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segunda-feira, abril 19, 2010

A aliança só está certa depois que está fechada e é anunciada

Osvaldo Lyra - Editor de Política

Tida como presença certa na chapa encabeçada pelo governador Jaques Wagner, a deputada federal Lídice da Mata (PSB) admite nesta entrevista concedida em sua residência, no último sábado, que está com 80% de chance de ser lançada ao Senado na chapa do PT. No entanto, cautelosa, diz que “a aliança só está certa depois que está fechada e é anunciada. Por enquanto, o que há é uma disposição do governador para que eu integre a majoritária”. A ex-prefeita de Salvador, que preside o PSB na Bahia, fala sobre a derrota do governo, que foi surpreendido com a ida de César Borges para o lado do PMDB, de Geddel Vieira Lima. Ela coloca Paulo Souto como principal candidato da oposição e afirma ainda que Wagner vai vencer essa eleição, seja no primeiro ou no segundo turno.

Tribuna da Bahia - Como o PSB está acompanhando a montagem da chapa majoritária do governador Jaques Wagner? As articulações se restringem ao próprio candidato e ao presidente do PT, Jonas Paulo?
Lídice da Mata –
Não. Nós conversamos com o Jonas essa semana e no início da semana conversamos com o governador Wagner. É claro que há um novo processo de decisão em curso e o governador é o coordenador e líder disso tudo, portanto, ele terá a última palavra sobre o assunto. O que está acontecendo são conversas bilaterais, onde alguns pensam algumas coisas e outros pensam outras, o que vai dar oportunidade para ele decidir. Não é a mesma coisa do tempo do carlismo, onde existia um onipotente, um chefe a decidir. O governador recebeu dos partidos a atribuição de escolher, mas ouviu todos antes. Agora ele certamente fará uma nova rodada de oitivas para voltar a ter condições de decidir.

TB - Com a não adesão do senador César Borges, comenta-se que uma vaga ainda estaria em aberto, pois a sua já está definida. Sua posição é realmente tão confortável?
LM -
Minha posição é confortável sim. Não tenho nenhuma dúvida. Mas confortável não quer dizer permanecer a todo custo. Quer dizer que eu estou confortável de estar desenvolvendo essa tarefa de compor uma chapa majoritária e que confio no governador frente às decisões que ele vá tomar. Agora, a saída de César não desarmou o jogo, mas, obviamente, estava se construindo uma articulação que levava em conta o perfil político. A saída desse perfil não nos ameaça a perder a eleição. Nada disso. É bom lembrar que ganhamos a eleição sem César Borges. Claro que estamos em outra circunstância, mas não conheço nenhum lugar do país em que um candidato ao Senado tenha interferido tanto numa candidatura de um governo a ponto de ameaçar sua eleição. Aliás, a eleição continua como dantes no quartel de Abrantes. Wagner tem hoje uma ampla maioria, ele é o preferido e luta para ganhar as eleições.

TB - Mas sabemos que a ida do senador César Borges neutralizaria, em parte, as forças de oposição, o que poderia levar o governador a ganhar no primeiro turno. Como a senhora avalia essa questão?
LM –
Primeiro não há nenhum problema quanto a isso. O governador nunca expressou essa teoria de que teria que ganhar no primeiro turno. Em nenhum momento. Não está também dado nem tão pouco provado que a saída de César para o campo de Geddel seja tão decisiva a ponto de criar a ideia de que vai existir segundo turno. Onde isso está colocado? O que está dado como certo é que César não foi para a chapa de Paulo Souto e sim para a de Geddel. Quando se falava na vinda de César para o lado de Wagner, todos analisavam que isso desarticularia a candidatura de Paulo Souto, que continua sem agregação. Sendo assim, esse movimento continua enfraquecendo o adversário principal de Wagner que, do nosso ponto de vista, é o Paulo Souto.

TB - Por exercer oposição ao governador, o deputado federal Geddel Vieira Lima também não seria um candidato importante do campo oposicionista?
LM –
Geddel é um candidato, mas em nenhum momento pode ser colocado como o principal da oposição, mas pode até vir a ser. O cenário em que estamos discutindo é o cenário que aponta Wagner em primeiro lugar, Paulo Souto em segundo e Geddel em terceiro. Nessa circunstância, a vinda de César Borges para o campo de Wagner desarticularia a chapa de Paulo Souto. E isso continua a ser verdadeiro, pois o senador não foi para a chapa de Wagner, mas foi para a de Geddel e não para a de Souto. Essa movimentação política em nada determina que o segundo turno esteja consolidado. Ela apenas fortaleceu a candidatura de Geddel que, até pouco tempo, era analisada pelo conjunto da imprensa baiana como uma candidatura que estava isolada, com apoio de poucos partidos.

TB – Essa aliança com o ex-ministro Geddel surpreendeu a base aliada do governador?
LM –
Ninguém imaginava que o ministro Geddel, um experiente político baiano, fosse sair do ministério e não fizesse até junho uma movimentação para agregar novos partidos, quando as chapas serão fechadas. O que ele fez era esperado? Foi pensado antes. Era o que desejávamos? Não. Tanto não era o que nós esperávamos, que o governador buscou fazê-lo antes. Mas esse movimento vem de uma mesma filosofia, que é a de fortalecer a candidatura de Dilma. A ideia de Wagner e Geddel é unir campos que estão juntos e de forma articulada nacionalmente. Por exemplo, se César fosse para Paulo Souto, talvez ele estivesse indo para o local onde mais iria perder, pois estaria confortável, junto aos que sempre esteve. No entanto, sairia prejudicado, pois deixaria de ter uma ligação com a sua legenda nacionalmente. Seria uma situação intricada, com os integrantes de seu partido apoiando Dilma e ele apoiando Serra. Eu creio que a chapa DEM/PSDB pensou em atrair o César, mas a influência do cenário nacional – que está cada vez mais forte e pesada sobre o quadro regional – o fez desistir de ir.

