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domingo, janeiro 01, 2023

Para o povão, a posse foi um suplício, pois não havia água, comida e banheiros químicos

Publicado em 1 de janeiro de 2023 por Tribuna da Internet

Bombeiros jogam água em apoiadores de Lula para aliviar calor

Bombeiros lançaram água na multidão, aliviando o calor

João Gabriel, José Marques e Cézar Feitoza
Folha

Milhares de pessoas tomaram a Esplanada dos Ministérios neste domingo (1º) para assistir à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apoiadores reclamaram da falta de estrutura no local. As pessoas se queixavam que faltavam água para beber e banheiros. Muitas delas, inclusive, resolveram ir embora. O calor era implacável e os bombeiros tiveram de usar uma mangueira para jogar água e aliviar o desconforto da multidão.

Policiais no local afirmaram que banheiros foram disponibilizados, mas muitos dos presentes reclamavam de não haver —e a reportagem não os encontrou. Houve registros de pessoas passando mal que precisaram ser socorridas pelas equipes de saúde.

DESORGANIZAÇÃO – Durante a revista para acessar o local, houve desorganização. Mais de uma vez, grupos grandes passaram pela barreira de uma só vez, e a reportagem flagrou pessoas atravessando sem serem revistadas. Esse é um dos pontos sensíveis do ponto de vista da segurança pela proximidade com o Palácio do Planalto.

Valdo Ferreira, 42 anos, disse à Folha que decidiu ir embora, juntamente com um grupo de outras pessoas que estavam com ele, devido às condições de infraestrutura. “Impossível ficar. Está muito quente, não tem água. Todo o meu grupo está voltando” afirmou ele, que é comerciante.

Edna, 58 anos, que preferiu não revelar seu sobrenome, disse que chegou por volta das 9h e optou por deixar o local porque se sentiu insegura. “Gente demais, me senti inseguro. Lá perto na praça foi chegando gente, chegando gente, cada vez mais, o pessoal ia empurrando a grade. Aí a gente preferiu ir embora.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Como a posse e a festa foram organizadas pela primeira dama, dona Janja da Silva, fica evidente que as autoridades do governo de Brasília decidiram boicotá-la. Os administradores da capital estão acostumados com eventos reunindo milhares de pessoas. Sabiam que era preciso haver água, comida e banheiros. Como dona Janja não pediu nada disso e mandou aumentar o número de pessoas, certamente as autoridades de Brasília decidiram deixar a bomba estourar no colo da primeira-dama. (C.N.)

SBT acompanha a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva

Ao vivo: acompanhe a posse de Lula

Janja coordena a posse do marido Lula, centraliza as decisões e ganha desafetos


Janja anuncia mais quatro atrações para a posse de Lula

No “Fantástico”, Janja anunciou que vai cantar no show

Catia Seabra, Julia Chaib e Victoria Azevedo
Folha

Responsável pela cerimônia de posse de Lula da Silva (PT), a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, acumulou tarefas e centralizou grande parte das decisões sobre o evento. Todas as deliberações dependiam do aval da nova primeira-dama, o que causou ruído entre envolvidos no processo, detalham pessoas com acesso à organização da posse.

No endereço da transição, a sala da socióloga foi instalada ao lado do gabinete de Lula e do vice Geraldo Alckmin (PSB-SP). As demais coordenações de grupos setoriais situavam-se em outra ala.

RESSIGNIFICANDO – Defensora de pautas como combate à fome, soberania alimentar e defesa dos direitos das mulheres, Janja afirma que pretende “ressignificar o papel de primeira-dama.”

Filiada ao PT desde 1983, aos 17 anos, seguiu militante do partido. Apesar de o namoro com Lula só ter vindo à tona em 2017, eles se conheceram ainda nas Caravanas da Cidadania realizadas na década de 1990. De 2003 a 2019, ela trabalhou para Itaipu Binacional, sediada no Paraná.

