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quinta-feira, janeiro 06, 2022

Por que não é viável, sustentável ou necessário vacinar toda população mundial a cada 6 meses




Vacinar todas as pessoas no planeta contra a covid-19 regularmente não é viável, sustentável ou necessário, segundo o especialista Andrew Pollard, que ajudou a desenvolver a vacina Oxford-AstraZeneca.

Por Lauren Turner

Ele defende que as pessoas mais vulneráveis devem ser identificadas e priorizadas.

O professor Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, disse ao programa de rádio Today, da BBC: "Não é realmente viável, sustentável ou provavelmente mesmo necessário vacinar todas as pessoas do planeta a cada quatro ou seis meses".

"Nós nem mesmo conseguimos vacinar todos na África com uma dose, então certamente não vamos chegar a um ponto em que a quarta dose para todos seja viável."

Ele disse que o Reino Unido, que atualmente está fazendo uma campanha para vacinar sua população com a terceira dose, pode ficar bem se as novas variantes continuarem provocando doenças mais brandas, como foi o caso da ômicron.

"Poderemos vir a precisar de reforços para os vulneráveis da população, mas acho altamente improvável que tenhamos programas em andamento regularmente para estimular todos com mais de 12 anos de idade", acrescentou.

Pollard disse que aqueles que precisam de mais reforços provavelmente são adultos mais velhos ou pessoas com problemas de saúde.

"Haverá novas variantes após a ômicron", acrescentou. "Ainda não sabemos como elas irão se comportar — e isso pode mudar completamente a visão sobre o que é a coisa certa a fazer."

Pollard é presidente do Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI, na sigla em inglês), que assessora o governo sobre vacinas, mas não tem envolvimento na tomada de decisões sobre as vacinas no Reino Unido.

A ministra de Vacinas e Saúde Pública, Maggie Throup, disse à BBC que o governo seguiria o conselho da JCVI sobre a necessidade ou não de haver um programa de quarta dose da vacina contra covid.

Ela disse que é importante que as pessoas recebam a terceira dose agora — ou a primeira ou a segunda dose no caso dos ainda não vacinados.

Otimismo cauteloso

O especialista em doenças infecciosas Neil Ferguson disse estar "cautelosamente otimista" com o fato de os casos de covid estarem começando a se estabilizar em Londres na faixa etária de 18 a 50 anos, que tem visto números especialmente altos.

O epidemiologista disse que o número de casos deve começar a cair na próxima semana na capital inglesa, e em outras regiões de uma a três semanas.

Ele também disse os números atuais não refletem com precisão o quadro verdadeiro da doença — que provavelmente é pior do que se imagina. Isso acontece porque não houve kits de teste suficientes para todo mundo durante o feriado de Natal.

Além disso, as reinfecções não estão sendo contadas nos números oficiais — cerca de 10% a 15% dos casos de ômicron são reinfecções, segundo ele.

Mas é muito cedo para se prever o que acontecerá nos próximos dias, especialmente por causa da volta às salas de aula esta semana no país, depois do feriado de fim de ano.

Sindicatos de professores dizem que é provável que alguns alunos sejam mandados para casa para fazer aulas remotas, prevendo ausências de professores que estejam contaminados. O ensino presencial continuará a ser a norma, afirma o secretário de Educação da Inglaterra, Nadhim Zahawi.

O professor Ferguson disse que é provável que haja "níveis bastante altos de infecção" em crianças em idade escolar — embora com doença leve.

O fato de a ômicron ser menos grave do que as variantes anteriores é uma "boa notícia" e as vacinas estão "resistindo bem a doenças graves", acrescentou.

Mas "isso não significa que não serão, como disse o primeiro-ministro, algumas semanas difíceis para o NHS (sistema de saúde britânico)".

BBC Brasil

O que está acontecendo no Cazaquistão, onde a população tomou as ruas

 




Polícia dispara contra manifestantes cazaques nesta quarta; protestos começaram após aumento no preço dos combustíveis

Por Olga Ivshina e Kateryna Khinkulova

Protestos de rua se espalharam pelo Cazaquistão nesta quarta-feira (5/1), ganhando escala nacional e também contornos de violência, com implicações regionais.

Na noite desta quarta, a governo russo anunciou que mandará tropas ao Cazaquistão para conter os manifestantes - a pedido do próprio governo cazaque.

No aeroporto da maior cidade cazaque, Almaty, funcionários acabaram fugindo depois de manifestantes antigoverno terem entrado no terminal.

Os protestos começaram em oposição ao aumento no preço dos combustíveis, mas se espalharam e passaram a refletir outras insatisfações da população com a política e o governo.

E a velocidade com a qual a violência ganhou escala causou surpresa, tanto localmente quanto na região da Ásia Central.

Segundo o governo, ao menos oito integrantes das tropas de segurança foram mortos, e centenas ficaram feridos.

A seguir, um resumo do que está acontecendo e do que está em jogo no Cazaquistão:

O que aconteceu?

'Recuo do governo não fez os protestos arrefecerem até agora'

O protesto começou depois que autoridades da ex-república soviética revogaram limites de preços do gás GLP, usado por muitas pessoas como combustível para carros, e causando aumento nos preços aos consumidores.

Os protestos eclodiram no domingo em apenas uma parte do país, mas já na terça-feira (4/1) a maioria das cidades cazaques registrava manifestações em massa e confrontos com a polícia.

