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terça-feira, dezembro 24, 2024

Maioria dos brasileiros teme mais a polícia do que confia nela, diz Datafolha


Protesto contra violência policial em SP, no último dia 5 

Pedro do Coutto

Uma pesquisa do Datafolha divulgada no domingo pela Folha de S.Paulo revelou que a população brasileira teme mais do que confia na polícia que, segundo o levantamento, causa mais medo do que confiança em 51% dos brasileiros com 16 anos ou mais.

Os que disseram confiar na polícia mais do que temê-la somam 46%. O Datafolha entrevistou, em 12 e 13 de dezembro, 2.002 pessoas de 16 anos ou mais em 113 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

PESQUISA ANTERIOR –  O resultado é parecido com o da pesquisa anterior, realizada em 2019, quando Jair Bolsonaro era presidente. Na ocasião, os que diziam temer mais do que confiar eram 51%, enquanto os que confiavam mais do que temiam eram 47%. Entre homens, o que temem a polícia são 56%, ante 45% entre mulheres. No âmbito racial, o temor da polícia é de 59% entre pretos e 45% entre brancos. Nesses segmentos, as margens de erro variam de 3 a 5 pontos percentuais, segundo o Datafolha.

É um fato grave, pois reflete um comportamento inadequado por parte dos policiais, consequência de fatos que se desenrolam seguidamente com a exposição de crimes praticados e excessos em muitos casos que fazem com que a população tenha medo de recorrer aos agentes de segurança. Muitos dos entrevistados relataram ter receio de fazer denúncias contra policiais diante da repercussão que isso pode ocasionar.

O resultado do levantamento acende um alerta para que os agentes de segurança mudem a sua forma de atuação, uma vez que a população não se sente segura em relação à forma de trabalho da polícia há muito tempo. A forma pelas quais as corporações têm atuado historicamente tem incomodado, uma vez que não se pauta, na prática, na segurança e no direito social para todos. O medo da polícia é um fenômeno cíclico, pois não se trata de uma situação que acontece agora. Em São Paulo, a situação está longe do controle, mas temos visto dados alarmantes ao longo da história do Brasil.

ENTRE GÊNEROS – A pesquisa do Datafolha aponta que o temor tem dado parecido entre gêneros (56% entre mulheres 52% entre homens). Há, no entanto, diferenças entre pretos (59%, ante 45% entre brancos) e entre eleitores de Lula e de Bolsonaro no segundo turno de 2022 (58% no caso do primeiro e 40% no do segundo). As margens de erro nesses segmentos variam de 3 a 5 cinco pontos percentuais.

Nas últimas semanas, o estado de São Paulo enfrenta uma crise na segurança pública com casos em sequência de violência policial. Em um deles, um soldado foi filmado jogando um homem em um córrego em Cidade Ademar, na Zona Sul da capital paulista. Em outro, um estudante de medicina foi morto com um tiro disparado por um PM dentro de um hotel na Vila Mariana, também na Zona Sul. Noutro episódio, um soldado, que estava de folga, matou um rapaz de 26 anos com 11 tiros no Jardim Prudência, na Zona Sul. Ele foi atingido ao tentar fugir com produtos de limpeza furtados de um mercado.

A falta de segurança em geral no país contribui para que parte da população se sinta compelida a apoiar discursos que acabam por apoiar a violência policial. Enfim, a sociedade está vivendo em estado de prontidão e medo com base numa parceria entre o crime e policiais.


Lula é aconselhado a descartar Alckmin como opção para Defesa

Publicado em 23 de dezembro de 2024 por Tribuna da Internet

Ministro José Múcio vira alvo do fogo amigo do PT. Entenda - Folha PE

Múcio avisou que vai sair e está esperando o substituto

Andreza Matais
do UOL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido aconselhado a buscar fora do governo um nome para substituir o ministro José Múcio Monteiro no Ministério da Defesa.

Esses interlocutores avaliam que transferir o vice-presidente Geraldo Alckmin do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços para a vaga, como cogitado, seria colocar seu vice numa posição de conflitos que o obrigará a intermediar constantemente com o próprio governo.