TB - Os próprios integrantes do DEM e do PSDB disseram que nessa situação a derrota foi do governador, pois, assim que o PR fechou nacionalmente com o PT, acabou o processo de espera pelo senador republicano...
LM –
Esse raciocínio é em tese certo. Mas, até aquele momento, eles não tinham dito isso. Só disseram agora porque César tomou um caminho diferente do deles, essa é a novidade. O senador tomou uma decisão que leva à reorganização do jogo dos outros. Por conta da montagem de chapa de Dilma, isso obrigou o governador Wagner a se aproximar de César. Basta ver que nos últimos três anos não havia essa aproximação. O que levou a um movimento de aproximação de ambos foi justamente o cenário nacional. É lamentável que o cenário de aproximação de Wagner e César tenha sido desfeito. Agora vamos tratar de rever tudo, não a candidatura de Wagner, mas o cenário para se montar a chapa. Existem muitos nomes e o governador tem à sua disposição aqueles que vão agregar mais.

TB – Dos nomes que estão colocados como possibilidade para o governador, cada um agrega um pouco, seja pela história ou bagagem política. Qual linha de raciocínio ele deve manter para a chapa? A de centro-esquerda? Hoje, sem César, como fica?
LM –
Sinceramente, eu não sei. Isso seria fazer adivinhação para ver como vai se localizar a chapa. O governador estará analisando agora o que tem peso. É importante ter 50%, ou não. Na política fazemos muita conjectura e a realidade pode se colocar de forma diferente. Inclusive, eu ouvi de um importante político – que não é do campo de Wagner – que tanto nós fizemos e estávamos esperando pela decisão de um ex-carlista. Ora, é porque a mudança da situação política da Bahia levou a isso. E não estávamos esperando por que esse era o melhor candidato, como muitos falavam. Isso é uma bobagem. Nós sempre vemos candidaturas que começam lá em cima e terminam lá embaixo, isso porque na política não é um valor individual que é o essencial, mas o valor do conjunto, do coletivo. Basta ver a eleição passada de prefeito, com o ex-prefeito Imbassahy, que durante um ano era o franco favorito em todas as pesquisas, no entanto ficou em último lugar. O que temos nesse quadro de agora é uma preferência do eleitorado pelo governador Jaques Wagner e nós, que somos seus aliados, acreditamos que essa preferência se manterá e lutaremos por isso. Os outros vão lutar para nos superar, cada um no patamar que estiverem, alguns com mais dificuldades que outros. Agora, tem que saber que nós vamos lutar e que temos a convicção de que vamos chegar lá. Tudo que aconteceu agora em nada tira a possibilidade de nós ganharmos no primeiro ou no segundo turno.

TB - A senhora desistiu de concorrer à prefeitura em 2008 aceitando a vaga de vice de Pinheiro. A compensação não seria agora? Qual sua expectativa?
LM –
Eu não desisti apenas por uma compensação de estar numa chapa majoritária agora, mas desisti com a clareza da responsabilidade política que tenho ao estar em um lado, em uma aliança em que a manutenção da minha candidatura, certamente, poderia influenciar decisivamente para que o campo do governador não alcançasse o segundo turno. Não foi por uma troca, até porque essa troca é absolutamente incerta. O governador não pode me dá um mandato de presente. O máximo que ele pode me dar é a certeza de que posso ter uma oportunidade de estar em sua chapa. Só quem pode dar um mandato eletivo é o povo. O governador não se comprometeu com isso, mas o que houve foi um compromisso do PT, do seu presidente, de que esse seria um cenário em que eles lutariam para ter viabilidade.

TB - Houve radicalismo ou dificuldade para se tomar decisões no processo de negociação com o PR?
LM –
Eu acho que houve dificuldades de parte a parte. O governador se esforçou muito, alguns segmentos também se esforçaram. Dentro do PR também. O senador se esforçou, alguns deputados pressionaram para que se decidisse logo porque eles estavam se sentindo inseguros. Aliás, o cientista político Paulo Fábio diz algo interessante: no PR a decisão da vida dos candidatos a deputado se tornou mais importante do que a candidatura ao Senado, que é uma candidatura majoritária. A tradição é que os interesses da majoritária determinem à organização das chapas. Nesse caso, isso se inverteu um pouco. Eu acho que para César terminou não sendo um fato positivo, pois sair de uma candidatura que tem mais de 40 % de aprovação para uma candidatura que está em terceiro lugar, independente de que essa candidatura venha a crescer. Imediatamente, não é um bom jogo. Momentaneamente, a chapa de governador perdeu um pouco, mas isso não quer dizer que a candidatura do senador tenha se fortalecido. Foi uma perda relativa, pois essas relações que não são costuradas com antecedência e que não têm naturalidade na política pagam um preço grande. Acontece que também teremos vantagens com a saída de César, pois o discurso ficará mais fácil e estaremos em campo mais definido.

TB – O nome do ex-governador e ex-ministro Waldir Pires uniria os partidos da base do governador Jaques Wagner?
LM –
Não posso responder isso porque se eu o fizer estarei dificultando a decisão do governador. Ele se sentirá pressionado a tomar uma decisão. Eu não posso desautorizar qualquer que seja a decisão dele. Não é o momento de falar sobre esse assunto.