Esses confrontos rapidamente se tornaram violentos: a polícia usou gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral contra uma multidão de milhares de pessoas em Almaty.

Centenas delas - tanto manifestantes quanto policiais - ficaram feridas.

Nesta quarta-feira, foi declarado estado de emergência em várias partes do país, enquanto milhares de pessoas continuavam a tomar as ruas. A internet ficou fora do ar em diversos lugares, segundo relatos de moradores.

O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, prometeu abaixar o preço dos combustíveis para "garantir a estabilidade no país". Mas manifestantes responderam com a invasão do gabinete do prefeito de Almaty, incendiando o local.

Nesta quarta-feira, o presidente afirmou que a instabilidade é causada por "gangues terroristas" treinadas no exterior.

Por que esses protestos são incomuns?

'Analista aponta que, sem eleições diretas livres, população só consegue manifestar sua insatisfação nas ruas'

Rico em petróleo e gás, o Cazaquistão é o país mais influente da Ásia Central, responsável por 60% do GLP da região. Também é comumente descrito como um Estado autoritário.

É o nono país de maior território do mundo, mas tem uma população relativamente pequena, de 18,8 milhões de pessoas.

O Cazaquistão declarou independência em 1991, durante o colapso da União Soviética. Foi liderado durante muitos anos por Nursultan Nazarbayev, que se tornou primeiro-ministro ainda em 1984, quando o país era uma república soviética.

Nazarbayev depois foi eleito presidente em uma eleição que, na prática, não teve adversários, e sua liderança foi marcada por elementos de culto à personalidade - estátuas dele foram erguidas pelo país, e uma nova capital foi batizada em sua homenagem.

Nazarbayev só deixou o poder em 2019, em meio a raros protestos antigoverno, que ele tentou conter com sua renúncia.

Ainda assim, indicou seu sucessor, o atual presidente Tokayev, em uma eleição que foi alvo de críticas de observadores internacionais.

Embora não esteja mais no poder, Nazarbayev continua sendo uma figura influente, e analistas afirmam que ele é o alvo principal dos atuais protestos.

Nesses três anos desde sua saída do poder, muito pouco mudou - e muitas pessoas no Cazaquistão se ressentem da ausência de reformas, do baixo padrão de vida e das limitações em liberdades civis.

Kate Mallinson, do centro de estudos Chatham House, disse à BBC Rússia que "Nazarbayev tinha uma espécie de acordo social com a população: as pessoas eram leais ao regime, porque viam melhoras na situação econômica".

No entanto, agrega, "a partir de 2015, a situação começou a piorar. E, nos últimos dois anos, com a pandemia de covid-19, a taxa de inflação ficou muito alta", batendo os níveis mais altos dos últimos cinco anos e encarecendo o preço dos alimentos.

A maioria das eleições cazaques são vencidas pelo partido governista, com quase 110% dos votos, e não existe oposição efetiva.

Para muitos cazaques, o aumento do GLP, combustível tradicionalmente barato que é usado no transporte público e privado, foi a última gota - e as pessoas foram às ruas para serem ouvidas.

O que os manifestantes querem?

'Insatisfação ganhou contornos políticos'

Apesar de membros do governo de Tokayev terem renunciado em reação aos protestos e do anúncio de que os preços do GLP voltariam a baixar, os manifestantes não dão sinais de que vão sair das ruas.

Depois da experiência com a renúncia de Nazarbayev em 2019, eles se deram conta de que mudanças no governo não necessariamente trazem os resultados desejados.

A cidade de Zhanaozen, no sudoeste do Cazaquistão, se tornou um dos principais epicentros da insatisfação popular.

Ali já haviam ocorrido grandes manifestações laborais em 2011,quando ao menos 14 trabalhadores da indústria petrolífera foram mortos em confronto com a polícia, e mais de cem ficaram feridos.

É em Zhanaozen que ativistas listaram suas demandas: mudanças reais no governo; eleições diretas para cargos locais (atualmente, os governadores regionais são nomeados pelo presidente); retorno à Constituição de 1993 (que limita os poderes e mandatos presidenciais); anistia a manifestantes; permitir que pessoas não ligadas ao regime atual tenham a chance de ascender ao poder.

Não há líderes claros dos protestos. Analistas afirmam que, ao longo de décadas, atos de oposição foram esmagados logo em seus estágios iniciais, e a democracia eleitoral não existe na prática no país.

"Sob condições autoritárias, protestos de rua são uma reação normal da população a medidas econômicas impopulares", explica à BBC Rússia o cientista político Grigorii Golosov, da Universidade Europeia de São Petersburgo (Rússia).

O que pode acontecer agora?

A situação cazaque vai se tornando cada vez mais volátil, embora boa parte dos protestos tenham ocorrido de maneira pacífica até agora - o que pode mudar com a presença de tropas de segurança a serem enviadas pela Rússia.

Para Alexander Baunov, do Carnegie Centre de Moscou, a interpretação dos protestos no Ocidente está condicionada ao fato de o Cazaquistão não ser um tradicional aliado ocidental - por isso, as manifestações serão vistas como "um levante democrático contra um governo opressivo".

"Será difícil que líderes ocidentais não apoiem os manifestantes e que as autoridades cazaques não respondam. O mais provável é que os protestos coloquem o Cazaquistão mais perto (da influência) de Moscou no longo prazo", opina.

