
Sóstenes Cavalcante precisa da assinatura de outros líderes
Josias de Souza
do UOL
Os partidos do centrão já descartam Jair Bolsonaro (PL) como possível candidato à presidência de República em 2026 e relutam em embarcar no pedido de urgência da votação da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8/1.
Os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) estão cuidando de seus interesses nas eleições de 2026. O deputado precisa se reeleger e o senador, que ainda tem mais quatro anos de mandato, está pavimentando as reeleições dos parlamentares que o conduziram à presidência do Senado.
JOGO DUPLO –Nisso, está inserida uma negociação com o governo e um jogo duplo com Lula. O governo tem que cuidar dos quase dois anos que restam para Lula e precisa do centrão.
É nesse contexto que se dá a discussão sobre a anistia. O centrão está obviamente acomodando isso em um banho-maria. Ainda que passasse na Câmara, seria brecado no Senado. Não há nenhuma disposição do Hugo Motta em pautar isso na Câmara nesse momento. Pode até ser lá na frente, mas não agora.
Há, sim, um jogo duplo e isso ficou claro na bancada evangélica. Sóstenes ainda não obteve as assinaturas de urgência. Ele repetiu que tem um requerimento pronto, mas as assinaturas ainda não estão lá.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Somente agora o Congresso está retomando os trabalhos. Sóstenes Cavalcante, líder do PL, ainda não tem as assinaturas dos líderes da direita na Câmara para declarar urgência, mas logo terá. O apoio mais difícil de conseguir é o líder dos Republicanos, porque o partido tem candidato próprio e forte (Tarcísio de Freitas) e reluta em dar moleza a Bolsonaro. Todo partido sonha em eleger o próximo presidente, a democracia é assim. (C.N.)