MÚCIO DE SAÍDA – De perfil conciliador, o ministro apresentou ao governo sua disposição em deixar a pasta no próximo ano, quando irá completar 77 anos. Argumentou que quer passar seus últimos anos de vida ativa junto com os netos e que, no cargo, não conseguiu tirar um dia de folga dada a quantidade de incêndios que apagou.

Desde que Lula assumiu o mandato, a relação do governo com os militares tem sido de crise. Por interferência da primeira-dama Janja da Silva, Lula recusou a presença dos militares na sua segurança, optando pela Polícia Federal. A queda de braço gerou desgastes.

O inquérito que investiga a tentativa de golpe no país também desgastou os militares. Coube a Múcio pregar sozinho que não se pode generalizar as Forças Armadas com a atuação de generais no plano golpista.

MEDIDAS DO PACOTE – No meio disso, o governo incluiu no pacote fiscal mudanças nas regras de aposentadoria dos militares. O Congresso deixou essa discussão para 2025. Nova crise.

Em vídeo institucional, a Marinha fez críticas indiretas ao pacote, ironizando que teriam privilégios. “Quer privilégios? Vem para a Marinha”, dizia a gravação, mostrando a dura rotina de treinamento dos militares.

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), jogou mais lenha na fogueira ao misturar a reação aos militares envolvidos no plano golpista. “Também é grave que o vídeo ofensivo seja divulgado quando um ex-comandante da Marinha é indiciado por participar do plano de golpe de Jair Bolsonaro”, postou ela nas redes sociais.

APAGANDO INCÊNDIOS – No governo desde a primeira hora, Múcio vem atuando como bombeiro desde antes de assumir o cargo. Foi o primeiro ministro a ser escolhido por Lula, ainda antes da posse, justamente para apaziguar o clima de rejeição nas Forças a um governo de esquerda.

Na ocasião, precisou buscar no então presidente Jair Bolsonaro (já derrotado nas urnas) apoio para ser recebido pelos comandantes e fazer a transição.

Mesmo assim, o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, se recusou a ir à posse do sucessor, e depois foi um dos alvos da PF em operação sobre a tentativa de golpe de Estado.

ACAMPAMENTOS – Também foi Múcio quem atuou para desmobilizar acampamentos nas portas dos quartéis que pediam intervenção militar para evitar a posse de Lula. Na época, disse que tinha amigos entre os acampados e pediu calma. Em conversas reservadas, afirmara que havia familiares de militares entre os acampados, o que tornava a situação delicada.

Além de Alckmin, outro nome sempre lembrado em Brasília para a vaga é o do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele deixa a vaga em fevereiro.

As especulações nesse sentido, contudo, geram desconfiança no grupo de Pacheco de que sejam uma tentativa de tirá-lo do caminho do Ministério da Justiça, uma vaga cobiçada pelo grupo Prerrogativas. Ricardo Lewandowski, atual ministro, é cotado para assumir uma vaga na embaixada de Portugal.

Presente de Natal! Governo libera emendas e Dino veta de novo


Em qual dos dois você menos acredita?, #lula #papainoel

Em qual deles você acredita? (Jotape charges)

Daniel Weterman e André Shalders
Estadão

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liberou R$ 728,7 milhões em emendas de comissão, herdeiras do orçamento secreto, em apenas três dias. O Poder Executivo efetuou as liberações antes da decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, nesta segunda-feira, 23, determinou o bloqueio dos repasses por falta de transparência.

O dinheiro atende indicações de um grupo de 17 líderes partidários da Câmara, comandados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que apadrinharam um total de R$ 4,2 bilhões em emendas. O ofício das lideranças foi revelado pela revista Piauí e confirmado pelo Estadão.

COM RESPALDO – Novos documentos aos quais o Estadão teve acesso mostram que o dinheiro começou a ser liberado, com respaldo formal do Palácio do Planalto.

Os líderes apadrinharam todas as emendas de forma conjunta, sem mostrar individualmente o nome dos parlamentares atendidos. O Estado de Alagoas, reduto de Lira, é o maior beneficiado, com R$ 73,7 milhões em novas indicações.

De acordo com especialistas e ONGs que acompanham o processo no STF, as indicações ferem a decisão da Suprema Corte.

