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domingo, julho 19, 2020

Lula insinua que Covid-19 em Bolsonaro é invenção para promover cloroquina


Lula insinua que Covid-19 em Bolsonaro é invenção para promover cloroquina
Foto: Reprodução / YouTube
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insinuou durante live realizada nesta sexta-feira (17) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) inventou tenha testado positivo para o novo coronavírus com o objetivo de promover o uso da cloroquina no Brasil, remédio que não tem eficácia comprovado pelos órgãos de saúde.  
  
Estavam presentes na reunião Fernando Haddad, Flávio Dino e Guilherme Boulos, além de membros da Contraf, um sindicato aliado à Central Única dos Trabalhadores (CUT). "Eu até acho, Haddad, que ele inventou esse negócio de que está com coronavírus para poder dizer que melhorou com a cloroquina. Parece duro, mas eu estou dizendo. Esse cara é capaz de tudo", alertou.  
  
"Como é que um presidente da República, tenente expulso do Exército, movido pela ignorância, consegue tentar vender todo santo dia pelo rádio, pela televisão e através das fake news que a cloroquina é a salvação contra coronavírus. Sem nenhuma orientação médica, ele ontem disse que vai obrigar a Fiocruz a orientar a cloroquina. É hora dos pesquisadores, é hora dos nossos médicos não aceitarem cumprir orientação", entendeu. 
  
O petista disse ainda que o isolamento é a única arma contra a doença até o momento e criticou a posição do governo perante a pandemia. "Não é possível que você tenha em poucos meses, com essa crise, três ministros da Saúde. O primeiro, quando começou a gostar do SUS, foi tirado. O segundo se formou e acho que nunca aprendeu a medir a pressão do cidadão, porque se formou oncologista e montou uma empresa de fundo de investimento na oncologia". Assista: 

Bolsonaro não desdiz o que disse, mas começa a desfazer o que fez em educação, saúde…


Charge Erasmo Spadotto - Máscara Bolsonaro - Portal Piracicaba Hoje
Charge Erasmo Spadotto (Arquivo Google)
Eliane Cantanhêde
Estadão
Depois do desmanche de saúde, educação, meio ambiente, cultura e política externa, o presidente Jair Bolsonaro não desdiz o que disse, mas começa a desfazer o que fez e “desnomear” quem nomeou. Não é fácil. Saem os agentes do desmanche, mas o comandante, as convicções e as crenças ficam. E continuam sem nenhuma conexão com a ciência e a realidade, ainda envoltos por fantasmas e ideologia.
Na Educação, Abraham Weintraub já foi tarde e o presidente se viu diante de uma enxurrada de nomes para o MEC, mas nenhum animador. Que educador com experiência, belo currículo real e respeito na comunidade acadêmica aceita pular num governo que vive às turras com tudo e todos e detesta o MEC, considerado um antro com mais de 90% de esquerdistas e comunistas? Então, foi por exclusão. Se não tem tu, vai de tu mesmo: um pastor conservador.
MUITAS DESCONFIANÇAS – Pastor e professor, Milton Ribeiro já assumiu ontem cercado de desconfianças. Crianças têm de aprender “com dor”? Assassino de mulher “confunde paixão com amor”? A “balbúrdia” nas universidades, como definiu Weintraub, leva ao “sexo sem limite”? Conclusão: sobram ideias extravagantes, faltam experiência e concepção de política educacional. A esperança é ele cumprir as promessas de “diálogo” e “Estado laico”, além de caprichar na equipe.
A mesma dificuldade de nomes ocorre nas demais áreas vítimas de desmanche. Que médico com nome e biografia a zelar assume a Saúde para fazer tudo o que seu mestre (doutor, epidemiologista, cientista…) Jair Bolsonaro mandar? Que epidemiologista, cientista ou homem público sério admite guerrear contra o isolamento e as máscaras e a favor da cloroquina? Só se for do Centrão ou da Bancada da Bala. A da Bíblia já foi contemplada no MEC.
NA DUPLA CRISE – A sucessão na Saúde ganhou urgência não pela dupla crise (pandemia e condução da pandemia), mas porque o ministro do STF Gilmar Mendes botou o dedo na ferida: a associação do Exército com os erros gritantes de Bolsonaro. Se tivesse falado em “fracasso” ou “tragédia”, não “genocídio”, quem discordaria?
Assim, o general Eduardo Pazuello, que tinha decidido ficar na ativa e voltar para a tropa em setembro, vai ter de se antecipar. O Alto Comando do Exército, em 26 de junho, não promoveu ninguém para sua vaga de general. Ela está aberta, esperando a volta dele. E a Saúde está fechada, dependendo da saída.
No Meio Ambiente, a pressão de fundos internacionais, bancos, empresas e agronegócio nacionais, ex-ministros da Economia e ex-presidentes do BC produz consequências: o governo começa a entender que o ambiente não é inimigo, mas aliado essencial do desenvolvimento. Detalhe: quanto mais Bolsonaro se recolhe, pela trégua política e a covid-19, mais o vice Hamilton Mourão se expõe.
QUEDA DE SALLES – E Ricardo Salles? Pairando sobre os escombros da política ambiental, pisoteada por ideologia, preconceito e a famosa “boiada” da reunião de 22 de abril. A queda de Salles é mais dia, menos dia, e o problema é… o sucessor. Não é fácil encontrar um ambientalista capaz de virar sombra de Mourão e conviver com o desprezo de Bolsonaro para o setor. Quem dedicou a vida à preservação da Amazônia e das comunidades indígenas topa assumir a política de destruição assumida pelo presidente? E com o Ibama e o ICMBio na lona, o Inpe sob ataque? Aliás, Salles encheu a pasta de militares, Mourão usa militares na Amazônia.
Na Cultura, após sucessivos vexames, incluindo um secretário nazistoide, Bolsonaro meteu um amigo dos filhos, o ator Mário Frias, e trancou a porta. Ninguém mais vê, ouve ou fala de cultura. Um “problema” a menos. E no Itamaraty? A crise tem data, a da eleição nos EUA. Com vitória de Trump, Ernesto Araújo tem chance pequena. Com derrota, chance zero.