Já namorando com Lula, em 2018, a socióloga ia todos os dias à vigília diante da superintendência da Polícia Federal em Curitiba, para pedir a liberdade do petista. Após a libertação, os dois foram morar em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

COLADA EM LULA – Zelosa da saúde do marido, Janja interfere na agenda para evitar cansaço excessivo dele e é vigilante sobre o uso da voz. Em novembro, Lula fez uma operação para retirar uma lesão na laringe e foi orientado a poupar a garganta, o que adiou viagens do petista a Brasília e a articulação de ministérios.

Janja participa praticamente de todos os eventos nos quais ele discursa, sempre munida de uma garrafa com água para oferecer ao marido. Foi ideia de Janja o veto aos tradicionais disparos de canhão na cerimônia de posse. Ela quis substituir os ruídos perturbadores, como os tiros e fogos de artifício, a pedido de grupos de autistas.

Como a coluna Painel mostrou, a pedido dela, o cerimonial do Senado vetou os disparos. A disposição inicial do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), era manter a tradicional salva de tiros, mas ele reconsiderou posteriormente a decisão.

COM A CACHORRA – Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, exibida em novembro, Janja confirmou que a cachorra Resistência, adotada em Curitiba enquanto Lula estava preso, deverá subir a rampa do Planalto na posse.

Nesta semana, a socióloga compartilhou uma imagem da cachorra nas redes sociais. “Ela está ansiosa para encontrar com vocês. Estamos trabalhando muito para garantir que todos participem dessa festa histórica com toda segurança”, escreveu.

À frente da coordenação da posse, Janja deu a palavra final sobre artistas que se apresentarão no evento, que batizou como Festival do Futuro. Uma das principais preocupações foi contemplar cantores que estiveram ao lado de Lula na campanha, mas também pesaram questões regionais e de gêneros musicais na seleção. Outro fator apontado foi a disponibilidade das atrações, uma vez que elas não receberão cachês para se apresentar.

LULA NA FESTA – Teria partido dela também a sugestão para que o petista siga para o festival de música, após a recepção a autoridades estrangeiras que ocorrerá no Itamaraty — última etapa das comemorações oficiais da posse. A ida de Lula ao festival é para discursar a apoiadores, mas ainda depende de questões de segurança.

Segundo um interlocutor, Janja quer que a faixa presidencial seja entregue a Lula por populares. Ela afirmou a aliados que gostaria que um grupo de pessoas que represente a diversidade do povo brasileiro fosse incumbido da tarefa. A socióloga ainda opinou sobre a estética da posse, assim como analisava peças publicitárias durante a disputa eleitoral.

Essa centralização de decisões rendeu críticas à primeira-dama. Integrantes do gabinete de transição reclamam que Janja teria menosprezado certos aspectos da posse, como envio de convites para vice-governadores e integrantes de movimentos sociais para o jantar no Itamaraty.

CONVITES ATRASADOS – Por isso, alguns convites tiveram de ser disparados na sexta-feira (30). Além disso, Janja teria sido peça fundamental no afastamento de Lula de alguns quadros do PT que apontaram um excesso de exposição da primeira-dama.

Eventualmente, Janja se mostra irritada com críticas que recebe, mas, de um modo geral, não deixa se abalar. Essa é a visão de amigos da socióloga, para quem há uma visão machista por parte de seus críticos.

Eles ainda relatam que Janja se limita a dizer o que pensa, mas não tem poder de decisão sobre assuntos que fujam da sua alçada.

FEMINISMO – Temas como gênero, raça e direitos humanos são caros a Janja. É atribuído a ela, em alguma medida, o fato de a próxima Esplanada dos Ministérios ter o maior número de mulheres até hoje nomeadas num governo.

Janja teria demonstrado contrariedade, por exemplo, à indicação do deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) ao Ministério do Turismo —ele era indicação da bancada do PSD. O político foi acusado de agressão à sua ex-mulher, mas o caso foi arquivado.