DIZ O PLANALTO – A Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo e pela coordenação das emendas parlamentares, afirmou que todo o processo de execução orçamentária está amparado na portaria interministerial do governo e no parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que orientaram as regras para a liberação dos recursos.

Além disso, a pasta declarou que a responsabilidade pelo cumprimento dessas determinações é dos ministérios que liberaram o dinheiro.

O Planalto também disse que o que não estiver em conformidade com a decisão do STF está sujeito a ação de órgãos controle internos, como a Controladoria-Geral da União (CGU).

NA ÚLTIMA HORA – Os empenhos, que autorizam o andamento de obras, projetos e o pagamento futuro para Estados e municípios, ocorreram de quarta-feira, 18, a sexta-feira, 20, enquanto o Congresso votava o pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), conforme documentos do Portal da Transparência e do Siga Brasil.

Só houve os votos necessários na Câmara e no Senado quando o governo prometeu pagar emendas para os parlamentares, incluindo que foram liberadas nesses três dias.

Nesta segunda-feira, 23, o ministro Flávio Dino deu nova decisão para suspender o pagamento das emendas. No despacho, o ministro diz que a “indicação coletiva” por meio do ofício contraria as decisões do STF sobre o tema até o momento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Em tradução simultânea, o Planalto está remando numa direção de entendimento com o Congresso, mas o Supremo faz o possível e o impossível para evitar essa composição. Isso significa que o jogo está cada um por si na Praça dos Três Poderes, o que seria a política ideal na democracia, caso houvesse harmonia institucional e respeito às leis pelo Supremo. Como não há, reina a esculhambação(C.N.)

 

Pensando bem, o maior problema do mundo talvez seja a religião

Publicado em 24 de dezembro de 2024 por Tribuna da Internet

Crianças palestinas e judias conseguem se entender…

Carlos Newton

A vida é feita de tragédias. Como diz a oração católica “Salve Rainha”, o mundo é um vale de lágrimas, trazendo perdas sucessivas que precisamos lutar para superá-las e muitas vezes nem conseguimos. Quando há uma guerra como a provocada pelo Hamas e revidada por Israel, o mundo inteiro sofre, ao mesmo tempo.

O consequente genocídio torna-se assunto obrigatório e deveria levar as pessoas a raciocinar sobre o ocorrido, ao invés de seguirem trocando ódios em favor de israelenses ou palestinos.

É preciso lembrar que muitas guerras acontecem por motivos terrenos, disputas disso ou daquilo, mas essa desgraça permanente no Oriente Médio ocorre sempre em nome de Deus, o que a torna ainda mais grave e desnecessária.

MELHOR SER ATEU? – Sem a menor dúvida, seria melhor se todos fossemos ateus, como John Lennon imaginou, antes de receber aqueles tiros no meio da rua. Mas certamente os homens iriam encontrar outros motivos para fazer guerra e matar inimigos.

Sempre tive muitos amigos e colegas ateus. Eu mesmo era ateu, desde criança. Recusei-me a fazer a primeira comunhão, meus pais nem insistiram. Mas fui me modificando com o tempo e a convivência com a espiritualidade. Hoje sou cada vez menos ateu e tenho respeito por todas as religiões.

É evidente que o ateísmo não significa que a pessoa se torne menos caridosa, solidária e prestativa, muito pelo contrário. Da mesma forma, seguir uma religião, não importa qual, pode ser impositivo e até  se tornar fanatismo.

JUDEUS E ISLAMITAS – No caso da guerra eterna entre judeus e islamitas, o premier Netanyahu aproveitou a tragédia e formou um governo israelense destinado a administrar um matadouro de palestinos, sejamos francos, até porque o tenebroso premier não consegue fazer outra coisa.

É hora de um cessar-fogo definitivo, de devolução dos reféns que restam e de uma trégua negociada. Mas Netanyahu não tem a grandeza de líderes anteriores que procuravam a paz.  Aparentemente, seria impossível, mas Yasser Arafat e Ytizak Rabin não pensavam assim e quase chegaram lá.

A vingança não leva a nada, a não ser a uma violenta reação contrária. A ONU precisa enviar os boinas azuis para a ocupar a Faixa de Gaza e cessar as hostilidades. Mas quem se interessa?