Diana Kudaibergenova, pesquisadora na Universidade de Cambridge, vê sinais de que as autoridades cazaques vão tentar reagir aos protestos de modo pacífico.

"Um jeito de pôr fim a isso pacificamente é o presidente se sentando na mesa de negociação com alguns dos manifestantes e as pessoas sentindo que suas vozes estão sendo representadas", diz.

Como grande exportador de combustível e minérios, o Cazaquistão costuma levar em consideração a confiança de investidores externos. E a estabilidade política é um fator-chave para preservá-la.

Ao mesmo tempo, parece que muita gente no país está cansada de viver sob a sombra do ex-presidente Nazarbayev e se mostra pronta para lutar por mudanças mais profundas.

E levantes no Cazaquistão sem dúvida reverberam para o restante da região.

A Chancelaria da Rússia emitiu nota expressando esperança em "uma rápida normalização da situação no Cazaquistão por meio do diálogo" e frisou que "trata-se de um assunto interno do Cazaquistão".

No entanto, já crescem na mídia estatal russa vozes expressando a visão de que os manifestantes cazaques são instigados por "forças do Ocidente".

BBC Brasil

Cinco eleições de 2022 para ficar muito atento




Pleitos de Hungria, EUA, França, Colômbia e China merecem ser acompanhados com especial atenção

Por Daniel Rittner 

Não é apenas por aqui, onde quase 150 milhões de brasileiros vão às urnas daqui a nove meses, que o futuro será jogado em 2022. Portugal, Filipinas, Coreia do Sul, Austrália, Suécia e Costa Rica terão eleições neste ano. Em cinco países, contudo, as próximas votações merecem ser acompanhadas com especial atenção. Seja pelas implicações para a democracia, seja pela densidade da relação política e econômica-comercial com o Brasil. Vamos a elas.

1) Hungria: abril ou maio. Enquanto antibolsonaristas não conseguem entrar em acordo nem mesmo sobre o dia certo de ir às ruas, a oposição húngara se uniu em uma candidatura única contra o extremista Viktor Orbán.

No poder desde 2010, o primeiro-ministro defende um “Estado iliberal” e já gabaritou a prova da direita radical: discurso anti-imigração, ataques à comunidade LGBT, controle da mídia, ampliação do tribunal constitucional e nomeação de novos juízes fiéis ao Executivo, transferência de universidades estatais para fundações ligadas a aliados de Orbán, mudança dos distritos eleitorais para favorecer o Fidesz (seu partido). Em vez de prender adversários e dissidentes, como outros autocratas, captura as instituições - característica dos golpes “cupim”, que corroem a democracia por dentro, não com tanques ou explosões.

Em 2019, quando a oposição se juntou nas eleições regionais, o Fidesz perdeu 10 das 23 maiores cidades do país, incluindo a capital Budapeste. Os resultados estimularam a costura de uma nova coalizão. Esse pacto uniu seis partidos, dos socialistas ao Jobbik, legenda de direita com raízes extremistas, que foi se moderando ao longo do tempo. Cada sigla tinha, sozinha, 14% das intenções de votos. Agora, a Oposição Unida marca empate nas pesquisas contra o Fidesz.

Péter Márki-Zay, o escolhido para enfrentar Orbán, é um católico que entrou para a política há menos de quatro anos. Seu perfil mais conservador foi considerado ideal para angariar eleitores descontentes com os rumos do atual governo. Ele teve o apoio até de notórios progressistas.

O que torna a votação na Hungria tão relevante para o mundo é justamente o advento de sua frente ampla. Uma derrota poderá espalhar a mensagem de que nem mesmo a improvável aliança entre quem pensa muito diferente, tendo a preservação de valores democráticos como denominador comum, é capaz de frear escaladas autoritárias.

2) EUA: 8 de novembro. As eleições legislativas no meio do mandato presidencial refletem habitualmente a popularidade do inquilino da Casa Branca. Desta vez, as “midterms” devem significar a perda de maioria do Partido Democrata na Câmara (provável) e no Senado (possível). Isso pode imobilizar o restante do governo Joe Biden, mas é o de menos. As consequências podem aparecer em 2024, com Donald Trump novamente candidato - pesquisa da Ipsos/Reuters o aponta como nome preferido de 54% dos eleitores republicanos.

E se Trump concorrer mesmo e perder em Estados-chave, por margem relativamente estreita, mais ou menos como ocorreu em 2020? E se ele repetir que as eleições foram roubadas, mas com a Câmara e o com Senado sob controle republicano? Ian Bremmer, fundador da Eurasia, já alertou que hoje o partido de Trump estaria mais vulnerável a seus apelos. É por isso que as “midterms”, normalmente um pleito bocejante para quem está fora dos EUA, importam tanto.

3) França: 10 e 24 de abril. É a segunda eleição seguida sem chances de vitória da esquerda, após o governo impopular do socialista François Hollande (2012-2017). Marine Le Pen, a candidata da extrema direita, foi atenuando o discurso ao longo do tempo. Seu partido adotou um verniz de normalidade e até mudou de nome, amenizou o antissemitismo e a xenofobia, engavetou a ideia de deixar o euro e a União Europeia. O plano era, depois de consolidar uma base radical, atrair os moderados.

