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O artigo baseia-se em cartas de 1933 trocadas entre Bento Nolasco e os senhores Dantas Júnior e Hermínio Reis, líderes influentes nas cidades vizinhas. Essas correspondências revelam a insatisfação de Nolasco com seu cunhado, o Coronel João Sá, destacando disputas internas e estratégias para consolidar o poder político local. Nolasco buscava alianças para assumir a liderança política de Jeremoabo, evidenciando como as relações familiares e os interesses pessoais moldavam o cenário político da época.
A análise dessas cartas demonstra que as disputas políticas em Jeremoabo não se restringiam a divergências ideológicas, mas estavam profundamente enraizadas em interesses pessoais e familiares. As alianças eram frequentemente formadas para garantir o controle político e econômico, muitas vezes em detrimento do bem-estar coletivo. Essa centralização do poder em grupos específicos resultou em práticas que, segundo os autores, contribuíram para um legado de desavenças e traições políticas que ainda são perceptíveis na atualidade, manifestando-se em denúncias de corrupção e gestão inadequada.
A pesquisa de Moreira e Barreto destaca a importância de compreender as raízes históricas das práticas políticas locais. Ao analisar as correspondências e as relações de poder do passado, é possível identificar padrões que persistem e influenciam a política contemporânea de Jeremoabo. Essa compreensão é fundamental para promover uma cultura política mais transparente e comprometida com os interesses da comunidade.