Segundo aliados, Lula avisou à mulher que a superexposição poderia fomentar críticas e ela poderia vir a ser, injustamente, responsabilizada por decisões que ele venha a tomar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A matéria mostra quem é dona Janja e traz uma novidade, ao revelar que ela conhece Lula desde a década de 90. Por coincidência, foi justamente nessa época que Lula conheceu aquela segunda-dama Rosemary Noronha, que gostava de viajar para o exterior no Aerolula. Em sociedade tudo se sabe, dizia Ibrahim Sued(C.N.)


Segurança na posse de Lula terá snipers, drones e restrição na Praça dos Três Poderes

Domingo, 01/01/2023 - 08h00

Por Marianna Golanada, Victoria Azevedo e Cézar Feitoza | Folhapress

Imagem sobre Segurança na posse de Lula terá snipers, drones e restrição na Praça dos Três Poderes
Foto: Divulgação / Ricardo Stuckert

A posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocorrerá em clima de festividade e apreensão. Diante da recente ameaça de bomba na capital do país, a equipe responsável pela proteção ao petista fez um planejamento de segurança robusto para este domingo (1º), que terá de snipers a público restrito e detector de metais.
 

Nos últimos dias, o plano teve de ser reavaliado pela equipe de transição e pelo governo do Distrito Federal após os casos de vandalismo, com ataque à sede da Polícia Federal, e a tentativa de ataque terrorista na véspera de Natal.
 

Os casos ampliaram a pressão de autoridades e petistas para que o Exército desmobilizasse o acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general.
 

O fato de Jair Bolsonaro (PL) ter deixado o país a dois dias da posse deve diminuir a temperatura entre seus apoiadores, avaliam integrantes da equipe de segurança.
 

O primeiro passo da segurança da posse, portanto, será garantir que os manifestantes que não aceitam o resultado das urnas não se aproximem dos eventos do dia.
 

Como disse à Folha de S.Paulo o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, eles não poderão se afastar muito do QG, ficando restritos a uma distância de 7 quilômetros da Praça dos Três Poderes. Já não há tantos bolsonaristas como outrora, mas alguns permanecem no local.
 

Aliados de Lula se queixam de omissão do governo federal e do Exército frente à escalada de violência com a manutenção do acampamento. Eles defendiam uma ação mais enérgica para dispersá-los.
 

Integrantes das Forças Armadas e das forças de segurança do DF, por sua vez, acreditam que uma medida mais drástica poderia incendiar os bolsonaristas e levar a um conflito.
 

A equipe do presidente eleito também adotou como medida escantear o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da segurança presidencial, reduzindo seu protagonismo na coordenação do planejamento.
 

Há desconfiança entre petistas de que o ministério, hoje comandado por Augusto Heleno, tenha sido aparelhado de bolsonaristas.
 

Pelo mesmo motivo, a escolta do comboio oficial do presidente eleito durante a posse não será feita pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), como ocorreu em anos anteriores. Mas sim pela Polícia Militar do Distrito Federal.
 

O PT espera cerca de 300 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios e planejou um festival de música e atrações ao longo do dia 1º de janeiro.
 

Lula convidou, na última quinta-feira (29), seus apoiadores a comparecerem à posse e disse que quem ganhou as eleições tem direito de fazer uma grande festa popular e quem perdeu deve ficar "quietinho".
 

"Todo mundo está convidado para o ato da posse. Por favor, domingo estejam aí [em Brasília], que não vai ter barulho. Não fiquem preocupados. Quem perdeu as eleições que fique quietinho. E quem ganhou tem o direito de fazer uma grande festa popular aqui em Brasília", disse o petista, durante o último anúncio de ministros do seu governo.
 

A Esplanada dos Ministérios terá esquema de segurança reforçado para abrigar as centenas de milhares de apoiadores que vão assistir Lula subir a rampa pela terceira vez.
 

Segundo o planejamento, haverá snipers (atiradores de elite) em cima dos prédios da Esplanada. Além disso, será feito um controle por meio de câmeras e drones.
 

A Secretaria de Segurança Pública do DF também montará uma tenda, ao lado do Museu Nacional, para dar apoio aos agentes que participarem da operação da posse.
 

O local servirá como base das forças de segurança, com sistemas instalados para analisar as imagens de câmeras espalhadas pela Esplanada dos Ministérios.
 