Le Pen já havia obtido 34% dos votos no segundo turno em 2017. Diante do crescente tédio dos jovens com a política e o fortalecimento de movimentos antissistema, como os coletes amarelos, tornou-se ainda mais competitiva e vinha buscando aos poucos elevar seu teto para um novo duelo final contra Emmanuel Macron neste ano.

Surgiu então Éric Zemmour, com falas mais extremistas até do que a antiga versão sincerona de Le Pen. Eis o aprendizado para a ultradireita: é preciso manter o radicalismo, sem moderação, sob pena de abandono pelo eleitorado mais ideológico e da abertura de um flanco à direita.

Em clima de fratricídio, Le Pen e Zemmour agora dividem esse eleitorado e pontuam em torno de 15% cada um, afastando-se mutuamente do segundo turno. Bom para Valérie Pécresse, a candidata dos Republicanos (direita tradicional), que hoje desponta como favorita para chegar ao segundo turno, em que Macron tem presença garantida e ainda um discreto favoritismo. Pécresse é, ao mesmo tempo, um alívio para os moderados em geral e uma ameaça à reeleição do presidente, que preferiria enfrentar Le Pen ou Zemmour.

4) Colômbia: 29 de maio e 19 de junho. Com sua política contemporânea influenciada pelo combate às Farc e à ELN, a Colômbia ficou ao largo da “onda vermelha” que se espalhou pela América do Sul na década de 2000. Pela primeira vez, poderá ter um presidente de esquerda.

Gustavo Petro, ex-prefeito de Bogotá e ex-guerrilheiro, lidera todas as pesquisas. Ainda é visto com receio por empresários e investidores. Há menos de dois meses, falou em taxar grandes fortunas, propriedades rurais e o “patrimônio improdutivo”. Quer proibir novas explorações de petróleo. Seu desafio, no segundo turno, será acalmar assustados com o fantasma do “comunismo”.

5) China: quarto trimestre. Xi Jinping pavimentou o caminho para um terceiro mandato, algo inusual para líderes chineses, no 20º Congresso Quinquenal do Partido Comunista. Não importa o resultado, previsível em ditaduras, mas os sinais. Foi no 19º Congresso, em 2017, que o “pensamento” de Xi foi igualado oficialmente ao de Mao Tsé-tung e Deng Xiaoping. Na ocasião, ele delineou o plano para tornar a China uma líder global em 2050.

Agora a economia chinesa está em desaceleração, o regime aperta a repressão, indispõe-se com os bilionários e tenta levar adiante sua política de “prosperidade comum”. Ler nas entrelinhas será essencial. O PC também vigia mais do que nunca a história do país, buscando apagar capítulos sombrios da memória pública. Vale a máxima de George Orwell: “Quem controla o passado controla o futuro. Quem controla o presente controla o passado”.

Valor Econômico

China usa humilhação e repressão para atingir "covid zero"




Humilhação em público de suspeitos de violar regras anticovid e falta de acesso a comida e remédios em meio a lockdown causam indignação. País tenta conter disseminação do vírus antes dos Jogos de Inverno.

Pòr William Yang

Nas duas últimas semanas, autoridades chinesas voltaram a impor severas medidas de controle da pandemia para frear uma nova onda de surtos de coronavírus no país. Porém algumas das medidas extremas causaram reações negativas da população, que questiona a validade das restrições.

Nos últimos 13 dias, residentes da metrópole de Xi'an, com 13 milhões de habitantes, foram proibidos de deixar suas casas, restringindo os estoques de muitos de alimentos e outros itens essenciais, como remédios.

Mais de 1.600 casos de covid-19 foram confirmados na cidade desde 9 de dezembro de 2021. Na plataforma social chinesa Weibo, frases como "estou com dificuldades de comprar comida" e "fornecimento instável de itens de primeira necessidade" se tornaram assuntos-tendência.

Indignação por cortes no abastecimento

Um residente de Xi'an relatou que, desde 2 de dezembro, todos os residentes foram proibidos de deixar suas casas. Enquanto muitos foram às compras no dia anterior à imposição do confinamento, alguns menos favorecidos, incluindo idosos que moram sozinhos, lutam para obter comida ou os medicamentos de que precisam.

"Acho que as autoridades só vão pensar em como evitar que o surto local se espalhe, e enquanto a gente não estiver morrendo de fome devido aos cortes no abastecimento de comida, não vão prestar muita atenção ao bem-estar dos residentes em lockdown", revelou à DW um cidadão, pedindo para não ser identificado por temor de represálias.

No fim de dezembro, autoridades locais admitiram que o abastecimento de comida e outros artigos foi afetado por os funcionários de várias empresas de logística não poderem retornar ao trabalho, devido ao lockdown.

Em meio à indignação pública, as autoridades insistiram que estão trabalhando para que haja estoques suficientes para todos os residentes de Xi'an. Pelo menos dois membros do Partido Comunista na cidade foram demitidos.

Nos últimos dois dias, o número de novos casos confirmados de covid-19 vem acusando tendência decrescente na China. Em 3 de janeiro foram registrados apenas 95 em Xi'an, a primeira vez em dez dias que o número diário de novas infecções confirmadas ficou abaixo de 100 por dois dias seguidos.

Raiva crescente da população

A raiva da população pela maneira como as autoridades estão lidando com a situação vem crescendo, não só por causa das restrições severas, mas também da aparente falta de compaixão.

