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terça-feira, agosto 07, 2018

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segunda-feira, agosto 06, 2018

26 prefeitos baianos são investigados por comprarem prêmios de melhores do Brasil

por Luan Santos
Vinte e seis prefeitos baianos compraram prêmios de melhores gestores do Brasil, segundo apuração do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). As honrarias foram pelas empresas União Brasileira de Divulgação (UBD), de Pernambuco, e Instituto Tiradentes, de Minas Gerais. 
Segundo o levantamento do TCM, entre os anos de 2017 e 2018, diplomas e medalhas custaram aos cofres municipais cerca de R$ 92,9 mil. O esquema foi identificado também em 30 câmaras municipais da Bahia. 
O TCM iniciou uma invetigação contra prefeitos e vereadores por conta das irregularidades. A Corte vai pedir a devolução aos cofres públicos os recursos gastos com a taxa de inscrição para a “cerimônia de entrega da honraria”, assim como os valores gastos de recursos públicos com diárias, hospedagem e transporte para o local do evento.
Pelo esquema, prefeitos e vereadores usavam dinheiro público para participar de seminários e recebiam a premiação. O caso foi publicado em reportagem exibida no programa Fantástico, da Rede Globo, neste domingo (5). A reportagem comprovou a venda de “diploma de mérito e medalha” ao mostrar um jumento – que foi identificado como administrador municipal – sendo homenageado como um dos “Cem melhores prefeitos do país”.


Jeremoabo-BA: Prefeito Antonio Chaves entre os melhores gestores da Bahia e do Brasil

O prêmio será recebido independente de participar da festa de premiação
Jeremoabo-BA: Prefeito Antonio Chaves entre os melhores gestores da Bahia e do Brasil
Em pesquisa realizada pela União Brasileira de Divulgação o Prefeito Antonio Chaves de Jeremoabo (BA), foi premiado como um dos melhores Prefeitos da Bahia e do Brasil, cuja premiação será entregue nesta sexta-feira, 26.01.2018, em Recife (PE), constando da medalha Brasil-Suíça, além de um certificado. Na relação dos municípios baianos, Jeremoabo aparece na 27ª. Colação entre os 417 municípios da Bahia.
A União Brasileira de Divulgação – UBD, Fundada em 2001, é especializada na avaliação, através de pesquisas interativas, de Gestão Pública, que tem por finalidade divulgar os melhores gestores do País, que atendam aos requisitos de excelência em gestão pública. São avaliados critérios como transparência, responsabilidade fiscal e credibilidade, além do comprometimento com a sociedade, levando em conta o desempenho nas esferas de educação, serviços sociais, infraestrutura e saúde, entre outros critérios. Veja a classificação através do site: www.ubd.com.br
Segundo o Diretor de Pesquisas da UBD, Fernando Cunha, a pesquisa é feita por um grupo de pessoas que viaja aos municípios para coletar informações em campo, além de ligações telefônicas. Os moradores são questionados sobre a qualidade da gestão da prefeitura e dão nota que pode variar de 1 a 10. O instituto utiliza também dados públicos de órgãos governamentais (estaduais e federais) para mensurar a gestão. Essa análise é realizada em quase 4.000 municípios do Brasil.
O prêmio recebe o nome de Brasil-Suíça em homenagem ao país europeu, que é apontado como um dos principais exemplos em termos de política de Estado, sendo uma referência tanto para o mundo desenvolvido quanto para os países em desenvolvimento.
O Prefeito de Jeremoabo sente-se honrado pela premiação ‘‘Em tempos de crise econômica e política ver que seu trabalho está ajudando a sociedade e além, está sendo referencial, me sinto honrado por este reconhecimento. Vamos continuar trabalhando para o bem da população Jeremoabense’’.


Para demonstrar a falta de critérios na concessão dos títulos, reportagem conseguiu incluir um jumento entre os “100 melhores prefeitos do Brasil”. Diplomas de mérito são vendidos para vereadores, prefeitos e secretários municipais.