A PF fará varredura contra explosivos no Ministério de Relações Exteriores, no palco do Festival do Futuro e no Palácio do Planalto. Também irá realizar vistorias para evitar artefatos explosivos em veículos e locais de acesso das autoridades.
 

Além de realizar monitoramento de inteligência, a polícia também terá equipe à disposição para atendimento de ocorrências em eventuais tentativas de invasão ou depredação de prédios públicos e designará um grupo de pronta intervenção caso haja necessidade.
 

À corporação também caberá promover ações de enfrentamento a possíveis atos de terrorismo e monitorar ameaças cibernéticas.
 

A PF também terá à sua disposição uma aeronave para atuar em coordenação com a Polícia Militar do DF. Agentes de Operações Especiais também deverão trabalhar em coordenação com a PMDF.
 

Assim como fez nos atos de campanha do petista, a corporação pesquisou antecedentes das pessoas que estão credenciadas para acessar locais onde autoridades estarão.
 

Uma das maiores dúvidas diante da proximidade da posse diz respeito ao desfile de carro de Lula, se ele descerá a Esplanada no tradicional Rolls Royce conversível ou se irá em carro blindado.
 

A expectativa é que a decisão seja tomada neste domingo, após uma avaliação da equipe de segurança com o presidente eleito.
 

A possibilidade de chuva, comum na capital nesta época do ano, também pode levar Lula e Rosângela da Silva, a Janja, a desfilar em carro fechado.
 

O acesso à Praça dos Três Poderes será restrito. Inicialmente, apenas 30 mil pessoas poderiam estar no local, cujo acesso estará aberto a partir das 8h.
 

Um pedido da futura primeira-dama, feito na quinta (29) a integrantes da equipe de segurança da posse, ampliou em mais 10 mil pessoas o público na praça.
 

Segundo relatos feitos à Folha de S.Paulo, Janja também solicitou que a segurança prepare bolsões para a entrada de pessoas em espaço mais próximo ao Palácio do Planalto e aumente o efetivo de policiais no local, onde o petista receberá a faixa presidencial. Os pedidos foram atendidos na sexta-feira (30).
 

Todas as pessoas que ficarem na praça dos Três Poderes (espaço entre o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional) terão de passar por um detector de metais. A segurança ali será reforçada pela proximidade com o presidente eleito.
 

O restante do público só poderá entrar na Esplanada dos Ministérios, pela via N1 (uma das pistas do Eixo Monumental).
 

"A entrada vai ser mais restrita [do que o previsto inicialmente]. As pessoas vão poder entrar só pela N1, e já vai ter uma linha de revista no local. Elas não vão poder ingressar mais por trás dos ministérios, o espaço estará fechado com tapumes. Toda a Praça dos Três Poderes vai estar fechada também", disse Júlio Danilo.
 

Além disso, há restrição de objetos para o público que não serão permitidos, como garrafas que não sejam de plástico e caixas de som. A equipe do Festival do Futuro elaborou flyers para facilitar a comunicação dos itens proibidos.

Bahia Notícias

Com R$ 30 milhões em dívidas, o PT vende “kit lembrança” na posse de Lula

Publicado em 31 de dezembro de 2022 por Tribuna da Internet

Twitter 上的 PSDB 🇧🇷:"CHARGE: O povo do PT. https://t.co/5aVhKjUW41" /  Twitter

Charge do Fernando Cabral (Arquivo Google)

Hugo Marques
Veja

O PT já acumula uma dívida de mais de 30 milhões de reais com a União. Segundo registros da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, órgão encarregado pelas cobranças, são débitos tributários e previdenciários, além de multas eleitorais que não foram pagas por seus diretórios nacional, estaduais e municipais.

A legenda do presidente eleito é uma das que mais receberam recursos públicos. Só este ano foram 499 milhões de reais do Fundo Eleitoral, criado para custear as campanhas. A própria candidatura vitoriosa de Lula foi recordista de gastos, superando os 120 milhões de reais.

