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segunda-feira, fevereiro 03, 2020

Para ex-ministro de Bolsonaro, político que frita os outros é desqualificado


por Ricardo Della Coletta e Eduardo Militão / Folhapress
Para ex-ministro de Bolsonaro, político que frita os outros é desqualificado
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, afirma que sofreu uma situação de fritura política que culminou com sua saída do governo, em junho de 2019. Para ele, esse tipo de processo é coisa de "de gente desqualificada" e da "escória da política".

"É um processo de que participam pessoas que não têm qualidade nenhuma, moral e profissional. Para você demitir um ministro, ou qualquer pessoa em função de confiança, é só conversar e mais nada", disse o ex-ministro, durante programa de entrevistas da Folha de S.Paulo e do UOL, em estúdio compartilhado em Brasília.

Apesar das declarações, ele evitou responsabilizar ou criticar diretamente o presidente Jair Bolsonaro e disse não considerar que o mandatário tenha tentado submeter o ministro Sergio Moro (Justiça) a rito de desgaste semelhante.


FRITURA POLÍTICA
"Eu até fico constrangido de falar desse negócio de fritura política. Acho isso um negócio de gente desqualificada, é coisa da escória da política. O político que se comporta fritando outros é gente desqualificada."

ALVO DE FRITURA
"Nunca me afetou emocionalmente e não dou bola para isso. Mas acredito que sim, houve esse processo. É um processo de que participam pessoas que não têm qualidade nenhuma, moral e profissional. Para você demitir um ministro, ou qualquer pessoa em função de confiança, é só conversar e mais nada. Você não precisa desse processo."

BOLSONARO X MORO
"Não, posso até considerar que ele está fazendo um erro político. O Sergio Moro é um ícone, uma pessoa que liderou uma virada contra a corrupção histórica no Brasil. A Lava Jato, com Sergio Moro à frente, se tornou uma coisa que vai ficar para sempre."

"Outra coisa é que ele [Moro] é uma pessoa com prestígio fantástico na sociedade brasileira. Qualquer modificação nas [suas] atribuições vai ter um custo político muito alto. É uma pessoa que inspira seriedade, firmeza e valores que são necessários. Para mexer nisso, você tem que pensar muito bem."

MILITARES NO INSS
"Em catástrofes no mundo inteiro as Forças Armadas participam. Queimadas, grandes incêndios, enchentes, furacões... Então a participação dos militares na Amazônia [durante as queimadas] foi absolutamente dentro da normalidade."

"O caso do INSS é administrativo e não tem nada a ver com catástrofe. Você tem dentro do INSS pessoas que podem resolver a questão. Você pode convocar ex-funcionários do INSS que conhecem o sistema. Não vejo o militar como solução para tudo."

AVALIAÇÃO DO GOVERNO
"Hoje eu torço para que dê certo. Qualquer governo faz coisas boas e ruins. Eu vejo o governo como absolutamente normal em termos de resultado, não é nada espetacular. Talvez as expectativas hoje sejam bem maiores do que a realidade: teve um crescimento de PIB, uma redução pequena de desemprego."

AMBIENTE POLÍTICO
"O ambiente politicamente não é bom. Um governo tem que transmitir tranquilidade, união, um ambiente de trabalho onde as pessoas possam esperar com tranquilidade o desenvolvimento da sociedade. Não no tumulto de todo dia você ter uma intoxicação enorme de fake news e de grupos ideológicos espalhando conflitos. Não se pode viver num estado permanente pré-eleitoral."

VERBA DA SECOM
"Essa distribuição tem que ser feita com bastante critério. Se você for colocar preferências políticas e ideológicas, você pode ter problema. Eu sou absolutamente contra posicionamentos ideológicos e preferenciais por questões políticas, seja para A ou para B, em termos de comunicação."

RELACIONAMENTO BRASIL - EUA
"Em qualquer situação, sempre quem perde é quem que se alinha automaticamente. Os EUA são um país que tem a liderança mundial em muitas coisas. Um país que nós temos muitas ligações culturais, mas a política americana é baseada nos interesses dos EUA. Com razão. Ser alinhado automaticamente não significa que você vai ter peso na condução da política americana."

GRUPO IDEOLÓGICO NO GOVERNO
"O presidente Bolsonaro foi eleito por um grupo de pessoas que simpatiza com ele; por um pequeno grupo altamente ideológico, que faz um escândalo muito grande, e por uma grande massa movida pelo sentimento anti-PT."