TB – E o ex-conselheiro Otto Alencar, um ex-carlista na chapa do PT? Soa como incoerência política? A população consegue entender esses movimentos?
LM –
A população acompanha o debate político. Não é aquela coisa que os políticos fazem política e a população fica alienada dentro do processo e depois perplexa sem saber o que fazer. A população, de maneira das mais diversas, vai participando da política, e isso reflete nas pesquisas de opinião. Não é a primeira vez que alguém sai do campo tradicional e vai para o campo de avanço político. Eu posso citar um caso clássico no Brasil que é o do senador Teotônio Vilela. Ele participou do golpe militar e, em um período histórico determinado, saiu desse campo e abraçou a luta democrática de tal forma que virou referência na luta pela anistia e liberdade dos presos políticos. O ex-governador Otto Alencar está há seis anos afastado da política. A Bahia mudou profundamente nesse período e, portanto, ele buscou escolher um caminho com que se identificava e eu não vejo como uma incoerência. Eu nunca vi ninguém recusar apoio. Ainda mais que estamos recebendo alguém que está querendo contribuir com o governo há algum tempo. O certo é que há segmentos que ficam ressentidos com essa nova postura política, mas o que importa é que esses segmentos sejam minoritários, e é isso que vai determinar o processo.

TB – O que pretende o PSB baiano nestas eleições? Faz quantos deputados federais? E quantos estaduais?
LM –
O nosso partido, como qualquer outro, pretende avançar, conquistar novas posições. Há uma eleição atrás o partido não tinha um deputado federal e só tinha um candidato estadual que era eu mesma. Na eleição passada nós conquistamos uma cadeira para federal, naquela época tínhamos a pretensão de tentar eleger dois, mas nossos planos não foram de todo realizados porque não tivemos condição de ter uma candidatura com uma força maior e com uma legenda que nos favorecesse e conquistamos uma nova cadeira para deputado estadual. A nossa posição é de um crescimento permanente, mas sustentado, pois é difícil para nós imaginarmos a possibilidade de formação de uma bancada de deputados federais. Nós estaremos contemplados com eleição de um de nossos membros na chapa majoritária, queremos eleger um a dois deputados federais e pretendemos eleger dois a três estaduais.

TB – A senhora acredita que a questão das proporcionais tende a prejudicar o PSB?
LM –
Nós provavelmente estaremos no chapão, que é o que imaginamos que será possível na candidatura de Wagner. Isso nos prejudica? É tão arriscado quanto nós disputarmos e nós não fazermos a legenda como já foi antes de minha eleição para federal. Na última vez, o partido faltou de oito a dez mil votos para eleger um deputado federal com legenda própria.

TB – Deputada, para finalizar: seu nome já está confirmado para o Senado na chapa do governador Jaques Wagner?
LM –
Eu não posso dizer que está confirmado, mas posso dizer que tem 80% de chances de estar. “A aliança só está certa depois que está fechada e é anunciada. Por enquanto o que há é uma disposição do governador para que eu integre a chapa majoritária”.

Fonte: Tribuna da Bahia

Emissão de CPF pela internet ainda não tem data definida para começar

Anunciada no início do ano como medida de modernização da Receita Federal, a emissão do Cadastro de Pessoa Física (CPF) pela internet ainda não tem data para começar. A necessidade de mudanças na legislação e a realização de testes de informática fizeram a Receita adiar a novidade por tempo indeterminado.

No fim de janeiro, o secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, havia anunciado que a população poderia tirar o documento pela internet a partir de fevereiro. O serviço, no entanto, até hoje não entrou em vigor. De acordo com a área técnica da Receita, apesar de os testes estarem sendo feitos há mais de um ano, a tecnologia ainda precisa de ajustes para poder ser usada.

Além disso, a emissão do documento pela rede mundial de computadores requer mudanças na legislação, principalmente do Imposto de Renda. A introdução do CPF pela internet fará parte de um pacote de medidas para melhorar o atendimento ao contribuinte.

O lançamento das ações de forma integrada, explicou a Receita, exigirá alterações na legislação mais complexas que o previsto inicialmente. O CPF é necessário para que o contribuinte feche qualquer contrato bancário, contraia empréstimos e abra operações de crediário.

O documento também é obrigatório na renovação de passaportes, na participação em concursos públicos e na retirada de prêmios de loterias. Atualmente, o CPF só pode ser obtido pelos Correios ou nas agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A emissão custa R$ 5,50. Informações são da Agência Brasil.
Fonte: Correio da Bahia

César Borges: "Nunca houve acordo fechado com Wagner"

Patrícia França | A TARDE
Claudionor Junior | Ag A Tarde
César  Borges é um ex-carlista que se aliou ao governo do presidente Lula

Ex-governador da Bahia e senador candidato à reeleição em outubro, César Borges – um ex-carlista que se aliou ao governo do presidente Lula – foi o protagonista do episódio que chacoalhou a cena política baiana nesta fase de pré-campanha eleitoral. Depois de um tumultuado namoro e noivado com o PT do governador Jaques Wagner, Borges acabou casando com o PMDB do ex-ministro Geddel Vieira Lima – adversário do petista na disputa pelo governo do Estado. A relação com o PT naufragou, segundo Borges, porque Wagner não assumiu a coordenação política na definição das coligações proporcionais. Delegou a tarefa aos dirigentes partidários.

Depois de muita conversa com o governador Wagner, o senhor deu uma guinada nos rumos e decidiu fechar aliança com o PMDB. O que aconteceu?
Primeiro quero que fique claro que eu vinha conversando com as forças políticas e os pré-candidatos, mas que passava por uma definição do meu partido em nível nacional. Quando o PR decidiu apoiar Dilma (Rousseff, candidata do PT à Presidência) ficamos com duas possibilidades: o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), com quem vinha conversando e com quem nunca deixei de conversar, e o governador Jaques Wagner (PT). Como nós estamos vivendo um novo momento político eu não me furtei a conversar com o governador. Uma conversa de alto nível, que existiu no início, no meio e no fim. E espero que se mantenha assim. Não é porque sou noivo hoje, desejado, e amanhã, na hora que o casamento não se concretizou, o noivo se transforme num ogro, num Shrek (Nota da redação: herói do cinema animado, cuja aparência é grotesca, disforme e verde).