Um vídeo recente mostra um jovem sendo espancado por funcionários do governo por deixado seu bairro para comprar comida.

A polícia local afirma que agiu contra os funcionários, mas internautas consideram que o incidente reflete a falta de empatia das autoridades com os residentes ao implementar as regras para contenção da pandemia.

"Muitos ainda não têm comida suficiente em casa, e quem está em quarentena não recebeu suprimentos por cinco a seis dias", escreveu um internauta na rede Weibo.

Outro pediu ajuda na plataforma: seu pai, que sofreu um ataque cardíaco, foi inicialmente rejeitado por vários hospitais em Xi'an, apesar de a família ter providenciado todos os documentos necessários para que ele fosse internado. Após horas de atrasos e uma cirurgia de emergência, a internauta escreveu que perdera seu pai.

O post original parece ter sido removido da Weibo. Vários usuários descreveram a situação como "desumana", enquanto muitos outros confirmaram estar difícil conseguir tratamentos médicos que não tenham relação com a covid-19.

Campanha "covid zero" da China

Especialistas em saúde pública dizem que o cumprimento estrito de medidas de controle da pandemia tem muita relação com a campanha agressiva da China para alcançar a chamada "covid zero" no país.

"Um dos objetivos políticos para manter a 'covid zero' é garantir que os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, em Pequim, não sejam sabotadas por algum surto doméstico", diz Chunhuei Chi, professor de saúde pública da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos.

"Além disso, o governo chinês precisa manter sua legitimidade para governar o país, tanto em casa quanto no exterior. Domesticamente, eles precisam manter surtos internos sob controle para exibir sua governança. Internacionalmente, precisam provar que a China é antes um salvador do que o iniciador da pandemia global. A forma de atingir esses objetivos é mostrar como Pequim consegue cumprir a meta da covid zero", explica.

Outros acreditam que a política reflete a falta de responsabilização do governo na China. "Para autoridades locais na China, um dos objetivos mais importantes é atingir a covid zero, já que ela significa um avanço na carreira de muitos deles, se atingirem essa meta", afirma Wang Yaqiu, pesquisadora-chefe sobre a China na organização Human Rights Watch (HRW).

"Se há abuso dos direitos humanos ou o acesso à saúde e à alimentação é restrito, não importa para as autoridades locais, porque elas não serão responsabilizadas."

Volta da humilhação em público

Além da aplicação severa do lockdown em Xi'an, incidentes envolvendo humilhação pública suscitaram críticas das medidas de controle da pandemia impostas pelas autoridades.

No fim de 2021, um vídeo circulando nas redes sociais mostrou policiais armados na província de Guangxi exibindo quatro indivíduos que alegadamente violaram medidas de prevenção contra a covid-19.

Os quatro usavam macacões de proteção e carregavam placas mostrando seus nomes e fotos. Cada um estava acompanhado de dois policiais, enquanto outro grupo de oficiais armados com equipamentos de tropas de choque ou carregando armas os rodeava.

Segundo o jornal estatal Guangxi News, os quatro foram acusados de transportar migrantes à China ilegalmente, apesar de as fronteiras estarem praticamente fechadas devido à pandemia. O veículo descreveu a ação como medida disciplinar que serviu de "alerta da vida real" ao público e de forma de "impedir crimes relacionados à fronteira".

Contudo alguns indivíduos e veículos da imprensa estatal questionaram a legalidade das práticas de humilhação em público. O jornal The Beijing News, de propriedade do Partido Comunista Chinês, publicou artigo de opinião dizendo que, mesmo que as medidas tenham sido adotadas para contenção da pandemia, as autoridades deveriam evitar que ações como "exibir os suspeitos" reapareçam na China, já que violam o espírito do Estado de direito.

Outros internautas questionaram que efeito poderia ter uma "exibição dos suspeitos": "Dado que a China já é um país com um sistema legal sólido, se alguém comete um crime, deveria ser sentenciado de acordo com a lei", escreveu um internauta na Weibo. "Exibir suspeitos é uma má tática usada na sociedade feudal. Por isso, é um pouco difícil entender porque funcionários da segurança pública em Guangxi acham esse tipo de medida apropriada."

"Maioria dos chineses não quer contestar"

Alguns observadores apontam que violações de direitos humanos e práticas de humilhação em público se tornaram um fenômeno comum em toda a China desde o início da pandemia em 2020, quando autoridades tentaram impor medidas severas para conter a disseminação do coronavírus Sars-Cov-2.

"Este não é um fenômeno novo na China. Autoridades locais amarraram em árvores residentes que aparentemente violaram regras, para humilhá-los em público, enquanto outros foram publicamente criticados em estádios esportivos", descreve Teng Biao, advogado de defesa de direitos humanos na China.

Enquanto a pressão da população pode forçar autoridades a se desculparem por seus erros ou impor certas punições a perpetradores, aqueles que querem contestar ainda são minoria na China.

"A maior parte dos chineses não quer se manifestar na internet, porque sabem que podem ser punidos", diz Wang, da Human Rights Watch. "E, como não existe um mecanismo de responsabilização, as autoridades locais só vão responder quando estiverem sob muita pressão."

Teng acredita que as autoridades respondem com frequência apenas ajustando levemente suas práticas desumanas. "Pode ser que eles punam alguns oficiais envolvidos com as práticas ou que escolham algum bode expiatório, mas é difícil forçá-los a melhorar o sistema como um todo pela pressão pública."