"Após a eleição, toda essa massa anti-PT e todos os que são simpatizantes da maneira de ser do presidente querem resultados de governo. O grupo ideológico, que é muito pequeno, continuou com uma influência muito grande. Ele se comporta como se fosse haver uma eleição na semana que vem."

BOLSONARO E PT
"Quem é que mantém o perdedor [das eleições] na primeira página da mídia desde desde aquela época? É o PT ou foi o vencedor [das eleições]? É uma insensatez. Aquele grupo perdeu, ele espera e se candidata na próxima [vez]. É normal. Agora eles têm que esperar, se reorganizar e mudar o discurso. Mas quem é que mantém a chama acesa daquele grupo ali [oposição]? Eu acho que é um grupo, não é só ele [Bolsonaro]. É um grupo exacerbado e ideológico, que mantém o perdedor na mídia. Na realidade, o perdedor está se beneficiando de toda essa insensatez."
Bahia Notícias

Orgeto Bastos é eleito novo prefeito de Pilão Arcado com 69,16% dos votos


por Cláudia Cardozo / Bruno Leite
Orgeto Bastos é eleito novo prefeito de Pilão Arcado com 69,16% dos votos
Foto: Reprodução / Preto no Branco
Os candidatos Orgeto Bastos dos Santos e Jessé Alves Filho foram eleitos, respectivamente, prefeito e vice-prefeito de Pilão Arcado, no Norte da Bahia, com 12.335 votos (69,16%). Integrando a coligação "Unidos o Trabalho Continua", disputaram o cargo através de uma eleição suplementar realizada neste domingo (2) (reveja aqui). 

A outra coligação que concorreu ao pleito, "Pilão Arcado quer mudança", representada pelos candidatos Raimundo Nonato Dias Santos (prefeito) e Raimundo Ramos (vice-prefeito) obteve 30,84% (5.500) dos votos.

Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), 74,75% dos mais de 25 mil eleitores aptos ao voto compareceram aos locais de votação. A eleição teve início às 8h e seguiu até às 17 horas. Atualizada às 20h31.

Bahia Notícias

Conflito sobre juiz das garantias no STF é obstáculo em pauta de Toffoli


por Reynaldo Turollo Jr. | Folhapress
Conflito sobre juiz das garantias no STF é obstáculo em pauta de Toffoli
Foto: Cesar Itiberê/PR
Com uma pauta de julgamentos amena em comparação com anos anteriores, o Supremo Tribunal Federal previa iniciar as atividades de 2020 longe de polêmicas, mas a decisão do ministro Luiz Fux de suspender por tempo indeterminado o juiz das garantias agitou os ânimos internamente e antecipou as expectativas sobre a sucessão na presidência da corte.

Os trabalhos no STF voltam nesta segunda-feira (3), em solenidade marcada para as 10h com a presença do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Na pauta de julgamentos do primeiro semestre elaborada por Toffoli predominam processos sobre temas tributários, questões trabalhistas e de servidores. Casos que têm impacto em investigações e ações penais são menos numerosos.

O primeiro deles está previsto para o próximo dia 12, quando os ministros decidirão se é constitucional a prisão imediata (antes dos recursos) de condenados pelo Tribunal do Júri, que julga crimes dolosos contra a vida, como homicídio. Outro julgamento com impacto em investigações está marcado para 25 de março. O STF deve finalizar a discussão sobre a ordem das alegações finais. No ano passado, a maioria já deliberou que réus delatados devem falar por último, depois dos delatores, sob pena de a sentença ser anulada. Falta o plenário fixar os limites do alcance dessa decisão.

Há também a discussão sobre a validade da delação da JBS, na pauta de 17 de junho. Fux, que hoje é vice-presidente do STF, deve assumir a presidência em setembro, no lugar do ministro Dias Toffoli. De plantão no tribunal, Fux revogou, no último dia 22, uma liminar de Toffoli que suspendia o juiz das garantias por seis meses (até julho), tempo que seria usado para o Judiciário se adaptar, e decidiu adiar indefinidamente a implantação da nova figura. Fux é o relator de quatro ações que contestam a constitucionalidade dela.

