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segunda-feira, março 24, 2025

Economia e Segurança puxam avaliação mais negativa do governo Lula


Educação ainda tem melhor desempenho na Esplanada

Pedro do Coutto

O aumento da desaprovação do governo do presidente Lula da Silva entre os eleitores brasileiros reflete-se em diversas áreas da administração federal, conforme apontado por uma pesquisa Ipsos-Ipec divulgada na última sexta-feira. A piora na percepção é generalizada em comparação com o levantamento anterior, realizado em dezembro, e atinge até mesmo a área da educação, sob responsabilidade do ministro Camilo Santana, que até então era a única com avaliação positiva superior à negativa.

Em março, pela primeira vez no terceiro mandato do petista, as avaliações “ótima ou boa” e “ruim ou péssima” na educação empataram, cada uma com 36% da opinião pública. Em dezembro, a diferença entre esses grupos era de três pontos percentuais, com a avaliação positiva à frente. Apesar da queda, a educação continua sendo a única área em que a reprovação não supera a aprovação.

AVALIAÇÃO NEGATIVA – Os dados indicam que o combate à inflação, o controle e a redução de gastos públicos, além da segurança pública, são as áreas com maior índice de avaliação negativa. Nessas frentes, respectivamente 57%, 53% e 50% dos entrevistados consideram o trabalho do governo ruim ou péssimo.

Diante do aumento dos preços dos alimentos, a parcela da população que avalia negativamente a atuação do governo nessa questão subiu dez pontos percentuais em relação a dezembro, enquanto a percepção positiva caiu de 21% para 17%. Já o descontentamento com o controle de gastos teve um aumento menor, de cinco pontos, variação semelhante à registrada na segurança pública, gerida no âmbito federal pelo ministro Ricardo Lewandowski.

DESEMPREGO  – Outras áreas com alta reprovação incluem o desemprego, com 45% de avaliações negativas, e o combate à fome e à pobreza, classificado como ruim ou péssimo por 47% dos entrevistados, mesmo diante de recentes avanços nos indicadores nacionais.

As políticas ambientais, conduzidas pela ministra Marina Silva também registram uma percepção negativa crescente, com 40% de reprovação em março, contra 38% em dezembro. Em setembro do ano passado, esse índice chegou a 44%, após um aumento de 11 pontos em quatro meses, impulsionado por eventos como enchentes no Rio Grande do Sul e queimadas na Amazônia e no Pantanal.

A recente troca de comando no Ministério da Saúde, com a saída de Nísia Trindade e a chegada de Alexandre Padilha não provocou mudanças significativas na percepção pública sobre a gestão da pasta. O índice de avaliação negativa continua em tendência de alta, passando de 44% para 46%, enquanto a aprovação caiu de 26% para 25%, variações dentro da margem de erro.

PERCEPÇÃO – No que diz respeito à avaliação geral do governo Lula, conforme já divulgado na semana passada pelo instituto, 41% dos brasileiros consideram sua gestão ruim ou péssima, enquanto 27% a classificam como ótima ou boa. Outros 30% a veem como regular. Além disso, 51% dos entrevistados afirmam que o governo está pior do que esperavam, um aumento em relação a dezembro, quando essa percepção era de 41%.

A pesquisa Ipsos-Ipec revela um cenário de crescente insatisfação com o governo Lula, refletido na piora da avaliação em diversas áreas da administração pública. Questões como inflação, segurança e controle de gastos se destacam entre as mais criticadas, indicando que a população esperava medidas mais efetivas para solucionar esses problemas.

MUDANÇA – Mesmo setores que anteriormente apresentavam um saldo positivo, como a educação, agora mostram um equilíbrio entre avaliações favoráveis e desfavoráveis, evidenciando um desgaste generalizado na percepção da gestão federal.

Diante desse quadro, o governo enfrenta o desafio de reverter essa tendência negativa e recuperar a confiança da população. Para isso, será necessário não apenas implementar políticas mais eficazes, mas também melhorar a comunicação sobre os avanços realizados. Caso contrário, a insatisfação pode se consolidar, tornando ainda mais difícil a condução do mandato e o enfrentamento dos desafios econômicos e sociais do país.

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