Mas o que aconteceu para o acordo com o PT não sair?
Basicamente eu não poderia, como dirigente partidário que sou, fazer uma coligação que não contemplasse os deputados federais e estaduais. Até porque tinha esse compromisso com a direção nacional do partido. Então não poderia ter anunciado que havia um acordo fechado, que eu tinha abandonado os deputados. Nunca houve acordo fechado.

Mas o governador Jaques Wagner chegou a declarar a A TARDE que o acordo estava concluído.
Isso foi interpretação dele. Eu sempre disse que só poderia estar fechado nas duas coisas (majoritária e proporcionais). É mais ou menos um casamento em que você não pode casar só com o rosto sem levar o restante. E tem um ponto também a ressaltar: o PT estava dividido. Lamentavelmente algumas pessoas do PT não entenderam o acordo, foram sectários mesmos, inclusive comemoraram posteriormente. Isso não dava segurança, não me deixava confortável do ponto de vista político enfrentar uma campanha se tem um partido que metade me queria e metade não me queria.

O governador disse que o queria na chapa dele. O senhor acha que faltou atuação mais direta do governador nesta questão das proporcionais?
Que o governador queria, eu não tenho dúvidas, até porque ele próprio declarou que ficou triste porque a negociação não foi fechada. Agora, quem comanda estas negociações, a meu ver, é o governador. Eu diria que é indelegável essa coordenação política, porque se você entrega a presidente de partido cada um vai defender o seu partido. O governador me dizia: acho que para federal nós vamos fechar uma chapa única. E não era chapa com o PSB e com o PCdoB, era com o PT. Eu queria que fosse com o partido majoritário, o partido do governador. O Jonas Paulo (presidente estadual do PT) colocava que haveria para federal duas ou três chapas, e não dizia qual era a posição do PR. Precisava a liderança maior tomar uma postura, coisa que não foi tomada, apesar de diversas mensagens que eu procurei dar neste sentido. Eu conversei, por exemplo, com a ministra Dilma, com Cândido Vaccarezza (líder do governo na Câmara), conversei com Walter Pinheiro e Nelson Pelegrino, mas havia essa dificuldade. Ficou intransponível. E como já estava muito maduro o assunto, eu tinha que tomar uma decisão.

E o acordo com Geddel?
Eu acredito no projeto de Geddel Vieira Lima. Que isso fique bem claro. Acho Geddel um político preparado, cheio de gás, determinação, garra. Ele realizou um trabalho belíssimo no Ministério da Integração Nacional, e quem está dizendo não é César Borges, é o presidente Lula que falou várias vazes que ele era um dos melhores ministros do governo. Essa garra, essa determinação a Bahia precisa para resolver os grandes problemas que temos na área da saúde, educação e segurança pública.

Fonte: A Tarde

TCE suspende licitação de R$ 9,7 milhões

Regina Bochicchio | A TARDE


Fernando Vivas / Ag. A Tarde
Conselheiros afirmam que os contratados teriam atividades cujas  vagas são destinadas para efetivos

Num raro ímpeto de impedimento de ações do governo, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) suspendeu edital de licitação do Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba), no valor estimado de R$ 9,764 milhões, para contratação de 325 pessoas pelo período de 12 meses, via empresa terceirizada. Para o TCE o pessoal deveria ser concursado.

No entendimento dos conselheiros Pedro Lino, Zilton Rocha e Jayme Baleeiro – substituto do presidente Manoel Castro –, que assinam a decisão, os funcionários desempenhariam atividade-fim (própria do orgão) cujas vagas são para efetivos.

“O Estado não pode deixar de fazer concurso público. Estamos estudando casos semelhantes e, em breve, divulgaremos”, avisou o conselheiro Pedro Lino.

Eleição vira novela com narradores contraditórios

Do blog de José Roberto Toledo:

Esqueça os números e se concentre na história que eles narram. Mesmo assim, as versões contadas pelos institutos são irreconciliáveis. As tendências apontadas pelo Datafolha não batem com as traçadas pelo Sensus, que não são iguais às de Vox Populi e Ibope. A cada semana muda o narrador e, com ele, os rumos da novela eleitoral.

Segundo o Datafolha, a intenção de voto estimulada em José Serra (PSDB) caiu no começo deste ano e voltou a subir desde então, voltando aos patamares de dezembro. Já de acordo com o Sensus, Serra nunca saiu do lugar e continua no mesmo patamar que tinha em novembro.

Vox Populi e Ibope contam, até agora, uma história parecida entre si, mas divergente das duas anteriores. Como o Datafolha, os dois institutos detectaram uma tendência declinante de Serra no começo deste ano, mas não apontaram, até agora, nenhum sinal de recuperação do tucano.

Sobre Dilma Rousseff (PT) os institutos tampouco concordam. Pelo Datafolha, ela cresceu rápido, mas bateu em um teto que a deixa distante de Serra. Para Sensus e Vox Populi, a tendência de crescimento de Dilma persiste e ela se aproxima cada vez mais do rival, se é que já não empatou com o tucano.

O único ponto em comum entre os institutos é a pesquisa espontânea: Serra e Dilma estão empatados tecnicamente. Mas muitos eleitores ainda respondem “Lula” ou “candidato de Lula”. Sinal de que a petista tende a crescer.

Na ausência de fatos que chamem a atenção da maioria do eleitorado para a sucessão, os narradores tomaram para si o protagonismo da novela eleitoral. Paralela à dos candidatos, disputam uma corrida dos institutos.