O juiz das garantias foi aprovado pelo Congresso no pacote anticrime e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro em dezembro. Com esse instituto, o magistrado que vai cuidar da fase investigativa de um processo criminal será diferente do que vai sentenciar o caso. Para defensores da medida, a ideia é garantir a imparcialidade das decisões do Judiciário. Toffoli e Fux vinham se afastando ao longo de 2019, mas o ponto alto foi a decisão do segundo sobre o juiz das garantias. A controvérsia ganhou um novo capítulo na sexta-feira (31). A DPU (Defensoria Pública da União) entrou com um pedido de suspensão da liminar de Fux, direcionado a Toffoli.

Abriu-se a possibilidade de o presidente do STF reverter a decisão do colega. A DPU fez o pedido num processo paralelo às quatro ações que questionam a constitucionalidade do juiz das garantias, o que dá a oportunidade de o caso voltar para Toffoli e ser levado mais rapidamente ao plenário. Entre parte dos ministros e auxiliares, há o receio de que, deixando a questão sobre juiz das garantias nas mãos de Fux, a nova figura não saia do papel. Eles lembram que o ministro segurou por quatro anos uma série de liminares que garantiam o auxílio-moradia dos juízes, tema que nunca chegou a ir ao plenário.

As decisões provisórias sobre o auxílio-moradia acabaram revogadas pelo próprio ministro, em 2018, depois que o Executivo concedeu reajuste aos magistrados. Já aqueles que defendem a liminar de Fux sustentam que ele é o ministro sorteado para ser relator das ações que discutem a constitucionalidade do juiz das garantias e que Toffoli deveria ter esperado o posicionamento do colega, em vez de ter dado a decisão que postergava o instituto por seis meses.

A decisão de Toffoli foi em 15 de janeiro, durante a sua estada no plantão. Fux assumiria como plantonista no dia 19. Toffoli declarou, no final do ano, que previa um 2020 mais calmo. A interlocutores o presidente do Supremo tem dito que os julgamentos polêmicos de sua gestão já foram superados, como foi o caso da prisão após condenação em segunda instância, e que este ano é a hora de colher os frutos. Mas a perspectiva agora é que a questão do juiz das garantias passe a pesar sobre o tribunal enquanto não for resolvida.

No atual cenário, Fux deve enfrentar pressões internas e dos outros Poderes para levar logo o tema ao colegiado, onde calcula-se que a maioria dos ministros vá votar por considerar a nova figura constitucional. No mundo jurídico, a disputa sobre o pacote anticrime tem antecipado os debates sobre como será a presidência de Fux. Grupos de juízes mais afeitos às causas corporativas, ouvidos pela reportagem nos últimos dias, estão ansiosos para que o ministro assuma o comando do STF, pois dizem que ele, sim, pensa e atua como o juiz de carreira que é. Toffoli, diferentemente, é oriundo da advocacia. Advogados de alvos de operações anticorrupção, por outro lado, estão apreensivos porque preveem um alinhamento de Fux com as pautas da Operação Lava Jato.

A sua liminar que adiou sem previsão o juiz das garantias foi vista como uma antecipação dessa postura. Procuradores e juízes simpáticos à Lava Jato criticam o instituto e o consideram um entrave para o combate ao crime. O ex-juiz da operação e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, é um dos principais críticos do juiz das garantias e elogiou a liminar de Fux que suspendeu sua efetivação. Estão previstas no semestre algumas sessões temáticas, como em 11 de março, que terá processos relacionados à área da saúde: possibilidade de homens gays doarem sangue, fornecimento de remédio sem registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e custeio pela União de ações e serviços públicos de saúde.

Outros temas de repercussão são a constitucionalidade da tabela do frete (19 de fevereiro), a reforma do ensino médio (22 de abril), as regras de distribuição dos royalties do petróleo entre os estados (29 de abril), alguns pontos da reforma trabalhista, como o trabalho intermitente (14 de maio), e a possibilidade de se suspender o WhatsApp e quebrar o sigilo das mensagens por ordem judicial (20 de maio). Apesar de divulgada com antecedência, a pauta pode sofrer modificações, a critério do presidente. Assuntos da chamada pauta de costumes ficaram de fora, como a descriminalização do porte de drogas para consumo pessoal.

