixou-se para 600, a maioria dos quais, segundo a Thyssen, seriam engenheiros. Pode ter havido um acordo verbal, mas ainda não saiu a licença de importação.

A construção de uma usina como a da Thyssen jamais precisará de mais de 150 engenheiros fazendo serviço de engenheiro. O comissário Marinho trabalhou na Volkswagen e sabe que em nenhuma fase da história da fábrica houve em São Bernardo mais de 300 engenheiros europeus. São 300 os engenheiros que trabalham no quartel-general do Google.

Duzentos anos depois da primeira de uma série de propostas fracassadas para a importação de mão de obra chinesa, ela renasce no mandarinato de dois ex-líderes sindicais metalúrgicos. A mais festejada tentativa de substituição de escravos negros por assalariados chins deu-se em 1883, quando passou pelo Rio a figura de Tong King Sing, poderoso mandarim da corte Qing. Usava um rabicho e fazia-se acompanhar por um secretário negro, americano. Foi admirado nos melhores salões e fazendas do Vale do Paraíba.

Se os trabalhadores da Citic fossem todos engenheiros, a discussão seria bonita. A China tem duas vezes mais engenheiros que os Estados Unidos e eles trabalham por pouco mais de mil dólares mensais (metade do Bolsa-Ditadura de Nosso Guia). Custam certamente menos que os brasileiros e não há engenheiros dirigindo taxis em Shangai.

Deve-se admitir que se trabalhadores desempregados pela indústria de calçados do Sul do Brasil podem trabalhar na China, é razoável que a mão de obra qualificada da Citic venha ganhar dinheiro em Pindorama.

Essa é a globalização do século XXI e se os chineses sabem aproveitá-la, parabéns. Como não parece provável que a Thyssen esteja a importar exclusivamente engenheiros, há um estranho cheiro de Tong King Sing no pedaço. No século XIX os mandarins (e o Mikado japonês) vendiam seus miseráveis por quatro patacas. No XXI, o stalinismo de mercado chinês exporta mão de obra barata em benefício de um projeto estratégico nacional. Não lhe passa pela cabeça fazer isso em países verdadeiramente capitalistas, como a Alemanha, berço da Thyssen e da Krupp.

Seria fácil dizer que os trabalhadores chineses não devem entrar no Brasil. Foi com parolagens desse tipo que Lula e Marinho chegaram a Brasília. Faria bem a todo mundo se os chineses colocassem o pleito numa discussão séria, sem essa de engenheiros. Os empregos que o investimento da Thyssen criará no Rio justificam a concessão das isenções tributárias e trabalhistas que ela reivindica? Pode ser que sim, e nesse caso a patuléia ficará melhor informada, convivendo com o baixo custo da mão-de-obra chinesa sempre que isso interessar a uma siderúrgica alemã. Esse pode ser o projeto estratégico do comissariado.


ELIO GASPARI é jornalista
Fonte: Jornal O POVO

Que pode uma prefeitura?

Por: Rej Rei

Recentemente, por ocasião do lançamento do seu mais novo livro O nascimento do trágico. De Schiller a Nietzsche, no Rio de Janeiro, o filósofo Roberto Machado falou que a academia brasileira adquiriu rigor, mas não vigor. Semana próxima passada ele chegou a Fortaleza pelo projeto Pensamento Contemporâneo, da Funcet, onde ministrou o curso Pensamento filosófico e linguagem literária em Deleuze. Mais uma vez a ciência, a arte e a filosofia são postas em discussão. São criações, segundo Deleuze, enfatiza Roberto. Programação aberta ao público - que se deliciou com aquela "iguaria para a alma". Mas uma pergunta surgiu entre os participantes: Seria papel da prefeitura realizar este tipo de programação? Não seria da/na universidade? Não haveria outras prioridades para uma gestão municipal de cultura? E fico a pensar o quanto Roberto tem razão. A ciência precisa, urgentemente, ter contatos imediatos, de todos os graus, com os "agregadores sensíveis", os artistas; precisa, ainda, compreender que o pensamento, a capacidade, desejo e necessidade de pensar, de criar, construir idéias – as complexas e sofisticadas, inclusive!-, pertence a todos, de forma nômade, em todos os lugares. O iluminismo, que segregou o pensamento a uma casta privilegiada, e a herança platônica, que rechaçou os artistas como seres inúteis, carecem serem abandonados. Caso contrário, ficaremos sempre com uma cara de surpresa ao saber que Patativa do Assaré lia Camões e Baudelaire...