Fonte: Blog do Noblat

domingo, abril 18, 2010

STJ diz que assinatura básica de telefone fixo é ilegal e suspende processos

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) entendeu que a cobrança de tarifa mensal de assinatura básica para telefonia fixa é ilegal e suspendeu cautelarmente todos os processos que tratam do tema no país e ainda não foram julgados nas instâncias de origem. A Turma Recursal do Tribunal também determinou a restituição imediata dos valores cobrados para os clientes da operadora GVT ( Global Village Telecom Ltda.), em Campo Grande (MS).

A decisão vale até o julgamento do mérito da reclamação ajuizada pela GVT contra a ação de Campo Grande (MS). A empresa recorreu ao STJ para suspender o processo e, no mérito, o reconhecimento da legalidade da cobrança, alegando ofensa à Súmula 356/STJ, que já reconheceu a legitimidade da tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa.

Além de deferir a medida liminar para suspender o trâmite do processo em questão, o ministro Herman Benjamin estendeu os efeitos da decisão a todos os processos idênticos que ainda não foram julgados no órgão de origem. Para o ministro, as divergências entre os julgamentos nas primeiras instâncias e a jurisprudência do Tribunal permitem uma decisão definitiva sobre o tema, conforme disposto na Resolução 12.

O ministro também solicitou parecer do MPF (Ministério Público Federal) e determinou a publicação de edital no Diário da Justiça, dando ciência da instauração da reclamação e abrindo o prazo de 30 dias para que os interessados se manifestem.

Fonte: nenoticias

OTTO ALENCAR PODE SE TORNAR INELEGÍVEL


Uma ação na Justiça eleitoral por suposta dupla filiação (ao PR e ao PP) contra o ex-conselheiro Otto Alencar, virtual candidato a vice na chapa de Jaques Wagner (PT), deve consumir as pestanas dos advogados do grupo neste final de semana. Caso o processo seja acatado pela Justiça, Alencar ficará inelegível, criando um problema incontornável para o governador e sua chapa. Cenas dos próximos capítulos são aguardadas. Informações do Politica Livre

Fonte: Sudoeste Hoje

Fotos do dia

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Polícia e estudantes em confronto durante eleição do novo  governador do DF Fila para tomar vacina contra gripe suína no Instituto Pasteur  chegou a ser de três horas Fernandinho treina para o ataque do Tricolor hoje Meninos da Vila comemoram gol durante o treino

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Revisão do auxílio-acidente vai sair mais rápido

Anay Cury
do Agora

A revisão do auxílio-acidente deverá ficar mais rápida para o segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que teve o benefício concedido até abril de 1995.

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) entendeu que a correção, que pode chegar a 67% do valor do benefício, é um recurso repetitivo. Isso significa que o STJ não irá mais julgar ações que contestem esse direito do segurado. Portanto, o segurado que entrar na Justiça eliminará uma etapa do processo todo.

Qual a importância do dinheiro?


Pesquisa mostra que 70% dos brasileiros acreditam que o dinheiro é mais importante hoje do que foi no passado


Há pouco mais de um ano, o economista inglês Mark Boley, de 30 anos, vive sem dinheiro. Cansado do “destrutivo sistema capitalista”, se desfez de todos os seus bens e passou a viver em um trailer, se alimentar do que encontra na mata e tomar banho com sabonete feito por ele com cartilagem de peixe e sementes de erva doce. Boley é uma curiosa exceção em uma sociedade que acredita que o dinheiro é mais importante hoje do que foi no passado. Segundo um levantamento mundial feito pela Ipsos, multinacional francesa de pesquisa, 65% das pessoas ao re­­dor do mundo têm essa visão.

Entre os brasileiros, o índice sobe para 70%, e entre os coreano, chineses e japoneses, a 85%. A pesquisa revela ainda uma minoria nada desprezível de 48% dos brasileiros que acreditam que o dinheiro é o maior sinal de sucesso.

Sinais de mudança começam a aparecer

Para o professor da UFSC Jurandir Sell de Macedo, doutor em finanças comportamentais, o que faz crescer a importância do dinheiro para as pessoas é a busca pelo status que ele traz. “As pessoas querem ser respeitadas, reconhecidas em seus grupos. E, principalmente, é preciso comunicar rapidamente este status, com o que o dinheiro pode comprar”, diz. “Meu avô foi um homem de sucesso, respeitado na cidade em que vivia e deu nome a uma praça. Mas nunca foi um homem rico. Hoje, se mede o sucesso pela riqueza, mesmo que ele não seja real.”

Macedo vê, no entanto, sinais de uma mudança de comportamento. “Muita gente chegou lá e está se questionando: ganhei tudo o que queria e não estou feliz”, diz. “Nossa sociedade glorifica a falta de tempo. Quando no fundo, ter sucesso é ter tempo.” É o que o economista Fabiano Calil chama de “novo conceito de luxo”. “O luxo não é mais sinônimo de ter um jatinho. É poder ir ao cinema às duas da tarde, em um dia de semana, com o filho. Eu preciso de dinheiro para fazer de fato o que desejo? O importante não é se gasto R$ 100 mil, mas como? Com o que?”

Simples

Para o professor da UFSC, a sociedade começa lentamente uma mudança de rumo, quebrando um preceito do capitalismo de que dinheiro é sinônimo de felicidade. “Caminhamos para uma vida mais simples, na qual não se glorifica o dinheiro, mas também não se repudia.”

