Pepita Ortega
Fausto Macedo
Estadão
Fausto Macedo
Estadão
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, dia 9, a Operação Fora do Caixa, desdobramento da Lava Jato, para apurar desvios da obra da hidrelétrica de Belo Monte com o objetivo de arrecadar caixa dois para a campanha eleitoral do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).
Foi alvo de prisão temporária o ex-senador emebedebista Luiz Otavio Campos, apontado como responsável por arrecadar os recursos junto aos empresários do consórcio de Belo Monte.
Agentes cumprem ainda outro mandado de prisão em Palmas (TO), que tem como alvo Álvaro Cesar Silva da Rin. Além disso, a ação realiza buscas em seis endereços – três em Belém, uma em Palmas e duas em Brasília (DF). As ordens foram expedidas pela 1ª Vara da Justiça Eleitoral em Belém.
DELAÇÃO – Segundo a PF, a investigação teve início a início a partir da colaboração premiada de executivos da Odebrecht que relataram o pagamento de R$ 1,5 para candidato ao Governo do Estado do Pará por meio de três entregas, de R$ 500 mil cada.
Os pagamentos teriam sido realizados entre setembro e outubro de 2014 e teriam sido intermediados pelo ex-senador citado em delação. A corporação apontou ainda que há indícios de que ao menos um dos pagamentos foi realizado em endereço ligado a parentes do ex-parlamentar.
COMPETÊNCIA – O caso era apurado junto ao Supremo Tribunal Federal, mas foi declinado para a primeira instância por causa do entendimento da Corte sobre a competência da Justiça Eleitoral para processar e julgar crimes comuns em conexão com crimes eleitorais.
A ‘Fora do Caixa’ apura crimes de falsidade ideológica eleitoral, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O nome da operação, segundo a PF, faz referência ao recebimento de recursos eleitorais não contabilizados.