Por Giovani Grizotti, RBS TV
 
Jumento paga empresa e é diplomado como um dos melhores prefeitos do Brasil
Um comércio de diplomas de mérito para vereadores, prefeitos e secretários municipais será investigado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. Políticos gaúchos são suspeitos de usarem recursos públicos para conquistar as premiações. As empresas que fornecem os prêmios são a União Brasileira de Divulgação, ou UBD, de Pernambuco, e o Instituto Tiradentes, de Minas Gerais. Juntas, as duas instituições promovem até 20 premiações por ano.
Para mostrar a falta de critérios na hora de conceder esse tipo de premiação, a reportagem conseguiu negociar a compra de um diploma para um jumento – o jumento Precioso. Para mostrar como a UDB vende prêmios, o repórter da RBS TV mandou uma mensagem para o celular da empresa.
Quando começa a conversa, o repórter se apresenta como assessor de prefeituras gaúchas. Em pouco tempo, fecha a compra da premiação do "prefeito Precioso" por R$ 1.480. Na véspera do evento da UBD em Recife, a reportagem entrega o dinheiro ao dono da empresa, Fernando Vieira da Cunha, e recebe a medalha e o diploma.
O Precioso é um "gestor nota 10", classificado na pesquisa nacional de utilidade pública entre os “100 melhores prefeitos do Brasil”. A reportagem então apresentou o Precioso ao Fernando:
Repórter: O senhor emitiu um diploma em nome de um jumento, o jumento Precioso, bem na sua frente.
Fernando: Sim, sim. E o que é que tem?
Repórter: Mas, um jumento pode ser prefeito?
Fernando: Mas você não mandou imprimir?
Repórter: Mas, um jumento pode ser prefeito?
Fernando: Pode, pode.
Nos eventos, os políticos recebem diploma de "vereador mais atuante" ou "prefeito mais atuante". A maioria dos participantes desse tipo de evento usa dinheiro público para pagar pelas inscrições e também gasta diárias pagas pela prefeitura ou pela Câmara para ir nas cerimônias. Fernando admite que o seminário usado como pretexto para entregar a premiação é apenas para disfarçar.
Fernando: Teve cliente que me pagou quase 5 mil, pô. Ele quis seis diárias. Aí, eu incluí na inscrição.
Repórter: Mas a prefeitura paga?
Fernando: Paga.
Um levantamento do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul mostra que só no estado o Instituto Tiradentes faturou R$ 116 mil em 2016 e 2017, com três eventos. O Instituto até promove seminários juntamente com a entrega dos prêmios. Mas, o Ministério Público do Rio Grande do Sul acha que os seminários são apenas uma desculpa.
"É uma maneira de vender melhor o encontro, de maquiar, na verdade, a falcatrua que se esconde por trás e o conluio existente entre a empresa e o agente público. Esses eventos visam claramente à promoção pessoal do gestor, do agente público e, de outro lado, o lucro das empresas. Nenhuma finalidade pública", declarou o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Fabiano Dallazen.
O Ministério Público já denunciou dois políticos gaúchos pelo uso de dinheiro público para pagar a inscrição nos eventos promovidos por uma terceira empresa. São eles Rafael Malmann, atual prefeito de Estrela, e o ex-prefeito de Mostardas Alexandre Galdino, ambos do MDB.
O procurador diz que não existem critérios para escolha dos melhores gestores do Brasil. "O critério é, sim, aqueles prefeitos que se dispuseram a custear com verba pública o lucro da empresa que promove esse falso evento".