Por outro lado, a psicanalista Márcia Tolotti diz não ter tanta certeza de que a sociedade caminha para um mudança desses valores. “Uma mudança nesse sentido é uma escolha da humanidade, mas composta por cada um de nós”, diz. “Mas estamos criando filhos que só conseguem se sentir seguros à medida em que compram coisas. Nós não sabemos mais para onde vamos em função de dinheiro, de aparência. É um momento de, no mínimo, repensar o que ele está trazendo para nós e o que tem por trás daquela moeda.”

Para o consultor de investimentos Raphael Cordeiro, esse aumento da importância do dinheiro para as pessoas é natural – fruto de uma sociedade que se desenvolveu e se especializou. “As trocas são cada vez mais intensas e, por isso, o dinheiro ganha relevância. Minha avó fazia pão, goiabada e refrigerante, tinha uma horta e criava galinhas em casa. Diferente de mim, que se quero a bebida, preciso ir comprar”, compara.

O grande problema, diz Cordeiro, não está no aumento da importância, mas no fato de que talvez os brasileiros, em especial, não estejam tão preparados para lidar com o dinheiro nessa intensidade, com serviços financeiros tão evoluídos. “Os mais preparados tiram vantagem disso.”

É essa justamente a preocupação da médica Cristina Horiuchi, para quem mais importante do que ter dinheiro é saber administrá-lo. “O dinheiro pode proporcionar o conforto da família, uma boa educação para meu filho, viagens. Mas não é o dinheiro que me traz a felicidade”, diz. “Já fui muito gananciosa, o que me atrapalhou muito. Hoje, entrei em um equilíbrio.”

Consumo

Para alguns especialistas em economia comportamental, no entanto, os dados da pesquisa são sintomas de uma sociedade que valoriza em demasia o consumo e que, possivelmente, esteja dando um valor equivocado ao dinheiro. “Talvez a gente o esteja colocando no lugar errado, como o dinheiro por dinheiro. Não faz sentido ele ter mais valor que no passado porque ele continua sendo o mesmo meio de troca”, diz o economista Fabiano Calil, especialista em finanças pessoais.

Para Calil, no passado havia mais clareza do papel do dinheiro como meio, e não como fim. “Hoje, as pessoas têm a meta de ter ‘um milhão de dinheiros’. Mas há um grande vazio nisso. Um milhão para quê?”. Muitos dos seus clientes não têm essa resposta.

O equívoco, acredita a psicanalista Márcia Tolotti, autora do livro Armadilhas do Consumo, é natural em uma sociedade do hiperconsumo, na qual as pessoas são convocadas a comprar muito. Assim, diz Márcia, é inevitável que elas associem o meio que gera isso, que é o dinheiro, à felicidade. “Se o meu princípio está na aquisição e no dinheiro, ele tem que ser, de fato, a coisa mais importante da minha vida”, diz. “Mas é a ideia de felicidade como possibilidade de adquirir coisas que está um pouco equivocada.”
Fonte: Gazeta do Povo

O Brasil no espelho

Dora kramer






Brasília faz aniversário na quarta-feira, dia 21 de abril, data de homenagear também Tiradentes e Tancredo Neves, simbolismos positivos, guardados benquistos.

Mas quis um ardil do destino que a capital do Brasil completasse seus 50 anos – justamente o tempo que Juscelino Kubitschek imaginou condensar o desenvolvimento do país no plano de metas “50 anos em 5” do qual a mudança da capital era sua síntese – imersa no dissabor.

* Saiba mais
* Palanque não é urna
* Mais que imperfeito
* O ônus da aposta

Na amargura de ver em tão pouco tempo de vida a cidade se modernizar e a política se deteriorar a ponto de um governador ser preso, o Legislativo quase todo se comprometer, um ex-governador renunciar ao Senado por improbidade, isso depois de um senador ter sido o primeiro a ter o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar.

O Supremo Tribunal Federal está para julgar pedido de intervenção federal feito pelo Mi­­nistério Público nos poderes Legislativo e Executivo e as pesquisas mostram que, para a população, seria a solução mais adequada.

Célio Borja, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, estudioso de Constituições, está inteiramente de acordo. “A intervenção se tornou indispensável para assegurar o princípio da moralidade previsto no artigo 37 da Constituição.”

Para ele, a eleição indireta do sucessor de José Roberto Arruda não resguarda o preceito constitucional pelo fato de boa parte da Câmara Legislativa de Brasília ter sido envolvida no escândalo que levou Arruda à cadeia e, depois, ao afastamento do cargo pela Justiça.

Duas questões propostas ao olhar experiente de Célio Borja: a autonomia política do Distrito Federal e a influência da transferência da capital sobre os meios e modos da política brasileira.

A primeira, no entendimento dele, é inevitável. Quando o Rio de Janeiro era capital, lembra, foram feitos alguns movimentos em prol da autonomia. Todos fracassados.

“Os tempos mudaram e não há como argumentar contra o direito das comunidades ao autogoverno. O problema não está na concepção da autonomia de Brasília, mas na maneira como ela é exercida, na péssima qualidade dos políticos, na falta de responsabilidade dos partidos e também em boa medida na ausência de opinião pública em Brasília.”

Como exemplo de que a autonomia de um distrito federal por si não é necessariamente uma distorção, Célio Borja lembra que Washington, a capital dos Estados Unidos, tem independência

O problema de Brasília são os vícios de origem bastante conhecidos desde as origens do Brasil. “Tudo em Brasília resultou de favores de administração federal. É uma cidade administrada por favores. Quando isso se dava só no âmbito federal ainda se mantinham as aparências, mas, agora, no plano local, nem as aparências mais se salvam.”

Passemos à segunda questão. Costuma-se atribuir a deterioração da política e dos políticos à mudança da capital para uma região geograficamente “longe do povo”. Isso confere?

Na opinião de Célio Borja, em parte é verdade.