A pesquisadora Wang também destacou uma nova tendência que vem sendo verificada em discussões relacionadas ao confinamento em Xi'an: quando alguém critica o governo na internet, outros internautas nacionalistas os acusam de apoiarem governos ocidentais.

"Nos últimos dois anos, a censura e a propaganda do governo chinês se tornaram mais eficazes", explica. "É evidente que alguns cidadãos começaram a ajudar o governo a censurar os outros. Eles internalizaram a propaganda."

Deutsche Welle

Agora está claro o que Putin realmente quer

 



O presidente da Rússia não está interessado em consenso, mas na capitulação do Ocidente. E para ele, a Ucrânia é tanto uma necessidade estratégica como uma questão de legado histórico, opina Konstatin Eggert*.

Biden será um adversário à altura para Putin?

Uma das histórias favoritas de Vladimir Putin em seu revelador livro Em primeira pessoa, de 2000, é sobre a caça de uma ratazana, com um grupo de amigos em idade escolar, no conjunto residencial de Leningrado em que morava. Ao se ver encurralado pelo menino, súbito o animal se voltou contra ele e o atacou, até forçando seu perseguidor a fugir. Para Putin, metáforas de força e desespero sempre tiveram um significado especial. E atualmente elas são duplamente importantes.

Houve um alvoroço de declarações por parte de seus confidentes de política externa mais próximos, logo antes e depois do telefonema do líder russo com o presidente americano, Joe Biden.

Tanto seu assessor para assuntos estrangeiros, Yuri Ushakov, como o ministro do Exterior, Serguei Lavrov, e o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, se concentraram num ponto: Moscou não se disporá a intermináveis negociações com os Estados Unidos, no estilo da Guerra Fria, nem desistirá de exigir do Ocidente "garantias de segurança" legalmente vinculativas.

Estas incluem tanto o compromisso de que a Otan não admitirá mais nenhum novo vizinho do rol das antigas repúblicas soviéticas (isto é: Ucrânia e Geórgia) quanto uma promessa de reduzir a atividade militar da aliança na Europa Central e nos Estados bálticos. A Rússia também exige que os EUA não mobilizem mais nenhum míssil de curto ou médio alcance na Europa.

Jogo de exigências impossíveis

Putin vai deixando claro que só considerará retirar as tropas armadas da fronteira ucraniana depois que a Otan volte atrás na promessa de futura filiação feita à Ucrânia e à Geórgia em sua cúpula de 2008, em Bucareste.

Depois de mais de 20 anos no palco da política internacional, Putin sabe perfeitamente que isso nunca acontecerá. Por mais controvertido que o convite de Bucareste seja entre alguns aliados europeus, retirá-lo e limitar os armamentos ocidentais na Europa Central equivale a conceder a Moscou o poder de veto sobre a tomada de decisões da aliança, o que representaria o fim da Otan em sua atual forma.

Biden já declarou que a Ucrânia precisa dar um jeito em seu problema com a corrupção antes de pensar em filiação. Além disso, reiterou que os EUA não instalarão armas ofensivas em território ucraniano. Teoricamente, talvez também seja possível reduzir a cooperação militar com Kiev, apesar dos riscos de enfurecer o Congresso americano.

Na verdade, Washington fez a maioria das concessões possíveis a Moscou antes mesmo das conversações russo-americanas de Genebra, programadas para 10 de janeiro. Mas o Kremlin está pressionando por exigências que, sabe, não serão concedidas. Por quê?

Desprezo pelo Ocidente, cautela com a Ucrânia

Putin considera o Ocidente, em particular a União Europeia, debilitado pela pandemia de covid-19, a captura dos Estados nacionais por grandes empresas e a falta de liderança coerente. Biden cometeu um erro ao convidá-lo para conversas diretas no segundo trimestre de 2021, na sequência da primeira mobilização armada ameaçadora da Rússia próximo à fronteira da Ucrânia. Putin interpretou o fato como um sinal de fraqueza e de disposição de "vender" a Ucrânia em troca da não interferência da Rússia no embate entre Washington e Pequim, que tem peso decisivo.

O líder russo também ficou enfurecido com a decisão do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, de prender e processar por traição seu amigo mais próximo no país e principal político ucraniano pró-Rússia, Viktor Medvedchuk. Além disso, ele finalmente compreendeu que nenhum governante da Ucrânia jamais cumprirá os acordos de Minsk de 2015, considerados humilhantes e assinados sob ameaça.

Para completar, o chefe do Kremlin vê como uma tendência perigosa o uso pela Ucrânia de drones de produção turca, assim como seu programa de modernização da Marinha e sua cooperação crescente com países-membros da Otan.

Do ponto de vista de Moscou, isso poderá redundar em Kiev lançar uma ofensiva vitoriosa contra as áreas da região do Donbass sob controle russo. Afinal de contas, em 2020 o Azerbaijão teve sucesso surpreendente numa empreitada semelhante na região separatista de Nagorno-Karabakh, após muitos anos de rearmamento.

Mais desesperados e livres do que os soviéticos

A liderança russa acha que a hora é propícia – e única – para impor exigências inflexíveis. A Alemanha é governada por social-democratas simpatizantes com a Rússia, que se recusam a abandonar o gasoduto Nord Stream 2. A França está em meio a uma campanha presidencial escandalosa, com um dos principais candidatos prometendo retirar o país da Otan e suspender as sanções anti-Kremlin.