NO VERMELHO – O partido tem feito campanhas para arrecadar dinheiro. No início de dezembro, lançou uma ‘vaquinha’ para angariar recursos para a festa da posse do presidente Lula. O PT pediu doações de 13 reais a 1.064 reais na internet, mas não divulgou o total amealhado.

Durante a posse do presidente, a sigla vai vender kits com camiseta, toalha, copo, bandana e estrela do partido por 100 reais. O dinheiro do kit será utilizado na organização dos 43 anos do PT, evento que será realizado em Brasília, em fevereiro.

A diretora de Finanças do PT, Gleide Andrade, afirmou que duas lojas do partido serão montadas na Esplanada durante a posse. “O PT preparou com muito carinho um kit que será vendido às pessoas que querem ter uma recordação desse evento, que simboliza o retorno da democracia no Brasil. Além disso, também é uma forma de ajudar coletivamente nas finanças do partido”, disse Gleide.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O PT cobra e arrecada também dízimos de todos os políticos eleitos pelo partido, exceto Lula, que é “funcionário/assessor” perpétuo e leva mais de R$ 20 mil por mês, com carteira assinada e tudo o mais. A situação é semelhante em outros partidos, mas ninguém liga. As prestações de contas se tornaram peças de ficção, os recursos públicos do Fundo Partidário são usados até para pagar luz e telefone da casa de dirigentes, conforme denunciei na antiga Tribuna da Imprensa, em relação ao PV, o partido me processou e perdeu a questão. O TSE, com cerca de 3 mil funcionários, não fiscaliza nada, vivemos no reino da esculhambação. Desculpem começar o ano assim, mas esta é a realidade(C.N.)

Deputado aciona TCU sobre gastos com a viagem turística de Bolsonaro aos EUA


Um tour pela suíte de Jair Bolsonaro no avião presidencial

Bolsonaro usa o avião presidencial como se lhe pertencesse

Rayssa Motta e Fausto Macedo
Estadão

O deputado federal Elias Vaz (PSB) pediu neste sábado, dia 31, que o Tribunal de Contas da União (TCU) mande investigar essa viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) aos Estados Unidos, às vésperas de deixar o governo.

Bolsonaro embarcou nesta sexta-feira, dia 30, para Orlando, na Flórida, e não vai passar simbolicamente a faixa para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cerimônia de posse em Brasília.

DESVIO DE FINALIDADE – O pedido é para investigar se houve desvio de finalidade no uso de dinheiro público para custear a viagem. Bolsonaro viajou em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e de auxiliares do governo.

O parlamentar afirma que a viagem tem “motivação particular” e que não há interesse público para justificar os gastos.

“Não há justificativa jurídica capaz de sustentar a legalidade de uma viagem altamente dispendiosa nas últimas horas do mandato”, diz um trecho da representação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Elias Vaz é um dos deputados mais atuantes da Câmara. Tem toda razão em fazer o questionamento. Se fosse na Alemanha, Bolsonaro estaria desmoralizado para sempre. Lá o governante não tem direito de levar cônjuge em avião da Força Aérea, a não ser que pague o custo da viagem, que sai tremendamente mais caro do que uma passagem em voo comercial. Justamente por isso, o marido da ex-chanceler Angela Merkel jamais viajou com ela. Aqui no Brasil é o contrário, Bolsonaro usava o Airbus presidencial como se lhe pertencesse, viajando para lá e para cá, sem ter compromisso oficial a cumprir. Assim, vê-se a diferença abissal que existe entre a Alemanha e o Brasil, um pobre país metido a rico, com governantes da pior qualidade, tipo Bolsonaro ou Lula, que criou um elevado cargo público para a amante e a levava como passageira clandestina para cima e para baixo, como se o Aerolula fosse um dos jatinhos particulares de seus amigos Seripieri Júnior ou Mares Guias. E ainda querem que este país vá para a frente… (C.N.)