Julgamentos previstos para o primeiro semestre no Supremo:
- Prisão imediata de condenados pelo Tribunal do Júri (12.fev)
- Redução de ICMS para agrotóxicos (20.fev)
- Prazo para INSS fazer perícia médica nos segurados (20.fev)
- Fornecimento de remédio sem registro na Anvisa (11.mar)
- Conclusão de julgamento sobre ordem das alegações finais de réus delatores e delatados (25.mar)
- Prisão especial para portadores de diplomar de ensino superior (26.mar)
- Pontos da Lei de Responsabilidade Fiscal, como o que permite diminuir jornada e salário de servidores (2.abr)
- Constitucionalidade da reforma do ensino médio (22.abr)
- Regras de distribuição de royalties do petróleo (29.abr)
- Pontos da reforma trabalhista, como o trabalho intermitente (14.mai)
- Suspensão do WhatsApp e quebra de sigilo das mensagens por ordem judicial (20.mai)
- Porte de arma para guardas municipais (28.mai)
- Validade da delação da JBS (17.jun)

Bahia Notícias

É inadmissível que um ministro possa ser demitido por obra de fraudadores de provas

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General  Santos Cruz foi demitido de uma forma injusta e ardilosa
J.R GuzzoMetropoles
O general Santos Cruz foi demitido do seu cargo de ministro da Secretaria de Governo, em meados de 2019, por ter dito uma série de coisas horríveis a respeito do presidente Jair Bolsonaro – ou era isso, pelo menos, que aparecia em fitas gravadas de suas conversas. Na ocasião, o general negou que tivesse dito quaisquer dessas coisas. Nem poderia, explicou ele, porque no momento em que foram feitas as tais gravações, estava dentro de um avião, voando sobre a Amazônia, sem contato com o mundo exterior.
Bolsonaro não acreditou na palavra de Santos Cruz. Acreditou nas fitas e demitiu o ministro, pouco depois de ter tomado conhecimento delas.
GRAVAÇÃO FORJADA – Agora, uma perícia da Polícia Federal prova que a gravação do celular foi fraudada – Santos Cruz nunca disse o que disseram ao presidente que ele havia dito. Como é que vai ficar isso, então?
É perturbador que um ministro de Estado seja demitido de seu cargo com base na violação criminosa de suas comunicações. É mais perturbador ainda que falsificadores de conversas trafeguem nos mais altos círculos da República, a ponto de fornecerem ao presidente Bolsonaro o conteúdo de suas fraudes.
HÁ UM LADO ESCURO – É perturbador, enfim, que o presidente prefira acreditar em falsários e não na palavra que lhe foi dada por um oficial-general do Exército brasileiro – e o pior de tudo será que tudo fique por isso mesmo, com a admissão de que há um lado escuro dentro do governo e que este lado pode agir com impunidade, mesmo depois da comprovação de suas ações.
Quem são os falsificadores? Da próxima vez que vierem com um golpe parecido, o presidente da República vai acreditar neles outra vez? Não se trata de pequenas intrigas de palácio – e sim da atividade de uma gangue que forja conversas para obter objetivos claramente definidos. Quem está seguro, se essa gente continuar em ação?
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 Há um engano no texto. Ao ser afastado, o então ministro Santos Cruz não deu explicações ao presidente Bolsonaro, que o demitiu sem apresentar qualquer justificativa. O ministro-general só soube que existia a tal gravação alguns dias depois, por intermédio de outro ministro-militar. Imediatamente concluiu que houve fraude, porque no horário assinalado na gravação estava sobrevoando a Amazônia. E agora a suspeita foi confirmada pela Polícia Federal. Se Bolsonaro tivesse dito a Santos Cruz o motivo da demissão, ele poderia ter refutado, mas o presidente não lhe deu oportunidade de defesa. (C.N.)

Aliança recorre a parcerias com igrejas evangélicas e cartórios para tentar sair do papel