Paulo Guedes quer dobrar Bolsonaro e emplacar imposto nos moldes da CPMF

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Empresários criticam possível recriação da CPMF - Amambai NotíciasAlessandra Azevedo e Luiz CalcagnoCorreio Braziliense
O governo começa a afinar o discurso em defesa de um novo imposto sobre transações financeiras digitais, nos moldes da antiga Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF). O apoio à medida cresce aos poucos no Planalto, com a insistência do ministro da Economia, Paulo Guedes, que não pretende abrir mão do projeto.
Idealizador da proposta, ele acredita que conseguirá convencer o presidente Jair Bolsonaro com o argumento de que a arrecadação extra pode ser usada para criar ou ampliar benefícios sociais.
QUESTÃO DE TEMPO – O apoio explícito do chefe do Executivo, para Guedes, é questão de tempo. O vice-presidente Hamilton Mourão, por exemplo, já defende abertamente a proposta. Sexta-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha, afirmou que “temos que tributar isso aí”, em referência às movimentações financeiras feitas pela internet. Mas, no caso de Bolsonaro, a situação é mais complicada. É preciso um bom motivo para justificar a criação do imposto que ele mesmo rejeitava.
Por isso, parlamentares duvidam do apoio do chefe do Executivo à medida. Deputados e senadores apontam a possível incoerência de Bolsonaro, caso embarque na ideia, após ter demitido Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal, por defender uma nova CPMF. “Não acredito que o presidente vá comprar (a ideia). Acho que é mais uma tentativa, que é legítima, de colocar o tema em debate”, ponderou o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB).
MEMÓRIA RUIM – A proposta do governo, mesmo com contrapartidas sociais, é “natimorta”, considerou Efraim Filho. “Já nasce derrotada pela memória ruim que a sociedade tem do imposto, tanto o setor produtivo quanto a população”, explicou. Por enquanto, no Congresso, o poder de convencimento da equipe econômica não vai para além do Centrão, grupo aliado do governo. “Não queremos novos impostos e, muito menos, a ressurreição da CPMF”, reforçou o deputado.
Apenas lideranças de partidos como PP, PL e PSD defendem o imposto, e geralmente com alguma ressalva, como a inclusão da desoneração da folha por mais tempo do que pretende o governo. Para tentar ampliar a base de apoio, Guedes chegou a dizer que vai inserir cobranças sobre dividendos na proposta de reforma tributária, o que poderia agradar parte da esquerda. Mas logo explicou que, em troca, acabaria com o Imposto de Renda para pessoas jurídicas.
A perda de arrecadação de um lado seria compensada pela cobrança, de outro. Guedes usa mesma lógica para várias situações, mas, atualmente, aponta a CPMF como fonte de financiamento de praticamente todas as ideias levantadas.
MIL PROMESSAS… – O novo imposto, segundo o ministro, pode ajudar na ampliação da desoneração da folha de salários de empresas, na criação de um fundo de Previdência para trabalhadores informais e no aumento e benefícios do Bolsa Família.
Mesmo que a CPMF não seja capaz de cobrir todas as mudanças, as compensações devem entrar no debate da reforma. Para o líder do PP no Senado, Esperidião Amin (SC), é importante sugerir contrapartidas para garantir que não haverá aumento de carga tributária. “A discussão sobre diminuir encargos sobre a folha de salários deve ser ampla, com equivalência financeira. Temos de levar em conta todas as opções de contrapartida”, disse. O senador cita como exemplo as propostas de taxar dividendos e de rever isenções no Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF).
JOGO DE EQUILÍBRIO – O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), concorda com a necessidade de se manter o nível de impostos. Como não há proposta de reforma oficial sobre a mesa, a discussão está em aberto, no governo e no Congresso, lembrou o parlamentar.
“No jogo de equilíbrio, o brasileiro não sustenta aumento de carga tributária. Toda ideia é válida, desde que seja consequência de manutenção do volume atual de impostos. A mesma regra se aplica à tributação de dividendos”, frisou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
  Guedes promete mundos e fundos, mas sua política econômica é como o samba de uma nota só. Antes era a privatização da Previdência, agora é a desoneração da folha salarial das empresas, que Dilma já fez e não deu certo. Uma chatice. (C.N.)