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P.S. 1
 – Sei que é muito difícil acreditar em Deus, porque significa acreditar no improvável, no ilógico e no intangível, concordo. Minha mente racional me leva a descrer. Mas na vida é mais fácil seguir em frente quando se tem algum ponto de referência, porque nos momentos de muita dor, quando o coração está dilacerado, uma oração sempre ajuda, até para que possamos perdoar um ao outro, e sermos também perdoados.

P.S. 2 – Acredito que o maior problema do mundo talvez sejam as religiões, especialmente quando são excludentes e repelem casamentos com pessoas de outras igrejas. Aliás, as religiões mais radicais neste ponto são justamente a judaica e a islamita, que têm mesma origem e insistem em evitar casamentos com pessoas de outras crenças. Ainda não perceberam que o mundo somente terá paz quando todos forem iguais e estiverem miscigenados. O Brasil é hoje o país onde existe a maior miscigenação racial e religiosa. Mas o avanço do radicalismo dos pentecostais já significa um retrocesso. Tenham todos um Feliz Natal, pense um pouco sobre isso. (C.N.)


segunda-feira, dezembro 23, 2024

Prefeitura de São Sebastião do Passé distribui cerca de cem toneladas de alimentos no Natal Sem Fome



                                    Foto Divulgação


O Natal Sem Fome, programa da Prefeitura de São Sebastião do Passé,  realiza entrega de cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade do município. 

Neste ano, o terceiro consecutivo do programa, cada cesta conteve: 01 frango, 1 panetone, 1l de óleo, 02 pacotes de café, 2kg de arroz, 02 kg de açúcar, 2 pacotes de flocao,2 pacotes de macarrão e 2kg de feijão

Foram entregues cerca de cem toneladas de alimentos.

Para a dona de casa, Neia Teles, moradora do bairro da quarta etapa, foi uma satisfação receber a cesta. "A cesta é maravilhosa, não tenho o que reclamar da prefeitura, eu tô levando satisfeita. Amei a cesta e eu quero que continue assim, um Natal e um Ano Novo sem fome para todos nós", disse ela. 

Para a prefeita Nilza da Mata, o programa leva dignidade às famílias sebastianenses. 

"Hoje, com muita alegria realizamos a entrega das cestas do programa Natal sem Fome, pelo terceiro ano consecutivo. Essa ação representa nosso compromisso em colocar a dignidade e o bem-estar das famílias no centro das nossas prioridades, especialmente em um período tão simbólico como o Natal. Seguimos trabalhando por uma gestão que leva cuidado e a comida na mesa da nossa gente", declarou.

Pauta enviada pelo Jornalista  Fábio Almeida

Nota da redação deste Blog - Prefeitura de São Sebastião do Passé distribui cerca de cem toneladas de alimentos no Natal Sem Fome: uma lição de solidariedade

A Prefeitura de São Sebastião do Passé deu um exemplo de empatia e cuidado ao realizar a campanha Natal Sem Fome, que beneficiou milhares de famílias carentes com a distribuição de cerca de cem toneladas de alimentos. A ação, além de trazer alívio a quem mais precisa, reflete um compromisso social com a dignidade e o bem-estar da população.

A iniciativa destacou-se não apenas pela grandiosidade da entrega, mas também pela organização e inclusão. Famílias em situação de vulnerabilidade, incluindo trabalhadores de serviços essenciais, como garis e agentes comunitários, foram contempladas, reforçando o espírito natalino de solidariedade e gratidão.

E em Jeremoabo, como fica a solidariedade?

A generosidade vista em São Sebastião do Passé nos leva a refletir sobre o cenário em outros municípios, como Jeremoabo. Será que a atual gestão teve iniciativas semelhantes? A pergunta ganha ainda mais peso quando se pensa nas categorias mais vulneráveis, como os garis, que enfrentam diariamente condições adversas para manter a cidade limpa e organizada.

Até o momento, não há notícias de ações como essa em Jeremoabo, o que pode gerar questionamentos sobre as prioridades da administração municipal. Em tempos de festas, quando a desigualdade social se torna ainda mais evidente, pequenas atitudes podem fazer uma grande diferença na vida de quem enfrenta dificuldades.