Bolsonaristas vão descobrir que são minoria e não podem pretender “falar pelo povo”

Publicado em 1 de janeiro de 2023 por Tribuna da Internet

Golpistas em Brasília fazem ato antidemocrático em frente a quartel do Exército em Brasília

Manifestantes fazem ato em frente ao quartel do Exército

Pablo Ortellado
O Globo

As mobilizações bolsonaristas têm mostrado resiliência, com ações de protesto sustentadas por um período bastante estendido, mas também vêm perdendo apoio. Isso não apenas deixa os bolsonaristas radicais isolados, como tem consequências políticas para a estratégia populista do grupo.

Quando analisamos a evolução do levante antipetista, na sua duração mais longa, chama a atenção como a identidade política vai mudando de uma rejeição a rótulos, nas primeiras mobilizações contra Dilma Rousseff em 2015-2016, para uma afirmação entusiasmada das identidades de “direita” e de “conservador”, que surgem com força na campanha de 2018.

NO POPULISMO – Estudos têm mostrado que, na tradição histórica do populismo, prevalece a rejeição das identidades políticas. O líder populista típico não se diz nem de esquerda nem de direita, justamente porque pretende representar integralmente o povo contra as elites corruptas.

O bolsonarismo concilia seu populismo com a adoção orgulhosa do rótulo de “direita”, identificando a esquerda com as elites culturais e políticas. Essa opção, porém, tem um risco. Ao adotar uma identidade de direita, há um reconhecimento tácito de que a comunidade política está dividida em duas partes, com a esquerda constituindo a outra metade.

Se essa adoção de uma identidade já tinha aberto uma pequena rachadura na visão de mundo populista, o abandono da camisa da seleção escancarou o problema.

UM FORTE SÍMBOLO – Desde 2015, o antipetismo adotou como uniforme a camisa da seleção brasileira. A amarelinha, que muitos brasileiros tinham na gaveta, é um forte símbolo de união nacional — talvez o mais poderoso.

Ao adotá-la como uniforme político, os antipetistas, e em seguida os bolsonaristas, conseguiam representar o ideal populista de uma maneira simples e direta: a multidão na rua era o povo — a manifestação falava por todos os brasileiros, inclusive por aqueles que, por preguiça ou inércia, tinham ficado em casa.

Nesse período heroico, que vai de 2015 a 2018, o antipetismo sustentava a ilusão de que se havia forjado uma comunhão nacional para sobrepujar e esmagar a minoria petista, imaginariamente reduzida a pequenos grupos de corrompidos que — em troca de Bolsa Família, recursos da Lei Rouanet ou pão com mortadela — desavergonhadamente defendiam seus patrões.

VERDE OLIVA E PRETO – Após a derrota eleitoral em outubro, porém, tudo mudou. Em vez de aproveitarem a onda verde e amarela trazida pela Copa do Mundo e sugerirem que o brasileiro orgulhoso da seleção de Tite e os ativistas mobilizados nos quartéis eram um corpo só, muitos bolsonaristas fizeram questão de se separar das massas, abandonando a camisa da CBF, adotando o verde-oliva e o preto como uniforme. Identidade política e estratégia populista se chocaram.

Nada poderia ser mais sintomático da crise na capacidade de os bolsonaristas se apresentarem como o povo, ou, pelo menos, como a vanguarda do povo.

Logo outros sinais surgiram. Antes, os bolsonaristas, confiantes em sua estima pública, abraçavam populares que demonstrassem simpatia, rapidamente incluídos no movimento. Agora, suspeitam e rejeitam qualquer tipo de apoio vindo de estranhos.

DESCONFIANÇA TOTAL – Simpatizantes que tentaram doar alimentos nos acampamentos foram violentamente rechaçados e acusados de tentativas de envenenamento com suas doações. O bolsonarismo ficou sectário.

Os manifestantes mobilizados nos quartéis estão agora visivelmente isolados. Isso não tem apenas impacto no seu moral baixo, mas também fere de morte a capacidade do bolsonarismo de sustentar um discurso populista do tipo “o povo contra as elites”.

Isso não significa que o bolsonarismo morrerá, mas mostra que será obrigado a se reinventar, não apenas como oposição, mas também com a amarga suspeita de ser uma minoria.

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