Charge do Myrria (Portal ACritica)
Anna Virginia Balloussier
Catia Seabra
Nicola Pamplona
Folha
Como reunir a tempo da corrida municipal de outubro quase meio milhão de assinaturas necessárias para a criação do novo partido do presidente Jair Bolsonaro? Recorrer a parcerias com igrejas evangélicas e cartórios estão entre as estratégias da Aliança pelo Brasil.
Mas questionamentos judiciais e mesmo falta de organização interna, como pastores que se dispuseram a mobilizar suas congregações mas ainda não foram procurados por ninguém, podem atrapalhar o que seus dirigentes definem como corrida contra o tempo.
VALIDAÇÃO – O próprio Bolsonaro já admitiu que talvez não seja possível validar o quórum mínimo de filiados até 4 de abril, prazo legal para disputar as eleições. Não que jogar a toalha seja opção. “Vocês viram um grande ônibus estacionado ali, escrito Aliança pelo Brasil? Tá  meio escuro, mas tenho certeza que você viu”, diz o reverendo Emerson Patriota na paranaense Igreja Presbiteriana Central de Londrina.
“Este futuro partido, estamos profetizando aí, precisa de algo que se chama apoiamento”, continua o pastor, que logo “desafiará” fiéis a dar uma das 492 mil assinaturas que a Justiça Eleitoral exige para parir a sigla. O veículo traz fotos de Bolsonaro e do deputado Filipe Barros (PSL-PR), discípulo da igreja. E é vapt-vupt, garante Patriota: “Temos aqui o pessoal do cartório para facilitar todo esse processo, […] eles já estão aqui para nos abençoar”.
INVESTIGAÇÃO – O Ministério Público pediu na semana passada que o Tribunal de Contas da União investigue se há engajamento de tabeliães, que prestam um serviço público, na causa. O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado vê potencial irregularidade no amparo a um partido “que, como se sabe, vem sendo organizado pelo mandatário maior da nação, donde se exigiria maior comprometimento com a moralidade e impessoalidade”.
Furtado destaca o estatuto do CNB (Colégio Notarial do Brasil), entidade que representa tabeliães: lá consta ser proibido apoiar, “ativa ou passivamente, quaisquer manifestações de caráter político”.
SUSPEITA – O CNB rebate: a Corregedoria Nacional de Justiça já afirmou não haver elementos suficientes para apontar uma “atuação concertada de apoiar institucionalmente” a Aliança. Qualquer suspeita de favorecimento “deve ser apurada individualmente”.
Filipe Barros aponta “cristofobia” em quem critica a articulação, até porque “cristão que se preze não pode ser esquerdista”. O evento em Londrina “foi ótimo, centenas de fichas assinadas”, disse.
USO DE IGREJAS – À Folha o deputado afirmou que vem recomendando a colegas: corram vocês também atrás de igrejas. Ele próprio entrou em contato com pastores, vários deles receosos em trazer a campanha pró-Aliança aos templos. “Muitos precisam de orientação até jurídica, para tranquilizá-los.”
Barros diz ter conversado com três advogados para assegurar que, “juridicamente falando, não houve impedimento algum” no ato da Igreja Central, “o primeiro de muitos que faremos em outras denominações”.
O advogado Luiz Eduardo Peccinin, autor do livro “Discurso Religioso na Política Brasileira”, concorda. Ele não vê vedação a ações do gênero, “especialmente se não tiver qualquer coação à colheita de assinaturas”. O que a legislação barra é a “propaganda eleitoral em templos e o financiamento de candidatos por entidades religiosas”.
JUDICIALIZAÇÃO – Há quem veja margem para a judicialização do tema. No mesmo ofício em que questiona se há cartórios engajados na gênese da Aliança, o procurador diz que a ajuda dada pelas igrejas pode ser caracterizada como doação eleitoral ilegal, pois “está fornecendo mão de obra (mensurável em termos econômicos) e estrutura física dos templos em prol de uma determinada agremiação política”.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) diz que “não se manifesta sobre questão hipotética ou concreta que pode vir a ser examinada pela corte”. O bispo e ex-deputado Robson Rodovalho, líder da Sara Nossa Terra, quer mais é mobilizar sua rede de mais de 1 milhão de fiéis.
UNANIMIDADE – Só não foi procurado ainda. Muitas congregações, como a dele, colocaram-se de prontidão para alavancar a Aliança, mas ninguém as contatou até agora. Apoio no segmento Bolsonaro tem. O que falta é unanimidade sobre a melhor forma de amparar a nova legenda.
Na última terça-feira, dia 28, o advogado Alexandre Cavallazzi enviou uma interpelação extrajudicial à Igreja Presbiteriana do Brasil, que frequenta em Santa Catarina. Ele diz à Folha que assim o fez por achar que uma igreja “não é local adequado” para fins políticos.
“Quando um pastor desafia, o pessoal deixa de raciocinar. Não acho correto usar a autoridade que tem sobre fiéis para assinar um documento de tamanha importância.” Em nota, a igreja disse que não é apolítica, mas “é apartidária e em nenhum momento apresentou apoio a qualquer partido”.
ENTRAVES – Movimentar a rede de aliados é preciso, mas entraves burocráticos preocupam a Aliança. Sua tesoureira nacional, a advogada Karina Kufa, afirma que eles estão dentro da meta de assinaturas, mas reconhece não ter 100% de certeza de que elas estarão validadas a tempo das eleições de 2020 “devido à burocracia na Justiça Eleitoral”.
Na tentativa de inibir fraude, recente resolução do TSE impõe rigoroso rito para novos partidos. A ficha para cadastro tem que apresentar a assinatura do futuro filiado e de uma testemunha. Qualquer falha pode invalidar o registro.
Também é checado se o apoiador está associado a outro partido. Se sim, seu endosso será invalidado. O problema: muitos bolsonaristas estão cadastrados no PSL, pelo qual o presidente chegou ao Planalto. Eles devem ir pessoalmente à Justiça Eleitoral apresentar o formulário de desfiliação.
“IDIOTA” – Na internet, Kufa chamou de idiota a exigência de desligamento. “Mais uma dificuldade posta para criar partidos.” Já há conversas com partidos existentes que podem acolher políticos bolsonaristas caso a Aliança não se viabilize para o pleito, diz o líder da bancada do PSL na Assembleia Legislativa do Rio, Dr. Serginho. “Vou para o partido que Bolsonaro indicar.”
Na manhã deste sábado, dia 1, no Rio, a Aliança pelo Brasil realizou evento de coleta de assinaturas. Sob forte calor, centenas de pessoas estiveram no Campo de Santana, no Centro da cidade, para apoiar a criação do partido do presidente.
SÓ NO PAPEL – Protagonista de um vídeo convocando eleitores para o evento, o senador Flávio Bolsonaro apareceu apenas na forma de um cartaz, que atraiu fila de apoiadores (quase todos vestidos de amarelo) para fotos ao lado das figuras políticas ali representadas. Disputou a atenção com o deputado federal Hélio Lopes, sempre cercado por uma pequena multidão em busca de selfies ou um recado por live.
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), fez uma rápida aparição logo no início da manhã. Às vésperas da eleição municipal, ele tem se aproximado de Bolsonaro em busca de apoio para se reeleger.
OPORTUNISTAS – Nos discursos, houve críticas ao Congresso, chamado de “inimigo do país”, segundo o deputado federal Daniel Silveira. Já políticos do PSL foram chamado de “oportunistas e traidores”, segundo a maior parte dos oradores. Assim como imprensa, tratada como “lixo”, nas palavras do deputado estadual Márcio Gualberto (PSL-RJ).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É vergonhosa e inadmissível o uso de fé alheia para fins políticos. Seja o partido que for. Tentar conduzir por meio de discursos, desafios e promessas, sobretudo ao se tratar de pessoas que confiam em seus líderes religiosos, é de uma pequenez irreparável. Testemunhar o discurso do pastor ao dizer que está “profetizando” a necessidade de apoiamento, a convocação de integrantes de cartórios e para finalizar, ver o deputado dizer que “cristão que se preze não é esquerdista”, como se dono da verdade fosse, é o retrato da política baixa e às avessas que norteia o País. (Marcelo Copelli)