Falta de critério na premiação

Um exemplo da falta de critério é a escolha de Pedro Henrique Gross como o segundo vereador mais atuante de Terra de Areia, no ano passado. Só que, cinco meses antes da escolha, feita entre os dias 10 e 21 de outubro, Pedro não era mais vereador, ele tinha se licenciado da Câmara para ser chefe de gabinete do prefeito. O político não quis ir receber o tal prêmio. Se quisesse, teria de pagar R$ 578 de inscrição.
Fiquei feliz, assim de imediato, de receber, de ser citado, mas confuso porque não estava na Câmara como vereador", declarou Gross.
O porta-voz do Tribunal de Contas do Estado, Valtuir Nunes, relata que falta documentação. "A empresa, pelo que vimos, atribui o prêmio em decorrência de uma pesquisa telefônica feita aos eleitores da cidade. Que não é comprovada, não tem documentação de que isso efetivamente aconteceu, então, isso revela fraude".
O especialista em gestão pública Aloísio Zimmer, examinou os indicadores sociais das gestões premiadas pela empresa em todo Brasil e identificou problemas graves em áreas como saúde e educação. Assim, no contexto da fraude, Zimmer entende que a verba pública usada nesse tipo de evento não é o principal problema. O que preocupa, segundo ele, são as “fakenews” geradas como repercussão das premiações, especialmente em blogs e redes sociais, o que pode, inclusive, influenciar nas eleições.
"Cria-se uma narrativa e até mesmo uma implantação de falsas memórias no cidadão que depois será eleitor, porque o prefeito passa uma imagem de bom gestor, de protagonista das soluções mais importantes da cidade, de que ele é alguém capaz de melhorar a vida da população", afirma.
Em nota, o Instituto Tiradentes diz que não comercializa medalhas e diplomas de mérito, nem certificados de participação em seus seminários e afirmou que no caso do vereador Pedro Henrique Gross a empresa encaminha correspondências às câmaras municipais solicitando a atualização dos dados dos vereadores em exercício.
A reportagem entrou em contato com o prefeito de Estrela Rafael Mallmann. O advogado dele, José Antonio Paganella Boschi, disse que a premiação foi feita a partir dos excelentes resultados alcançados pela administração municipal e que a acusação é injusta.
O ex-prefeito de Mostardas, Alexandre Galdino, negou que tenha feito a compra de um prêmio e afirmou que apenas participou de um curso como outro qualquer.

TCM vai apurar compra de diplomas de mérito por prefeitos e vereadores




O Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia vai lavrar Termos de Ocorrência para apurar a compra de diplomas e medalhas, por parte de prefeitos e vereadores – que são vendidos por empresários espertalhões, a título de honraria, por suposto destaque na administração municipal ou desempenho nas câmaras em cidades do interior do Brasil. O TCM vai instaurar processo para que prefeitos e presidentes de câmaras municipais devolvam aos cofres públicos os recursos gastos com a taxa de inscrição para a “cerimônia de entrega da honraria”, assim como os valores gastos de recursos públicos com diárias, hospedagem e transporte para o local do evento.
A decisão de instaurar a investigação para punir os gestores públicos baianos envolvidos foi tomada nesta segunda-feira (06/08) pelo presidente do TCM, conselheiro Francisco de Souza Andrade Netto, após reportagem exibida pela Rede Globo de Televisão, no programa “Fantástico”, no último domingo, denunciando a verdadeira indústria de venda de homenagens que existe no país que atrai – e em alguns casos ilude – gestores públicos de municípios de todo o país. A reportagem comprovou a venda de “diploma de mérito e medalha” ao mostrar um jumento – que foi identificado como administrador municipal – sendo homenageado como um dos “Cem melhores prefeitos do país”.
Numa apuração preliminar feita pelo TCM, 26 prefeituras e 30 câmaras municipais baianas pagaram pelas distinções negociadas pelas empresas “União Brasileira de Divulgação – UBD” e “Instituto Tiradentes”, nos anos de 2017 e 2018. Os diplomas e medalhas custaram um total R$92.983,00.
O “Instituto Tiradentes” foi mais ativo, arrecadou R$80.833,00 nos municípios – 13 prefeituras em 2017 e 26 câmaras no mesmo ano. Em 2018 vendeu prêmios para 12 prefeituras e 10 câmaras. Já o UBD teve como clientes oito prefeitos em 2017 e dois prefeitos em 2018. E ganhou R$12.150,00.

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