Deu em O Globo
O Exército dos Estados Unidos anunciou neste domingo que está ampliando suas capacidades de suporte aéreo no Oriente Médio e colocando tropas em estado de prontidão elevado para possível envio à região, enquanto adverte o Irã contra a expansão do conflito em andamento, publicou a agência Reuters. O anúncio foi feito dois dias depois de o presidente dos EUA, Joe Biden, solicitar que o Pentágono ajuste a postura das forças americanas na região — e em meio à preocupação crescente de que o assassinato do líder do Hezbollah, apoiado pelo Irã, por parte de Israel, possa levar Teerã a retaliar.
“Os Estados Unidos estão determinados a impedir que o Irã e seus parceiros e proxies expandam o conflito”, disse o porta-voz do Pentágono, Major General Patrick Ryder, em comunicado. Ele acrescentou que, se o governo iraniano ou grupos apoiados por Teerã “usarem esse momento para atacar o pessoal ou os interesses americanos na região, os Estados Unidos tomarão todas as medidas necessárias para defender o nosso povo”. Ainda conforme a Reuters, a nota do Pentágono ofereceu poucas pistas sobre o tamanho ou o alcance do novo envio aéreo, afirmando apenas que ele seria reforçado.
ESCALADA – Na segunda-feira, os EUA já haviam afirmado que enviariam um “pequeno número” de tropas adicionais ao Oriente Médio em resposta às crescentes tensões na região. Na ocasião, Ryder tampouco ofereceu detalhes, declarando que, “por questões de segurança operacional”, comentários ou dados específicos não seriam compartilhados. Ele declarou, contudo, que o envio estava sendo feito “com muita cautela”.
Os EUA têm milhares de tropas na região, além de navios de guerra, aviões de combate e sistemas de defesa aérea implantados para proteger tanto as suas forças quanto Israel. Em abril, por exemplo, Washington ajudou a interceptar as centenas de mísseis e drones balísticos lançados pelo Irã contra o Estado judeu em resposta ao ataque ao consulado iraniano em Damasco, na Síria, atribuído a Israel.
Um dia após o grupo xiita Hezbollah confirmar que o líder da organização, Hassan Nasrallah, morreu em um ataque israelense, o Estado judeu atacou mais alvos no Líbano. O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse também neste domingo que os Estados Unidos estão observando o que o movimento libanês fará para tentar preencher o vazio da liderança e “continuam em diálogo com os israelenses sobre quais devem ser os próximos passos”.
EVACUAÇÃO – O Departamento de Estado dos EUA ainda não ordenou uma evacuação do Líbano. Mas, na semana passada, autoridades americanas disseram à Reuters que o Pentágono estava enviando algumas dezenas de tropas adicionais para Chipre para ajudar os militares a se prepararem para cenários, incluindo uma possível evacuação de americanos do Líbano.
— É claro que existe a possibilidade de que essas operações de acerto de contas entre Israel e [o Hezbollah] aumentem e saiam do controle e se transformem em uma guerra regional mais ampla, e é por isso que é tão importante que resolvamos […] a situação pelos canais diplomáticos — declarou Ryder, o porta-voz do Pentágono.
Na semana passada, Biden afirmou que Washington fará “todo o possível para evitar que estoure uma guerra mais ampla”. A declaração ocorreu horas após Kirby dizer à rede ABC News que o país informou ao governo israelense não crer que uma “escalada desse conflito militar seja o melhor para Israel”. Os governos de Reino Unido, Alemanha, Egito e Brasil também se juntaram ao coro no fim de semana passado e exortaram Israel e o Hezbollah a pararem a escalada do conflito.