Buemba! Mamãe Noel peladona!

Por: José Simão

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!

E o slogan natalino da encalhada: 'Muitos Natais e nenhuma Noite Feliz'. E começou a circular a pergunta mais chata do ano: 'Onde você vai passar o Réveillon?'. Eu vou passar o Réveillon derrubando aquele que tá na minha frente pulando onda! Rarará!

O cara tá lá pulando as ondinhas, e você vai e empurra o cara: Feliz Ano Novo! Rarará!

Baixou um espírito de porco no espírito natalino! Olha o cartão que recebi: odeio sinos, odeio vermelho e odeio panetone!

E essa notícia internacional: 'Blair sofreu lavagem cerebral do Bush'. Lavagem tudo bem, mas cerebral, no caso do Bush, impossível. Rarará!

E diz que os franceses quase mataram o Bin Laden numa operação de guerra. E eu quase ganhei na Mega-Sena, só faltaram seis números. Rarará!

Natal erótico! E corre pela internet o anúncio de fantasia de Mamãe Noel. 'Um natal erótico você faz com essa fantasia de Mamãe Noel: sutiã de alça regulável, tanguinha de amarrar, touca tradicional (igual aquelas dos atendentes da Blockbuster) e tudo com detalhes em pelúcia.'

Pelúcia? Você vai ficar linda! A verdadeira Noite Feliz por apenas R$ 37,50! Seu marido vai fugir pela chaminé. E pode transar no Natal ou é pecado? Pode! Só se o peru não cochilar depois da ceia!

E aí perguntaram pruma piranha: 'O que você vai pedir pro Papai Noel?' 'A mesma coisa que eu peço pros outros, R$ 50.' Rarará.

É mole? É mole, mas sobe! Ou como diz aquele outro: é mole, mas chacoalha pra ver o que acontece! Rarará!

Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heróica e mesopotâmica campanha 'Morte ao Tucanês'. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Campinas tem uma empresa chamada Pavimentadora Boquete! Ô cidade animada! Mais direto, impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!

E atenção! Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Aumento': ideologia do companheiro Aldo Rebelo que aderiu ao aumentarismo. Rarará. O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã.

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno.

E quem fica parado é poste!
Fonte: Jornal O POVO

Um bode preto assola o país

Por:ARNALDO JABOR

Desculpem o bode negro, mas a situação já passou de todos os limites. Está além do escândalo, além do horror e não conseguimos fazer nada. Pare por aqui, leitor amigo, se estiver deprimido, mas é que estamos diante do Insolúvel. Um País paralisado na economia e na política não gera apenas fome ou injustiça social; gera uma degradação psíquica progressiva. No Rio, temos uma amostragem exemplar.

A cidade está se dissolvendo debaixo de balas perdidas e balas achadas, a cidade virou um pesqueiro para marginais, que descem de suas 500 favelas para curtir um "assaltozinho legal" ou fazer um tiro ao alvo de cidadãos desavisados, sem motivo, só pelo prazer. Mas, não só o Rio. A zona geral do País, debaixo desse governo desgovernado, debaixo da estupidez paralítica da burocracia, da ausência de crescimento, de educação, está provocando um desvio forte na cabeça das pessoas.

Estamos nos deformando. Física e psiquicamente. Não só tragédias visíveis, como guerra ou catástrofes naturais nos deformam. A tragédia do nada, a tragédia do zero de progresso vai nos virando em anomalias. Crescem rabos, chifres, verrugas, tumores em nossos corpos e mentes. A principal anomalia é a crescente consciência de que o maior inimigo da governabilidade é o governo.

Não é nem o Lula ou quem quer que seja. A própria estrutura dos três poderes está trincada, está trancando tudo, sim. Todo o desejo nacional é impedido ou pelo Legislativo ou Judiciário, com um Executivo que não sabe como executar, dividido entre democracia liberal e esquemas populistas. O último progresso que aconteceu neste País, por um acaso histórico, quase milagre, foi o Plano Real e uma certa responsabilidade fiscal que o governo anterior deixou como herança bendita.