Duelo entre Bolsonaro e Mourão é uma briga de extermínio, e só um restará

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Entenda os riscos para Bolsonaro e Mourão no TSE, onde 8 ações ...
No final da disputa pelo poder, cada um irá para o seu lado
Carlos Newton
O quadro político-militar vai ficando cada vez claro, demonstrando que a mudança de postura e o surpreendente silêncio de Bolsonaro não se devem à covid-19, mas a algum fato muito mais grave. 
ORDEM DE CIMA – Como ele jamais aceitou os conselhos da chamada ala militar do Planalto (generais Augusto Heleno, Braga Netto, Eduardo Ramos e Rêgo Barros), o presidente só pode ter recebido uma ordem do Alto-Comando para se contrair, esquecer o golpe militar e ficar em segundo plano. Não há outra explicação.
Agora, aguarda-se que  o verdadeiro Bolsonaro volte à cena, pois dificilmente ele conseguirá manter o perfil paz & amor que lhe tem sido imposto.  Infelizmente, o chefe do governo não tem discernimento e, mesmo tendo contraído a coronavírus, segue costeando o alambrado, como dizia Leonel Brizola, preparando-se para encontrar um jeito de escapar das amarras e seguir com as asneiras de sempre.
MOURÃO EM ALTA – Enquanto o presidente entra na muda, atendendo a insistentes pedidos, como se dizia antigamente, o vice emerge com toda força, sempre com declarações claras e objetivas e que atendem o interesse nacional.
Assediado diariamente pelos jornalistas, o general Hamilton Mourão fala com franqueza e trafega em outra frequência em relação aos grandes problemas nacionais. Nas duas últimas semanas, em eventos importantes, o vice-presidente encostou para o lado o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, como se fosse uma barata morta, e deu declarações importantes sobre a Amazônia e o combate à covid-19, anunciando que o general Pazuello deve se afastar da Saúde em agosto, conforme já ficou combinado com o Alto Comando.
A desenvoltura e o desempenho de Mourão estão levando Bolsonaro à loucura e nesta quinta-feira, ao transmitir a sua live no final da tarde, o presidente fez questão de tentar desmentir e desautorizar seu vice, sem mencioná-lo, é claro.
RECAÍDA EMOCIONAL – Para os chefes militares foi uma surpresa a recaída emocional de Bolsonaro. Segundo o jornalista Gerson Camarotti, do G1, integrantes da ativa e da reserva do Exército demostraram preocupação com a indicação de que o general Eduardo Pazuello deve seguir no comando do Ministério da Saúde.
Na transmissão ao vivo pela internet, Bolsonaro garantiu não somente a permanência de Pazuello, como também a do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles:
“Salles fica. Pazuello fica. Sem problema nenhum. São dois excepcionais ministros”, disse o presidente, acrescentando que o general intendente é “a pessoa certa no lugar certo”.
NOVOS CAPÍTULOS – Em tradução simultânea, a novela esquentou e novos capítulos virão por aí. Bolsonaro e o gabinete do ódio estão doidos para reagir e colocar Mourão em seu devido lugar (na opinião deles), mas o general está fora de alcance, protegido pelas casamatas do Alto Comando
O duelo entre Bolsonaro e Mourão é uma briga de extermínio. Mourão está se cacifando, escreve artigos na Folha e no Estacão, jornais odiados por Bolsonaro, garante que as Forças Armadas não aceitam ruptura institucional e segue em frente, consciente de que a conjuntura dos astros lhe é favorável. Podem perguntar ao Olavo de Carvalho, que era astrólogo, mas desistiu, depois de aderir à teoria terraplanista.