Os Estados Unidos têm à frente um chefe de Estado quase octogenário, com a administração dividida entre realistas ("China em primeiro lugar") e  internacionalistas ("Não vamos esquecer a Rússia"). A própria Ucrânia está debilitada por tumulto político permanente e severamente minada por sua reação lenta à pandemia.

Há mais uma consideração: como comandante-chefe, Putin não pode se permitir deslocar as tropas russas de lá para cá, em custosas mobilizações em massa, duas vezes por ano, por causa de meros telefonemas com o presidente americano. Isso resulta numa imagem de indecisão e fraqueza – coisa que Putin abomina.

A Rússia não é uma democracia, portanto manter a bordo e felizes os principais eleitorados de elite é de importância fundamental para a liderança. Os altos escalões das Forças Armadas são um desses eleitorados: esse é um dos principais instrumentos para assegurar a estabilidade do regime.

O presidente russo se coloca conscientemente num beco sem saída ao buscar briga com a Ucrânia. Ao que tudo indica, ele a considera tanto uma necessidade estratégica como uma questão de legado histórico. Portanto, pode-se esquecer as cúpulas Khrushchev-Kennedy e Brezhnev-Nixon: a Rússia de Putin se considera muito mais desesperada e muito mais livre para agir do que eram os soviéticos.

*Konstantin Eggert é articulista convidado pela DW

Deutsche Welle

O Cafezinho

 



Petistas defendem Dilma após críticas por vice-presidente do partido

por Folhapress

Petistas defendem Dilma após críticas por vice-presidente do partido
Foto: Reprodução / Senadoleg

Parlamentares do PT defenderam nesta quarta-feira (5) a ex-presidente Dilma Rousseff após o vice-presidente do partido, Washington Quaquá, voltar a dizer que ela não tem mais relevância eleitoral.
 

"Me perguntaram se ela teria relevância na campanha do Lula e eu disse que não, pois ela não tem mais relevância eleitoral", disse ele em entrevista à revista Fórum. "Não fui desrespeitoso. A política não é só eleição, mas em termos eleitorais não vejo como ela pode contribuir com uma figura eleitoralmente grande como a de Lula."
 

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que as afirmações do vice são "injustas, absurdas e preconceituosas". "Minha total solidariedade à Dilma diante das inaceitáveis manifestação do Quaquá. É um dirigente do PT, suas falas ganham repercussão contra nós além de serem injustas, absurdas e preconceituosas. Sinceramente não entendo as motivações em provocar toda essa polêmica absurda!", escreveu ele no Twitter.
 

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também se manifestou, dizendo que não aceitará que a luta das mulheres petistas seja desqualificada. "Meu apoio e solidariedade a ex-presidenta Dilma. Jamais aceitaremos que nossa força e luta sejam desqualificadas. Dilma, assim como todas as mulheres do PT, são relevantes na história, na construção e na política do Brasil", escreveu.
 

Na semana passada, Quaquá já havia dito a mesma coisa em entrevista à coluna do jornalista Guilherme Amado, do jornal Metrópoles, ao comentar a ausência da ex-presidente no jantar promovido pelo grupo Prerrogativas em 19 de dezembro.
 

A afirmação foi repudiada pela presidente do partido, Gleisi Hoffman, e em nota assinada pela secretaria nacional e as 27 secretarias estaduais de Mulheres do PT.
 

"Dilma é importante e orgulha o PT", escreveu Gleisi no Twitter à época. "Primeira mulher a presidir o país. Retirada num golpe que nos trouxe a tragédia que vivemos hoje, denunciamos e lutamos contra. Quanto a sua não presença no jantar do Prerrogativas, já foi esclarecido que houve erro de comunicação, nada a ver com PT ou com Lula."

Bahia Notícias

Bahia registrou 5 óbitos por picadas de aranha em 2021; verão aumenta incidência do animal

por Erem Carla

Bahia registrou 5 óbitos por picadas de aranha em 2021; verão aumenta incidência do animal 
Foto: Rogério Machado / Arquivo SMCS

Propício para o aparecimento de aranhas, o verão com seu clima quente e úmido, apresenta um aumento no número de acidentes por animais peçonhentos. Nesta semana, moradores do bairro da Federação, em Salvador, se queixaram do aparecimento de aranhas na região e uma moradora está internada em razão da picada do animal. 

 

No ano de 2021, a Bahia registrou 779 casos e 5 óbitos por picadas de aranhas, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

 

O mês de novembro foi o que apresentou mais ocorrências, com 8 notificações e uma pessoa morreu decorrente do acidente. O mês de fevereiro registrou 81 ocorrências e nenhum óbito. 

 

Os meses que registraram óbitos pelo acidente com os aracnídeos foram: janeiro, março, maio, outubro e novembro, com uma morte cada. 

 

Atrás apenas da estação da primavera, que notificou 209 casos, durante o verão de 2021, a Bahia recebeu 206 queixas e registrou dois óbitos. 

 

Imagem: Priscila Melo/Bahia Notícias (clique para ampliar)
 

De acordo com o coordenador do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (Ciatox), Jucelino Nery, a evolução das picadas de aranha para internação e óbito são raras, mas é preciso ter atenção com o animal. 