Semana inicia com servidores lamentado

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A sorte de Jeremoabo é que tempestades não duram para sempre...

Quando abro o Facebook nesse início de semana deparo-me com uma lamentação dos servidores da  Prefeitura Municipal de Jeremoabo por não haver recebido o seu sagrado salário a partir do mês de dezembro.
 O  outro assunto diz respeito a uma frase de esperança que postei há dois anos atrás porém que ainda está em pleno vigor.

Na expectativa de dias melhores vamos falar um pouco de mudanças.

Extremo na Política


A nossa forma de ver a política beira a insanidade, em função de uma visão sectária imposta por alguns indivíduos que se envolvem apaixonadamente ou de modo extremo na política.
 Neste particular temos que procurar  avaliar nossa realidade  não com viés partidário, e sim, através de uma visão futurista de um modelo de gestão política: menos sectária, menos excludente, menos parcial. 
Temos que  rechaçar esses modelos arcaicos e obsoletos de fazer política, que favorecem sobre maneira, aos políticos carreiristas, que por disporem de capital exacerbado, e outros mandatos eletivos; acabam na verdade, atropelando os candidatos, honestos, probos, sem mácula que poderiam ocupar seus lugar.
Os políticos carreiristas tentam de forma incisiva, trabalhar aquela velha máxima, quanto pior melhor;  introjetando nas cabeças das pessoas,  que todos os políticos são iguais, que todos são desonestos, ladrões, corruptos  e por ai vai. Sabemos que esse não é o caminho em todos os partidos tem pessoas honestas e desonestas cabe a nós como eleitores separarmos o joio do trigo.
Paulo Cezar - Blogueiro




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