Geddel mira o poder com práticas carlistas (Foto Pimenta - 30.08.2009).

Figura com uma visão clara da cena política baiana conversava com o Pimenta, e largou essa: “César Borges oscilou entre a sedução democrática de Wagner e o chicote de Geddel Vieira Lima. Preferiu o chicote”.

E se pôs a observar – e apontar – “trejeitos” (como diria Jonas Paulo) carlistas de ser dos peemedebistas, Geddel Vieira Lima à frente. Claro, tudo isso com o fim de fazer pespegar na figura maior do peemedebê a imagem do autoritarismo. Pelo menos, o deputado federal peemedebista colabora nesse sentido em atos e gestos.

Um exemplo vem da deputada estadual Maria Luiza Carneiro, primeira-dama de Salvador. As mesmas razões que aproximaram César Borges e Geddel seriam aquelas que afastaram da coligação peemedebista a deputada do PSC.

- Por convicção pessoal, não pertenço ao grupo de apoio à candidatura do ex-ministro Geddel Vieira Lima. E sei que isso já me custaria a perda da legenda partidária -, discursou Maria Luiza, no plenário da Assembleia Legislativa.

A parlamentar disse ter sido submetida a um pau-de-arara (“sessão pressão”) para engolir a seco o apoio irrestrito a Geddel e, ainda, ter transformado a sua vida num inferno ao decidir sair candidata a federal. Inferno porque resistia à pressão familiar e à do peemedebista.

Enfim, o ar na coligação peemedebista não seria o recomendável para quem procura oxigênio puro. O autoritarismo de Geddel e seus métodos políticos tornados públicos aqui e ali o aproximam dos métodos dos quais são adeptas as viúvas do carlismo. E aí, a maldade. César Borges piscou ao sentir esses sinais.

Dois exemplos de autoristarismo enxergados pela fonte:

1 – O prefeito de Malhadas, Valdemar Lacerda, deixou escapar que o então ministro da Integração Regional, Geddel Vieira Lima, teria encomendado vaias ao governador Jaques Wagner, quando este foi ao município para inaugurar a ponte Malhadas e Carinhanha, às margens do rio São Francisco (relembre). O prefeito se negou a articular as vaias ao petista.

2 – A prefeita de Governador Mangabeira, Domingas Paixão, teria sofrido pressão psicológica e ameaça de expulsão ao se aproximar do governador petista e hipotecar-lhe apoio.

Esperemos as cenas dos próximos capítulos. Geddel, claro, nega que seja a personificação da figura que, ainda viva, viu o seu capital político escapulir. A certeza é a de que o peemedebista conseguiu produzir o principal fato político deste período de pré-campanha.