 

No Brasil, existem três espécies de aranhas venenosas: a aranha-marrom, aranha-armadeira e a viúva-negra. Porém, as aranhas mais comuns em Salvador são as marrom e armadeira.

 

“É importante lembrar que nem toda aranha de cor marrom é a aranha-marrom, do gênero Loxosceles, de importância clínica”, alerta. 

 

Segundo Nery, a confirmação da espécie só acontece através de identificação feita por um biólogo e a população não deve tocar nos animais com a mão ou pisá-los. “O ideal é retirá-la do ambiente de forma segura, com uma vassoura, por exemplo, para evitar acidentes”, recomenda.

 

Em caso de picada, o tratamento é feito de acordo com o tipo de aranha e sintomas apresentados pela vítima. No caso de aranhas de importância toxicológica (aranha-marrom, viúva-negra e armadeira) é necessário fazer o uso de soro antiveneno. 

 

“Por isso, é importante que a pessoa acidentada procure o serviço médico. O CIATox-BA irá orientar o médico quanto ao diagnóstico e tratamento de cada caso, indicando o uso de soro, se for necessário”, diz Nery.

 

Quanto às aranhas "comuns", que criam teias nas residências, Nery afirma que elas não oferecem riscos à saúde, mas que alergias de pele podem ocorrer por contato com alguns tipos de tecidos, produtos de higiene e alimentos, dependendo da sensibilidade de cada pessoa.

 

Como forma preventiva para afastar esses animais, o ideal é manter o ambiente limpo, dentro e fora de casa; livre de lixos, entulhos, restos de material de construção e acúmulo de madeiras; sempre sacudir calçados e roupas antes de utilizar; colocar telas em janelas; manter berços e camas afastados da parede; limpar constantemente ralos de banheiros e cozinhas, podendo colocar telas para evitar a passagem desses e outros animais e fechar as frestas nas janelas.

 

A Secretária de Saúde da Bahia (Sesab) informou que os registros de óbitos estão sendo investigados para confirmação da ocorrência, visando afastar possibilidade de erro de notificação.

Bahia Notícias

Após aceno de Lula, centrais defendem debate sobre revogação da reforma trabalhista

por Guilherme Seto | Folhapress

Após aceno de Lula, centrais defendem debate sobre revogação da reforma trabalhista
Foto: Ricardo Stuckert / Divulgação

 As principais centrais sindicais do país aproveitaram o aceno do ex-presidente Lula (PT) para dar força ao discurso contra a reforma trabalhista aprovada pelo Congresso em 2017.
 

As entidades emitiram uma nota nesta quarta-feira (5) em que elogiam a "contrarreforma" trabalhista que foi acordada entre governo, empresários e sindicatos de trabalhadores na Espanha para alterar a reforma realizada em 2012, impondo restrições a contratos temporários e regras mais rígidas para terceirizações.
 

As centrais afirmam que o movimento espanhol "pode ser uma sinalização que estimule" a reabertura deste debate no Brasil.
 

Lideranças do PT, como Gleisi Hoffmann e o ex-presidente Lula, abordaram o tema nos últimos dias. A presidente do PT, por exemplo, disse que o Brasil já tem um caminho, referindo-se ao exemplo espanhol.
 

"Passados quatro anos está claro que os objetivos da reforma trabalhista de Michel Temer (MDB), ampliada e aprofundada por Bolsonaro, revelou-se um desastre para a classe trabalhadora e para a nação", dizem.
 

As centrais afirmam que, desde a mudança na legislação, o desemprego aumentou, assim como a precarização das relações de trabalho.
 

"Esse já era o quadro antes da pandemia de março de 2020. Após a adoção das medidas necessárias para contenção do coronavírus, a crise se tornou uma verdadeira calamidade".
 

Segundo as entidades, as alterações feitas na Espanha "dão a esperança" de que o mesmo ocorra no Brasil. Elas lembram que a revogação ocorreu após a eleição vencida por "uma coalizão de centro-esquerda".
 

"As mudanças que estão acontecendo na Espanha nos dão a esperança de que por aqui também possamos rever pontos de uma reforma que foi imposta sem um debate social e com um deliberado viés pró capital e antissindical", diz a nota.
 

O texto é assinado por CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e CST (Central Sindical dos Trabalhadores).
 

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que quatro anos depois da entrada em vigor da reforma trabalhista, completados em novembro, o saldo é de queda no número de ações na Justiça do Trabalho, mas o número de empregos anunciado pelo governo à época ficou só na promessa.
 

O governo Michel Temer chegou a divulgar durante a tramitação da proposta que era estimada a geração de 6 milhões de empregos em até uma década com a aprovação —2 milhões apenas nos dois primeiros anos.
 

A Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no entanto, mostra uma história diferente: a taxa de desocupação trimestral, que chegou a ficar entre 6% e 7% em 2014, subiu para 8,7% em agosto de 2015 —considerando-se trabalhadores formais, informais, por conta própria, entre outros.
 

Em meados de 2017, antes da mudança na legislação, a desocupação era de 12,6%. Dois anos depois, em 2019 e antes da pandemia, estava em 11,8%. Em 2021, já com a crise sanitária, o mercado de trabalho sofreu um novo golpe e o desemprego tem oscilado acima disso, entre 14,7% e 13,2%.

Bahia Notícias

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