Depois disso, nada. Depois da crise dos mensalões, das sanguessugas e do dossiê (que até nos deram a ilusão de que algo se movia), tudo volta para trás. O PT se desmoralizou, descobrimos que o PSDB não existe e que Lula trabalha para o PMDB. O Brasil é um flashback, um filme rebobinando. Tudo se restaurou. Ninguém punido, crimes ignorados, Congresso asqueroso, Judiciário salvando partidos de aluguel, desativando qualquer avanço, a sordidez disfarçada em terminologia jurídica.

Aumenta o sentimento de impotência e depressão. Certamente, nuvens negras se formam. Teremos algo torto, torvo. Todos sabemos que vem merda aí. Não sabemos ainda qual delas. Além da depressão política, a novidade do ano: arrasamento dos serviços básicos. Com a crise geral dos vôos, enchentes sem tampa, queimadas eternas, florestas acabando, total incapacidade administrativa, chegamos a duvidar que a luz se acenda ou a água continue a jorrar das bicas.

Nossos corações estão mais duros. Para sobreviver, ficamos mais cínicos e mais reacionários. Irracionalismos raiam. Já pensamos: "Tem mais é de matar essa raça, essas polícias "mineiras" são boas mesmo, extermina, bota para quebrar!" Ou então: "Essa bosta não tem mais solução não. Vou cuidar da minha vida. Danem-se!"

Em vez de pena, já temos medo ou raiva da miséria: "Chiii, não agüento mais esses miseráveis nos sinais de trânsito, esses vagabundos descendo dos morros de bermudas e sandália havaiana. Só quero ver coisas bonitas..."

Mas, que "coisas bonitas"? Cada vez mais aceitamos o feio. Nas paredes, nas ruas, só pichações imundas, ruas alagadas, paisagens destruídas, gente desesperada, mal paga, miséria nos rostos, nas roupas, nos gestos, nas falas, risos boçais, frases banais, falta de educação, analfabetos que sabem escrever, o surgimento de uma língua bárbara entre os bandidos, grunhidos da miséria, "tá ligado?" Ou "Vamos combinar que está punk esta parada, fala sério!" - como reagem os playboys.

O império do fragmentário: "faits divers", notícias sem importância e denúncias vazias que não se completam, não formam sentido, se repetem num círculo vicioso; é a pequena história das irrelevâncias e o surgimento do Insolúvel como categoria política.

Na Academia, o discurso da melancolia teórica, a nostalgia de uma pureza perdida ou da "revolução" sumida. Ausência de um pensamento crítico novo, para além do lamento contra o capital. Surge um amor à truculência ou ao simplismo. Chávez como esperança; tudo, menos aceitar que temos de abrir caminho para o óbvio: reduzir o Estado, lutar por um choque urgente de administração e reformas que nos tirem do buraco. Isso, jamais; vai contra a idéia de controle, tanto à direita como à esquerda.

No meio do deserto ideológico, sem esperança ou projetos, a hipervalorização de bundas e pênis. O corpo como último refúgio, o sexo como única utopia. Nada temos além de barriga seca, bunda dura, peito de 200 mililitros, botox nos cornos, boca falsa dizendo bobagens, "cofrinho" à mostra, risos compulsivos, gargalhadas coloridas nas revistas, "piercing" nas vaginas.

Há também um aumento brutal dos psicopatas. Não só os queimadores de crianças, os esquartejadores felizes, mas os ladrõezinhos numa boa, influenciados pelo excesso de crimes banalizados pelo dia-a-dia. Indiferença à lei desmoralizada para sempre, alegre aumento de transgressões, com os sanguessugas e vagabundos em geral servindo de exemplos: "Vou ser ladrão sim, qual é? É bom negócio...".

Surge também a ética da permissividade irresponsável, a ética da não-ética, desde que "assumida". "Numa boa, tem mais é que mentir mesmo, na política. Tem de sujar a mão. Sim, eu assumo, sou estuprador, mas assumo, numa boa..." Paranóia geral. Desconfiança dos outros. O "outro" como chato, como competidor ou como inimigo.

Fim da idéia de cultura como acumulação, fim de "importância cultural", de panteão do saber. Com o fim do passado, um presente detestável e um futuro sem cara, importância cultural para quê?

