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sexta-feira, outubro 20, 2023

Guerra de Gaza é vitória dos extremistas, que só se saciam aniquilando o inimigo

Publicado em 20 de outubro de 2023 por Tribuna da Internet

Guerra em Israel: Crianças feridas e centenas de mortos: as FOTOS do  bombardeio - Blog do Everaldo

As maiores vítimas do extremismo são sempre as crianças

Maria Hermínia Tavares

Há uma história por trás do massacre de israelenses pelo Hamas e da guerra terrível que certamente se seguirá à barbárie do 7/10. É a história do fracasso de uma saída negociada capaz de permitir a convivência de dois povos que consideram seu o mesmo pedaço de terra —uma derrota devastadora para todos quantos por ela se bateram e nela ainda acreditam.

Pelo menos duas oportunidades foram perdidas. A primeira, em 1947, quando os países árabes rejeitaram a proposta de partilha da Palestina. Em consequência, no ano seguinte, tentaram varrer do mapa o recém-criado Estado de Israel. É bom que se diga: os territórios então destinados aos árabes dali eram maiores do que os em disputa hoje.

SEGUNDA CHANCE – Em 1995, depois de duas guerras, anexações e múltiplos conflitos sangrentos, a segunda oportunidade surgiu com os Acordos de Oslo, que plantaram no horizonte a solução dos dois Estados, mediante a criação da Autoridade Palestina, passo inicial para o reconhecimento da sua completa soberania sobre Gaza e os territórios da Cisjordânia, sob ocupação israelense desde 1967.

Os acordos foram perdendo substância sob o ataque simultâneo da extrema direita israelense e dos fundamentalistas do Hamas. Saiu das fileiras dos ultras de Israel o assassino do premiê Yitzhak Rabin, a voz de seu país em Oslo.

Foram eles ainda que multiplicaram os assentamentos na Cisjordânia, inviabilizando um Estado palestino com território contínuo. E são eles, ao fim e ao cabo, o pilar do governo racista de Netanyahu.

MUITOS ÓBICES – De seu lado, por quase uma década os militantes do Hamas perpetraram ataques terroristas em solo israelense, minando a autoridade das lideranças moderadas dos dois lados. Com elas foi por sangue abaixo o já difícil esforço de construção de confiança mútua necessária à troca de territórios por paz.

Entre os muitos relatos do desalento que se seguiu ao fracasso de Oslo está o duro documentário “A Oeste do Rio Jordão”, do cineasta israelense Amos Gitai.

Os ultradireitistas religiosos têm no Hamas sua imagem espelhada. Uns e outros só se saciarão com o aniquilamento do inimigo.

IRMÃOS XIPÓFAGOS – Os radicais dos dois lados se equivalem, pois são igualmente fundamentalistas, autoritários, misóginos, homofóbicos —numa palavra, extremistas.

São eles os vitoriosos de hoje; é sua a responsabilidade por remeter a esperança de paz para um futuro remoto — e por despertar o antissemitismo mundo afora.

Entende-se o entusiasmo dos populistas de direita, em todo o mundo, com o radicalismo de Netanyahu. Mas a tolerância de certos progressistas com o terrorismo do Hamas é, no mínimo, sintoma de desorientação política e de perda de bússola moral.


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