General Pazuello já tem substituto no Exército e agora não sabe se vai ou se fica


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Pazuello defende militares na Saúde: ‘São pessoas preparadas”
Deu no Correio Braziliense(Agência Estado)
Antes da crise que pressiona o presidente Jair Bolsonaro a indicar um titular para o Ministério da Saúde, o chefe interino da pasta, general Eduardo Pazuello, já havia sinalizado em conversas reservadas que tem interesse em voltar a assumir uma função no Comando Militar da Amazônia. General de três estrelas, ele não demonstra vontade em ir para a reserva para permanecer em definitivo no governo.
Apesar disso, mesmo sendo o motivo do recente entrevero envolvendo as Forças Armadas e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Pazuello tem enfatizado que não vai pedir para deixar o Ministério da Saúde. O argumento, segundo interlocutores, é que ele foi convocado para uma missão e cabe ao presidente, chefe das Forças Armadas, dispensá-lo.
ACEITOU A MISSÃO – Pazuello estava lotado na 12º Região Militar, que engloba Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, quando aceitou, no final de abril, o convite para integrar o ministério como secretário executivo do então ministro Nelson Teich. Chegou em Brasília com 15 militares que o acompanham desde que atuou na Olimpíada do Rio de 2016.
Ao aceitar a “missão”, como Pazuello se refere à sua passagem na Saúde, ficou acertado com o presidente que ele e seu grupo ficariam entre 90 e 100 dias no governo. Com a saída de Teich, em 15 de maio, o general assumiu interinamente a pasta quando o País registrava 14.962 óbitos. Atualmente, o Brasil contabiliza mais de 76 mil mortes, segundo dados do consórcio de veículo de imprensa consolidados ontem.
Bolsonaro não sinalizou se pretende estender o período de “intervenção militar” no ministério – ontem, ele afirmou que Pazuello fica no cargo.
ATÉ SETEMBRO – Militares que atuam com o ministro interino seguem trabalhando com a previsão de deixar os cargos na Saúde no máximo até setembro. Pazuello não descarta estender sua permanência temporária no governo até o final do ano para reestruturar o ministério, se este for o pedido de Bolsonaro.
Entretanto, sinaliza a interlocutores a vontade de reassumir o trabalho na 12.ª Região Militar, onde oficialmente segue no comando. A sala do general permanece montada com nome na porta e objetos pessoais. Em viagem a Manaus, no fim de maio, ele chegou a levar pessoas ao seu gabinete.
JÁ SUBSTITUÍDO – O problema é que o Alto Comando do Exército já designou, em 29 de junho, o general de divisão Edson Rosty para o posto. A nomeação de Rosty está prevista para ser oficializada no final deste mês, junto com as promoções do Exército. Antes, porém, precisa ser assinada por Bolsonaro.
Apesar de não ser comum, até lá pode haver mudanças. Segundo integrantes do Exército, Bolsonaro pode atuar para reconduzir Pazuello ao comando da 12ª Região Militar, mas não seria uma medida bem vista. Fato é que se o ministro interino da Saúde voltar à Força não ficará sem posição de destaque, principalmente após ter passado pelo governo e contar com o apreço do presidente da República.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ofício que o Ministério da Saúde enviou à Fiocruz sobre cloroquina é uma barbaridade!