Sensação de inutilidade crítica. Para que falar, para que escrever? Esse artigo é inútil.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Reajuste não é repassado a deputados estaduais

Por: Reportagem - Antonio Vital/Assessoria de Imprensa
Edição - Marcos Rossi

(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara')

O reajuste dos parlamentares aprovado nesta quinta-feira não será repassado automaticamente para os deputados estaduais. O impacto nos subsídios desses deputados depende de lei de iniciativa das assembléias legislativas, de acordo com a Constituição, cumprindo os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Também não haverá qualquer impacto imediato do reajuste dos parlamentares nos vencimentos dos vereadores. De acordo com a Constituição, os subsídios dos vereadores só podem ser fixados em cada Legislatura para a subseqüente. Dessa forma, qualquer reajuste para os vereadores só poderia entrar em vigor em 2009.

Além disso, o aumento de deputados e senadores não vai incidir nos salários dos servidores, o que será garantido por um Ato Conjunto da Câmara e do Senado.

PERFÍDIA

Por Giulio Sanmartini

Completei dois anos de idade no navio que me trouxe da Itália para o Brasil. Em 1948, minha mãe levou-me para assistir a parada de 7 de setembro e me deu uma badeirinha de papel, a partir daquele dia esta passou a ser minha bandeira, símbolo de um País que não era o meu, mas que eu estava escolhendo por amor e com o passar do tempo esse sentimento só fez aumentar.
Durante os 50 anos que vivi em diversas cidades de diversos estados do Brasil, muita coisa aconteceu.
Cronologicamente: o atentado de Rua Tonelero, o suicídio de Getúlio Vargas, o golpe de estado que “manu militari” tirou Carlos Luz da presidência da República, pouco depois pelo mesmo método impediu Café Filho de assumir, dois levantes militares contra Juscelino Kubitschek: Jacareacanga e Aragarças; a renúncia de Jânio Quadros, o posse conturbada de João Goulart e sua deposição em 1° de abril (1964), a decretação do AI 5, o impedimento de assumir a presidência imposto a Pedro Aleixo, o retorno à democracia, a eleição sem posse de Tancredo Neves, o desastrado governo José Sarney e depois de mais de duas décadas a eleição direta de Fernando Collor de Mello, que num breve tempo transformou-se na figura máxima da corrupção.
No dia 26 de maio de 1992, morava na pequena cidade de Belmonte (Sul da Bahia), quando recebo a única revista Veja que chegava ao local, a capa já dizia tudo: “Pedro Collor conta tudo”. O irmão do presidente falso caçador de marajás, desnudava a máquina de corrupção montada pelo governo dentro do gabinete presidencial. Na barbearia local li em voz alta para os politiqueiros locais a matéria. Quando terminei o silêncio que se fez podia ser cortado com uma faca, Carioca, o barbeiro, o quebrou:
- Por muito menos Getúlio Vargas de um tiro no peito.
Voltei para casa acabrunhado, cabisbaixo, com um nó na garganta. O País que escolhera por amor como minha pátria chegara ao fundo do poço (pensava eu). Brasileiros eram meus filhos e minhas netas, isto é o futuro, o que seria deles?
Passaram-se quase 15 anos e pude perceber que me enganara, que Collor nem chegara na beirada do poço quando começaram a despontar como uma doença contagiosa os escândalos no Governo do PT, partido que se arvorava em ser o dono da ética e da honestidade.
Jamais o Brasil vira tanta falta de vergonha, mas nessa quinta feira 14/12, os representantes do poder legislativo conseguiram suplantar tudo de ruim, falso e vergonhoso até então visto.
Senadores e deputados aprovaram um aumento de quase 100% em seus já altíssimos salários.
São pérfidos com seus eleitores, são pérfidos com 40 milhões de pessoas que vivem da esmola governamental, trocada vergonhosa e demagogicamente por votos; são pérfidos com milhões de brasileiros honestos que trabalham oito horas por dia cinco dias da semana e 11 meses do ano e que para ganharem o que percebe um congressista por mês terão que labutar por seis anos.
Como se não bastasse o presidente do senado Renan Calheiros (PMDB-Al) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP), tem o caradurismo de deixar-se fotografar rindo depois do vergonhoso, asqueroso, vil, repugnante e abominável aumento.
Até quando a paciência dos brasileiros será esbofeteada?

Deputados querem aprovar outros projetos de seu interesse

disputa pela presidência da Câmara pode custar caro aos cofres públicos. Além do aumento de R$ 12.653, o equivalente a 90,7% de reajuste, nos próprios salários, projetos que beneficiam parlamentares têm sido usados na pressão por apoio e votos. Algumas propostas podem sair da gaveta e outras serem barradas, de acordo com os interesses corporativos dos parlamentares.