“Juscelino argumentava que o poder central não poderia ficar submetido à pressão das demandas do povo de uma unidade da Federação. O governo federal não podia se preocupar com a falta de água ou de luz em Copacabana. Não levou em conta que o poder precisa sempre ser pressionado.”

Célio Borja acha que houve sim um vácuo de informação entre a mudança da capital e a formação de uma geração de jornalistas independentes, porque os principais nomes do jornalismo – à exceção de Carlos Castello Branco –não se transferiram para Brasília.

A crônica política ficou distante e a opinião pública, à época ainda não referida na televisão, permaneceu alheia ao que se passava na capital.

Pois bem, mas como se explica a baixa qualidade da representação nas Assembleias Legis­lativas e Câmaras Municipais, que continuam perto do povo e nem por isso sofrem pressões ou são importunadas com denúncias sobre suas mazelas?

“A moralidade geral de fato é muito baixa e não pode se explicar apenas pela transferência da capital 50 anos depois.”

Serve de espelho. Ao brasiliense, os cumprimentos.
Fonte: Gazeta do Povo

A República proclamada por acaso

Carlos Chagas

O saudoso e incomparável Hélio Silva, dos maiores historiadores brasileiros, titulou um de seus múltiplos livros de “A República não viu o amanhecer”. Contou em detalhes, fruto de muita pesquisa, que a República foi proclamada por acaso. As lições daquele episódio não devem ser esquecidas. Vale lembrá-las com outras palavras e um pouquinho de adendos que a gente colhe com o passar do tempo, junto a outros historiadores e, em especial, pela leitura dos jornais da época.

Desde junho que o primeiro-ministro do Império era o Visconde de Ouro Preto. Vetusto, turrão, exprimia os estertores do chamado “poder civil” da época, muito mais poder do que civil, porque concentrado nas mãos da nobreza e dos barões do café, com limitadíssimas relações com o cidadão comum. O Brasil havia saído da Guerra do Paraguai com cicatrizes profundas, a começar pela dívida com a Inglaterra, mas com novos personagens no palco. O principal era o Exército, composto em maioria por cidadãos da classe média, com ênfase para os menos favorecidos. Escravos aos montes também haviam sido libertados para lutar nos pântanos e charcos paraguaios. Nobres lutaram, como Caxias e Osório, mas a maioria era composta daquilo que se formava como o brasileiro médio.

Ouro Preto, como a maior parte da nobreza, ressentia-se daqueles patrícios fardados que começavam a opinar e a participar da vida política. Haviam sido peça fundamental na abolição da escravatura, em 1888. Assim, com o Imperador já pouco interessado no futuro, o governo imperial tratou de limitar os militares. Foram proibidos de manifestações políticas, humilhados e punidos, como Sena Madureira e tantos outros.

Havia, nos quartéis e em certos círculos políticos, um anseio por mudanças. Até o Partido Republicano tinha sido criado no Rio e depois em São Paulo, mas seus integrantes estavam unidos por um denominador comum: República, só depois que o “velho” morresse, pois era queridíssimo pela população. E quem passaria a mandar no Brasil seria um estrangeiro, o Conde d’Eu, francês, marido da sucessora, a princesa Isabel.

Cogitava, aquele poder civil elitista, de dissolver o Exército, restabelecendo o primado da Guarda Nacional, onde os coronéis e altos oficiais careciam de formação militar. Eram fazendeiros, em maioria. Os boatos ganhavam a rua do Ouvidor, no Rio, onde localizavam-se as redações de jornal.

Na tarde de 14 de novembro movimentam-se um regimento e dois batalhões sediados em São Cristóvão. Com canhões e alguma metralha, ocupam o Campo de Santana, defronte ao prédio onde se localizava o ministério da Guerra, na região da hoje Central do Brasil. Declararam-se rebelados e exigiam a substituição do primeiro-ministro, que lá se encontrava com seus companheiros. Comandados por majores, estava criado o impasse: não tinham como invadir o prédio, por falta de um chefe de prestígio, mas não podiam ser expulsos, já que as tropas imperiais postadas nos fundos do ministério não se dispunham a atacá-los.

O Secretário-Geral do ministério da Guerra era o marechal Floriano Peixoto, que quando exortado por Ouro Preto a investir à baioneta contra os revoltosos, pois no Paraguai haviam praticado feitos muito mais heróicos, saiu-se com frase que ficou para a História: “Mas no Paraguai, senhor primeiro-ministro, lutávamos contra paraguaios…”

Madrugada do dia 15 e os majores, acampados com a tropa revoltada, lembram-se de que ali perto, numa casinha modesta, morava o marechal Deodoro da Fonseca, há meses perseguido pelo governo imperial, sem comissão e doente. Dias atrás o próprio Deodoro recebera um grupo de republicanos, com Benjamim Constant, Aristides Lobo e outros, aos quais repetira que não contassem com ele para derrubar o Imperador, seu amigo.

Acordado, Deodoro ouve que dali a poucas horas Ouro Preto assinaria decreto dissolvendo o Exército. Não era verdade, mas irrita-se, veste a farda e dispõe-se a liderar a tropa. Não consegue montar a cavalo, tão fraco estava. Entra numa carruagem e acaba no pátio fronteiriço ao ministério da Guerra. Lá, monta um cavalo baio e invade o prédio, com os soldados ao lado, todos gritando “Viva Deodoro! Viva Deodoro!” Saudando-os com o agitar o boné na mão direita, grita “Viva o Imperador! Viva o Imperador!”. Apeia e sobe as escadarias, para considerar Ouro Preto deposto. Repete diversas vezes : “Nós que nos sacrificamos nos pântanos do Paraguai rejeitamos a dissolução do Exército.” Estava com febre de 40 graus. O Visconde, corajoso e cruel, retruca que “maior sacrifício estava fazendo ele ouvindo as baboseiras de Vossa Excelência!” Foi o limite para Deodoro dizer que estava todo mundo preso.