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Centrão e militares pressionam Bolsonaro a substituir Pazuello na ...
General Pazuello conduz a Saúde militarmente, e isso é um erro
Jorge Béja
Ao oficiar à Fiocruz para pedir que a fundação divulgue o uso da cloroquina no tratamento contra o Covid-19, o Ministério da Saúde inseriu no ofício que fosse obtido do paciente infectado, ou de quem pelo paciente seja o responsável, a assinatura de um tal “Termo de Ciência e Consentimento”,  para que o medicamento seja usado.
O “Termo” tem explicações, indicações de riscos, de malefícios e muito mais. Mas a medida é inútil. E sem o menor valor jurídico. A exigência é tão incerta e tão perigosa que, para que o medicamento seja prescrito e ministrado é preciso que o paciente ou seu responsável autorize antes. Coitado de um, coitado de outro.
VULNERABILIDADE – Quem vai aos hospitais, contaminado e enfermo, à procura de tratamento contra este flagelo que vai dizimando a Humanidade, está fragilíssimo e vulnerabilíssimo em tudo e por tudo. Está transtornado, além de ser leigo em medicina.  Não tem vontade própria. Não está senhor de si. Se sente perto da morte.
O desespero toma conta de todos. E todos estão em situação análoga à dos interditos. Perderam a capacidade civil. Perderam o rumo. Perderam a razão.  O pavor retirou dele e dos parentes amados toda a capacidade de decidir conscientemente. Mormente naquele instante de assinar ou não.
E exigir de um ou de outro que assine o tal termo, além da inutilidade jurídica, é também crueldade.
SEM COMPROVAÇÃO – Se a tal cloroquina fosse a medicação indicada não precisaria assinar nada. Não precisaria de prévia autorização para ser usada.  Mas não é. E por não ser é que o Ministério da Saúde, audaciosamente, enviou este ofício à respeitabilíssima fundação, nele constando as esdrúxulas recomendações.
E já passados vinte dias, a Fiocruz não respondeu. Nem vai responder. Nem nunca vai atender ao que pede o ofício que chegou de Brasília.
IRRESPONSABILIDADE – Para eles – os idiotas que acham que somos idiotas também –, aquele documento isenta o médico e a instituição médica de qualquer responsabilidade no caso de insucesso e/ou outros danos. Não isenta. Pelo contrário, as responsabilidades são até agravadas.
Sim, agravadas por se exigir que dê, quem não tem para dar. Que faça, quem não tem condições de fazer. Que se responsabilize, quem perdeu a capacidade de assumir responsabilidade. Que decida, quem não tem a mínima condição de decidir.  Que compreenda, quem perdeu a condição de entender.  Não tem e a perdeu, porque o medo de morrer e o desespero deles retiraram o raciocínio, a razão, a consciência. Todos se tornam moribundos. Todos se tornam vivos-mortos e mortos-vivos.
Nem era preciso o Código Civil dizer que a validade de um documento assinado exige a plena capacidade de quem o assinou.
DIREITO NATURAL – Também nem era preciso o Código de Proteção e Defesa do Consumidor dizer que a vulnerabilidade e a hipossuficiência são inerentes, intrínsecas, peculiares, imanentes e presentes em todos nós, seja qual for a categoria, a classe social e a condição financeira, quando buscamos socorro médico para salvar nossas vidas.
São princípios do Direito Natural, do Direito das Gentes, do Direito da Humanidade. Senhores, respeitem os que sofrem e não façam pouco caso de nossas inteligências, dos médicos e dos pacientes, e da história da Ciência.
Não sejam ridículos. Cuidem de nós, com pudor e respeito.

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