O mais recente objeto de barganha dos deputados é o projeto que prevê o pagamento de 13º às pensões provenientes de aposentadorias de ex-parlamentares e prevê a equiparação do valor do benefício ao das aposentadorias, o que significa aumento de 50%. Pela proposta, os pensionistas receberiam o valor retroativo a 1999, quando foi feita a liquidação do Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC).

O projeto já foi aprovado pelos deputados e foi alterado pelos senadores em 2002. Voltou à Câmara, mas, com o caráter de escândalo, os deputados que assumiram a presidência da Casa nos últimos anos, desde Aécio Neves (PSDB-MG), seguraram a proposta que agora está pendente de abertura de prazo para recurso no plenário. Além de Aécio, os deputados João Paulo (PT-SP), Severino Cavalcanti (PP-PE) e o atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), não deram prosseguimento à proposta.

O projeto é de autoria da Mesa Diretora da Câmara, no período em que o deputado Michel Temer (PMDB-SP) presidia a Casa. Candidato à sucessão de Rebelo, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou não conhecer esse projeto nem ter sido procurado por deputados que querem o prosseguimento da proposta. Apesar das pressões, Rebelo pretende continuar barrando a tramitação do projeto, segundo informou sua assessoria.

Os cargos que são preenchidos sem concurso público, os chamados CNEs, são outro alvo de barganha. A pressão dos deputados é para evitar a votação do projeto de resolução que extingue os cargos que estão vagos, desde que Aldo Rebelo demitiu mais de mil servidores que entraram na Casa sem concurso público. Se o projeto não for aprovado e os cargos não forem extintos, no futuro, eles poderão voltar a ser preenchidos por indicação política dos deputados. A manutenção dos cargos agrada principalmente aos deputados considerados do baixo-clero.

"Sou a favor de cargos de confiança na administração pública, porque quem tem a responsabilidade política dever ter a possibilidade de escolher quem vai representá-lo em uma determinada função", afirmou Chinaglia. "Essa iniciativa de cortar CNEs, no entanto, é da atual Mesa. Se eu vier, no futuro, a tomar parte da Mesa, analisarei a questão", completou Chinaglia. A iniciativa de extinguir os cargos partiu de Rebelo. O projeto, no entanto, ainda não foi votado. A pauta de votação do plenário é feita por Rebelo e os líderes partidários.

A proposta de emenda constitucional que acaba com o voto secreto no parlamento é outra questão interna que mexe com os interesses dos deputados. O voto secreto nos processos de cassação, por exemplo, foi apontado como um dos principais motivos para o grande número de absolvição dos deputados acusados de envolvimento no escândalo do mensalão. "É irreal querer votar uma proposta de emenda constitucional agora, na última semana dos trabalhos do Congresso. É impossível", afirmou Chinaglia. Rebelo incluiu o projeto na pauta de quarta-feira da próxima semana.

Agência Estado

Fidel está perto da morte, diz chefe de inteligência dos EUA

Por: Reuters

WASHINGTON - O presidente cubano, Fidel Castro, está muito doente e perto da morte, afirmou na sexta-feira o chefe da inteligência norte-americana John Negroponte. "Tudo o que vemos indica que não será muito prolongado...meses, não anos", disse Negroponte ao Washington Post.

Uma delegação dos dez legisladores dos EUA que são a favor do relaxamento de sanções contra Cuba deve chegar a Havana nesta sexta-feira para uma visita de três dias. A delegação pediu um encontro com o presidente interino, que já declarou estar aberto a conversar com Washington.

Na última semana, o jornal britânico The Independent (veja link ao lado) publicou que o ditador cubano enfrenta um câncer terminal e poderia morrer antes do Natal. O diário ouviu diplomatas ocidentais em condição de anonimato.

Fidel - que passou por uma delicada cirurgia em julho deste ano - não participou das comemorações de seu aniversário. Sua doença não foi revelada e ele não é visto em público desde 28 de outubro, data em que apareceu em um vídeo para desmentir rumores sobre sua morte. O ditador delegou provisoriamente o poder a seu irmão Raúl e a seis homens de sua confiança em 31 de julho, devido a uma doença, tratada de "segredo de Estado".

Este texto foi ampliado às 8h53 para acréscimo de informação

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