O marechal já ia voltando, o sol ainda não tinha nascido e os republicanos, a seu lado, insistem para que aproveite a oportunidade e determine o fim do Império. Ele reluta. Benjamin Constant lembra que se a República fosse proclamada naquela hora, seria governada por um ditador. E o ditador seria ele, Deodoro. Conta a lenda que os olhos do velho militar se arregalaram, a febre passou e ele desceu ao andar térreo, onde montou outra vez o cavalo baio. A tropa recrudesceu com o “Viva Deodoro! Viva Deodoro!” e ele agradeceu com os gritos de “Viva a República! Viva a República!”

Não havia populares nas proximidades, muito menos operários. Aristides Lobo escreverá depois em suas memórias que “o povo assistiu bestificado a proclamação da República.”

Preso no Paço da Quinta da Boa Vista, com a família, o Imperador teve 48 horas para deixar o Brasil. Deodoro quis votar uma dotação orçamentária para que subsistissem no exílio. D. Pedro II recusou, levando apenas pertences pessoais. A República estava proclamada.

A História do Brasil é feita de episódios como esse…
Fonte: Tribuna da Imprensa

PMDB elege novo governador do DF no primeiro turno

Agência Estado
A Câmara Legislativa elegeu hoje o advogado Rogério Rosso, do PMDB, o novo governador do Distrito Federal. Ele foi eleito no primeiro turno com 13 votos dos deputados distritais. Ele assume em definitivo a vaga até o fim do ano depois da cassação imposta pela Justiça Eleitoral ao ex-governador José Roberto Arruda, envolvido no escândalo de corrupção em Brasília.

Suplente de deputado federal, Rogério Rosso, 41 anos, foi presidente da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) na gestão de Arruda - esse era o órgão presidido por Durval Barbosa, pivô do escândalo do mensalão do DEM. O órgão é investigado pelo inquérito sobre o esquema de corrupção na cidade. Rosso já foi aliado do ex-governador Joaquim Roriz, ocupando um cargo de administrador regional no DF. Hoje, mudou de lado e aliou-se ao deputado federal Tadeu Filippelli (PMDB), que dirige o PMDB de Brasília.

Ele obteve 13 votos, mínimo exigido para vencer no primeiro turno. O petista Antonio Ibãnez ficou em segundo lugar com seis votos, e o deputado e governador em exercício, Wilson Lima (PR), teve quatro votos.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) declarou em março a perda do seu porque Arruda desfiliou-se do DEM em dezembro. Na época ainda preso na cela da Polícia Federal, Arruda decidiu não recorrer e abriu mão do cargo de governador. A Constituição determina, nesse tipo de caso, eleições indiretas pela Câmara Legislativa.
Fonte: A Tarde

Datafolha mostra estabilidade de Serra e Dilma

* Paixão Barbosa

* Eleições, Pesquisas, Ciro Gomes, Dilma Rousseff, Eleições 2010, José Serra, Marina Silva, Pesquisa Datafolha
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A nova pesquisa do Instituto Datafolha deve estar sendo comemorada pelos aliados de José Serra, uma vez que confirma os números divulgados pelo mesmo instituto no final de março e nega o empate técnico que o Instituto Sensus divulgou na semana passada. Digo aos tucanos e democratas, porém, que evitem festejar porque não há nada mais irreal do que comparar pesquisas de institutos diferentes.

Realizada nos dias 15 e 16 (quinta e sexta-feira), a consulta do Datafolha mostra José Serra (PSDB) com 38% das intenções de voto e Dilma Rousseff (PT), com 28%, praticamente os mesmos números de março (Serra com 36% e Dilma com 27%). Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos, para mais ou para menos, não houve alteração no quadro, embora neste intervalo o candidato tucano tenha tido seu nome lançado publicamente, numa grande festa política.

Na mesma situação estão Marina Silva (PV), que teve agora 10% das intenções de voto (cntra 8% antes) e Ciro Gomes (PSB), com 9%. Em março, Marina tinha 8%. Ciro estava com 11%. Essas oscilações estão também dentro da margem de erro. E é cada vez menor o número de indecisos, pois apenas 8% disseram não saber em quem votar, e de votos nulos ou em branco (7%).

Ciro Gomes, a cada dia mais distante do sonho de ser candidato, também perde substância e importância no processo, pela primeira vez aparecendo atrás de Marina Silva numa pesquisa de opinião. E quando o Datafolha tira o nome dele do questionário, José Serra cresce apenas 4% (passa para 42%) e Dilma sobe 2% (fica com 30%), eliminando um dos argumentos socialistas, de que sua candidatura é fundamental para ajudar a candidata do PT, já que as oscilações acontecem dentro da margem de erro.

Portanto, se os tucanos ficam alegres, os petistas não devem ficar tristes. Afinal, o Datafolha mostra que o quadro eleitoral está numa fase de arrumação, com os principais candidatos estabilizados, deixando que as coisas se decidam a partir de agora, quando a campanha deve começar a esquentar. Serra voltou a estacionar nos patamares que alcançou no final de 2009 e Dilma, que vinha num crescendo constante, agora também estacionou, mas sem perder substância, o que é muito importante para os próximos meses.

Para confirmar que esta será uma campanha das mais equilibradas e duras dos últimos tempos, há um empate na chamada pesquisa espontânea, que revela aqueles votos já consolidados: Dilma tem 13% e Serra aparece com 12%. Em março, a petista tinha 12% e o tucano estava com 8%, ou seja, os dois estão numa posição ascendente e não dá para ninguém fazer apostas neste momento.
Fonte: A Tarde

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