A esperança é que o exemplo de São Sebastião do Passé inspire outras cidades, incluindo Jeremoabo, a colocar em prática ações concretas de apoio à população carente, mostrando que o verdadeiro espírito natalino está em dividir, cuidar e acolher. Afinal, gestos de solidariedade não apenas alimentam corpos, mas também fortalecem laços e renovam a fé na humanidade.

Política tosca e petismo ignaro ameaçam futuro da esquerda no país

Publicado em 23 de dezembro de 2024 por Tribuna da Internet

A reação de Haddad diante da disparada do dólar | VEJA

Haddad não peitou Lula e instaurou-se o caos econômico

Vinicius Torres Freire
Folha

No último dia político do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros tentaram passar uma mão de tinta na parede rachada do crédito do governo. Lula foi o maior responsável pelo desastre financeiro de dezembro, que deixará sequelas na economia e no seu cacife político, fecho de um ano de erros horríveis.

Feito o estrago, sugeriu-se a Lula que elogiasse a autonomia do Banco Central e Gabriel Galípolo; que demonstrasse consciência da “necessidade de novas medidas [fiscais]”.

EMBROMAÇÃO – Fernando Haddad voltou a dizer que medidas virão, talvez em março, e que o pacote seria apenas parte de um processo de ajuste politicamente difícil, o que é verdade, mas não justifica o disparate de novembro.

Foi um reconhecimento do erro e das desgraças recentes, anunciado por Lula com soberba disfarçada por sorrisos amarelos, sabe-se lá se com consequências práticas.

Os problemas do ano foram decerto agravados por motivos que porta-vozes do mercadismo relegam a notas ao pé de página. Por exemplo, impactos da política econômica americana no Brasil, seca e a conspiração informal da elite contra a tributação justa e acerto maior das contas públicas.

TRAGÉDIA DE ERROS – Mas 2024 foi uma tragédia de erros do governo. Na louvação de Galípolo, Lula juntou Haddad, Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil).

Haddad, Galípolo e Tebet haviam aconselhado Lula a engordar o pacote de novembro e a deixar de lado a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000.

Com soberba provinciana, cálculo político míope, triste ignorância e festa no PT, Lula baixou um pacote magro e com essa isenção de IR para agradar à classe média que majoritariamente não vota no PT (nem votará, muitos preferindo um Marçal da vida).

FALSA SURPRESA – No último dia útil de 2023, o governo baixara medida provisória surpresa a fim de diminuir a perda de receita com a redução de impostos da folha de pagamento de empresas (“desoneração”) e com o Perse (para empresas de eventos, turismo e cultura, isenção criada na epidemia, malversada e prorrogada de modo malandro).

Um Congresso de direita, fulo pelo atropelamento político, e empresas derrubaram a MP. Em junho, a fim de tapar esse buraco, o governo tentou restringir o uso de créditos tributários por parte de empresas, o que causou revolta e praticamente enterrou o plano de alta de impostos de Lula 3.

Em abril deste 2024, estava claro que o governo não cumpriria metas de déficit, o que implicaria legalmente em limitação de gasto público no 2026 eleitoral. Por pressão do governo quase inteiro e do PT, com a graça de Lula, mudou-se a meta.

DESPENCANDO – As condições financeiras rolaram a ladeira. A taxa de juros de um ano saiu de 10% ao ano em março para 15% agora (em termos reais, de 6% para 10%); o dólar foi de R$ 5 para mais de R$ 6.

No final de 2022, o governo de transição aprovara enorme aumento de gasto, talvez acreditando que arrumaria receita mais tarde. Aprovou em 2023 um arcabouço fiscal que dependeria de contenção de gastos obrigatórios, vetada por Lula em 2024, para desgosto de Haddad.

O governo não tinha plano econômico (ou para quase nada), nem de esquerda: gasto para pobres, imposto sobre ricos, controle rígido de pressões inflacionárias. Em 2024, dinamitou o programa precário que havia. Cálculo político tosco e petismo ignaro ameaçam a ponte para o futuro da esquerda em 2026.

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Publicado em 26 de dezembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Bolsonaro é antidemocrático e defende até a tort...

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